Sobre a CLT e a Fila #3 — Final

Programador Sincero
Programador Sincero
14 min readJul 2, 2016

Você é o próximo a ser demitido. E agora?

Se você segue a minha publicação, deve se lembrar que escrevi sobre algumas questões que envolvem filas para ser promovido e filas para ser demitido. Recomendo, antes de seguir este texto, ler a primeira parte (https://medium.com/programador-sincero/sobre-a-clt-e-a-fila-bf4b142fa08f#.85atw0t32) e a segunda parte (https://medium.com/programador-sincero/sobre-a-clt-e-a-fila-2-9eead6bd0d35#.7r2u8ev2r).

Cedo ou tarde, você será demitido. Hoje é praticamente impossível, para quem começa agora no mercado de trabalho, ficar em um mesmo emprego por vários e vários anos como antigamente. Ou você sairá. Ou sairão com você.

Muitas vezes você sequer terá a chance de se preparar para ser mandado embora. Você simplesmente chegará, com coisas para fazer, e pronto! Uma reunião não planejada, uma chamada no RH, um skype ou hangouts do chefe… Seu mundo cairá inesperadamente em questão de minutos. Seus planos, sua casa própria, a escola das crianças… tudo isso ficará em xeque. Neste caso não há muito o que fazer, não há estratégia, plano de contingência nem nada que diminua o impacto do fator surpresa da tua demissão.

Entretanto, há a situação onde você, mais sênior e mais esperto, sabe exatamente o que está acontecendo no campo de batalha. Eu diria que em cargos menos operacionais, como analistas, gestão e etc., quase sempre é possível prever com antecedência se você é o próximo da fila para ser mandado embora.

Se você notou que está tocando em alguns dos pontos elencados no post anterior desta série, prepare-se para ser demitido. Eu já fui demitido algumas vezes e já senti na pele este oceano de emoções destrutivas. Seguem aqui meus conselhos, que fizeram toda a diferença nestas horas.

