Como é trabalhar como Front-End Developer, por Raphael Fabeni

William Oliveira
Training Center
Published in
6 min readMay 2, 2017

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Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Meu nome é Raphael Fabeni, sou de São Paulo e formado em Design. Já brinquei um pouco em áreas como Infografia Digital e UX, mas cai nas graças do Front-End e nele estou em torno de 7 anos. Atualmente trabalho como desenvolvedor front-end na Red Ventures, uma empresa muito bacana em expansão aqui no Brasil.

Tenho uma paixão por CSS e, sempre que sobra tempo, tento pensar em algum projeto maluco: o meu último foi o css-loader. Gosto de escrever não só sobre coisas técnicas e solto algumas groselhas no meu blog. Sou um dos criadores do meetup CSS que atualmente está um um período de pausa, mas que deve retornar em breve.

Como você conheceu a área de desenvolvimento?

Ainda quando estava no ensino médio tive dois contatos rápidos com a área de desenvolvimento: o primeiro sendo instrutor de aulas em uma escola de informática e o segundo, sendo um auxiliar faz-tudo na agência de um conhecido. Apesar de naquela época, o desenvolvimento em geral ser bem diferente do que é hoje, pude perceber que alguma coisa dali me chamava a atenção.

Meu primeiro contato com a área de front-end foi no meu segundo estágio. Lembro da minha sinceridade na entrevista quando ao ser perguntado sobre o que sabia de HTML, CSS e JS, simplesmente disse: Nada! E acho que foi nesse ponto que consegui a vaga.

- O que você sabe sobre HTML, CSS e JavaScript?

- Nada!

Os desafios e até complexidade das interfaces mudaram bastante com o passar dos anos. Quando comecei a engatinhar na área, alguns sites ainda davam suporte para o alegre e divertido Internet Explorer 6, e fazer uma simples transparência ou uma borda arredondada era um caos na terra.

Apesar de ter visto algumas coisas de front-end na faculdade, nada se compara ao dia a dia de um trabalho/estágio. Se por um lado eu era muito detalhista em relação aos mínimos detalhes, tentando fechar a experiência do usuário de ponta a ponta, comecei a perceber que precisava aprimorar algumas outras partes, como JavaScript por exemplo. Dei algumas boas cabeçadas, mas que valeram muito a pena.

Por que você escolheu ser desenvolvedor front-end?

Na verdade não escolhi desde pequeno trabalhar na área, porque até acho que esse mercado é recente: de uma maneira mais sincera, fui seguindo o dia a dia da faculdade e estágio, até ter o primeiro contato com a área.

No meu segundo emprego, depois de finalizar a faculdade, foi quando tive um contato maior com a área de front-end. Essa época acredito que foi uma das que mais corri atrás pra aprender e reaprender o beabá do front. Pude perceber que o quanto a área de front end pode ser ampla, e importante para o usuário. Decidi então seguir na área, e nela estou até hoje

Como foi o seu primeiro trampo?

Meu primeiro emprego, mais relacionado com a área, foi indicação de um professor da faculdade, o mestre Rui Alão, fundador do Carambola Digital, e um profissional que admiro muito. Meu maior receio foi que era a primeira vaga focada em front-end, e tinha aquele velho pensamento vira-lata de que não sabia tudo que era pedido. Independente disso, não hesitei, e como já tinha o não como resposta, fui tentar arriscar o sim. Fiz o processo seletivo e passei.

Foi cabeçada atrás de cabeçada mas que contribuíram demais para o meu crescimento profissional. Pude não só conhecer mais profundamente o front-end, mas também tive a oportunidade de trabalhar diretamente com UX.

Meu maior receio foi que era a primeira vaga focada em front-end, e tinha aquele velho pensamento vira-lata de que não sabia tudo que era pedido

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

Na minha opinião, o desenvolvimento web no geral mudou drasticamente de alguns anos pra cá e quando falamos da área de front-end isso fica mais evidente. Acredito que todo profissional front-end precise ter conhecimento em algumas coisas como:

  • HTML: semântica, acessibilidade
  • CSS: pré processadores, modularização, responsivo
  • JavaScript: boas práticas e talvez um framework
  • Versionamento de código: Git
  • Task runners

Como a área mudou e tem mudado muito de uns anos pra cá, um ponto positivo que vejo é a abertura para diversos tipos de perfis. O que quero dizer é que é possível, por exemplo, se ter em um time:

  • uma pessoa que seja especialista em um framework (por exemplo um React ou Angular da vida) e que domine diversas técnicas de JavaScript.
  • uma pessoa que seja muito boa em pensar e arquitetar uma sólida e escalável estrutura de CSS; abordando pontos como por exemplo modularização de componentes e design responsivo.

