Suvenir pra que?

Quando viajo, desperto meu lado consumista

Regiane Folter
Revista Passaporte

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Estados Unidos — China — Índia :)

Enquanto passeio e sinto aquela alegria exploradora que só as viagens geram, vou aos poucos sendo atraída à loja de suvenir mais próxima. Copinhos de shot, marcadores de página, postais, ímãs, bijuterias, quadrinhos, enfeites, blocos de anotações, chaveiros, e toda uma infinidade de coisinhas enchem meus olhos. Pensando objetivamente, são objetos pouco úteis; mas suas cores, formas e conexões com a história do lugar onde estou fazem deles relíquias. Pequenas preciosidades.

Meus passos vão e vem nos corredores, minhas mãos interagem com os tesouros com cuidado e minha cabeça trabalha continuamente, pensando na lista de pessoas para quem eu gostaria de levar uma lembrancinha.

Mas suvenir serve pra quê?

Se compro pra mim, é pra ajudar a lembrar.

O artefato, por mais bobinho que seja, de alguma maneira vai resguardar aquele momento tão especial. O suvenir é uma maneira de preservar memórias que o tempo insiste em embolorar: sempre que olhe para o porta-copos, a vela ou o suporte de papel, vou ver além do que eles são. Cada um desses objetos vai despertar em minha mente as paisagens que vi, os cheiros e sabores que senti, as pequenas aventuras que experimentei. E, assim, vou sorrir e reviver um pedacinho daquela alegria outra vez.

Se compro para os outros, é para partilhar.

Sempre tento levar uma lembrancinha pras pessoas que eu queria que estivessem lá comigo. Mais que o suvenir, o que eu quero mesmo é presentear as mil e uma histórias do que experimentei durante a viagem. E embora eu saiba que essa pessoa, quando olhe o vasinho, a caneca ou a caneta, não vai lembrar do que não viveu e das histórias que não protagonizou, eu espero que ao menos possa sentir o tamanho do meu carinho por ela.

Curiosamente, me considero uma pessoa pouco consumista. Não gosto de gastar dinheiro, tempo e energia com coisas materiais se não for absolutamente necessário. Aprendi, depois de muito viajar, que o dinheiro melhor utilizado é aquele que facilita caminhos ao invés de acumular coisas.

Por isso, mesmo fascinada dentro de uma loja de suvenir, sei me controlar. Nada de excessos! Não pretendo comprar a loja toda e encher a mala de coisas pra atulhar minha casa ou a dos outros. Mas vou procurar e escolher bem o suvenir que melhor vejo em minha mesinha de cabeceira para levar comigo, junto com os presentinhos para aqueles que levo no coração.

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Regiane Folter
Revista Passaporte

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