Ilustração de um escritório com uma lousa, onde está escrito "UX Writing". À direita da lousa, um homem ruivo de camisa verde sorrindo e apontando para a escrita. Sobre a mesa uma caneca de café e um notebook em chamada de vídeo com a uma mulher negra de camiseta verde falando.

Nossos primeiros passos após a formalização do papel de UX Writer

Andressa Bandeira
SicrediDesign
6 min readApr 11, 2022

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UX Writing é um tema que vem ganhando cada vez mais visibilidade e importância nas empresas, e não podia ser diferente aqui no Sicredi. Nesse artigo, vou falar um pouquinho sobre os primeiros passos depois que formalizamos esse assunto dentro da chapter de UX.

Mas antes de falar sobre esse papel, preciso falar sobre como o tema surgiu aqui no Sicredi, enquanto não tínhamos alguém que “vestisse a camisa” de UX Writer.

Entregar uma boa experiência através do conteúdo estava se tornando um desafio crescente para os times de design, o que impacta diretamente na consistência dos produtos, principalmente porque não existem padrões definidos ou referências para serem consultadas.

Ilustração de uma mesa de reunião rodeada por cinco pessoas. Dois homens e uma mulher em pé e duas mulheres sentadas. Todos estão conversando. Duas pessoas com tablet e notebook nas mãos e uma pessoa com uma caneca de café.

Nosso primeiro movimento

Diante dessa necessidade, enquanto o time de design ainda se estruturava como chapter, tema abordado nesse artigo, foi iniciada a guilda de Writing, um grupo formado por 5 pessoas entusiastas pelo tema para dar o pontapé inicial na estrutura que precisávamos.

Esse grupo se reunia um dia por semana para discutir as principais dores dos times de design em relação ao tema, e como atuar para apoiar esses times na missão de entregar um conteúdo mais acessível e prático.

Foi realizado um trabalho de mapeamento das dores dos times, processamento dos dados levantados e priorização de tarefas. Nos encontros que seguiram, foi elaborada uma proposta de solução inicial de documentação dos padrões e boas práticas que já vinham sendo aplicadas pelos times. Permitindo, assim, começar pela utilização de algo que já era familiar e de uso recorrente nas interfaces.

Mas o desafio ainda era muito grande para continuar sendo tratado em uma guilda, com pessoas que também atuavam em times de produtos. Foi aí que identificaram a necessidade de trazer uma pessoa específica para se responsabilizar por esse assunto dentro da chapter, que atuasse em todos os times, e que contribuísse de forma dedicada ao tema.

Ilustração de um tablet na horizontal com a tela verde e 3 aviões de papel voando sobre o tablet.

A oficialização do papel

Desta forma, foi aberto um processo seletivo interno com a finalidade de encontrar a pessoa ideal para essa função. Vale ressaltar que a vaga não tinha como pré-requisito uma ampla experiência nesse papel, pois o time entendia como mais importante ter alguém que conhecesse o propósito e o jeito do Sicredi, e formar essa pessoa internamente para desempenhar esse papel.

Eu me candidatei, passei pelas etapas do processo e fiquei muito feliz quando fui selecionada para esse desafio. Encarei como uma chance de desenvolvimento profissional.

Os primeiros 5 meses como UX Writer

Eu atuava como UX Designer no time do nosso chatbot há mais de 3 anos (inclusive, já falei sobre isso nesse artigo). As técnicas de escrita digital sempre chamaram a minha atenção, mesmo quando eu ainda nem sabia da existência de UX Writing.

Migrar para Writing em um time de DesingOps foi uma grande oportunidade, mas ainda era algo novo para mim, então precisei me readaptar, explorar e estudar (muito!).

- Entendendo as expectativas do Sicredi

Assim que assumi oficialmente esse papel, tive algumas conversas com a minha liderança e com a pessoa representante da guilda de Writing, para entender a visão que essas pessoas tinham sobre o tema e como eu poderia começar a atuar.

- Aprendendo como outras empresas trabalham

Em uma dessas conversas, surgiu a ideia de fazer um benchmarking com profissionais de empresas que já tinham essa área bem estruturada, com a finalidade de entender os caminhos percorridos, erros e acertos.

Fiquei muito animada com a ideia e fomos em busca de pessoas que pudessem contribuir com esse aprendizado. Através do LinkedIn, entramos em contato com algumas pessoas referência na área que, prontamente, toparam o papo.

