Como é trabalhar como Analista de Testes, por Thaís Martin

William Oliveira
Training Center
Published in
5 min readAug 1, 2017

Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Eu sou a Thaís Martin, trabalho em uma consultoria de testes a 3 anos e trabalho como Analista de Testes a 4 anos, desde estagiária até analista.

Como você conheceu a área de Qualidade de Software?

Na faculdade não tive muito contato com testes, apenas uma leve introdução de como seriam criados os cenários de testes e como executá-los. Tinha acabado de sair de um estágio de programação web e não queria voltar para a área de programação. Queria aprender algo diferente e aproveitar enquanto estava ainda na faculdade em ganhar experiência em mais uma área para decidir qual seguir. Após algumas pesquisas na APInfo, encontrei um estágio em testes que não necessitava experiência e me candidatei, em menos de uma semana iniciei meu estágio em testes.

O maior desafio foi começar a pensar com cabeça de usuário para começar a prevenir o que o usuário poderia fazer no sistema. Apesar de seguirmos a documentação para levantamento de cenários, também há a necessidade de testes exploratórios onde é necessário uma expertise do profissional em pensar como usuário e realizar as tarefas como ele para ver se não há nenhum problema aparente.

Por que você escolheu ser Analista de Testes?

Após passar por alguns estágios em diferentes áreas de computação, acabou que foi a que mais me identifiquei, já que sabia minha dificuldade com programação e queria ir para a área de análise de sistemas. Depois de algum tempo no estágio e começando a estudar sobre qualidade de software percebi que era uma boa área para mim.

Como foi o seu primeiro trampo?

Meu primeiro trabalho em Qualidade de software foi um estágio de 3 meses em uma pequena empresa. Nosso setor era composto de um arquiteto de testes de dois estagiários e foi uma experiência maravilhosa. Aprendi muito sobre a área com o Rafael, que era Gerente de QA a alguns anos nessa empresa e foi nesse estágio que comecei a ter uma noção do que era QA e que eu gostaria de trabalhar nela.

Os maiores desafios era além de aprender sobre a área, era tentar entender sistemas econômicos complexos sem a mínima quantidade de documentação possível. Não havia protótipo de telas muito menos suas funcionalidades bem descritas, o que até para um analista senior fica difícil de trabalhar.

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

A área de testes de software é bem ampla, tendo 3 grandes vertentes que um profissional pode seguir: testes funcionais, testes não-funcionais e testes automatizados. Ambas as vertentes tem uma skill em comum: a certificação básica de testes chamada CTFL. Todos esses anos trabalhei apenas com testes funcionais, então as habilidades que um analista de testes funcionais tem que ter é interpretação de texto (e de ideias que nem sempre estão escritas), ferramentas básicas de planilhas e documento de texto, algumas ferramentas de report de bugs, ferramenta para envio de web services, entre outros.

Hoje em dia o mercado de trabalho anda muito focado em automação de testes e uma das ferramentas mais presente é o Cucumber para automação de testes para sistemas web.

Quais são os principais desafios da área?

As maiores dificuldades da área é além de muitas vezes as empresas não darem muita atenção para qualidade de software e acharem que o próprio desenvolvedor pode realizar os testes, muitas vezes não há documentação ou há uma documentação que é escassa e isso atrapalha e muito a qualidade dos testes realizados. Muitas vezes é necessário sentar e conversar com analista de negócios e programadores por horas para levantar diversos pontos importantes do sistema.

Informações incorretas ou ambíguas podem gerar erros nos testes e acabarem sendo repassado até o usuário final.

Para um trabalho bem feito seria necessário o recebimento de uma especificação de software completa e sem ambiguidades para que não haja dúvidas sobre as funcionalidades do sistema.

Quais são as principais recompensas da área?

A maior recompensa de um analista de testes é encontrar problemas e ver eles solucionados no software. Nenhum software é livre 100% de bugs e é trabalho do analista de testes encontrar a maior parte desses erros. É possível trabalhar remoto porém não 100% do tempo, muitas vezes é necessário entrar em contato com o desenvolvedor ou até mesmo com o analista de negócios e a melhor forma sempre será reuniões.

É uma área de TI que está ganhando mais visão nos últimos anos e com isso os salários estão melhorando, mas mesmo assim, bem abaixo da faixa salarial de um desenvolvedor.

A comunidade é bem ativa, com muitas conferências e discussões sobre melhores formas de testar sistemas.

Você pensa em mudar de área?

Mudar de área não, porém abrange-la. Hoje em dia comecei a estudar um pouco de programação para expandir meu conhecimento para automação de testes e estou descobrindo um mundo bem interessante, porém com minhas limitações com a programação.

A ideia de expandir esse meu conhecimento veio da própria demanda do mercado de trabalho em que constantemente se renova e ultimamente seu maior foco é em testes automatizados.

Por que alguém deveria se tornar um Analista de Testes?

É uma área onde você sempre estará aprendendo coisas novas por conta de aprender regras de negócio de diversos segmentos. Você se colocará no lugar do usuário e muitas vezes saberá mais sobre a regra de negócio que o próprio programador. Então se você gosta de estar em constante aprendizado, está é uma otima area.

Meu contato é thais_martin@hotmail.com para quem quiser entrar em contato e tirar algumas dúvidas.

Esta foi mais uma entrevista com profissionais da área de desenvolvimento de software. Outras entrevistas que você pode curtir: Consultor de TI, por André Baltieri, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Quality Analyst Engineer, por Úrsula Junque, Full-Stack Developer, por Ana Eliza, Front-End Developer, por Fernando Daciuk e muitas outras. Confere lá!

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William Oliveira
Training Center

Engenheiro de software frontend, escritor do livro O Universo da Programação (http://bit.ly/universo-da-programacao), periférico e bissexual