Uma aula de cabeça para baixo (e uns seminários também)

Marcos V. C. Vital
Hipótese Nula
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3 min readJun 11, 2019

Diário de Classe da Ecologia — partes 3 e 4!

A equipe que fez isso praticamente EXIGIU que a imagem entrasse no blog. ;)

Ufa, acabei passando uma semana em silêncio sobre as aulas de Ecologia, mas estou de volta com o Diário de Classe! Então desta vez vou falar de duas aulas de uma vez, certinho? Vamos na ordem!

A aula invertida

No meu último relato da disciplina, eu falei que usaria uma boa e velha sala de aula invertida, que eu uso em algumas aulas de Biomatemática (já falei sobre o assunto em uma série: parte 1, parte 2 e parte 3). O esquema é bem simples, na verdade: você indica algum material de estudo para a turma e depois, no dia da aula, aplica uma avaliação antes da aula começar. Parece doido, né? Mas funciona super bem!

Um dos segredos é pensar na formatação da avaliação: acho que se usarmos uma prova bem tradicional, a coisa pode não andar tão bem, pois a pressão sobre os alunos (que apenas leram sobre o assunto, mas ainda não tiveram aula sobre ele) pode acabar muito grande, e o efeito pode ser ruim… O que eu fiz, então, foi propor uma avaliação bem aberta, na qual eles poderiam usar bastante a criatividade e os conhecimentos adquiridos no estudo — mas sem exigir detalhes muito específicos.

A tal avaliação

No lugar de escrever, vai uma imagem:

Adoro quando meus alunos tem letra bonitinha… até porque eu mesmo não tenho!

As questões foram simples, e partir de um desenho de um ambiente qualquer permitiu que eles tivessem a liberdade de imaginar o cenário que sentissem mais facilidade de explicar. Mas os conceitos centrais estão lá: condições, recursos, interações.

E o que acontece depois do exercício?

Aí voltamos para uma aula mesmo, mas com uma vantagem: os alunos já leram, pensaram e aplicaram o que aprenderam no exercício, então eles acabam participando muito mais. O efeito é bem legal, e para quem é professor e nunca experimentou o método, recomendo ler um pouco a respeito e aplicar. Eu normalmente aplico em duplas, pois facilita a correção, alivia um pouco a pressão nos alunos e, de quebra, faz com que eles discutam mais o assunto.

E é isso! Foi uma experiência bacana. Eu já conhecia o efeito da sala invertida, mas ainda não tinha aplicado fora da Biomatemática, e gostei de ver o efeito na Ecologia também.

E a outra aula: seminários!

Bom, depois de cobrirmos o assunto da aula acima (para referência: usamos o o capítulo 3 do livro do Townsend et al), seguimos para o próximo assunto na sequência do livro:: o capítulo 4, que fala, dentre outros assuntos, dos Biomas do mundo.

Para esta aula, usei um método bem tradicional, mas que funciona bem: seminários em grupo. Nós dividimos a turma em quatro grupos, e cada um ficou responsável por apresentar um dos Biomas que escolhemos. Mas no lugar de apenas seguir o livro, a proposta foi usar biomas brasileiros como exemplo, para termos uma contextualização mais local.

No dia da aula, a dinâmica foi simples: cada equipe apresentou e, em seguida, discutimos e fizemos perguntas, comentários e sugestões. No final, eu fiz uma amarração geral, tentando apresentar e unir os conceitos amplos que servem para entendermos os biomas de uma maneira ampla (para quem estiver com o livro na mão, espie lá a Figura 4.5, que serviu de base para a parte que eu apresentei no final).

Certo, e a próxima?

Na próxima aula vamos iniciar o conteúdo sobre Histórias de Vida: natalidade, mortalidade, migração e por aí vai. Eu novamente pedi algo para os alunos: eles irão, em dupla (ou individualmente) trazer informações sobre o ciclo de vida de uma espécie qualquer que eles acharem interessante, bonitinha, estranha ou qualquer coisa. No começo da aula cada um terá em torno de cinco minutos para falar sobre a espécie escolhida, e eu usarei isso como gancho para os nossos conteúdos. Acho que vai ser divertido! :D

Então é isso, até a próxima aula!

Prof Marcos

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Marcos V. C. Vital
Hipótese Nula

Prof. da UFAL, coordenador do LEQ, apaixonado por ensino, ciência, R e jogos!