Pelo mundo, por outro mundo

Eduarda Toledo
AGEX
Published in
3 min readMar 26, 2019

Os motivos que levam os jovens a optarem pelo intercâmbio e os impactos dessa experiência em suas vidas.

193 países, seis continentes e um globo. Apesar da imensidão desses números, o mapa mundi tem parecido cada vez menor. A culpada disso é a globalização. Ela tem provocado um processo de aproximação cultural, social, política e econômica entre países do mundo todo. E é esta realidade que tem incentivado muitos jovens a fazer intercâmbio.

A possibilidade de estudar no exterior mexe com qualquer um, ainda mais com quem está cursando a graduação. Não é à toa que a maioria das universidades possui um programa de relações internacionais e parcerias com instituições de outros países. Normalmente, o primeiro incentivo dos estudantes é a busca profissional, mas com o tempo eles percebem que o impacto dessa experiência em suas vidas é algo muito mais profundo, como explica a assessora de relações internacionais da Ulbra, Andréia Athaydes.

Estão abertas as inscrições para a seleção de bolsas Ibero-Americanas do Santander. Para participar do intercâmbio estudantil é necessário que o aluno esteja vinculado aos cursos de graduação da Ulbra. São oferecidas quatro bolsas-auxílio com o valor de 3 mil euros cada uma. Para mais informações clique aqui.

Saindo do ninho e aprendendo a voar

“Quais os benefícios de fazer intercâmbio?”, foi a pergunta direcionada a Athaydes e uma das primeiras respostas foi: “ele faz com que tu aprenda a viver sozinho”. Palavras simples, mas que traduzem o medo que muitos estudantes têm de deixar o ninho e viver suas próprias experiências.

Segundo a assessora e professora da Universidade, quando o jovem está entre a família, a tendência é que ele não seja um protagonista, mas deixe que o responsável pela casa tome as decisões. No intercâmbio, essa estrutura vai embora e isso acelera o processo de amadurecimento. “É aquele período sabático em que a pessoa descobre quem ela realmente é, pois quando estamos na nossa zona de conforto não temos tempo para pensar nisso e lá não, lá você sai de evidência e aprende a conviver com si mesmo”, afirma. Athaydes também destaca que a experiência de estar inserido em uma nova cultura faz com que o aluno reconheça aquilo em que é bom e, ao mesmo tempo, veja onde pode melhorar. “É uma questão de observar a experiência dos outros e perceber que as coisas podem ser feitas de um modo diferente, uma verdadeira dicotomia entre humildade e empoderamento”,conclui.

Nova terra, nova forma de olhar

Em um segundo momento, Athaydes também falou do impacto que viver em outro lugar traz para a consolidação do caráter. Segundo ela, o intercâmbio faz com que a pessoa aprenda a ser tolerante. “Aqui tudo é diferente, então significa que eu também tenho que ter um pensamento e uma postura diferente da que eu tinha em meu país”, exemplifica.

A professora explica que, durante o processo, o jovem vai aprendendo que não existe o certo e o errado, claro, com exceções éticas e humanitárias. Para ela, é essencial chegar lá com o olhar aberto, entendendo que aquele costume é apenas uma forma diferente de lidar com a mesma coisa. “Ir disposto a entender isso é dar espaço para trabalhar a questão da tolerância, pois as culturas são reflexo das coisas que aconteceram no passado.”, explica a professora.

Além disso, o intercâmbio também ajuda a expandir o processo criativo. O aluno aprende formas diferentes de fazer a mesma coisa e, durante o tempo que estiver lá, certamente irá descobrir mais sobre a história daquele lugar. “Estar em contato direto com uma nova cultura faz com que a pessoa fique com o olhar aguçado e a tendência é que ela observe cada pequeno detalhe, afinal aquele é um mundo novo.”, observa Athaydes. Por fim, a professora falou da importância das experiências que vão ser adquiridas. “Entendo que muitos vão pela questão profissional, mas atualizações técnicas ocorrem a todo o momento, porém o que ele irá viver lá ficará para sempre.”, concluiu.

Conheça a história de quatro estudantes que deixaram o ninho e foram em busca de novas aventuras através do intercâmbio:

Uma futura biomédica na Espanha | Descubra a história de Emanuelle Sistherenn Caminski

Um futuro biólogo no Chile | Descubra a história de Ben Hur Graboski Pinheiro

Uma futura arquiteta na Espanha | Descubra a história de Gabriela Bueno Souza

Uma futura veterinária na Espanha | Descubra a história de Simone Stefani Miranda

--

--