  1. Prepare-se financeiramente para o pior. A vida em geral é um jogo onde estamos abertos para o melhor e devemos estar prontos para o pior. Prometa para si mesmo 3x: vou guardar 20% do meu salário líquido não importa o que aconteça, vou guardar 20% do meu salário líquido não importa o que aconteça, vou guardar 20% do meu salário líquido não importa o que aconteça. Ok? Se você tem um colchão financeiro mínimo, de uns 6 meses a um ano de contas básicas, você já respira em momentos de desemprego que certamente acontecerão não importa quão bem você trabalhe. Ao receber o salário, pegue os 20%, pague-se e depois veja o que fazer com o que sobrar. “Ah, mas as crianças precisam do inglês!” Sinto muito. “Ah, preciso pagar a academia!” Sinto muito. “Estou devendo no cheque especial e financeiramente é mais inteligente pagar a dívida do que guardar dinheiro”. Sinto muito. A lógica é simples. Se você estiver sem emprego, vai conseguir pagar o LIS do Itaú e a escola de inglês da criança? É complicado. Mas a regra é simples. Guardando uma grana para eventualidades (e investindo em qualquer coisa que renda acima da inflação) você estará coberto em algum tempo financeiramente. Quando a caixa d’água financeira crescer para 12 meses, você pode guardar menos que isso. Mas nunca deixe de se pagar. Nunca. Nunca. Nunca. Outro grande motivo para que você tenha este caixa é que com esta segurança psicológica, suas ações não estarão mais dominadas pelo medo da demissão surpresa. O medo é um instrumento de controle poderosíssimo. Os empregadores que exploram emocionalmente seus funcionários adoram colocar medo nos funcionários, pressionando-os através de metas, punições exemplares e coisas do tipo. O medo de perder emprego talvez seja o maior combustível da economia moderna. Porque o dinheiro hoje em dia é que garante nossa subsistência, diferentemente de antigamente, onde a posse de terras produtivas, gado, água e outras riquezas naturais determinavam a qualidade da nossa subsistência. Quando você tem a garantia de ter comida em casa, seu marido ou esposa também trabalha e se você está realmente guardando dinheiro, você está comprando não só tua segurança financeira, mas também, a segurança emocional e energética, que em tempos de crise, podem ser diferenciais competitivos — quem é que teria culhões de assumir riscos, não seguir ordens corporativas cancerígenas ou teria coragem de inventar e criar cosias novas em tempos de crise e medo generalizado? Só os que não têm medo de errar e perder o emprego. Este é o grande ponto. Em resumo: não faça merda com teu dinheiro. Compre o carro que te atenda sem ostentar, more num lugar decente que te atenda, coma a comida que te atenda, mas não ostente, não mostre em redes sociais uma vida que você não pode bancar, não entre em dívidas e parcelamentos desnecessários e tente diminuir teu custo de vida ao máximo. Você não precisa de uma internet de 100Mbits/s. Você não precisa de um iPhone top. Você não precisa colocar seu filho pequeno numa escola particular em que você também tenha que ficar levando até papel higiênico para “ajudar”. Você não precisa de um plano de saúde com quarto particular. Você não precisa de uma academia de 400 reais. Antes de investir em algum curso profissionalizante, procure opções mais baratas na internet. Ao escolher um lugar para morar, considere o custo de vida local e considere a necessidade de usar o carro todos os dias ou não. Considere não ter um carro. Considere usar o Uber. Considere ter apenas um carro. Considere usar bicicleta. Considere comprar roupas melhores, que durarão muito mais. Ao comer em restaurantes, vá onde a comida não é química e onde o preço seja justo. No dia-a-dia, leve comida de casa ou coma em restaurante por-kilo. Não faça merda com teu dinheiro.
  2. Prepare-se para sofrer assédio moral. Provavelmente, quando você estiver para rodar, vão tentar fazer com que você não se sinta mais confortável em sua posição. Neste cenário típico, você geralmente ganha muito bem, tem muito tempo de casa e tão querendo fazer de tudo para você pedir a conta sem ter que te pagar os direitos trabalhistas. As formas de assédio podem de ir de atos sutis como demora para fazer reuniões periódicas de feedback, avaliações neutras do gestor, tratamento igualitário ou frio do gerente… ou pode ir para níveis mais altos de assédio como feedbacks extremamente agressivos sobre erros mínimos, reclamações públicas sobre o teu trabalho, cobranças mais agressivas, sessões de micro-management públicas humilhantes e muito mais. Há também o caso curioso em que o profissional é um cara muito bom de mercado, caro, bem relacionado, competente, mas não serve para a empresa (talvez a empresa seja tão ruim que não consiga entender o que ele diz!). Lembra que falei que certas empresas também tem alguns elementos de sadismo e trabalham em cima do medo dos seus funcionários para tentar ganhar mais lucro a menores salários? Pois bem, no caso de ter um funcionário muito bom (para o mercado) que queiram mandar embora, a coisa não funciona assim. Este tipo de cara não tem medo de ser mandado embora, tem contatos e consegue emprego com possível rapidez. O que faz este tipo de cara sair da empresa? Ausência de crescimento / desafios ou encheção de saco. A forma para assediar certos tipos de profissionais (no caso de TI, que conheço bem) é colocando-os em projetos que são insuportáveis, como manutenção de sistemas cheios de procedures, migração de delphi para .net, clientes insuportáveis