Vida nômade em tempos de trabalho remoto

ou, como o pós-pandemia veio com maiores possibilidades de local de trabalho e as dificuldades que podem surgir no caminho

Aline Rocha
Design Ops Linx
3 min readOct 25, 2022

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Uma pessoa sentada na areia da praia com o mar no fundo e céu azul. Ela está encostada em uma mala de viagem e com o laptop no colo, enquanto olha o celular
Photo by Anastasia Nelen on Unsplash

Viver como nômade digital é um sonho para poucas pessoas. As que atingem essa conquista disponibilizam cursos e métodos para “ganhar dinheiro online e viajar o mundo”. Hoje, com a maior possibilidade de trabalhar de modo remoto, o sonho se tornou algo muito mais fácil, principalmente para quem trabalha com tecnologia. Não é preciso trocar de carreira para trabalhar na praia, mas é necessário alguns cuidados para não ser levada pela onda.

Com a pandemia e a vinda do trabalho remoto, a necessidade de morar perto do escritório se foi. O novo modo de trabalho trouxe muitas discussões, inclusive aqui no time, do desafio pra mães com os filhos em casa à como se organizar nesse novo modelo. Mas, um impacto (ou vantagens) só foi visto depois, com a abertura de fronteiras, aumento das vacinações e maior segurança no pós-pandemia: agora a possibilidade de sair mais de casa, se deslocar e viajar voltou. Como fica o trabalho remoto sem endereço fixo?

Viajei por dois meses. Aproveitei a oportunidade para me organizar e visitar amigos e família com dois períodos de férias no meio.

Antes de ir, doei coisas que não precisava mais, inclusive plantas que não teria como cuidar. O apartamento que moro ficou aos cuidados de uma amizade que também está nômade e estaria por perto, o que deixou a viagem mais tranquila financeiramente e minha morada segura durante esse período.

As férias, que aconteceram no início e fim da viagem, foram momentos ótimos para relaxar, conhecer lugares novos e matar a saudade de amizades antigas.

No meio do trajeto, trabalhei por um mês enquanto visitava a família, que também estava trabalhando no período. O tempo trabalhando passou rápido e criamos uma rotina juntos.

Como estava “no passado” (com -3h do fuso do Brasil), meus dias iniciavam mais cedo que o normal, para acompanhar a rotina da minha equipe e conseguir participar das reuniões. Ao fim da tarde já tinha batido o ponto e era o momento de dar uma volta, sair para jantar ou descansar.

Das maiores dificuldades, com certeza foram as reuniões. Dividir espaço com outra pessoa limitava o que ela conseguia fazer enquanto eu estava em reunião e os horários nem sempre eram os ideais para nós — horário de almoço se tornou variável de acordo com a agenda.

Como trabalho muito com o Figma, alternávamos o uso do monitor auxiliar quando necessário, mas trabalhei muito na mesa da cozinha, só com o laptop e na cadeira de bar. Que falta me fez um mousepad! Improvisei uma capa de caderno, que foi meu companheiro todos os dias.

Os passeios mais longos e viagens ficavam pros finais de semana, mas nem sempre — em alguns, o tempo livre foi usado para ver um filme, ligar para alguém no Brasil ou limpar a casa (pois é, essa parte ninguém conta).

Quando parei de me perder no caminho pro mercado e já sabia em qual corredor ficava o salgadinho gostoso, já era hora de voltar. É engraçado como uma viagem muda a gente — cheguei em casa e já quis mudar os móveis de lugar, explorar mais as trilhas locais. Senti falta dos dias de lá, que pareciam tão longos com o verão e tô matando a saudade daqui, com o conforto do meu “escritório” fixo.

Foto de um lago com pinheiros ao fundo e encosta com tocas de castor, a água é escura e o céu está nublado
Lago na região de Vancouver, BC, Canadá
Foto de paisagem com gramado e árvores, parte da vegetação está amarela e avermelhada de outono, há um rio na parte esquerda e o céu está limpo e azul
Trilha no complexo cultural Wanuskewin, das Primeiras Nações, Saskatoon, SK, Canadá

Ficou com vontade de sair por aí? O próximo texto trará alguns pontos para ajudar no planejamento de uma aventura nômade. Se inscreva no nosso Medium e fique de olho!

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