“Transformei minha dor em luta”

Mônica Wanderley
Marie Curie News
Published in
14 min readMay 30, 2019

A vida das mães de desaparecidos

Nesta edição de Marie Curie, conversamos com:

Até 23 de dezembro de 1995, Ivanise Esperidião da Silva Santos se considerava uma pessoa feliz. Tinha uma residência, era casada e mãe de duas adolescentes que passavam longe de dar trabalho. Mas sua concepção de felicidade mudou nesse dia, por volta das 9 horas da noite, quando chegou em casa e viu que a filha mais velha, Fabiana, não estava por lá.

“Minha caçula disse que a irmã tinha ido com uma menina da nossa rua desejar feliz aniversário para outra amiga, que morava perto. Como chovia, achei que ela estava esperando alguém ir buscá-la. Só que, quando fui pegar minha filha na casa da amiga, que não dava nem 300 metros de distância da minha, ela me disse ‘Tia, a Fabiana já foi embora faz tempo. Como assim ela não chegou?’. Do ponto em que elas se separaram, dava no máximo 120 metros de distância até a minha casa.”

No mesmo instante, Ivanise e a família dessa amiga começaram a procurar Fabiana e, de madrugada, ela foi à delegacia registrar um Boletim de Ocorrência. Teve que voltar no dia seguinte, porque o delegado insistia que a filha deveria estar com um namorado, mesmo a mãe reforçando que Fabiana não faria algo assim. Por conta do feriado de Natal e, considerando que naquela época a internet ainda era bem precária, as informações sobre o caso da adolescente só chegaram à Delegacia de Pessoas Desaparecidas na tarde do dia 26 de dezembro.

Enquanto buscava Fabiana, Ivanise viu sua saúde desaparecer. “Eu não sentia fome porque queria procurar minha filha durante o dia e à noite, queria achá-la de qualquer forma. Não aceitava, não acreditava que estava vivendo esse pesadelo.” Após quase 2 meses de desaparecimento, ela foi internada com um quadro de desnutrição muito grande. O médico foi direto e disse que Ivanise tinha duas escolhas: continuar como estava e acabar morrendo ou reagir.

“Fiquei 5 dias naquele hospital tomando soro, sendo medicada. Porque até então eu queria morrer, e não viver. E a bronca daquele médico serviu como aviso. Saí de lá determinada a juntar os cacos do que restava de mim e continuar em busca da minha filha. Se eu morrer, quem vai procurá-la para mim? O pai dela não vai, e eu tinha outra filha que precisava de mim e eu a estava abandonando.”

Quase 1 mês após sair do hospital, Ivanise conheceu outras mães que passavam pela mesma situação e se surpreendeu ao ver como muitas delas estavam em uma condição mais desfavorecida do que a sua. Foi com o objetivo de ajudá-las e também angariar mais apoio para a causa de desaparecimento que, em 31 de março de 1996, ela se tornou uma das fundadoras ds Associação de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD) — , que ficou conhecida como Movimento Mães da Sé, principal referência na cidade de São Paulo como local de apoio a quem passa por essa situação.

“Quando eu comecei esse trabalho com aquelas mulheres, percebi que elas eram carentes de informações, desconhecedoras dos seus direitos. Assim, fui aprendendo a lutar não só pela minha filha, mas também por mais de 10 mil mães que já cruzaram o meu caminho.”

Em 2017, foram realizados 82.684 Boletins de Ocorrência no Brasil registrando o desaparecimento de pessoas.


São Paulo é o estado com mais registros (25.200 pessoas), seguido de:

Minas Gerais (8.878);
Santa Catarina (7.752);
Paraná (6.993) e;
Rio de Janeiro (4.439 pessoas).

Fonte: Edição 2018 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública

Em 2018, 24.748 pessoas desapareceram em São Paulo.

Fonte: ABCD

Nos 4 primeiros meses deste ano, foram registrados
8.431 boletins de desaparecimento no Estado de São Paulo e
6.812 registros de encontro de pessoa — que correspondem a casos ocorridos em 2018 ou em anos anteriores.

Fonte: Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

De acordo com um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2007 a 2016, em média 190 pessoas desaparecem por dia, cerca de 8 por hora.

O desaparecimento pode ocorrer por diferentes causas. As mais comuns são:

Voluntário — quando a pessoa se afasta por vontade própria e sem avisar, o que pode acontecer por diversos motivos: desentendimento, medo, aflição, choque de visões ou planos de vida diferentes.

Involuntário — quando a pessoa é afastada do cotidiano por um evento sobre o qual não tem controle, como um acidente, um problema de saúde ou um desastre natural.

Forçado — quando outras pessoas provocam o afastamento sem a concordância da pessoa desaparecida, como um sequestro ou a ação do próprio Estado.