estragando o processo, etc… Ou então, mapeamento de processos que dependam de pessoas que não tão afim de passar informação, que ficam em outros prédios e coisas assim. Ou melhor: é possível assediar este cara forçando-o a viajar, a ficar até mais tarde e tudo mais. Ao trabalhar com o senso de responsabilidade e ética deste tipo de profissional que a empresa deseja se livrar, é possível chegar a níveis incríveis de assédio. Prazos urgentes, equipe desmoralizada, falso crescimento (ex: assumir uma equipe de fracassados para tocar um projeto complexo)… Estas formas de assédio são complicadas e quase sempre funcionam. Poucas pessoas estão dispostas a aceitar este tipo de humilhação. Para lidar com isso, sinceramente, ovos vão se quebrar —o futuro na empresa estará em xeque, teus projetos de carreira acabarão e cedo ou tarde você cairá. Mas até que isso aconteça, erga a cabeça, assuma o controle da situação e não se deixe contaminar pelas energias destrutivas da situação. Faça as coisas do seu jeito. No seu ritmo. Tente não aceitar tudo o que acontece. E principalmente, atualize seu currículo, seus contatos e saia se encontrar algo melhor. Por mais que seja interessante ser demitido quando se trabalha como CLT, a saúde vem em primeiro lugar. Se for difícil conseguir emprego, se não houver opções, se não tiver como, não sei o que indicar a não ser, aumentar sua força interior, buscar terapia e ajuda. Esta situação é desesperadora e eu já vi gente pedir a conta para ficar em casa pro causa do assédio. O que posso tentar dizer é que vale a pena sempre recolher provas, prints e quaisquer evidências que possam provar que houve assédio moral na empresa. Também recomendo ter algum tipo de alento espiritual porque não é fácil suportar tamanha prova. Eu vivenciei isso e quase fiquei doente de verdade devido ao assédio. É incrível notar como há pessoas más no mundo. É incrível ver que ninguém se importa com sua vida, saúde, filhos, contas para pagar ou dívidas. Querem o seu mal por puro sadismo — você pode ser uma ameaça no caminho de alguém ou conforme eu disse no post passado, você pode ter outros motivos para estar na mira do canhão. Seja forte e lembre-se sempre de sua reserva financeira e dos seus amigos de verdade. Não apele para cerveja, drogas, comportamentos destrutivos e tente não descontar na sua família. Quando bater aquela bad, fique na rua mais um pouco. Ande pelas ruas. Saia com amigos. Converse com pessoas de fora sobre o que está vivendo. Desabafe. Só entre na sua casa se você estiver de boa. Se não for possível, fique no banho uns 20 ou 30 minutos, assista seriados e descontraia. Nunca desconte seus ódios na sua família. Nunca. Nunca chegue bêbado, triste e frustrado e arrume briga com seus familiares. Eles não têm culpa de nada.
  3. Prepare-se para ser ignorado. Quando as pessoas te veem como carta fora do baralho, quando veem que você não tem mais moral na quebrada, quando veem que você está no banco de reservas, você será isolado, tratado como lixo e sequer o estagiário vai te dar moral. Ninguém te perguntará nada, sua opinião não contará em nada, suas ideias para resolver problemas serão ignoradas e possivelmente nem os teus subordinados te darão mais ouvidos ao que você disser. É incrível, mas todo mundo sabe, instintivamente, quem está na fila para rodar. Aprenda a mapear o campo de batalha e saiba para onde estão atirando as flechas. Fique esperto com tudo. Note quem te chama para almoçar, quem conversa com você no café e tente ouvir o que se comenta nos corredores e mesas. Almoços solitários, ideias ignoradas, frieza dos gestores e equipe, risadas e piadas secretas, churrascos secretos, happy-hour que você descobre pelo facebook. Ou então, e-mails que você recebe por engano sobre projetos que estão em andamento há algum tempo e você não sabia (já que foi tirado de cópia de propósito), uma pessoa da sua equipe assumindo projetos sem você saber ou então, como aconteceu comigo, um cara que estava abaixo de mim foi colocado em uma reunião de algo que era minha atribuição na minha frente, sendo que eu fui chamado para a reunião!!! Estas formas de assédio são muito tristes e eu vivenciei isto pessoalmente. Eu sofri muito com isso. E eu precisei de muita força, como disse acima, porque ninguém nasce para sofrer. Nós, profissionais éticos, queremos apenas ter um grana, transar em paz e comer alguma coisa boa de vez em quando. Mas infelizmente, não tem jeito: há tantos covardes querendo o nosso emprego, querendo nos tirar do caminho ou querendo ver o próprio lado que o ato de tentar não jogar o jogo corporativo é praticamente um tiro no pé. E na prática, ler o campo de batalha, prever o movimento dos inimigos e ter perspicácia para dar os próximos passos corretos pode ser a grande diferença entre sobreviver em um emprego, conseguir outro a tempo ou amargar um grande período de desemprego inesperado. Conheci várias pessoas que sofreram muitas formas de assédio, mas este tipo de assunto vou desenvolver em outro post, porque o assédio não acontece só em caso de demissão, mas sim, em casos onde se quer tirar tudo do funcionário em termos de produtividade.
