Por que eu acredito no que eu acredito? As bases das minhas crenças

Educação e Bem Viver
3 min readMay 24, 2019

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Esse canal é uma busca minha por compartilhar reflexões. Pensar sozinho, afinal, não faz sentido: nem eu melhoro o que estou pensando, nem uso esses pensamentos para nada.

Como educadora e estudante da Educação, faz sentido compartilhar as minhas reflexões sobre educação com outros educadores. São as pessoas que se interessam pelo assunto (seja por amor ou por necessidade profissional), e são também as pessoas que podem fazer alguma coisa com esses pensamentos. Teoria da educação é legal, mas é muito mais legal enquanto práxis.

Acontece que eu passei os últimos anos lendo, escrevendo e falando com um setor muito específico da academia. De alguma forma, ando me comunicando mal com todo o resto: educadores, terceiro setor, e mesmo o resto da academia.

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Refletindo sobre como melhorar essa conversa, pensei em compartilhar as bases do meu pensamento. Talvez falando sobre porque acredito no que acredito, tentando resenhar e explicar as minhas referências, eu comece um diálogo que faz mais sentido e comunica com quem eu quero comunicar.

E refletindo sobre essa decisão, ela faz muito sentido. Eu não acredito em falarmos objetivamente, a partir da neutralidade. Isso simplesmente não existe.

Minha teoria adolescente do conhecimento

Sempre que tento me lembrar, acho nas aulas de filosofia do meu ensino médio o momento da minha mudança de trajetória, o início de uma inclinação pelos estudos e mesmo um desejo de mudança do mundo. Às sextas-feiras pela tarde, minha escola oferecia uma aula opcional de filosofia para os alunos de humanidades (na minha época não havia filosofia no currículo obrigatório), mas um amigo querido resolveu que poderíamos nós também participar (éramos de exatas e biológicas).

Por sorte, as aulas não começavam no horário normal, deixando apenas 30min de almoço, e sim no meio da tarde. Assim, tínhamos algo como 2h livres entre o fim da escola e nossa nerdice para papear. E, nerds que éramos, papeávamos sobre filosofia e o mundo.

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Fazendo um pout pourri de tudo que aprendíamos, desenvolvemos nossa teoria da criatividade, que creio ser a base de tudo que acredito até hoje. Nasceríamos como estruturas vazias: não nascemos com pensamentos prontos, mas como uma estrutura de como podemos interpretar o mundo, a ser preenchida ao longo da vida. Cada experiência que vivemos atua como uma peça de tetris: ao mesmo tempo se encaixa na estrutura pré-existente e se torna estruturante para as próximas peças.

Somos então frutos de tudo que já vivemos até aqui. Quando vivemos algo, aquilo estrutura para sempre o modo como vemos o mundo — e portanto como vivemos todas as próximas experiências.

Minhas referências-estruturas

Conto tudo isso para falar sobre o papel que algumas estruturas e vivências têm na minha vida. Algumas coisas parecem ser mesmo as grandes bases estruturantes. E é sobre elas que quero falar nos próximos dias: contar um pouco o que são e como me influenciam.

Nos próximos textos, então, falarei um pouco de cada um.

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Educação e Bem Viver

Educadora e mestre em educação. Ecossocialista e defensora do bem viver.