Fonte: G1

Qual tipo de suporte uma mãe ou um pai encontra quando busca o Mães da Sé?

Quando uma mãe nos procura (digo mãe porque é o que acontece em mais de 90% dos casos), a primeira pergunta que ela vai ouvir é: “A senhora fez B.O?”. Se a resposta for não, encaminhamos para a Delegacia de Pessoas Desaparecidas ou, dependendo do movimento do dia, até mesmo fazemos a ocorrência pelo site da Polícia. O Boletim de Ocorrência é importante por ser um documento que comprova que a pessoa está desaparecida. E não é necessário esperar mais as 24 horas de desaparecimento; ele pode ser feito assim que os responsáveis notam o sumiço da pessoa.

Com o documento feito, fazemos uma ficha de cadastro, e ela assina um termo de autorização para veicular a imagem do desaparecido. E, nos casos que necessitam, temos um psicólogo e uma assistente social que faz um trabalho de grupo com essas mães a cada 15 dias. Não considero uma terapia, mas um espaço para desabafar sobre o que elas estão passando. E, nos casos em que o psicólogo observa que a mãe está com depressão e precisa de acompanhamento individual, o psicólogo providencia isso. Antes, tínhamos uma psiquiatra, mas ela parou de vir pois se mudou de cidade.

E, a cada 15 dias, nos reunimos nas escadarias da catedral da Sé para fazer encontros com alguns objetivos. O principal deles é o fortalecimento dessas mães. O desaparecimento é pior do que a morte, pois deixa várias sequelas no seio familiar, e a mãe é a pessoa que mais sofre. É muito raro você ver um pai junto procurando um filho. É ela que vai à delegacia e passa pelo descaso e por situações vexatórias.

Eu falo para quem trabalha comigo que as mães não podem sair dos nossos encontros como entraram. Elas precisam sentir que foram tratadas de forma humanizada, que suas dores e seus sofrimentos ao menos foram ouvidos com respeito, então esse é um espaço para elas desabafarem e descarregarem a revolta.



Da base de pessoas desaparecidas que estão cadastradas no site do Mães da Sé, quantas já foram encontradas?

Dos mais de 10 mil cadastros que existem na nossa base, já foram encontradas 4.952 pessoas. Mas é importante a gente ressaltar que quase todos esses casos são os considerados “mais fáceis”, de crianças que se perdem, que fogem de casa por vontade própria (por conta de uma situação familiar ruim), pessoas com algum problema neurológico ou mesmo idosos.

Quando uma criança desaparece de fato é muito mais difícil encontrá-la, porque ela é usada para fins criminosos, como adoção ilegal, exploração sexual ou tráfico de seres humanos, que é o terceiro maior crime do mundo, que mira especialmente em mulheres e crianças.

É por isso que damos palestras em escolas para crianças e adolescentes. Se o jovem estiver consciente e souber do perigo, tomará mais cuidado. Os casos de desaparecimento de crianças acontecem em situações de vulnerabilidade: indo ou voltando da escola sozinha, indo comprar alguma coisa ou brincando na rua sem a supervisão de um adulto. Agora, com a internet, também conscientizamos sobre a importância de não adicionar desconhecidos nem falar sobre local de moradia e outras informações particulares. É assim que essas crianças desaparecem e passam anos e anos sem serem encontradas.

Existe algum obstáculo ou problema que você encare como principal com relação ao desaparecimento?

Sem dúvida, combater a exclusão social é a nossa maior luta. O desaparecimento é tratado com um abandono muito grande. Esse sentimento começa quando você chega para fazer o Boletim de Ocorrência e o delegado já tem uma opinião formada sobre o que aconteceu. Se é menina, está com o namoradinho; se é menino e adolescente, está envolvido com as drogas; se é criança, fugiu de casa por maus-tratos, violência ou pobreza; se é adulto, saiu de casa espontaneamente porque está devendo ou envolvido com algo ilícito; se é casado, foi embora com a amante. Para cada caso já costuma existir uma opinião formada.

Posso te dar os nomes de 20, 30 mães que até hoje chegam à delegacia e os policiais perguntam se elas têm alguma novidade — nós é que deveríamos fazer essa pergunta, não eles. É por coisas assim que sentimos que nós mesmas é que temos que procurar. Esse descaso acontece porque as pessoas que desaparecem em geral são de uma classe social muito baixa. Não há interesse. Você só ouve falar mais do assunto quando existe um fato novo ou se desaparece um artista famoso.

Ninguém está livre de passar por essa situação. Antes de ser um artista ou uma pessoa de negócio, a pessoa é mãe, filha ou neta. Só queremos que o problema seja encarado com um olhar mais humanitário, que as pessoas façam uma reflexão e se coloquem no nosso lugar por 1 segundo.


Houve algum progresso ou aspecto positivo que você destacaria?