  4. Vão colocar alguém para absorver seu conhecimento. Esta forma de assédio é um grande clássico e pode acontecer de várias formas. Por exemplo, a sua empresa pode estar usando uma outra empresa para eliminar a sua área e terceirizar os serviços. Neste caso, provavelmente vão colocar analistas simpáticos com vocês, vão pedir tua opinião sobre tudo, sobre o que deve melhorar, você dará milhares de ideias e pronto! — você rodará depois de um ano, quando der certo a implantação do sistema. E isso doerá muito mais, porque você terá participado de reuniões, terá se sentido importante, terá doado energia para algo que acreditava ser bacana, terá até mesmo alcançado metas e PLR por causa da colaboração e muito mais. Mas infelizmente, a coisa são cruéis no campo de batalha. Nenhuma empresa tem dó de mandar embora. Quanto menos funcionários, melhor. E para isso, o caminho da automação dos sistemas é uma das melhores formas. Na crise geralmente há muitos projetos de TI aparecendo, porque as empresas acabam vendo uma chance de reduzir custo operacional com melhorias e ampliações de sistemas. Nós, da área de TI, estamos sendo beneficiados por esta “quarta revolução industrial” que é a crescente informatização do trabalho. E o custo disso? Como todas as outras revoluções, é a demissão de pessoas que não são importantes para o “core business”. Logo, você pode estar ajudando a se demitir ao ensinar seu business para alguém. Não sei como evitar isso. Mas se puder não colaborar com isso, agradeço. Tente dificultar os testes. Tente complicar as especificações. Tente embaçar os processos. Seja cusão. O mesmo vale para quando colocam um filho da puta animado para aprender seu ofício. Não tem nada mais insuportável do que ter um cara tentando aprender como você fazer o cálculo da folha de pagamento, como você digita coisas no excel, como você faz seus esquemas em Dataflex ou como você incrivelmente sabe onde está dando bug no sistema enorme feito em VB, WebForms e recheado de procs. Caso queira manter teu poder, tua virtual importância, nunca ensine uma pessoa nova como funciona o sistema, como debugar, como achar as coisas e etc. Conhecimento é poder e é algo que você conquistou com muito suor, aguentando trabalhar na merda do projeto por vários anos. Caso você tenha aprendido a lição e tenha a intenção de ver apenas o teu lado, seja um filho da puta, um rato corporativo e evite facilitar a sua própria demissão. O sonho de todos os empregadores é ter uma equipe com o conhecimento relativamente nivelado nos diversos sistemas e processos, sem criar dependências muito fortes em algumas pessoas. E isso significa que você tem que passar o conhecimento para ser menos importante. Não caia nesses discursos de que “segurar conhecimento é coisa de cusão”, que “se você passar o conhecimento você subirá”, “forme seu sucessor” e etc. Não caia nessa caso você queira ficar mais tempo em um CLT decente. Não seja brother com a empresa e cusão consigo mesmo. Eu vivenciei como isso funciona. Eu dependi, em várias oportunidades, do conhecimento de programadores que estavam há muito tempo na empresa. Nunca consegui sugar informações suficientes. Nunca teve um maldito cara que me abriu o código, debugou comigo, explicou comigo, mostrou alguma documentação clara e fácil e na prática, sempre tive que correr atrás sozinho. Às vezes deu certo, mas às vezes não. E eu morri de raiva quando não tive como atuar. Mas eu entendi, depois de anos e anos no rolê, que eles estavam corretos consigo mesmos! Todos estes caras ainda estão nos mesmos empregos, com vidas estáveis, ganhando bem e eu, de certa forma, tive uma vida bem menos estável, com várias mudanças de emprego, mas consegui, em troca de toda esta dor, aprender muito mais e chegar à maturidade técnica muito antes do normal — que sorte. Eu nunca segurei o conhecimento. Nunca. Passei tudo para todo mundo, assegurando a total compreensão do projeto. Sempre ajudei todo mundo. E do que adiantou? Nada. Ao entregar o projeto, com conhecimento passado, código claro, logs explícitos e simplicidade ao programar, eu acabei não sendo mais tão necessário — com as pedras do caminho removidas, qualquer pessoa pôde continuar meu legado. E quando precisei voltar a estas empresas, ouvi frases como “cara, não conseguimos bancar tua grana mas você é um cara muito bom”, “o joãozinho que entrou depois de você é muito bom, porque ele está tocando o projeto sozinho e conseguiu implantar em mais alguns clientes” e por aí vai. É foda. Um trabalho bem-feito é quase um desserviço à tua empregabilidade presente ou futura. Se puder complicar, se puder fazer mal feito, se puder deixar o código uma bosta e se puder atuar em um sistema crítico e que não possa ser migrado, seu emprego estará garantido. Não caia nessa babaquice de criar projetos de software que funcionem e sejam fáceis de manter — a única coisa que importa manter é o emprego. O que importa é garantir seu poder. Garantir tua importância. Garantir tua CLT, tua PLR, teu plano de saúde e pagar tuas contas e teus sonhos. Programar bem é só um requisito para conseguir sobreviver nos primeiros anos na empresa, para conseguir uma nova vaga e eventualmente, para atuar em projetos como PJ, o que não vale a pena hoje em dia.
  5. Pode haver uma vaga aberta para o seu cargo. Nunca deixe de observar o mercado. Analise todas as vagas de emprego da sua área de tempos em tempos. Use o LinkedIn para sondar quais vagas o pessoal do RH da tua empresa está divulgado. Analise os requisitos. E ligue o alerta vermelho quando vir tua vaga anunciada. Este é um sinal muito claro que tua hora está chegando, o que pode ser bom ou ruim dependendo das circunstâncias. De qualquer forma a sensação de humilhação aumentará bastante ao ver tua própria vaga ser anunciada. Não se abale. Seja forte. Seja superior a mais esta forma de assédio.

