Carreira em UX Design em 1 ano ou Menos — É Possível?

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10 min readMay 21, 2019

Ao longo desse artigo vamos dar diversos exemplos de alunos que migraram em menos de 1 ano de estudo. Hoje estão atuando como UX Designers em grandes empresas do mercado nacional e internacional de Product Design. Além disso, serão abordados diversos fatores que podem influenciar na quantidade de tempo empenhado nessa jornada de iniciar uma carreira em UX Design.

Porém, respondendo a pergunta feita no título, sim, é possível se tornar um profissional de UX em apenas um ano ou menos. Isso aconteceu com o Felipe Borges e outros alunos do Bootcamp Master Interface Design (MID).

Felipe Borges é formado em Desenho Industrial, e iniciou no MID em dezembro de 2017. Em apenas um mês de estudos, começou a receber ligações o convidando para entrevistas; passou por cinco processos seletivos simultaneamente e foi aprovado em quatro deles.

Sketches para case study do aluno Felipe Borges

UX: área em ascensão

Apesar da área de UX Design ser relativamente madura, empresas, como a Apple, têm aplicado técnicas de User Experience em seus serviços/produtos desde a década de 1950; apenas recentemente que o mercado de UX entrou em expansão e começou a atrair profissionais interessados em migrar de outras área e jovens em fase de inicial de carreira.

Com esse “boom”, muitas pessoas começaram a pesquisar mais sobre o que é o UX; suas diferenças em relação a área de UI (profissão também em alta no mercado); o que é necessário para se tornar um profissional de UX e em quanto tempo é possível começar a trabalhar na área.

Em virtude disso, sempre recebemos diversas perguntas como: “Não sou da área de Design, consigo migrar para UX?”, “Tenho que fazer uma faculdade para conseguir uma oportunidade em UX Design?”, “Consigo um trabalho como UX Designer em menos de 1 ano de estudo?”, “Já sou mais velho, ainda dá tempo de migrar?”, ou “Preciso saber programar para atuar em UX?”, entre outras. Então, durante esse artigo vamos mostrar quais fatores podem influenciar ou não em sua jornada para se tornar um profissional de UX. Vamos lá.

Entenda o “Boom” do UX e sua repercussão.

Persona criada por Inis Leahy em seu projeto Goodreads

Fatores que podem influenciar (ou não) você a se tornar um UX Designer.

Background

O seu background não é um fator determinante ou excludente para você se tornar um UX Designer. Já que a área de UX é multidisciplinar e quanto mais vivência você tiver, melhor! Já que pode aplicar todas elas, juntamente com seu olhar novo na área para identificar melhor problemas em projetos e sugerir soluções criativas.

Agora, se você estiver vindo de uma área relacionada ao Design, é possível que já possua um certo conhecimento sobre alguns conceitos, processos, tipografia. E, por isso, vão te dar alguma bagagem para você iniciar em UX Design.

Além de Designers, pessoas que tenham trabalhado em cargos que estão relacionados com atendimento ao cliente também terão certa facilidade. Isso porque geralmente possuem uma boa comunicação, que é uma skill importante em UX. Como também, já têm uma mentalidade de colocar as necessidades e desejos do cliente, ou em terminologia de UX, usuário, em primeiro lugar.

Entretanto, é possível migrar para a área de UX Design vindo de qualquer outra área de estudo ou de trabalho.

Exemplos de backgrounds diferentes

André Borges, outro aluno do bootcamp (MID), antes de migrar para UX Design era Analista de Marketing. Ele conseguiu sua primeira oportunidade em UX em apenas 8 meses de estudo. Para as pessoas que também querem migrar de área, André deixou o seguinte conselho:

“Primeiro trace uma meta para você alcançar. A família também ajuda bastante. […] Então, a dica é ter meta, foco e não deixar que o medo interfira nos seus sonhos. […] Hoje, particularmente, sou muito feliz no que faço é todo dia é uma nova oportunidade para aprender e buscar conhecimento. Se eu consegui, todos podem também!”

Temos exemplos de diversos outros alunos de diferentes backgrounds que também migraram recentemente para UX Design. Como foi o caso da Inis que era Psicóloga, o Thiago Alves que estudou Administração de Empresas, depois atuou com Marketing Digital, e hoje é UX Designer na Indra/SP, depois de 8 meses de estudo; a Fábia que trabalhou por muitos anos área de atendimento ao cliente, decidiu ir para o Design Gráfico, e no fim conseguiu 2 oportunidades em UX dentro do mesmo ano, além de muitos outros.

