A crítica continua

Nossos leitores seguem descrevendo o que pensam sobre nossas produções

Reportagens Acadêmicas
Redação Beta
8 min readMay 28, 2019

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Equipe da Beta Redação na Editoria Geral (Foto: Eduardo Zanotti/Beta Redação)

Nesta semana ganharam destaque as matérias que apresentaram a superação do preconceito. Os repórteres também utilizaram mais imagens e áudios, ótimos recursos para dar mais "quebras" ao texto, deixando-o mais dinâmico.

Mas nossos conselheiros apontam: os repórteres devem prestar mais atenção aos títulos. Leitores reclamam que, em algumas matérias, eles não combinam com os textos. A recomendação é também tomar mais cuidado com as fontes. Em alguns textos elas soam insuficientes.

Confira as opiniões sobre os textos da semana.

Mulher na mecânica automotiva não é um perigo constante — Laura Hahner Nienow e Vitor Brandão

“Gostei da matéria. Texto direto e completo sobre o assunto”, elogia o leitor Luís Santos.

A leitora Ubaldininha Luize também gostou do texto dos repórteres, mas sentiu falta de uma informação que poderia complementar a reportagem: “Matéria 'enxutinha', de agradável leitura e sem erros de redação ou ortografia. Poderia ser mais aprofundada, comparando a realidade brasileira com a de países da Europa e os EUA”, sugere.

“Gosto da pauta, mas, sendo um trabalho em dupla, pelos padrões da Beta, penso que deveria ter mais conteúdo. Analisando a matéria em si, acho que os colegas poderiam repensar a questão estrutural do texto. Ele começa com o lead, título e subtítulo dando a entender que vamos ler sobre o projeto 'Mulher Não Fica Empenhada', mas acaba sendo mais um perfil/biografia da empreendedora por trás da iniciativa (o que não é menos interessante, mas poderia ser melhor direcionado). O mesmo vale para aquele parágrafo final sobre a publicidade, que está bastante deslocado e valeria mais se integrado ao restante do material”, analisa o leitor Denis Machado.

O leitor Marcelo Fiori também não gostou muito da ideia do título e acha que faltou a fala de alguém que tenha participado da iniciativa. “Entendo a proposta de o título querer 'brincar' com o leitor, mas é preciso considerar que há um preconceito embutido nesta tese. Será mesmo necessário dizer que mulheres NÃO SÃO um perigo constante em matéria de automóvel? Escolha infeliz, em que pese a boa intenção dos repórteres em mostrar um outro lado acerca do empoderamento feminino. É preciso sublinhar que a pauta tem, ainda, um viés de inserção social e isso precisa ser valorizado. Faltou a reportagem ter ouvido, no mínimo, alguém que já tenha passado pelo curso 'Mulher Não Fica Empenhada'", critica.

Uma das fotos que os colegas decidiram usar na matéria. (Foto: Vitor Brandão/Beta Redação)

Já na opinião de Deyzi Botesini, a matéria “aborda tópicos importantes sobre o tema, porém o último parágrafo merecia maior desenvolvimento”.

Confira a matéria aqui.

Presos e egressos ganham oportunidades no mercado de trabalho — Jaime Zanata e Matheus Vargas

“Gostei da matéria. O texto foi bem direto e objetivo”, elogia o leitor Luís Santos.

