Manik Katyal
Entrevista com um dos indicadores da Convocatória em Foco 2015.
por Érico Elias
Participe da Convocatória em Foco 2015!
As inscrições vão até o dia 22 de agosto.
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Para fechar o ciclo de conversas com os indicadores da Convocatória em Foco 2015 publicamos a entrevista realizada com o indiano Manik Katyal.
Ele fundou em 2011 a revista Emaho, com o intuito de apresentar o trabalho de fotógrafos emergentes. Seu foco está no continente asiático, mas a publicação está aberta a fotógrafos do mundo inteiro.
Manik Katyal aponta a Ásia, a América Latina e a África como fontes para o que há de mais fresco e vigoroso na fotografia contemporânea.
Confira suas opiniões e preferências na entrevista que segue.
Que tipo de fotografia você aprecia mais? Qual é seu “estilo” curatorial?
Eu pessoalmente aprecio a dedicação de longo prazo a um tema.
Estou bastante aberto a todos os tipos de trabalho, seja conceitual ou documental. O gênero não tem importância, o que vale mais é a atitude. Acho bom que eu não venha de uma formação fotográfica oficial. Para mim, fotografia é uma forma de celebrar a expressão visual. Não espero de ninguém que coloque seu trabalho em uma espécie de caixa.
Quando vejo um trabalho pela primeira vez, ele precisa realmente tocar minha atenção. Acho que alguns poucos fotógrafos estão fazendo um trabalho extraordinário e os demais estão apenas satisfazendo seus próprios egos.
Pode-se facilmente diferenciar entre os dois logo nesse primeiro contato.
Eu busco trabalhos que me tragam algo que ainda não vi.
Na Emaho, não mostramos apenas fotógrafos asiáticos. Há um bom número de jovens fotógrafos que seguem a revista regularmente e acho importante que eles possam encontrar trabalhos de todo o mundo. É importante fazer essa ponte.
Como você vê a fotografia no contexto da arte contemporânea?
A fotografia sempre foi e continuará sendo parte importante da arte contemporânea. Estamos vivendo uma fase de transição muito interessante, em que a fotografia está se tornando parte mais crucial de nossas vidas cotidianas.
Há um lugar para o documental na arte contemporânea? Em caso positivo, que tipo de documental?
Não penso em termos de gênero. A fotografia pode ser geral ou subjetiva, documental ou artística, mas o que mais me interessa é a intensidade de longa duração que ela pode gerar. Se um trabalho é interessante o suficiente para agarrar minha atenção, é isso, não precisa de muito mais que isso. Todos nós estamos na busca de celebrar uma fotografia plena de significado, não importa qual método tenha sido usado.
Por favor mencione um ou alguns fotógrafos que aprecia especialmente e nos diga por que.
Eu pessoalmente gosto de trabalhar com fotógrafos emergentes. Tenho meus favoritos, como Daisuke Yokota, Dougie Wallace, Phil Toledano, Rita Lino, Tokyo Rumando e muitos outros. Eu gostaria muito que o público entrasse em contato com a sensibilidade e a essência dos trabalhos selecionados para o Paraty em Foco.
Um bom exemplo é o trabalho “Corpus”, de Daisuke Yokota. Ela é uma das mais talentosas na geração de jovens fotógrafos japoneses e, pela primeira vez, Daisuke apresenta sua fotografia de nu. Feita de uma forma experimental, é uma fascinante mistura de ficção e realidade.
Todos os projetos escolhidos têm suas próprias características especiais e são muito potentes em sua maneira muito pessoal. Mas podemos também sentir um tipo de conexão mística entre eles.
Eu não sou muito de embarcar em modas passageiras, mas penso que Ásia, América Latina e África são os continentes para se olhar quando se busca uma fotografia fresca e vigorosa. Há muito mais para ser revelado nesses três continentes.
Confira também as entrevistas com os dois outros indicadores da Convocatória em Foco 2015: o Colectivo +1 e Ihiro Hayami.
> Leia o regulamento completo da convocatória e do prêmio Paraty em Foco.
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