A MATA DOS FANTASMAS: CULTURA AFRICANA EM WRAITH THE OBLIVION
Texto traduzido de Wraith the Oblivion — 20 anos, p 452–454, por Odin Sama.
Tudo o que Estígia sabe sobre a África é uma mentira. Para os embaixadores e comerciantes de Estígia, os mortos da África estão reunidos sob a égide do chamado Reino Sombrio do Marfim, governado por uma rainha benevolente. Este reino une os mortos do continente e apresenta um único rosto para o mundo exterior.
E isso é uma farsa.
Não há Reino Sombrio de Marfim, apenas uma frente unida por vários dos governantes mortos dos verdadeiros reinos da África, para distrair e afastar as pessoas de fora. A rainha é uma figura que não tem poder real, e o “Reino Sombrio” é a única parte do Mata dos Fantasmas que os estrangeiros podem pisar. Além da fachada, no entanto, repousa a verdade.
A Mata, O Oceano e os Reinos
As cidades das Terras das Sombras da África são semelhantes à maioria das cidades em todo o Mundo Inferior: decadente, perigoso e construído de onda sobre a onda da história. Além deles, no entanto, as coisas mudam. Longe das cidades é a Mata, e aqui podem ser encontrados os fantasmas das árvores e animais há muito desaparecidos dos Reinos da Carne. Aqui também a Mortalha é fina, e ocasionais rajadas de luz do sol espreitam para iluminar os grandes rebanhos e florestas fantasmagóricas. No entanto, a Mata tem seus perigos, e poucos abambo estão dispostos a atravessá-la sozinhos.
Cercando as Terras das Sombras está o constantemente agitado Oceano. Dentro das profundezas do Oceano, o tempo parece agir de maneira diferente; Wraiths que juram que se perderam por horas emergem após anos da tempestade, ou mesmo séculos depois. E claro, existem as tempestades sem fim que ressoam em suas profundezas.
Diz-se que toda a realidade foi criada a partir do caos do Oceano. Se isso é verdade ou não é desconhecido, mas o que é conhecido é que Atalhos através do Oceano são poucos e difíceis encontrar (exceto aqueles bem conservados que levam à fachada do Reino Sombrio de Marfim). Diz-se também que o Criador enganou o Oceano para dar aos seres humanos almas, e que desde então, o Oceano procurou recuperar o que era seu.
Nas profundezas do Oceano estão os chamados Reinos Perdidos, potentes impérios dos mortos em grande parte governado por seres poderosos que tomaram o título Orixá. Dependente da reverência dos vivos pelo seu poder, o Orixá enfrenta um futuro incerto, conforme o cristianismo e o islamismo varrem o continente, velhas formas são perdidas ou esquecidas, e wraiths mais jovens com pontos de vista decididamente mais materialistas, procuram refazer a vida após a morte. Vários dos Reinos Perdidos foram tomados por abambo, e há uns rumores de que estão sob o controle de fantasmas de animais.
As Quatro Partes da Alma
Uma wraith da Mata dos Fantasmas é conhecido como um ibambo. Em vez de apenas uma Psique e uma Sombra, o abambo tem as almas em quatro partes. Existe a Alma, que corresponde aproximadamente à Psique, e a Escuridão Interior, que equivale mais ou menos à Sombra. Além disso, estão o Eu Mesmo e a Vida do Coração. Este último é a conexão do ibambo com as terras dos vivos, enquanto o primeiro é o aspecto da wraith que pode colher e usar o Pathos. Por causa da natureza única de suas almas, o Abambo tem acesso a um arcanos único chamado Behest, mesmo que os de fora o vejam em ação ou desejem aprendê-lo isso não é possível.
Animal Abambo
Um dos elementos fundamentais da Mata dos Fantasmas é que a vida e a morte são um, que os vivos e os mortos são conectados, e um sem o outro é incompleto. O que tem acontecido com os animais abambo? Com seus números, nas terras dos vivos, diminuindo catastroficamente, ao mesmo tempo em que suas quantidades aumentam na vida após a morte. Justificadamente, os espíritos animais — que têm suas próprias aldeias, conselhos e leis — estão furiosos com isso, e tem havido incidentes onde os fantasmas dos rinocerontes, elefantes, e outros se vingaram de humanos, eles se ressentiram, eram merecedores, ou que estavam no lugar errado na hora errada.
Sikinda
Sikinda são criaturas monstruosas e astutas, empenhadas em criar caminhos e destruindo tantas almas quanto elas puderem. Possuído de inteligência desonesta, eles montaram emboscadas ao longo de Atalhos no Oceano e se aventurar em áreas mais povoadas perseguindo suas presas. Visagens Grotescas, eles são equivalentes a Vultos, mas muito mais inteligente e perigosos.
Mla Watu
Os Mla Watu, os comedores de fantasmas, acreditam que devorando o Corpus de Wraiths talentosas, podem absorver o melhor qualidades de suas vítimas. Pelo menos um Reino Perdido é formado pelos Mla Watu, e apesar de seus números serem poucos, o medo deles e seus espiões são difundidos.
Léxico:
• Abambo: Plural de ibambo
• Anina: Plural de inina.
• Deuses Antigos: Os míticos governantes originais e habitantes do Reino Negro do Marfim e da África. Um deles, supostamente, criou o mundo e, eventualmente, animais, plantas e seres humanos.
• Ibambo (pl. Abambo): Wraiths. Refere-se especificamente aos fantasmas e seus ancestrais do próprio povo.
• Inina (pl. Anina): O abambo, Sinkinda, e outra forma de espírito dos mortos africanos.
• Mla Watu: os devoradores de fantasmas; Reinos de wraiths que tentam ganhar as forças da vítima devorando seus Corpos.
• Obá: Um dos governantes do povo Iorubano da Nigéria no período medieval. Eles alegam descender dos Faraós do Egito.
• Oceano: O reino do caos puro que cerca o Reino Perdido e faz fronteira com as Terras das Sombras; supostamente o Criador formou toda a realidade do oceano. Análogo à Tempestade.
• Orixá: Governante de um dos Reinos Perdidos. Nos tempos medievais, eles eram adorados como deuses pelos Iorubás. Muitos já foram faraós, sacerdotes ou outros membros poderosos da classe dominante do Egito.
• Rainha de Marfim: Governante do Reino Sombrio de Marfim. A principal representante para as outras terras sombrias.
• Reino Sombrio de Marfim: Um dos Reinos Perdidos; elevado a seu status especial para apaziguar as percepções de Estígia.
• Reinos Perdidos: As muitas terras individuais encontradas nas profundezas do Oceano; um pouco semelhante à Estígia e às Praias Distantes.
• Sinkinda: Deformados, espíritos malignos; o equivalente africano aos Espectros.
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