Tudo que você precisa saber sobre o Ethereum

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Eusouelliot
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3 min readOct 31, 2018

Quando o Bitcoin surgiu, pouco mais de dez anos atrás, seu conceito era voltado para o futuro do dinheiro digital. Ainda que a ideia de se criar uma moeda digital não fosse nova, a criação da blockchain e a maneira com que Satoshi Nakamoto resolveu o problema do gasto duplo revolucionariam o sistema financeiro. Anos mais tarde, um jovem russo chamado Vitalik Buterin daria, talvez, um passo ainda maior: mudaria totalmente a maneira como criamos contratos e a relação desses com o nosso dia-a-dia.

O surgimento do Ethereum em janeiro de 2014 não foi apenas o nascimento de uma nova criptomoeda, mas o surgimento de mundo totalmente descentralizado e governado por contratos inteligentes imutáveis e livres de fraudes. Pela primeira vez temos a possibilidade de que um contrato criado no Brasil, ou em qualquer outro país, tenha validade no mundo todo.

O que é o Ethereum

Tecnicamente, o Ethereum é uma máquina virtual descentralizada do tipo Turing-completude que executa scripts seguindo uma sequência de regras através de uma rede internacional de nós públicos. Ou seja, é um sistema descentralizado que permite que desenvolvedores criem programas que irão executar determinadas tarefas para cumprir ordens, sejam essas de transferência de dinheiro, bens ou qualquer outro tipo de serviço, produto ou propriedade.

A esses softwares foi dado o nome de contratos inteligentes, já que fazem o papel dos contratos tradicionais que conhecemos, mas com a vantagem de serem digitais e validados por uma rede de computadores ao redor do mundo através da blockchain. Tornado o processo transparente, imutável e à prova de fraudes — graças à maneira com que esses registros são gravados e garantidos pela criptografia. A moeda digital utilizada dentro da rede Ethereum se chama Ether e pode ser mineirada da mesma forma com que se minera Bitcoin.

Como o Ethereum poder afetar nossa economia

Ainda que o preço do Ethereum tenha despencado nos últimos meses e que por ventura ele venha perder ainda mais valor, ou até mesmo desapareça, seu impacto na nossa economia já é evidente. Através do Ethereum é que foi possível que tantas outras criptomoedas tenham surgido nos últimos dois anos. Seu sistema de contratos inteligentes foi fundamental para o lançamento de projetos e tokens e o boom das initial coin offerings.

Mas o Ethereum ainda pode ser responsável por uma revolução na maneira como compramos, vendemos e transferimos bens (como a propriedade de um carro ou de uma casa). Pode tornar nossas eleições mais seguras. Pode alterar e descentralizar a governança das empresas. E até criar um novo jeito de proteção da propriedade intelectual.

Para que possamos ver o Ethereum sendo utilizado amplamente e substituindo inclusive nosso atual modelo de cartório, é fundamental que os próximos governos se abram para discutir o papel da tecnologia no nosso dia-a-dia. Já há uma série de soluções feitas em Ethereum que tornariam tarefas ingratas como o reconhecimento de assinaturas, num processo simples, rápido e válido em todo mundo. Porém, o caminho é longo até que esse tipo de tecnologia esteja disponível em todo o Brasil.

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