Receitas da Revista Salsaparrilha — Edição de Junho 2016

A gerência
Revista Salsaparrilha
Sent as a

Newsletter

5 min readJul 1, 2016
“La novia que se espanta de ver la vida abierta”, de Frida Kahlo (1943)

Receitas anteriores: abril/2016março/2016

Saudações a todos.

Para ajudá-los a se recuperar das fortes emoções, dos fortes licores e do milho cozido do último bimestre, nossas receitas deste mês incluem um clássico americano servido com uma dose forte de rum, a releitura de um prato da casa, uma sobremesa simples porém sofisticada, além de vários quitutes para beliscar por aí.

Spoilers e cultura pop: uma outra visão sobre o tema: Neste breve complemento a um de nossos artigos mais populares, uma olhada na importância dos spoilers para a cultura pop e uma defesa da preservação das surpresas das narratrivas. Dizer mais seria “spoilear” o texto. Por Tiago Ramos.

Mambo para Orson Welles e orquestra: O diretor está sempre certo? Orson Welles, o diretor, queria seu filme com pouca música. O estúdio não estava nem aí para Welles e mandou Henry Mancini fazer um tema para a abertura de A Marca da Maldade (nº 57 na lista de melhores de todos os tempos da revista Sight and Sound) assim mesmo. Conheça ou revisite um raro caso em que um casamento forçado produziu um momento mágico do cinema. Solta o mambo, maestro. Por Maurício Sellmann.

Sexo, mentiras e videogame: A narrativa estilhaçada de Her Story: Uma mulher, filmada na sala de interrogatórios de uma delegacia qualquer, explica para a câmera fixa sua relação com um crime. Se a premissa já não parece muito estimulante para, digamos, um filme, procure imaginar quão entediante ela seria se convertida em um game. No premiado Her Story, porém, esta é apenas uma dentre muitas expectativas subvertidas em um inovador experimento narrativo no qual o jogador-detetive se confunde com o próprio autor de uma história despedaçada — como a vida dos personagens que fazem parte dela. Por Tiago Ramos.

Abaixo, algumas iguarias que degustamos nestes dois meses. São dicas de lamber os dedos.

Macbeth: Depois do filme de Justin Kurzel, que tal uma visita ao teatro? E não é qualquer palco não: a versão de Giuseppe Verdi para a tragédia de Shakespeare, em cartaz na Ópera Estadual de Viena, é uma experiência única. Como se não bastasse o ambiente belíssimo, o espetáculo ainda conta com um esperto jogo de sombras e intérpretes com vozes de arrepiar o sangue. De lambuja, legendas em diversos idiomas e turistas pagando mico de todas as formas possíveis. Se você está pensando em aproveitar a recente desvalorização do Euro para passar as férias na Europa, não poderá escolher programa melhor. (TR)

O Esplendor (Draco): Em Aphriké, não há escuridão. Seis sóis se revezam sobre o planeta, cujos hemisférios marcam também uma divisão social. Seus habitantes, altos, sem pelos e de pele negra — que funciona como bateria solar — recusam-se a acreditar na possibilidade de escuridão. Porém, ela virá, trazendo loucura e destruição, a não ser que duas aberrações peludas e de olhos claros consigam convencer uma sociedade inteira a rever seus conceitos. Pegando emprestado o ponto de partida de No Cair da Noite, o clássico conto de Issac Asimov, Alexey Dodsworth cria, em seu segundo romance, uma eletrizante narrativa que transita sem dificuldades entre a ficção científica hard e a discussão de grandes ideias, como fé e razão. E, por meio de sua narradora, mostra que nunca se deve subestimar um historiador — ou a própria História. (MS)

Seedless (Image Comics): O quadrinista Corey S. Lewis (Sharknife) deve ter seus 30 anos de idade. Mas suas HQs mais parecem feitas por uma criança com TDAH viciada em crack. Como esta webcomic sobre um quarteto de uvas superpoderosas vindas do espaço para combater um de seus pares, o vilão imperialista Crazy. Além de uma paródia do Vegita de Dragon Ball Z, a uva renegada chamada… Fajita. Seedless é, sem dúvida, o trabalho mais cru do autor: mal-escrito, mal-desenhado e incoerente. Mas a vibrante combinação de ideias absurdas, referências geek e humor demente torna a coisa irresistível. A melhor parte? Dá para ler tudo de graça online. (TR)

Nossa newsletter volta em breve. Até lá, não custa nada lembrar: você pode seguir a nossa publicação própria, a Revista Salsaparrilha, aqui mesmo no Medium. Além disso, fique à vontade para bater um papo conosco através do e-mail revistasalsaparrilha@gmail.com, via Twitter ou Facebook. Bon appétit!

--

--