A internet é a nossa principal ferramenta de busca. Você pode até fazer um teste. Entre no Facebook e procure por 10 postagens de pessoas desaparecidas. Quando chegar ao número 10, é bem provável que você veja pelo menos 3 postagens com a etiqueta de “localizado”, seja vivo ou morto, e o agradecimento da família. Várias pessoas divulgam o desaparecimento dessa forma.

Nós também fizemos uma parceria muito boa com a Microsoft e a Mult-Connect, que cuida do nosso site. A Microsoft vai nos deixar usar a sua estrutura para, com um aplicativo da Mult-Connect, criar um software de reconhecimento facial que ajude nas buscas. Não dá para esquecer que a internet tem seu lado maléfico, muitas crianças e jovens são levados depois de serem encontrados por aliciadores e é preciso prestar muita atenção no que seu filho ou filha faz no computador ou smartphone. Mas ela também tem seu lado bom.

Em São Paulo

4ª Delegacia de Investigação sobre Pessoas Desaparecidas
Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)
Divisão Antissequestro
Rua Brigadeiro Tobias n° 527–3° andar — Bairro da Luz
CEP 01032–902 — São Paulo (SP)
Telefones: (0xx11) 3311–3547 / 3311–3548 / 3311–3983

No Brasil

Em fevereiro deste ano, o Senado aprovou o projeto de lei PLC 144/2017, que cria a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. O projeto prevê o desenvolvimento de programas de inteligência e de articulação entre órgãos de segurança pública desde o desaparecimento até a localização da pessoa; sistemas de informação e comunicação entre os órgãos e de divulgação de informações sobre desaparecidos.

Haverá também o investimento em pesquisa e desenvolvimento e capacitação de agentes públicos, e o governo deverá criar redes de atendimento psicossocial aos familiares de pessoas desaparecidas.

Sites de referência

Versão em Português do Global Missing Kids

Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes desaparecidos

Site da ABCD

Materiais informativos

Crianças desaparecidas: políticas públicas existentes e propostas de aprimoramento — Ministério dos Direitos Humanos (atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos)

Cartilha de Enfrentamento ao Desaparecimento — Ministério Público de São Paulo

Alguém desaparece ou é encontrado sem identificação — O que fazer? Governo do Estado de São Paulo

Como é realizado esse trabalho de apoio às mães e aos pais enquanto procuram seus filhos?

É importante explicar que, ao perder um filho, você tem uma série de perdas. A primeira sequela é o desequilíbrio emocional. Esse fato desencadeia uma tristeza bem grande, que pode se transformar em depressão. Outra perda também é a da fonte de renda, porque muitas das nossas mães acabam ficando sem emprego nesse processo. E, como várias dessas mulheres são a única fonte de sustento para a casa, isso pode gerar diversos problemas.

A situação é sempre de muito sofrimento porque essa busca é só nossa. Acaba não sendo nem dos pais, fica só por conta das mães. O pai da minha filha, por exemplo, foi embora 7 anos depois, e eu continuei procurando por ela. E nós queremos só uma resposta, seja ela qual for. Só queremos encontrar nossos filhos — vivos ou mortos. O que não podemos é viver nessa incerteza.

[Nesse ponto Ivanise se emociona e precisa de uns instantes para recuperar a voz]

É complicado, porque falar do meu trabalho é uma coisa, mas falar da minha filha é outra totalmente diferente. E quando eu falo disso, é impossível não me colocar no lugar. É lógico que existem mães que desanimam, que falam que estão cansadas de procurar por tantos anos. Mas precisamos insistir e falar para elas: “Mãe, você não pode desistir. Sabe por quê? Porque o seu filho só tem você. Você não pode desistir da coisa mais preciosa que você tem; esse vocabulário não pode existir.” É essa esperança que nos mantém vivas.


E como trabalhar no Mães da Sé ajuda você a lidar com esse momento de incerteza?

O Dia das Mães deste ano foi o 23º sem comemorar com a minha filha. São 23 Dias das Mães, 23 Natais, 23 aniversários dela e meus. São datas que marcam muito a nossa vida. Eu vou falar uma coisa: se eu tivesse enterrado a minha filha, talvez já tivesse me acostumado com a ideia de nunca mais a ver. O que mais me mata aos pouquinhos é não saber o que fizeram com ela. São 23 anos de uma dor para a qual não há remédio e de um luto inacabado. Não queira imaginar o que é isso.

[Ivanise chora, respira e tenta se acalmar. Do outro lado da linha, tentamos confortá-la, dizendo que não conseguimos imaginar a sua dor, mas que somos solidários a ela e admiramos e reconhecemos a importância do trabalho que ela faz]

Fiz 8 anos de terapia — me ajudou muito, mas é difícil conviver com essa busca sem resposta. Para o Estado, os nossos filhos fazem parte de uma estatística. É um número porque não existe um trabalho de fato; somos nós que buscamos os nossos filhos.