Conversamos com a Mariane Lorente, a Lory Nakahara, o Lucas Schutz e a Cristina Luckner. Foi um momento muito rico, onde foi possível visualizar de forma clara os nossos objetivos e obstáculos, além de conhecer um pouco mais sobre a estrutura dos times de Writing dentro dessas empresas.

Imagem composta por 4 fotos de reuniões on-line feitas com profissionais de writing que já atuam no mercado. Essa conjunção de imagens contém 8 pessoas, sendo 5 mulheres e 3 homens. Todos estão sorrindo.
Imagens das reuniões on-line de benchmarking

- Entendendo as necessidades e dores da chapter de design

Com a visão mais clara e entendimento maior sobre o mundo de Writing e do que poderia ser aplicado dentro do Sicredi, fui ouvir o que o time de design esperava do meu apoio.

Fiz um formulário on-line de pesquisa com algumas perguntas breves, que serviram como um termômetro de priorização, para entender por onde começar.

Abaixo estão as perguntas usadas no formulário que disponibilizei na chapter de UX:

  • Qual seu nome e produto em que trabalha?
  • O que você sente falta quando vai criar os textos em alguma tela?
  • Como uma documentação de escrita e padrões de linguagem poderia auxiliar você no seu trabalho?
  • Pensando na disponibilização de uma documentação com padrões de escrita, na sua opinião, o que não poderia faltar?
  • Conhece alguma documentação de escrita ou referência no assunto que você curtiu disponível no mercado? Se sim, compartilha com a gente! ☺

- Definindo o primeiro entregável

Com as respostas obtidas, foi possível perceber a necessidade da chapter de UX em relação a UX Writing e o nível de importância que viam em ter um documento com padrões de escrita.

Com isso, em conjunto com a minha liderança, definimos que esse seria o nosso ponto de partida.

Tendo em vista que na época já estávamos com mais de 50 designers, o desenvolvimento de um guia de escrita traria um ganho de escala eficiente, pois, assim, cada designer teria uma orientação básica para criar textos alinhados ao tom e voz da empresa, e eu poderia atuar em tarefas mais estratégicas e de maior profundidade.

Ah! Mas o desenvolvimento do guia de escrita é um tópico para outro artigo que em breve sai do forno. :)

Junto com a disponibilização do guia de escrita, montei um processo de Writing que serviria para os times de design saberem quando e como me acionar para apoio nos textos, caso apenas o guia de escrita não conseguisse apoiar.

Usei como base o processo da Loggi e disponibilizei no Figma alguns cards que as pessoas designers podiam preencher, de acordo com a sua necessidade e nível de complexidade para validação.

Nesses cards, incluí algumas informações que precisavam ser preenchidas, como nome, link do protótipo, o que precisa ser validado no texto, data ideal de retorno e jobstory, que aliás, tem ajudado muito para o entendimento da jornada, porque nunca é só uma “telinha”. ;)

Tabela representativa do fluxo de writing criado no Sicredi. A tabela é composta por 4 colunas com o nível de dificuldade para validação textual (validação simples, funcionalidade complexa, funcionalidade nova e não faz ideia). Cada coluna possui 4 linhas que explicam cada etapa que direcionam o profissional a solicitar ajuda conforme sua dificuldade.

Quando apresentei esse processo para a chapter, deixei claro que é algo vivo. O intuito é explorar o funcionamento e ajustar sempre que necessário. E até agora está funcionando!

"Quando soube que teríamos alguém de UX Writing eu fiquei muito feliz, porque eu sei a importância que o conteúdo tem e o impacto que ele causa no nosso trabalho como UX Designer, e se tratando da escrita, eu me sinto um pouco insegura, me considero uma pessoa redundante quando preciso pensar na experiência e estratégia dos textos da interface para os usuários.

Quando peço a ajuda da Andressa, ela traz o olhar não só pensando na experiência de quem vai ler aqueles textos, mas também na parte estratégica e no impacto que os textos causam, pensando além, trazendo questões de padrões e diretrizes alinhadas ao posicionamento e o tom de voz do Sicredi." Tamires Melo, UX Designer.

Eu sou a Andressa Bandeira, UX Writer no Sicredi. Me conta nos comentários como é a organização do time de Writing na sua empresa, vou adorar conhecer. Ah! Também fique à vontade para me chamar no LinkedIn e trocar uma ideia sobre esse processo todo. Vai ser um prazer contribuir!

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Andressa Bandeira
SicrediDesign

Content designer no Sicredi e professora da disciplina de UX Writing na PUCRS.