Obas: Portadores do Manto dos Orixás
Versão em Português-BR | Versión en Español
Por Porakê Martins, Eros Rosado e Kynni Kayode
Os Obas são um fenômeno típico de regiões de África, Índia e Oriente Médio, uma forma ancestral de Nobreza entre os membros do Kith Exu, sendo algo extremamente raro e mítico deste lado do Atlântico.
É dito que apenas os mais altivos e nobres entre os Exus, aqueles e aquelas que se mostram realmente dignos e dispostos a abrir mão de seu bem mais valioso, a liberdade para percorrer todo o mundo, para se comprometer por inteiro com o fardo da responsabilidade de guiar seu povo diante das dificuldades, podem passar pelo ritual secreto de coroação e serem exaltados ao Ipin Oba, recebendo em troca poderes capazes de rivalizar com aqueles da nobreza Kithain.
Oba é uma palavra que significa “governante” nas línguas iorubá e bini da África Ocidental, esse foi o título conferido aos chefes tradicionais de povoados iorubás ao longo de milênios. No Brasil os Obas traçam sua ancestralidade até a lendária Rainha Aqualtune de Palmares, que teria feito parte do mítico Pacto Palmarino.
Os Obas emergem de sua crisálida indistinguíveis de membros ordinários do kith Exu, e só depois de demonstrarem seu valor e sabedoria diante dos Orixás é que passam a ser considerados dignos de passarem pela cerimônia secreta de coroação, que lhes confere o poder do Manto dos Orixás e os liga às terras que terão o dever sagrado de proteger e governar pelo resto de suas vidas. Exaltados e reconhecidos desta maneira os Obás são reverenciados por todos is Eborás em seus domínios, de forma análoga aos detentores de títulos de nobreza entre os kithain, embora de forma muito mais discreta diante dos olhos de não iniciados na Sociedade Eborá, como convém aos membros de uma sociedade secreta.
No geral, poucos changelings fora de África e da cultura própria dos Exus têm conhecimento da existência dos Obas, menos ainda estão cientes da existência de Obas no território brasileiro. Por aqui, a autoridade dos membros deste Ipin sobre seus súditos changeling se estende muito além dos membros do kith Exu, abarcando os Eborás como um todo, embora se restrinja a apenas duas Grandes Casas, que são ao mesmo tempo aliadas e rivais, que reivindicam amplos territórios no país: a Casa Nagô, soberana entre os Eborás do Sul, do Sudeste e da maior parte do Nordeste do Brasil (exceto o Maranhão e Piauí); e a Casa Jêje, que lidera os Eborás no Norte e Centro-Oeste do país, estendendo, ainda, seus domínios pelos territórios do Maranhão e do Piauí.
A existência de ambas as Casas é mantida oculta de qualquer Kithain que não tenha sido formalmente iniciado na Sociedade Eborá e, até mesmo, da grande maioria dos Caapuãs, os Changelings de origem nativa do Brasil. Por aqui os Obas costumam ser associados aos Orixá Xangô e Obá, por sua forte ligação com os ideais de liderança e nobreza.
Os Obas estão presentes no jogo como um kith oficial relacionado aos Exus desde a segunda edição, e retornaram no “Players Guide" da Edição Comemorativa de 20 anos de Changeling O Sonhar, descritos na página 450, com as seguintes características:
Afinidade: Cena
Euforia: Os Obas, assim como os Exus, podem encontrar a Euforia ao contar histórias e ao viajar. Seu status como nobres também significa que, ao cuidar de seus deveres senhoriais, eles podem recuperar Glamour.
Desencadear: Truques lançados pelos Obas trazem consigo o toque de sinos e o eco de cânticos ou cantos, assim como um leve cheiro de especiarias no ar. Fios reluzentes de luz dourada podem conectar brevemente o Oba ao alvo do truque, refletindo o lugar dos Obas na grande tapeçaria da história.
Direitos Inatos
Manto dos Orixás: Transmitido durante uma cerimônia secreta de coroação, este Direito Inato liga o Oba a sua terra e a seu povo e também o marca como um líder. Isto concede ao Oba um poder idêntico a Beleza Sobrenatural dos Sidhe Arcádicos. […] Obas nunca podem sofrer falhas críticas em testes de liderança ou empatia.
Historiagem: Igual ao Direito Inato dos Exus, exceto que seus contos têm grande relevância entre os Exus. Essas lições são facilmente reconhecidas pelos Exus, embora eles se esforcem para mantê-las em segredo, juntamente com a existência de seus líderes.
Fraquezas
Solo Nativo: Os Obas estão diretamente ligado às terras que regem. Uma vez que ele assume o Manto dos Orixás, o líder Oba não pode deixar sua terra ou o Sonhar Próximo nos arredores sem ficar doente e definhar. Os Obas não deixam suas terras facilmente, nem mesmo para entrar no Sonhar. Um Oba pode deixar sua terra por um único ciclo lunar completo, após o qual ele começa a perder um nível de Vitalidade por dia. Esse dano só pode ser curado quando o Oba voltar para casa. Os Obas sofrem uma dificuldade de +1 em todas as jogadas fora de suas terras, devido à distração.
Conheça mais sobre os Eborás, a sociedade secreta formada por changelings vinculados às tradições afro-brasileiras, em nosso artigo:
