Receitas da Revista Salsaparrilha — Edição de Fevereiro 2016

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6 min readFeb 27, 2016
Natureza morta com presunto, lagosta e frutas, de Jan Davidsz de Heem.

Receitas anteriores: janeiro/2016

Saudações a todos.

Esperamos que já tenham recuperado suas energias das festas de Momo. Para ajudá-los, nossas receitas do mês incluem um clássico americano para paladares treinados e um afrodisíaco em quadrinhos, além de vários quitutes para beliscar por aí. Recomendamos seguir com tangerinas para refrescar.

Os prazeres sem vergonha de Criminosos do Sexo: Esqueça Deadpool (2016). Se você está à procura de uma comédia irreverente e boca-suja com quebra da quarta parede, a HQ Criminosos do Sexo se mostra uma opção muito mais prazerosa. E tem super-poderes também: na trama, um casal decide roubar bancos após descobrir que consegue congelar o tempo com os seus orgasmos. Indo muito além dos risos, a verdadeira transgressão da série está na sinceridade com que ela trata de temas como repressão sexual e transtornos psicológico-emocionais. Por Tiago Ramos.

Meninos, eu vi… “Carnaval das Almas” sozinho no escuro: Isto sim é nossa ideia de Carnaval! Depois de um afrodisíaco para abrir o apetite, você já está pronto para um prato mais calórico. Estreando nossa nova seção, um dos nossos editores assistiu a este cultuado, mas pouco conhecido no Brasil, filme de terror, nas condições citadas no título da matéria. Este é o seu relato. Por Maurício Sellmann (ainda desaparecido).

Escher revisitado em Monument Valley: Mais conhecida como “o jogo de House of Cards”, esta pequena delícia de uma desenvolvedora britânica é um complexo e fascinante quebra-cabeças que explora as obsessões do artista das paisagens impossíveis, M.C. Escher. Em Monument Valley, a vida é um sonho de ordem. Por Maurício Sellmann (psicografado).

Viagem através do espelho: Mês de Carnaval e Oscar é a época em que as revistas, a TV e o Instagram explodem com imagens de corpos esculpidos e vaidade sem freios. Nada mais oportuno que ler (ou reler) o nosso ensaio que conta como, da Bíblia a Kim Kardashian, o narcisismo faz o mundo girar. Por Maurício Sellmann.

Tangerine (2015): Travestis, prostitutas, traficantes, viciados em crack e imigrantes em trabalhos ingratos. Filmado com iPhones 5s, o longa de Sean S. Baker mergulha na Los Angeles que se oculta à sombra do letreiro de Hollywood. Ao acompanhar a travesti Sin-Dee Rella (Kitana Kiki Rodriguez) em busca da mulher com quem seu namorado cafetão a está traindo, o espectador encontrará humor, drama e uma verdade universal: quando a coisa aperta, você só pode contar com o seu melhor amigo(a) para emprestar-lhe uma peruca. Em cartaz (ou na Netflix norte-americana). (TR)

A Jogada do Século (Best Seller): Relançado para aproveitar a estreia de A Grande Aposta nos cinemas. Mesmo que você tenha visto o primor de adaptação que é o filme, o livro ainda vai lhe reservar gratas surpresas no incrível relato da crise financeira de 2008. O jornalista Michael Lewis constrói uma narrativa impecável, sem deixar que o leitor se perca na linguagem financeira arcana. Muito pelo contrário, lê-se esta história real como se fosse um misto de Stephen King com Franz Kafka. Risos nervosos. (MS)

Lost at Sea (Oni Press): Aos 18, Raleigh é rica, antissocial e acha que o mundo vai acabar diante da possibilidade de levar um fora do namorado. Com uma protagonista dessas, somente um milagre o faria acompanhar uma história sobre ela, não é? Narrando uma road trip da Califórnia ao Canadá, Lost at Sea consegue exatamente isso, ao tratar a moça e seus três companheiros de viagem com a dose certa de ternura e autenticidade. Intimista e contemplativa, a primeira graphic novel de Bryan Lee O’Malley — inédita no Brasil — não poderia ser mais diferente da série Scott Pilgrim (2004–2010) que o tornou famoso. Exceto pelo fato de que também merece ser lida. (TR)

The Message (2015): Se você pensa que A Bruxa de Blair foi uma revolução no formato ficcional, é bom lembrar o que Orson Welles fez no rádio com A Guerra dos Mundos em 1938. Agora, novos criadores estão revivendo a tradição nos audiodramas em podcasts. Esta produção da General Electric Podcast Theatre, escrita por Mac Rogers, usa a linguagem deste formato a seu favor. Nicky Tomalin acompanha em seu podcast a decodificação de uma possível mensagem alienígena de mais de 70 anos. Simples, tensa e eficiente, esta história em oito episódios conta com boas atuações e uma maravilhosa mixagem de som. Somente em inglês. (MS)

Contos do Edgar (2013): Esta microssérie da produtora O2 passou meio despercebida no canal Fox em 2013, mas a Netflix dá uma oportunidade de reavaliá-la. Cinco contos de terror de Edgar Allan Poe têm sua atmosfera gótica transportada para a face feia de São Paulo. Nosso guia é Edgar (Marcus de Andrade, a cara de Poe), que trabalha numa dedetizadora e tem contas a acertar com seu chefe no último episódio, intitulado (que mais?) “Lenora”. O ponto alto é “Berê”, no qual Gaby Amarantos interpreta uma cantora que precisa de dentes novos. E onde o primo apaixonado, pobre e personagem de uma história de Poe vai achar os dentes? No cemitério, claro. (MS)

Nossa newsletter volta dentro de um mês. Até lá, não custa nada lembrar: você pode seguir a nossa publicação própria, a Revista Salsaparrilha, aqui mesmo no Medium. Além disso, fique à vontade para bater um papo conosco através do e-mail revistasalsaparrilha@gmail.com, via Twitter ou Facebook. Bon appétit!

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