Design Progressista

Wolnei Assunção Cordeiro
Tendências Digitais
4 min readOct 23, 2018

Quase sempre podemos buscar, notar e extrair nos grandes e médios sites ou dispositivos com sistemas bem construídos (no sentido funcional) quais são as tendências, o que está funcionando no mundo a fora em design de interação seja em cores, formas, sistemas, aplicações e etc. E como tudo isso pode trabalhar junto para criar uma experiência para o usuário.

Isso acaba criando uma bolha de tendência na qual um padrão lógico e seguro vai prevalecer até que alguém com influência crie ou ouse utilizar uma nova tecnologia ou repensar um antigo ou novo estilo a modo que faça ele provar o seu “valor” no meio das tendências, assim estourando a antiga bolha e criando uma nova bolha, até o ciclo se repetir de novo e de novo.

E assim as coisas tem funcionado, foi o que aconteceu com o Flat Design quando ele se expandiu absurdamente a partir 2013 principalmente por causa do lançamento do sistema iOS 7 da Apple, logo outras empresas seguiram o mesmo caminho, a Microsoft com o lançamento do Windows 8 e posteriormente adotando em seus outros produtos o design flat, a Google em 2014 lançou o Material Design para que desenvolvedores de aplicativos Chrome e Android adotassem esta linguagem de design, isto é um exemplo do nascimento de uma nova bolha.

Mudança do iOS do Skeumorfismo para Flat Design

Flat design não se tratava de um conceito novo ou revolucionário do século 21, na verdade em 2013 ele já tinha por volta dos seus 60 anos, já era bem conhecido como “Estilo Suiço” de tipografia, modernismo e outros estilos emergentes da Bauhaus e isto por volta dos anos 50 e 60, e como um estilo até então “underground” na web de 60 anos surge com tamanha força em 2013? Dieter Rams um modernista e um dos principais defensores e criador do conceito “menos é mais” no design, se tornou a principal influência de Jonathan Ive, designer chefe da Apple, precisou apenas Ive resgatar o conceito implementar nos produtos da Apple, consequentemente na suas interfaces, e então a Apple como grande influenciadora mostrou para o mundo “Isto funciona”, “Isto é Bom” e então outras pessoas, designers e empresas começaram a adotar a ideia.

Exemplo de uso do flat design

Para alguns este seria o fim do Skeumorfismo e uma vida longe próspera do flat design, há quem acreditasse que este seria o conceito perfeito de design, intocável e insuperável.

Mas se o modernismo que segue a mesma linha de pensamento do flat design não tornou outros estilos obsoletos nos anos 50 e 60, por que o flat iria conseguir fazer isso agora no meio das interfaces e web?

As pessoas se esquecem que apesar de por muitas vezes gostarmos de padrões funcionais não deixamos de ser criativos e que por muitas vezes principalmente Designers como grandes influenciadores de tendências no mundo não enxergam as coisas como problemas técnicos com uma única causa lógica e sim desafios adaptativos que tem muitas maneiras de ser resolvidos as vezes da forma mais inusitada.

Exemplo de modelo de storytelling com scroll em Interface

No mundo Web por exemplo um meio que antigamente se limitava a uma forma de ser feito dadas as limitações de linguagem de programação que se limitavam ao HTML, hoje em dia se estende a Java, Java Script, Python, Ruby, C# e outros, que permitem que mais idéias mais possibilidades sejam exploradas no mundo Web criando as mais improváveis utilidades e tornando o meio mais atrativo e acessível para todo mundo.

Página da Firstborn

E o design progressista sabe explorar esta ideia no mundo de interfaces, se antes o layout em grid um grande aliado para web designers que gostam de desenvolver em simetria e padrão, parecia interessante hoje a tendencia é se desprender dele e explorar a criatividade da sua página em criar um storytelling diferente dos demais, este conceito trouxe idéias e conceitos aparentemente distantes para a área como é o caso do Skeumorflat que resgata o Skeumorfismo e o une ao Flat, duas idéias de conceitos opostos em um mesmo ambiente de layout. Traz funcionalidades uteis que abrangem novas tecnologias como os Chatbots, dão uma incrível utilidade a funções padrões como Scroll criando o Scrolling Input e o utilizando como uma nova forma de storytelling.

Página do Nisgia

Se desprender de padrões e explorar possibilidades, se perguntar mesmo quando algo é bom como pode se tornar melhor, ou pensar da forma mais improvável como podemos achar uma resposta para um questão complexa são conceitos que estão sendo aplicados no meio de interfaces.

Página Portfólio da Wonderwall

“Desafios persistentes ou Desafios Adaptativos não devem ser permanentemente resolvidos, mas servem para estimular algum desenvolvimento.”- Manifesto do Designs Progressista

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