Aí de mim
Recordar quem eu fui
Se depois de você, meu bem
É o futuro que me traz saudade
Me afogo nas letras dos poemas que não escrevi
Me afobo nas tetas das mães que nunca serei
Me atolo nas frestas das portas que não me cercam
Me cubro na dor do choro que nunca calei
No breu, pensamento é açoite
Insônia perversa
É tortura da noite
Tem cheiro doce
O gosto é de êxtase
Se tocas, sussurra harmonia
Enxerga a cor prazer
Olhos nos olhos
Vínculo com a alma
É tudo
Que se vê
A tristeza envelhece
Bom mesmo é o tempo
Passa e floresce
Preconceito é roupa apertada
Condena a alma do outro
Caber em opinião pequena
Parada na mente
Vida em movimento
Para encontrar o caminho
Um haicai no silêncio
Destino, seu puto
Desentorta essa linha
Se a palavra sumir,
A culpa não é minha
Deu vontade
Dancei saudade
No quintal da memória