CNV em ação!

Conversa sobre diversidade e inclusão

Vicente Gomes
Pence.ai
Published in
4 min readMar 9, 2021

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Foto por Cecilie_Arcurs via GettyImages

Inicialmente, vamos falar um pouco sobre diversidade e inclusão. Diversidade é um dos princípios da vida. Se observamos a natureza vemos diversidade em tudo, duas folhas de uma mesma planta não são iguais. A diversidade também é uma abordagem estratégica para evolução, a partir da criatividade da vida e da diferenciação e aquisição de novas capacidades adaptativas às mudanças de contexto, a vida continua, mais complexa e bonita

Não incluir o diverso é diminuir a capacidade de adaptação. Além disso, é de certa forma não reconhecer que, ao mesmo tempo que temos nossa singularidade, também temos uma multiplicidade — podemos reconhecer e acessar a liberdade, a criatividade e a leveza dos nossos vários eus e a capacidade de mudar ao longo da vida.

A diversidade em si não garante a evolução, a diversidade precisa ser incluída no fluxo da criatividade, da solução de problemas e da decisão. Incluir a diversidade, no fundo, é a maior fonte de inovação que precisa ser liberada hoje nas empresas e na vida.

Se concordamos que temos que ter mais diversidade nas organizações e aumentar a inclusão, então podemos constatar que essa é uma das áreas mais sensíveis hoje em dia nas organizações, até porque quase todos nós viemos de uma cultura colonizadora, estruturalmente opressora e uma linguagem não inclusiva.

Assim é super importante reconhecer que temos ainda muito a compreender e aprofundar sobre as diversas diversidades (gênero, etnia, orientação sexual, cultural, condições sócio econômicas, cosmologia/visão de mundo etc.). Esse aprofundamento nos ajudará a dialogar com pessoas e grupos diversos, incluindo todas essas potencialidades na forma de trabalhar junto, criar junto, resolver problemas e decidir em conjunto.

Um dos conceitos fundamentais para esses diálogos é o lugar de fala. Lugar de fala é entender que ninguém mais do que aquela pessoas em específico tem condições de falar de suas experiências, visão de mundo, motivações, dores e emoções vividas. A curiosidade genuína é o melhor ingrediente para dar voz e espaço à diversidade e o co-aprendizado na troca é o que faz com que realmente ocorra o diálogo, onde os que dialogam possam sair diferentes do que eram no início da conversa.

Outras dicas práticas para uma boa conversa de diversidade e inclusão são:

  1. Coloque-se em um lugar de muita abertura e curiosidade sobre a riqueza de experiência de vida do outro com toda a diversidade, aparente ou não, que o outro traz. A diversidade é uma relação entre pessoas, é da diferença que vocês trazem para a conversa que emerge a diversidade.
  2. Dicas retiradas do livro MAPA, uma narrativa para o século XXI: Djamila Ribeiro, em seu livro “Pequeno Manual Antirracista” diz: “É impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista. É algo que está dentro de nós e contra o que devemos lutar sempre”. Não é apenas sobre refletir, é preciso agir, combater a violência racial é ser antirracista. Traga outros saberes para o seu cotidiano, quais pessoas pretas, indígenas, com diferentes orientações sexuais ou identidades de gênero você conhece, dialoga ou lê?
  3. Identifique os sentimentos que você está vivendo com relação às outras pessoas. Em que situações/ocasiões esses sentimentos afloram? Como as suas necessidades não estão sendo atendidas nessas situações/ocasiões?
  4. Alguns exemplos para você refletir e trazer para o seu contexto e situação:
  5. Não sinto que minhas experiências e opiniões são ouvidas ou tenham a atenção do outro
  6. Sinto que a outra pessoa tem abertura e boa vontade na interação comigo mas fico impaciente quando as palavras e expressões utilizadas para conversamos não respeitam minhas dores. A pessoa não muda seu linguajar a partir de nossas interações.
  7. Lembre-se que essas não são conversas fáceis, mas que podem ser muito gratificantes e saborosas se você mantiver abertura, curiosidade e usando com cuidado a comunicação não violenta, expandir seu olhar para a beleza da vida. Deixar de fazê-las é deixar parte de sua inteireza fora das relações, e, assim, o mundo deixa de ver sua totalidade.

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