Inteligência de dados é ponto de partida para “cidades inteligentes”

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Para onde vamos?
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4 min readApr 10, 2018

Aplicativos de mobilidade podem otimizar gestão de transporte

(Foto: Shutterstock)

A tecnologia pode ajudar a melhorar o funcionamento das nossas cidades. A identificação de padrão de deslocamentos dos motoristas na cidade, a localização de vagas disponíveis para estacionar o carro na rua, o diagnóstico do tempo perdido no trânsito por causa de congestionamento em diferentes bairros e até o mapeamento do crescimento de árvores para evitar danos na rede elétrica são práticas possíveis.

E algumas delas já têm sido adotadas em municípios em que os governos usam a tecnologia de informação e de comunicação (ICT, na sigla em inglês) para aprimorar os serviços públicos.

As cidades que fazem isso são qualificadas como Smart Cities ou “cidades inteligentes” — municípios em que a gestão municipal utiliza-se de dados e informação digital para otimizar os recursos públicos e oferecer serviços melhores aos cidadãos.

Inovações baseadas em ICT são capazes de fortalecer as decisões dos gestores públicos a ponto deles conseguirem dar respostas mais rápidas e eficientes às reivindicações dos cidadãos .

“Cidades sábias”?

No entanto, vale lembrar que orientar o desenvolvimento de uma cidade tão-somente pela tecnologia e por algoritmos pode ser um caminho sem volta em direção ao fracasso. Para que o espaço urbano se torne, de fato, melhor para todos os moradores — de maneira inclusiva e democrática — é necessária a participação da sociedade civil, evidentemente.

Portanto, acima de “cidades inteligentes”, os municípios precisam ser sábios: contar com a contribuição dos cidadãos, além da cooperação entre empresas de tecnologia e gestores públicos.

Cooperação entre iniciativa privada e governo

Os milhares de dados que todos nós criamos quando utilizamos alguma plataforma digital, seja ela um website no computador ou um aplicativo no telefone celular, podem ser extremamente úteis para auxiliar a gerir a infraestrutura e os serviços de uma cidade.

Por exemplo, no começo do ano, a 99 respondeu a um chamamento público da Prefeitura de Porto Alegre para um projeto de monitoramento do trânsito no município e se tornou parceira da gestão municipal na criação de um mapa de fluidez.

Com dados anônimos e agregados, a 99 traçou os padrões de fluxo de tráfego no município, a partir das informações das milhares de corridas feitas pelo aplicativo diariamente.

E a administração municipal, tendo essas informações em mãos como subsídio, pode tomar melhores decisões, como, por exemplo, potencializar ajustes de sinalização, maximizar os investimentos e, em casos de ocorrências de trânsito, entender a melhor maneira de reverter os sentidos de vias.

No vídeo abaixo, a diretora de Pesquisas e Políticas Públicas da 99 explica brevemente como projetos como este podem beneficiar as cidades.

O Futuro do Transporte

Ao redor de todo o mundo, governos estão investindo em soluções de tecnologia para melhorar a vida dos cidadãos. E os desafios na área de Transporte têm sido tópicos frequentes nas discussões de soluções para cidades.

Há sete anos, a Comissão Europeia criou um projeto chamado “Cidades Inteligentes e Iniciativas das Comunidades” que levantou 365 milhões de euros para iniciativas de inovação de ICT voltadas ao transporte, à energia e à sustentabilidade.

Em 2015, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos lançou o “Smart City Challenge”, que arrecadou 350 milhões de dólares para empresas e governos que desenvolvessem projetos de soluções de tecnologia avançada de transporte.

E inúmeras cidades já estão desenvolvendo inovações de transporte para lidar com os desafios de transporte em centros urbanos adensados.

(Crédito: Virendra Saklani/Gulf News)

Em setembro do ano passado, a Autoridade de Ruas e Transporte de Dubai realizou o primeiro teste de um táxi aéreo voador. É um veículo com quatro hélices, semelhante a um drone, mas com capacidade de transportar passageiros. No teste, o táxi aéreo voou por cinco minutos e atingiu uma altura de 200 metros. O objetivo dos fabricantes é que o veículo tenha autonomia de voo de 30 minutos e alcance velocidade de 100 km/h.

Outra inovação que já pode ser vista em cidades de diferentes continentes é o uso de robôs autônomos para realizar a entrega de pequenos produtos de varejo eletrônico. Austin, no Texas, foi uma das primeiras cidades a desenvolver um programa piloto de regulamentação destes robôs. Lá, os equipamentos autônomos de delivery devem operar apenas nas calçadas, pesar no máximo 136 kg e não podem se deslocar a mais de 16 km/h.

Evidentemente, não se pode falar em tendências tecnológicas de Transporte sem mencionar os carros autônomos. Gestores municipais seguem de perto cada passo das automotoras e empresas de tecnologia no desenvolvimento de veículos sem motoristas.

Projeto gráfico de veículo autônomo multifuncional

Praticamente toda as montadores estão desenvolvendo projetos de carro autônomos. Afinal, essa tecnologia vai mudar substancialmente o futuro da mobilidade urbana e das nossas cidades.

Em janeiro, uma montadora japonesa anunciou um projeto que prevê a multifuncionalidade de protótipos autônomos sobre rodas. O veículo é um praticamente um compartimento com um módulo interior de diferentes tamanhos, que pode ser alterado de acordo com o uso — isto é, muda-se o módulo dependendo da funcionalidade, se é para transporte de passageiros, para levar cargas, entregar encomendas ou apenas para servir como um escritório móvel. Vê-se que não se trata apenas de um novo carro, mas sim de um projeto de mobilidade urbana.

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