A leitora Ubaldininha Luize encontrou erros no texto, mas gostou da temática. “A expressão latina habeas corpus deveria ser grafada em itálico por tratar-se língua estrangeira. O quinto e o sexto parágrafos deveriam ser apenas um, pois o sexto é continuação do anterior. Além disso, a palavra porém é uma conjunção adversativa e não deve ser usada para iniciar um novo parágrafo. É uma regra básica para quem tem a pretensão de escrever ou para professores que deveriam ensinar isso a quem não aprendeu no tempo regular (Ensino Médio). Quando o autor relata que será inaugurada uma penitenciária com capacidade para 600 pessoas, a informação fica truncada. Por pessoas entende-se a totalidade de pessoas que ocupará suas dependências: agentes penitenciários, serviços gerais, pessoal médico, agentes administrativos… Ficaria mais claro se ele se referisse como '600 detentos'. É importante também atentar para a diferença entre detentos e apenados: detentos são pessoas que foram detidas e aprisionadas por algum ato ilegal, mas que podem ou não ter sido julgadas; apenados são os que já tiveram seus casos julgados e têm penas estabelecidas. Ou seja, todo apenado é um detento, mas nem todo detento é um apenado. Neste caso o convênio da SUSEPE com os municípios beneficia apenas os apenados, pois cada três dias trabalhados são convertidos em um dia extra a ser abatido na pena total. 'Sob monitoramento de tornozeleiras eletrônicas, seis detentos, desde o início de março de 2019, estão fixos no Cemitério Pio XII…' Eles não estão 'fixos', eles prestam serviços no mesmo local desde o início de março. 'Socioeducativas' não tem hífen. O tema da matéria é interessante, pois trata de um problema grave que vivemos no Brasil. Nosso sistema carcerário é punitivo, mas não educa e nem ressocializa”, afirma.

O leitor Denis Machado também encontrou alguns erros ortográficos, e acha que ficou faltando uma introdução que ligasse os intertítulos. “Pauta boa, tema interessante e texto, na maior parte, bem escrito (com um ou outro trecho que eu achei confuso). Em termos de estrutura, penso que a matéria precisaria de um lead melhor, pois toda a primeira parte foca só na questão de Canoas, aí quebra pra Sapucaia e, depois, para o projeto da Unisinos. Faltou então, uma introdução que desse essa noção inicial do todo. Senti falta de saber o que os cidadãos pensam de ter essas pessoas trabalhando nas ruas da cidade (talvez esteja aí a sugestão de uma segunda pauta); e também faltaram fotos próprias dos repórteres, ainda mais para um trabalho em dupla”, afirma.

A leitora Deyzi Botesini gostou da matéria, mas sentiu falta de informações. “Senti falta de uma explicação maior sobre o trabalho desenvolvido na Susepe, que é muito citada. O resto esta muito bem explicado”, comenta.

Os colegas usaram essa foto ara mostrar o trabalho na prática. (Foto: Vinicius Thormann/Prefeitura de Canoas)

"A matéria deveria explicar se existe algum risco à sociedade a partir da presença de apenados nas ruas. Fiquei curioso em saber se há algum tipo de vigilância ou segurança por parte do poder público. Surge, ainda, a curiosidade de saber quantos por cento dos presos no Rio Grande do Sul têm algum tipo de ocupação enquanto privados da liberdade. Feita essa ressalva, é preciso reconhecer o valor da pauta em mostrar outra faceta do sistema carcerário — normalmente abordado na imprensa como um problema muito complicado e sem solução. A reportagem tem o mérito de destacar algo de positivo que ocorre neste momento em que a segurança pública não traz a resposta que a sociedade necessita”, opina o leitor Marcelo Fiori.

Confira a matéria aqui.

Ajuda mútua em busca da abstinência — Estephani Richter

“Gostei da reportagem. Texto muito bom e bem escrito, além de ser direto e informativo”, elogia o leitor Luís Santos.

Já a leitora Ubaldininha Luize, achou a matéria dispensável e repetitiva. “Texto precisa de revisão pelos diversos 'errinhos'. Texto 'mais do mesmo', preguiçoso, apresenta as mesmas histórias, conceitos e exemplos de superação de outros tantos textos que encontramos diariamente em outros veículos de comunicação. Poderia ter feito uma pesquisa em busca de dados atuais sobre o consumo de drogas no RS, por exemplo, e os índices de recuperação. Matéria dispensável”, opina.

O leitor Denis Machado gostou da matéria, mas não gostou das fotos utilizadas pela colega. “Não é um tema novo, mas, no geral, gostei da matéria e dos cases que a repórter usou. Precisa de uma revisão melhor de pontuação, pois faltam umas quantas vírgulas pelo texto. As fotos também não estão boas. Elas têm problemas de foco, enquadramento e até de relevância, se a gente olhar bem. Poderiam ter sido mais bem pensadas”, critica.

