Minha retrospectiva em livros; ano 4
A lista de 2016 é a primeira a contar com obras em inglês
Eu comecei esta série em 2013, quando li 18 livros. Na lista tinha Charles Bukowski, José Saramago, Jorge Amado, Ernest Hemingway… um ano muito bom. Só que o seguinte foi melhor ainda, porque pela primeira vez cheguei aos 25 livros — gente como Zélia Gattai, Isaac Asimov, Philip K. Dick, mais Saramago, mais Jorge Amado e um monte de J. K. Rowling (eu listei todos aqui).
Aí veio o intercâmbio bagunçando tudo e me "forçando" a diminuir o ritmo; aquele foi o primeiro ano em que a minha quantidade de livros lidos foi menor que a dos 12 meses anteriores. Eu parei de ler em maio, usando a viagem como desculpa, e só fui voltar em dezembro, quando já estava em Dublin havia quatro meses. O relaxo foi tamanho que nem publiquei a lista de 2015 (por isso a incluí no final deste texto).
Quando percebi o que estava fazendo, resolvi retomar a leitura, mas com a proposta de um desafio: enquanto estivesse no exterior, focaria nas obras em inglês — afinal de contas, uma das principais razões para eu ter deixado o Brasil foi a necessidade de melhorar meu domínio sobre o idioma. E assim foi. O único livro em português que eu li neste ano foi "O menino grapiúna", do mestre Jorge (sim, ele é meu escritor preferido), mas aproveitei as duas semanas que passei no Brasil para fazê-lo — e foi por causa dessa leitura que escrevi o que se tornou meu texto favorito de todos os tempos (sério, leia aqui).
Mas não é só isso que vem movimentando minha vida literária. 2016 também marcou o retorno ao meu primeiro investimento sério na ficção, pois voltei a trabalhar num livro que estou escrevendo desde 2014. Além disso, ganhei a oportunidade de atuar como revisor do site para o qual eu trabalho, o que tem me ajudado a entender melhor o português, porque além de escrever diariamente eu passo o tempo todo pesquisando — aliás, estar fora do Brasil me deixou meio fissurado pela nossa língua, ainda mais por ter conhecido gente de Portugal, para quem o nosso idioma é o "brasileiro".
Enfim, a lista de 2016 está menor, obviamente. Primeiro porque eu demorei para voltar a ler; segundo porque estou lendo numa língua que eu não domino; terceiro porque comprei um videogame e não consigo mais parar de jogar. É para me forçar a driblar esses poréns que pensei numa meta para 2017: passar meu recorde, aqueles 25 livros de 2014. Não vai ser fácil, já que esse desafio vai se acumular com o de 2016 (de ler só em inglês), mas eu acho que consigo.
A lista:
- Animal Farm (George Orwell) ★★★★★
- The picture of Dorian Gray (Oscar Wilde) ★★★★★
- Harry Potter and the Cursed Child (J. K. Rowling, Jack Thorne, John Tiffany) ★★★☆☆
- O menino grapiúna (Jorge Amado) ★★★★☆
- High fidelity (Nick Hornby) ★★★★☆
- The catcher in the rye (J. D. Salinger) ★★★★★
- Junkie (William Burroughs) ★★★☆☆
- The girl on the train (Paula Hawkins) ★★★☆☆
- To kill a mockingbird (Harper Lee) ★★★★★
- A long way down (Nick Hornby) ★★☆☆☆
A lista 'ano 3':
- O guia do mochileiro das galáxias (Douglas Adams) ★★★★★
- O restaurante no fim do universo (Douglas Adams) ★★★★★
- A vida, o universo e tudo mais (Douglas Adams) ★★★★★
- O irmão alemão (Chico Buarque) ★★★☆☆
- O pintassilgo (Donna Tartt) ★★★★☆
- Eu, robô (Isaac Asimov) ★★★★★
- Comédia em tom menor (Hans Keilson) ★★★☆☆
- Nada a invejar (Barbara Demick) ★★★★★