As skills citadas no início, talvez sejam essenciais pro front-end hoje em dia, mas é possível ter profissionais que acabam puxando pra lados diferentes, e isso é ótimo pro time.

Quais são os principais desafios da área?

Acho que são vários. Mas vou listar alguns que considero legais/desafiadores:

  • Se manter atualizado: não digo estar sempre 100% em cima do que é novidade, até porque o volume de coisas novas é cada vez mais alto, mas pelo menos estar por dentro das principais tecnologias.
  • “Não é porque você pode, que você deve.” . Ouvi essa frase de um grande amigo meu, Rafael Rinaldi e que pra mim exemplifica muito o nosso dia a dia. Dentre tantas tecnologias, metodologias, linhas pensamento, frameworks e por aí vai; acho que cabe a nós ter o correto discernimento entre escolher aquilo que melhor vai se adequar a sua realidade (ou do seu time/projeto) e não pelo fato de ser novidade.
  • Variedade: de navegadores, resoluções, sistemas operacionais, e o desafio de se dar suporte àqueles que correspondem ao seu projeto.
  • Vida pessoal: não é da parte técnica mas tem relação. Acredito que pelo fato da área de desenvolvimento, algumas vezes, exigir bastante dedicação, muitas pessoas acabam deixando de lado, suas vidas pessoais: afetando sua saúde por exemplo. Tente balancear isso, pra não ter que correr atrás do prejuízo lá na frente.

Quais são as principais recompensas da área?

Um dos pontos que me chamam a atenção é a quantidade de empregos. Claro, como qualquer outra área, existem aquelas vagas que são piadas prontas (ou histórias de terror): geralmente com uma grande diferença entre o que é pedido versus salário compatível.

Mas acho que é possível citar algumas outras como:

  • trabalho remoto: muitas empresas aceitam desde algum(ns) dia(s) da semana até completamente remoto;
  • oportunidade internacional: existe muita vaga de trabalho em empresas estrangeiras. Portanto existe a chance de ter um salário em dólar ou euro, mesmo trabalhando do Brasil.
  • comunidade super ativa: incrível o tanto de ações/projetos em andamento, sempre tentando empurrar o mercado brasileiro pra cima (diversos eventos, conferências e meetups dos mais diversos assuntos).

Você pensa em mudar de área?

Sinceramente, não sei (profundo não). Talvez em um futuro. Apesar de amar trabalhar botando a mão na massa, também gosto bastante de lidar com pessoas.

Acredito que seja um caminho natural, de vários desenvolvedores, migrar para uma área mais gerencial: algo como um gerente (de produto, por exemplo). E não vejo problema nenhum se isso acontecer um dia, acho que seria mais um desafio bacana de encarar. Uma pessoa que tenha conhecimento técnico e ao mesmo tempo saiba lidar bem com toda parte gerencial, pode ser uma coisa muito boa para um time/empresa.

Por que alguém deveria se tornar um(a) desenvolvedor front-end?

Acredito que a tecnologia é o futuro. Cada vez mais teremos interfaces que teremos que lidar diariamente. Ter a possibilidade de projetar e construir essas interfaces, é um desafio pra la de legal.

Este foi um post sobre como é trabalhar como Front End Developer, porém temos também sobre como é trabalhar como Consultor de TI, por André Baltieri UX Design, por Leandro Lima, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Analista de Qualidade, por Érik Patekoski, Full-Stack Developer, por Ana Eliza, JavaScript Developer, por Júlia Rizza, Front-End Developer, por Matheus Lima e muitos outros. Confere lá!

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William Oliveira
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Engenheiro de software frontend, escritor do livro O Universo da Programação (http://bit.ly/universo-da-programacao), periférico e bissexual