Confira outras entrevistas dos alunos do MID que migraram para UX/UI Design em nosso canal do Youtube: bit.ly/entrevistas-alunos-mid.

Mind Map desenvolvido para o projeto Nespresso — nivel 3 Bootcamp MID — André Borges

Formação Acadêmica

Em se tratando de UX, a formação acadêmica não importa tanto. Até porque no momento, a maioria das grades curriculares de cursos de Design em universidades não estão em dia com as mudanças do mercado, que ocorrem muito rápido, quanto um conhecimento profundo dos métodos e processos de criação, além de um portfólio exemplar.

“Independentemente de você trabalhar numa área relacionada ou não, a minha dica é: estuda bastante! Estuda muito mesmo! Pode parecer uma resposta clichê, mas é verdade. O estudo é muito importante. Participa de eventos, corre atrás de material online, no Youtube, etc. E a hora é agora. As coisas ainda estão crescendo e se definindo. Acho que estamos no melhor momento para embarcar nesse mundo.

Relata Joyce Almazan que também conseguiu sua primeira oportunidade em UX depois de 7 meses de estudos.

“O principal é que você deve estar com muita vontade, paixão, eu acho que isso é o principal. Você deve ter ‘faca nos dentes’, tem que ter uma mudança de mindset, falar para você mesmo, ‘eu vou conseguir de alguma forma e vou fazer’, aí é se dedicar 24 horas a isso”, relata Felipe Borges.

André Borges também estressa a importância de focar nos estudos:

“Comecei a estudar em janeiro de 2018 e logo já determinei regras claras para mim. Uma delas foi focar 100% nos estudos e tracei uma meta que em 8 meses estaria no nível 3 e melhorando o portfólio. Eu estudava em média 7 horas por dia e tirava os finais de semana para descansar”.

Curso

Assim, uma das primeiras que coisas que você deve fazer quando decidir seguir na carreira de UX é procurar um bom curso (atualizado) para aprender e desenvolver novas técnicas e habilidades. No entanto, tenha em mente que quem faz o curso ser de fato bom é você. O quanto você se esforça, sua dedicação, empenho, proatividade em procurar conteúdo extra e trabalhar em projetos para colocar em prática tudo que vai aprendendo.

Veja aqui 6 dicas essenciais para montar seu portfólio de UX Design.

Mentor

Outro fator educacional que deve ser levado em consideração é o educador. Na hora de escolher o curso que for fazer, não deixe de verificar quem serão seus professores e mentores; incluindo suas experiências profissionais, se estão realmente inseridos no mercado de UX Design, já que a vivência na área de UX é um fato primordial. Professores têm a capacidade de incentivar ou desestimular seus alunos — não permita que um mau educator te desencoraje.

Em nosso bootcamp Master Interface Design, contamos com mentores que estão nas melhores empresas e no mercado Internacional. Além de possuírem anos de experiência em UX e serem entusiasmados por transmitir esse conhecimento para novos Designers. Veja aqui quem são eles.

A última dica que deixamos nesse sentido é, caminhe no seu próprio tempo, sem se comparar com os outros. Isso te auxiliará a ter mais tranquilidade e absorver todo o conhecimento que precisa para entrar no mercado de trabalho. Qualquer pessoa que se dedicar aos estudos pode se tornar um UX Designer; mas para se destacar e conseguir as melhores posições no mercado depende de você e seu esforço!

Protótipos desenvolvidos por Inis Leahy antes de chegar a interface final do projeto Goodreads

Envolvimento com uma Comunidade

Além do curso que for fazer, é importante lembrar de criar conexões e fazer networking com outros membros da comunidade de UX. Nossa comunidade é grande e está sempre disposta a colaborar e compartilhar as experiências que tem vivido dentro da área de UX.

Além disso, através desses contatos, você pode ampliar os seus conhecimentos, trocar informações e até mesmo ficar sabendo sobre oportunidades de trabalho. Como aconteceu com a Luka Vasconcelos, por exemplo, conseguiu sua primeira oportunidade como UX Designer na Indra por causa da indicação de um outro aluno do Bootcamp, e também em menos de 1 anos de estudos! Veja a entrevista que fizemos com ela. Aqui.

Comunidade MID

O próprio Bootcamp Master Interface Design (MID) é um exemplo de comunidade, onde profissionais mais experientes acompanham e auxiliam os alunos em cada etapa de sua evolução.

“Durante o Bootcamp eu fui montando meu portfólio através dos projetos de UX, interface e redesign propostos, das orientações meticulosas dos mentores e da ajuda da Comunidade Aela no Slack. Então, tudo o que eu ia fazendo, eu utilizava como recurso para compor meu portfólio e apresentar nas entrevistas”. Explica Fábia Coelho, aluna do nosso bootcamp MID.

Felipe Borges também possui experiências positivas ao se envolver com a comunidade Aela:

“É importante também ficar atento aos diversos canais e redes sociais, ao podcast, às palestras que tem no YouTube, não só o curso em si. Você consegue pescar várias dicas nesses outros locais. Além de dicas de outros canais, de quem seguir no Facebook, dicas de como agir no LinkedIn, como montar um currículo… Eu lembro que eles deram exemplos de currículos bacanas, de portfólio”.

Sketch criado por Thiago Alves para o desenvolvimento do projeto Sicoob

Idade

Assim como o background, a idade não é um fator que possui influência na jornada para se tornar um profissional de UX. Um exemplo claro disso é Jey Castro, aluno de nosso Bootcamp Master Interface Design (MID), formado em Publicidade. Jey trabalhou por aproximadamente 27 anos em agências e agora, com 40 anos, resolveu migrar de área.

Nunca é tarde demais para se reinventar. Algo que te trazia prazer e te motivava quando você tinha 20 anos pode deixar de ter esse efeito positivo quando você tiver 40 anos. Entender o que está acontecendo e ir atrás de algo novo pode ser desafiador; porém não há nada que te impeça de seguir o que te faz ser feliz.

Veja a entrevista com Jey Castro:

Softwares e Programação

A área tecnológica está sempre em movimento e inovando, criando novos sistemas, ferramentas e produtos. É fundamental manter-se atento aos novos lançamentos (principalmente quando forem novidades que melhorem, auxiliem e facilitem o seu trabalho), é muito importante entender que softwares são apenas acessórios que estão sempre sendo atualizados e modificados.

O software que você usa é aquele que faz mais sentido para você e para a empresa em que você trabalha. Porém pode ser que de um momento para outro, esse software seja trocado por algum outro que se adeque melhor ao momento em que a empresa/você está. Portanto, não foque em apenas uma ferramenta. Não deixe que suas habilidades humanas fiquem em segundo plano — as ferramentas ficam ultrapassadas, mas os seres humanos não.

Uma dica interessante é trabalhar, antes de tudo, com caneta e papel. Dessa forma, com as ideias expostas visualmente, fica muito mais fácil de utilizar uma ferramenta para transformar o que foi esboçado em realidade. Essa foi uma dica posta em prática, inclusive, por Fábia Coelho. A aluna de nosso bootcamp Master Interface Design (MID) conta que em entrevistas, mostrou tudo o que tinha feito, incluindo, exercícios e rascunhos.

“Era o que eles estavam buscando, alguém que fazia à mão os processos, é não tanto em um software”. Relata Fábia.

Código

Um assunto que gera controvérsia na hora da migração é a questão de código/programação. O fato é que não necessariamente um Product Designer deverá saber programar. Porém, pode acontecer situações em que é preciso auxiliar ou “quebrar um galho” na parte do código, mesmo tendo a especialidade em Interface. Há empresas que exigem que você faça um pouco de tudo — logo, design do site, desenho, desenvolvimento — por um salário baixo, muitas vezes. Isso pode ser problemático, pois desvaloriza o profissional da área de UX.

É interessante saber identificar essas vagas, mas também pensar que quanto mais conhecimento melhor para agregar valor ao seu currículo.

Muitas empresas valorizam o conhecimento de programação por saber que esse tipo de profissional terá melhor capacidade de se comunicar e interagir com outras áreas da empresa, como com desenvolvedores; e não que irá efetivamente colocar a mão na massa e programar.

Aqui na Wunderman é totalmente separado. Talvez, saber o código possa te ajudar na hora de pensar o design, mas pro dia a dia acho que não ajuda muito. Relata Joyce, UX Designer.

Depois de respondidas essas dúvidas frequentes e esclarecidos os fatores que podem influenciar na sua jornada para se tornar UX, é fácil perceber que de fato, é possível se tornar um UX Designer em menos de 1 ano! Como mostramos diversos exemplos de alunos nossos que fizeram essa migração vindo de diversos backgrounds e idades. É claro que isso depende de sua dedicação e empenho nos estudos. Também a realização de projetos para a montagem de um portfólio adequado. Mas garantimos que valerá a pena!

Nos vemos aqui do outro lado.

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