Uma das fotos que a colega usou e o leitor não gostou. (Foto: Estephani Richter/Beta Redação)

A leitora Deyzi Botesini gostou da forma como o texto foi finalizado e sugere substituição de palavras. “A palavra “adicto” poderia ser substituída por alguma mais comum. A conclusão do texto ficou muito boa”, opina.

O leitor Marcelo Fiori ficou um pouco confuso sobre o verdadeiro foco da matéria. “Fiquei com dúvida quanto ao efetivo objetivo dela: contar qual é o papel das comunidades terapêuticas? Narrar a história de vida de um dependente químico em tratamento? Desmistificar preconceitos? Todos são propósitos válidos, mas um texto querer abarcar tudo parece pretensão demais. Acho também que deixa a desejar uma reportagem que se propõe a falar de dependência química e não traga o depoimento do profissional mais importante deste processo: o médico psiquiatra. O uso de drogas é um tema bastante complexo e, neste sentido, uma matéria precisa de um embasamento técnico na mesma proporção. Registre-se a escolha acertada da repórter, que escolheu uma fonte, uma história real, como pano de fundo. São decisões corretas, porque geram empatia entre o leitor e o veículo que estampa a história”, observa.

Confira a matéria aqui.

Psicologia como um olhar preventivo nas escolas — Graziele Iaronka

O texto está bom e com informações muito interessantes, mas está cansativo e atijolado. Mas o leitor Luís Santos não encontrou pontos negativos no texto da colega: “Gostei dessa matéria. O texto está muito bom, completo e informativo. Parabéns”, elogia.

A leitora Deyzi Botesini compartilha da opinião de Luís. “Texto muito bem escrito e explicado”, afirma.

O leitor Denis Machado também elogia bastante a matéria da repórter. “Legal o infográfico e a colocação diferenciada das falas da psicóloga. Acho importante quando o repórter também se preocupa com a parte visual da colocação do conteúdo, o que faz toda a diferença. Sobre a matéria em si, está muito bem escrita, embora eu não ache o tema muito interessante (ou que traga algo de novo). Sério que existe uma Escola Walt Disney?”, comenta.

“Cuidar o emprego de plurais. '…auxiliar elas' ou coloca um (sic) após a expressão ou corrige para 'auxiliá-las'. '… apresenta que o objetivo…' Por Deus!!! O texto trata de uma questão importante ao colocar a escola como meio de socialização para crianças. Mesmo sem abordar a proposta do atual governo em promover a educação doméstica, deixa bem clara a necessidade de convivência entre crianças da mesma faixa etária e a importância do acompanhamento de profissionais capacitados para o pleno desenvolvimento deste público. Destacada sua relevância, os erros que permeiam o texto, assim como nos anteriores, me incomoda bastante e atrapalha a fluidez da leitura; ao invés de uma continuidade, há diversos momentos de interrupção para tentar compreender o que o autor pretendia expressar. Acredito que já passou da hora de os professores da Beta Redação atentarem para a necessidade de revisar os textos antes de publicá-los, pois isso atesta tanto contra a qualidade de ensino da instituição quanto para a falta de comprometimento de cada profissional envolvido. É constrangedor para quem lê as publicações e deveria ser motivo de rubor para quem as publica”, critica a leitora Ubaldininha Luize.

“A introdução da matéria me remeteu a uma prática antiga nas redações: o nariz de cera, que consistia numa espécie de introdução ao assunto antes de se entrar, efetivamente, na notícia. Logo, me parece haver problema de foco, pois nesta introdução a autora defende a importância da escola. Qual a novidade disso? Apenas uma fonte foi ouvida. Por fim, tem-se a informação que um psicólogo sugeriu ao Senado tornar obrigatória a presença de psicólogos em escolas públicas. Contudo, nada consta quanto à análise desta proposta. O que os estudos dizem? O que as experiências empíricas demonstram em relação a essa ideia?”, contesta o leitor Marcelo Fiori.

Confira a matéria aqui.

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Eduardo Zanotti da Silva, 26 anos, jornalista.