Eu transformei a minha dor em uma luta, mas o meu trabalho não tira o vazio que a falta da Fabiana me deixou. Minha outra filha me deu uma neta que tem 2 meses e é a coisa mais linda do mundo. Mas mesmo se eu tivesse 10 filhos, ainda sentiria a falta dela. Hoje eu tenho uma saúde fragilizada: já tive 3 infartos, sou hipertensa e diabética. Mas agradeço a Deus todos os dias pela esperança que se renova, pois meu maior medo é morrer sem saber o que aconteceu.

Quando eu comecei na ABCD, não tinha noção da quantidade de pessoas que passam pela mesma situação. Então eu devo muito a essas mães. Elas são a minha segunda família. Foi com elas que aprendi a dividir a minha dor; é com elas que eu compartilho a mesma dor, a mesma esperança. Eu transformei a minha dor em uma luta quando percebi que a grande maioria daquelas mães vai a uma delegacia e o delegado olha para elas com ar de desprezo e discriminação.

Nada na vida acontece por acaso. Se eu não tivesse uma filha desaparecida, como eu iria me envolver em uma causa em que a exclusão social é o principal problema? Onde a gente é tratada de uma forma muitas vezes até desumana pelo Estado, que deveria nos dar apoio e criar políticas públicas de amparo. Passei a ver a vida de uma forma mais humana e tive que aprender a conviver com essa dor, que é mil vezes pior que a da morte, mas não tinha outra opção. A vida passou a ser um aprendizado; sempre aprendo coisas diferentes e todos os dias agradeço a Deus.

Cada pessoa encontrada é uma conquista. Para mim, é uma missão cumprida. Eu acredito que essa foi a missão que Deus me deu até o dia que a minha filha voltar.

Eu tenho certeza que a minha filha está viva em algum lugar neste planeta. E quando eu menos esperar, menos sonhar, ela vai aparecer. Porque o meu coração de mãe diz isso, e eu acredito que coração de mãe não se engana. O trabalho que a gente faz é de formiguinha, mas é a minha razão de viver. E se eu encontrar minha filha hoje e as minhas mães me quiserem à frente desse trabalho, seguirei nele até morrer. Porque não me vejo fazendo outra coisa.



Existe algum conselho ou aprendizado que você absorveu durante esses anos e gostaria que as mães e os pais soubessem?

Quando um filho desaparece, a culpa é o primeiro sinal que surge. Eu mesma na época carreguei a culpa por não estar em casa na hora em que a minha filha saiu. O que falo para as mães é que é muito importante que, antes de sermos mães, sejamos amigas e confidentes dos nossos filhos. É preciso dar a eles liberdade de compartilhar qualquer tipo de situação ou problema que estejam enfrentando.

Porque, especialmente nos casos em que a criança ou o adolescente foge, muitas vezes ele está passando por algum tipo de problema. Seja bullying na escola ou mesmo violência praticada por padrasto, tio, avô. Por não ter a liberdade de confidenciar esse problema para a família, acaba fugindo de casa.

Às vezes, também o jovem já começou a desenvolver os primeiros sinais de esquizofrenia. Essa é uma doença que, dentro das pessoas portadoras, em 70% dos casos atinge jovens do sexo masculino saindo da puberdade e entrando na fase adulta. Então, ele sempre desaparece em momentos de surto e não aceita o fato de ser esquizofrênico — às vezes a família nem percebe. Existem muitos jovens desaparecidos que se enquadram nesse caso. Para a família a doença também é uma novidade.

Por isso, quando você perceber qualquer tipo de anormalidade no comportamento do seu filho, fique atento. É preciso conversar para que ele tenha a liberdade de se abrir com você. O diálogo é importante.

PS: só mais uma palavrinha.

Esta é a quarta e última parte do nosso especial dedicado às mães. Antes, falamos sobre o livro Tudo o que Mãe diz É Sagrado, abordamos mães no mundo corporativo e apresentamos alguns retratos do cinema para a maternidade. A edição de hoje toca numa situação que ainda é pouco abordada e que necessita de mais suporte às famílias que passam por este momento sensível.

Por isso, é
tão importante saber o que vocês acharam deste material. Contamos com a colaboração de vocês com comentários, críticas e sugestões.

Até semana que vem, Maries.

Marie Curie é uma newsletter que traz conteúdo para mulheres. Toda semana, discutimos algum tema ou trazemos uma entrevista que tenha impacto na maneira como você trabalha, se posiciona e se relaciona com a sociedade.

A versão original dessa matéria foi publicada em 30 de maio de 2019. Para se inscrever e receber um e-mail nosso todas as quintas-feiras, clique aqui.

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