BLOCKCHAIN — O que é e como funciona!

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Eusouelliot
3 min readAug 7, 2018

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Imagine uma corrente onde novos elos são acrescentados a cada dez minutos. E que esses elos não podem mais ser removidos ou alterados. E cada um deles ainda guarda uma série de informações, sejam transações financeiras ou dados como a origem de um alimento que você acabou de consumir no café da manhã. Em linhas simples e gerais, isso é a blockchain.

O conceito de uma base de dados distribuída não é novo. Na verdade, o próprio conceito de blockchain tem mais de 25 anos. Mas foi depois que Satoshi Nakamoto, a pessoa — ou um grupo de pessoas, até hoje não se sabe — que criou o Bitcoin, definiu no artigo “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System” como a tecnologia teria capacidade para resolver o antigo problema do gasto duplo, é que entendemos o verdadeiro potencial da blockchain.

De lá para cá, para compreender as criptomoedas é fundamental entender também como funciona essa corrente.

Como funciona a blockchain

A blockchain é formada por uma espécie de livro-razão (ledger, em inglês) onde todas as transações são gravadas e disponibilizadas de forma pública e universal. Criando confiança entre as partes envolvidas em uma transação, sem a necessidade de um intermediador. Por esta razão, também, que a blockchain é chamada de protocolo de confiança. A tecnologia visa utilizar a descentralização como uma forma de segurança, já que todas as transações podem ser guardadas por qualquer computador ao redor do mundo. Na prática, para que um elo da corrente seja quebrado, todos os computadores que já possuem uma cópia da blockchain precisam ter os arquivos alterados.

Cada bloco dentro da blockchain possui uma pequena informação do bloco anterior (hash), as transações, um timestamp que define a hora de criação do bloco e um nounce, composto por números ou letras que garante que os hashs daqueles bloco não possam ser replicados no futuro.

Para que um novo bloco seja criado é preciso que um computador execute complexos cálculos matemáticos a fim de decifrar quais são os hashs envolvidos nas transações e o nounce que permitirá a criação do bloco. Ao fazer isso o computador estará consumindo energia e recursos computacionais, como poder de processamento e memória. A esse processo se dá o nome de mineração e a recompensa pelo esforço é paga em bitcoins.

Cada novo bloco minerado trás com ele 12,5 novos bitcoins. Este número vem se reduzindo pela metade a cada 210 mil novos blocos.

O potencial da blockchain

A criação de blocos e hashs é um processo que envolve criptografia. Por isso, também, que se dá às moedas geradas o nome de criptomoedas. Ao envolver criptografia nas transações Satoshi Nakamoto não criou apenas uma sistema de dinheiro eletrônico, mas também abriu as portas para toda uma indústria de segurança da informação.

Atualmente a blockchain é utilizada para transações financeiras, mas também para o registro de informações, já que esses dados são, literalmente, impossíveis de serem alterados. Uma aplicação que utiliza a blockchain é a rastreabilidade de alimentos. O Walmart, nos Estados Unidos, já informa publicamente aos consumidores, via blockchain, todos os caminhos por onde produtos orgânicos vendidos na rede passaram. Desde o produtor até a gôndola.

Ainda que o conceito de blockchain tenha mais de 25 anos, a tecnologia recém começa a apontar os primeiros usos potenciais. Poderá ser visto nos próximos anos novas indústrias e mercados sendo criados ao mesmo tempo que os antigos correrão para se adequar ao novo.

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