Inception: as dinâmicas de início de trimestre da tribo B2C

Os squads B2C da Quero Educação se reuniram com os stakeholders para gerar insights e pensar em novos cenários

Quero Educação
Tech at Quero
7 min readJun 4, 2020

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Apesar da foto de parte da tribo B2C, as dinâmicas foram realizadas online

Com o objetivo de sermos ágeis de verdade e otimizarmos o tempo de criação de novas features, passamos uma semana nos reunindo com os interessados em nossos produtos para alinhamento dos reais desafios do time. Chamada de “Lean Inception”, normalmente ela dura uma semana. Mesmo com dinâmicas feitas de maneira mais simplificadas (de quatro a cinco horas), a Inception ainda pode resultar em novas ideias de produto e também em maior autonomia dos squads.

Diante de diversos desafios para o trimestre da crise do covid-19, foi necessário escolher quais desafios atacar para continuar desenvolvendo produtos para os alunos. Além de reunirmos os colaboradores interessados fora do time de tech, também juntamos os dados dos problemas que queríamos resolver.

Listamos abaixo, portanto, quais foram as dinâmicas que criamos para a Inception, que, com os resultados positivos, entrou para a rotina da tribo B2C da Quero Educação.

Antes de tudo, o contexto

Primeiramente, pensamos em criar essas dinâmicas porque queríamos ser ágeis. Temos a consciência que muitas vezes as empresas de tecnologia não conseguem seguir a metodologia em sua plenitude. Ao tentarmos ser ágeis ao extremo, acabamos por colocar o código no ar “a todo custo” sem direcionamento algum.

Para evitar os resultados negativos disso, vale lembrar as etapas do contexto ágil:

1. Definição de um senso de direção inicial.

2. Lançamento do MVP.

3. Aprendizados rápidos e contínuos.

A Inception faz parte dessa primeira etapa do processo, é um momento que devemos entender os resultados esperados para planejar nossas ações, que, por sua vez, vão gerar esses resultados. Essas dinâmicas devem durar um curto espaço de tempo, quando paramos para “afiar o machado”, alinhar tudo com os stakeholders e, por fim, colocar a mão na massa.

Os objetivos, em detalhes

As dinâmicas da Inception têm basicamente três objetivos:

  1. Alinhar os envolvidos com os desafios do time:

Os envolvidos são todos que possuem contato com o time, os stakeholders, os colaboradores que possam ter opiniões que agregam ao produto, a equipe técnica (Engenharia, Produto, Design, Data Science). Convidamos também time de Relacionamento da Quero Educação, que tem contato direto com os alunos, e a diretoria de B2C.

Deixar todos na mesma página é um grande passo para a boa execução das sprints que acontecerão em seguida, além da transparência e estabelecimento de comunicação com os stakeholders em todo o processo de desenvolvimento — não só no final do projeto.

2. Gerar insights e ideias para o time de produto

Os momentos de divergências são tão importantes quanto os momentos de convergências. Quando você ouve outras ideias que não estava no seu radar, você acaba gerando novos insights que poderão se transformar em ideias para o time de produto.

3. Habilitar a autonomia do squad

A partir do alinhamento de objetivos no início do trimestre, ganhamos autonomia já que teremos os insumos para iniciar o trabalho e para a tomada de decisão para atingir os resultados esperados.

Etapa 1 da Inception: Levantamento de certezas, suposições e dúvidas

Este é o momento de divergência com a finalidade de colocar todas as ideias na mesa — sejam elas certezas, suposições ou dúvidas — acerca do projeto que os participantes tenham. Quando há 20 pessoas discutindo sobre um assunto, cada uma tem uma ideia diferente sobre o projeto. É o momento das ideias serem colocadas frente a frente com o fim de ampliar o horizonte de cada um dos participantes.

Exemplo de painel CSD

Para esta etapa, utilizamos como ferramenta o painel CSD (Certeza, Suposições e Dúvidas), muito utilizada no processo de Product Discovery. Além dele, também utilizamos o Miro, Sheets e Zoom como ferramentas auxiliares, pois adotamos o formato remoto das dinâmicas para continuar viabilizando a Inception em momentos como esse, de distanciamento social devido à pandemia.