Quando chegar o grande dia da sua demissão, você pressentirá. Tenha calma. Prepare um discurso. Imagine-se livre. Tenha uma postura de vencedor. Não fique triste. Não chore. Não demonstre fraqueza. Faça um e-mail de despedida sereno. Mande os devidos recados nas conversas de corredor. Nunca deixe de tirar aquele sorriso irritante da boca. Nada como blefar dizendo que já tem alguma coisa encaminhada como uma pousada em algum canto, uma café a ser aberto em outro canto e etc... Dê conselhos sábios dizendo para fazerem como você, que em situações de demissão já tem um bom dinheiro guardado. Mande o recado dizendo que você já estava totalmente prevenido para este dia. Veja-se empreendendo ou trabalhando em outro lugar. Imagine que você mudou de cliente e que agora você trabalhará alocado em outro cliente. Efetivamente, esqueça o conceito de emprego, carreira, crescimento e etc. Assuma que não existe mais emprego. No máximo, há uma alocação. Aja como uma guerreira ou um guerreiro. Seja forte. O impacto emocional de uma demissão é enorme, mas o impacto emocional de sair humilhado da empresa é muito maior. Ao sair com a cabeça erguida, os opressores que se alimentam de energia do sofrimento perderão o banquete que teriam. É como um escravo não se importar com a dor de ser chicoteado e dar risada. Use esta técnica e nunca mais se esquecerão de você. Eu fiz isso pessoalmente. E até hoje me sinto satisfeito por ter tido uma postura de vencedor, no meu último dia de trabalho. Não há nada mais recompensador do que sair como homem, morto de pé, como um verdadeiro cavaleiro, honrado, ético e forte. Se você é um dos grandes profissionais que restam neste país, você sofrerá muito, como todos nós sofremos em todos estes anos. E não haverá missões fáceis para nós no futuro.

Se você ainda é como eu, que não segura o conhecimento, não impede o crescimento dos membros da equipe, se ajuda os outros a entender o business, etc… pode até ser que aquele CLT e aquela empresa “boa” não te queira mais. Mas você faz parte de um seleto grupo de profissionais são um ponto de luz neste mundo. E essa luz do mundo não pode ser apagada. Cedo ou tarde você encontrará teu lugar no mundo. Trabalhará com pessoas legais, que ajudam em tudo, que colaboram entre si, que pedem tua ajuda, que ouvem tua voz e que querem fazer um trabalho legal. E vivenciar esta experiência leva à plenitude. À felicidade no trabalho. Ao verdadeiro crescimento com profissional e como pessoa. Acredito que as pessoas boas sempre têm uma vida mais plena. E espero que você, como eu, também consiga isso.

Acho que é isso. Grande abraço e espero que tenham gostado ;)

Se quiserem falar comigo, meu e-mail é: programadorsincero@yahoo.com.br.

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