Tudo Envolve Tanta Coisa

Parte de você

sem saber por onde começar

ou por quê

me insuflo de pequenas intenções

me incubo

rebelião silenciosa em direção a tudo

Maleável

acordo subitamente

acordo sem saber se entro ou saio do ar — ou tropeço — no instante sem rumo e sem troca do pensamento: que superfície, que quebranto, que artefato, que essência, que fundo de matéria — trêmula, esparsa, alheia, instável — sem saber nem olhar nem reter me…

Até que lado

sem centro, até que lado vale dar-se ao fado — vagante — encostado na inconstância selvagem — silente — embalsamado pelo presente — infante — vagamente inabalado — fluente — enamorado da ida e tropo— instante — a reboque do tempo?

D’estro

À Esquerda

Brios Motores

Pelo Eriçado

Dentes à Mostra

Pulso, Coriza, Rastro

Bílis, Febre, Medo

Fígado

Desatino

raio na testa — desatino! molestou meu olhar em espécie.

rápido estalo mudo, disparate repentino — sintonia?

troca de quintessência: trôpego gesto e pressa.

Invocação

cenho sem siso

lobo

esquecido

sensível

escute:

a coisa séria

em si

— a coisa sã,

ciente —

não é mundo suficiente

Ano Novo

se há fundo na areia ou consolo no mar, visto a luz da brisa fresca de avatar. me aluvio na vertigem do sereno, sinto a vaga madrugada arrepiar. brisa fresca, sabatina, traz ciosa o limiar — corre pra trás e pra frente — se há fundo na areia ou consolo no mar.

Instintinho

vai meu menininho: segue seu instintinho.

tantas dúvidas virão — vieses, desvios — sinais nublados, de atração e desconexão. supere: arrepios primitivos e matemáticas avançadas. sustente. tome fôlego e mergulhe — zenital — na natureza das coisas.

Pá-pum

sincopado, um pulso para — sucumbe — livre de tempo e escala, retumba e soa, ressoa e some — embarca o som do baque estio que sopra seu silbido de hecatombe e silencia — já sem síncope nenhuma.