Em painéis temáticos com participação individual e em grupo, o objetivo da etapa é entender o público que gostaríamos de impactar, qual a visão que as pessoas têm em relação aos nossos produtos e a visão que elas tinham em relação ao MVP.

No final das contas, queremos promover a discussão com o fim de interação e uma visão ampliada do canvas e de todas as divisões do projeto.

Etapa 2 da Inception: O que é o produto?

Este é o momento de convergência para todos ficarem na mesma página. Uma vez que todos estão alinhados quanto aos objetivos, conseguimos caminhar para o início da resolução dos problemas. Assim, definimos, o que é o projeto, o que não é, o que ele faz e o que não faz.

Exemplo de matriz “é, não é, faz e não faz”

Para esta etapa, utilizamos a matriz “é, não é, faz e não faz para entender”, em grupo. O objetivo era definir melhor o escopo do projeto, já que, tão importante quanto entender o que ele é, faz ou pode fazer, é entender seus limites. Assim, podemos garantir o foco necessário para atingir o objetivo.

Com o alinhamento das expectativas, podemos partir, enfim, para a etapa final da Inception.

Etapa 3 da Inception: Definição dos fatores de sucesso

Chegou o momento de avaliar as oportunidades e definir quais são os drivers dos times. Para isso, convidamos os participantes a responder a 4 perguntas:

Objective: Quais são os objetivos do negócio?

Key results: Como saberemos se tivemos sucesso? Quais são as métricas que vamos usar pra saber se atingimos aqueles objetivos?

Customer problem: Qual problema dos nossos usuários será resolvido?

Target market: Em qual tipo de usuário vamos ajudar?

Participação de integrantes do time, como os guias do aluno, é importante na dinâmica

No primeiro momento, as pessoas respondem individualmente essas perguntas de acordo com seu entendimento até aquele ponto. Em seguida, fazemos o mesmo em grupo para que todos juntassem suas propostas entre eles. Por fim, no geral, as pessoas votam nas respostas de todos os grupos, o que define o texto base para a rodada final. Nessa última etapa, então, com base no texto base, os grupos podem cocriar mais uma vez para lapidar as respostas mais próximas do ideal.

Resultados positivos da Inception

Entre os inúmeros ganhos com as dinâmicas de início de trimestre, podemos claramente destacar algumas delas que se justificam para torná-la uma prática comum das tribos da Quero Educação:

Clareza:

Todos os envolvidos entendem o projeto, quais são seus objetivos, quem é seu público, qual problema se propõe a resolver e quais métricas definem seu sucesso.

Cocriação:

Com a oportunidade de entrar em contato com diferentes pontos de vista e com a diversidade de opiniões, conseguimos construir objetivos que podem ser que não eram esperados de início.

Na Inception, a Engenharia participa da parte estratégica do Produto

Além disso, a Inception promove um ambiente democrático, ou seja, todas as disciplinas do squad têm a oportunidade de ter o mesmo poder de influência na hora de traçar a estratégia, causando um entendimento global na hora que cada um for assumir sua task.

Por exemplo, há a oportunidade de desconstruir a falsa impressão de que o desenvolvedor só coda e de provar que é imprescindível trazer o time de Engenharia na concepção do planejamento. O resultado disso é a eficiência no momento de execução do produto.

Alinhamento com os envolvidos:

Com uma transparência maior, os stakeholders fora do squad entendem como cada entregável poderá impactar seu próprio trabalho, fazendo com que se preparem e se planejem para o período futuro.

Otimização de budget e esforços de trabalho:

Graças à Inception, conseguimos entender o que é pré-requisito ou não para o desenvolvimento de novas features e novos projetos de inovação, possibilitando uma realocação de recursos para projetos necessários.

Identidade:

Por último, mas não menos importante, a Inception nos traz um sentimento de identidade para cada squad envolvida. Ao entendermos como cada stakeholder nos enxerga e o que espera da gente, conseguimos vestir melhor a camisa da nossa equipe.

Assim, ao longo do trimestre ou semestre, conseguiremos ser verdadeiramente ágeis e adeptos à metodologia trazendo mais resultados diretos para os produtos da nossa empresa.

Luã Vaz — Product Designer | Kevin Couto — Product Designer

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Se quiser fazer parte deste time, estamos com vagas abertas.

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