Um emaranhado de linhas

Sentindo falta de traçar novas linhas nessa quarentena

Regiane Folter
Revista Passaporte

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A vida é feita de linhas. Cheguei a essa conclusão há pouco tempo, já que ficar em casa continuamente pode ser cansativo, mas pelo menos nos ajuda a filosofar.

Linhas delineiam nossos corpos e delimitam coisas, estruturas, espaços. Linhas sinalizam onde termino e onde começa o outro. Linhas nos separam, se colocam entre nós, nos resguardam ou nos limitam. Linhas de materiais distintos dão forma a tudo que vemos, tocamos, sentimos.

Algumas linhas podemos ver em roupas, objetos, alimentos, em tantos corpos, em tanta física. Outras linhas, invisíveis, formam as fronteiras que separam povos. E outras, ainda mais difíceis de identificar, são guias que nos puxam, que nos motivam a viajar, a conhecer, a buscar novos cenários e novas respostas. Seriam linhas de pesca, que nos enlaçam e nos conduzem a novos caminhos? Um passo após o outro, até chegar em um novo destino. Uma nova aventura.

Linhas que nos conectam, nós e outros, nós e outros destinos. Linhas retas ou curvas que nos levam de aqui para lá, que nos convidam a percorrer quarteirões ou milhares de quilômetros até chegar a um novo lugar, um novo começo.

Hoje, precisamos respeitar algumas linhas-limites para cuidar de nós mesmos e daqueles que estão ao nosso redor. Tudo isso para que no futuro novas linhas possam ser traçadas por todos e entre todos.

Por enquanto, me contento com desenhar linhas em um mapa que reforçam quem sou. E você, quais são as suas?

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Regiane Folter
Revista Passaporte

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