TdV APRESENTA: OS MELHORES 73 ÁLBUNS DE 2022

Marco Antonio Barbosa
Telhado de Vidro
Published in
4 min readDec 29, 2022

Ei-las aí: as boas audições do ano que se encerra. Como nos anos anteriores, sem textão, sem embromação, playlist lá embaixo.

O DISCO DO ANO: ‘Moacir de Todas as Coisas’, Letieres Leite & Orquestra Rumpilezz

Como escrevi lá no Scream & Yell, “o último álbum de Letieres Leite ainda celebra, acima de tudo, as possibilidades da música brasileira, que pode ser jazz, latina, africana, caribenha, rústica e sofisticada ao mesmo tempo. Se nos anos 1960 Santos pretendia universalizar a música brasileira, Letieres & Rumpilezz provam que o universo todo cabe aqui.”

O DISCO DE ROCK DO ANO: ‘When the Wind Forgets Your Name’, Built to Spill

Para gravar seu nono álbum à frente do BtS, Doug Martsch convocou ninguém menos que o herói indie local Lê Almeida (que o acompanhou na curta tour brasileira da banda, no começo de 2019). Não é um clássico instantâneo como os dos anos 90, mas mostra um Martsch rejuvenescido e inspirado.

Menção honrosa: Words & Music, May 1965, Lou Reed

Outros bons discos de rock de 2022 (sem ordem):
Ants From Up Here, Black Country, New Road
Visitor, Empath
Everything Was Beautiful, Spiritualized
zera, gorduratrans
Skinty Fia, Fontaines D.C.
Inside Problems, Andrew Bird
Fernando Catatau, Fernando Catatau
Locked Down and Stripped Back Vol. 2, The Wedding Present
Sometime/Human/Geist, DIIV
XI: BLEED HERE NOW, …And You Will Know Us by the Trail of Dead
V, Maglore
Autointitulado, Autoramas
The Boy Named If, Elvis Costello
Medley Attack, Spiral Stairs
Certas Idades, Ombu
Foi Mal, Pelados
Versions of Modern Performance, Horsegirl
Big Time, Angel Olsen
Let It Be Blue, !!!
MAHAL, Toro y Moi
Endure, Special Interest
How Do You Burn?, The Afghan Whigs

O DISCO DE MPB/BRASILIDADES DO ANO: ‘Chama Viva’, Lô Borges

Aos 70 anos, Lô segue firme e forte, produzindo com regularidade e qualidade louváveis. Seu álbum de 2022 passa por sonoridades obviamente familiares, e ainda assim encanta. Basta ouvir “Veleiro”, dueto com Milton Nascimento, para comprovar.

Outros bons discos de MPB/brasilidades de 2022 (sem ordem):
Micro, Maurício Pereira & Tonho Penhasco
Poder Supremo, Bruno Morais
Sambas do Absurdo Vol.2, Rodrigo Campos, Juçara Marçal & Gui Amabis
Walking Dead Folia (Sorria Você Teve Alta!), mundo livre S/A
Carnaval da Vingança, Chinaina
Wado & O Bloco dos Bairros Distantes, Wado
Meu Esquema, Rachel Reis
Sobre Viver, Criolo
Alto da Maravilha, Russo Passapusso/Antônio Carlos & Jocafi
Serotonina, João Donato

O DISCO POP DO ANO: ‘Special’, Lizzo

Opinião impopular: todos os elogios dispensados ao disco da Beyoncé deveriam ser redirecionados para este aqui. Vai por mim.

Menção honrosa: Live, Prince & The Revolution

Outros bons discos pop de 2022 (sem ordem):
Elixir, Luísa & Os Alquimistas
Janky Star, Grace Ives
PAINLESS, Nilüfer Yanya
The Highest in the Land, The Jazz Butcher
MOTOMAMI, Rosalia
Poderia Ser Pior, Number Teddie

O DISCO DE RAP/R’N’B/SUINGUEIRA DE 2022: ‘DRILLMATIC Heart vs. Mind’, The Game

O ajumentado (duas horas de duração! TRINTA faixas!) LP do rapper californiano é uma festa com samples & citações espertíssimos, beats idem e um batalhão de convidados— de Ice-T a Kanye (antes daquele lancezinho chato do nazismo & talz). O destaque é “The Black Slim Shade”, violenta e hilária diss track que se estende por mais de 10 minutos.

Outros bons discos de rap/r’n’b/suingueira de 2022 (sem ordem):
Mr. Morale & The Big Steppers, Kendrick Lamar
Vinyl Days, Logic
Full Court Press, Wiz Khalifa
demon time, Mura Masa
Fragmentos 2, Tuyo
This Is Brian Jackson, Brian Jackson
RAMONA PARK BROKE MY HEART, Vince Staples
Cheat Codes, Danger Mouse & Black Thought

O DISCO ELETRÔNICO/EXPERIMENTAL DE 2022: ‘Heaven Come Crashing’, Rachika Nayar

Segundo o texto de apresentação no Bandcamp, o segundo LP da produtora novaiorquina “se desloca dos submundos fantasmagóricos do disco de estreia rumo a um vívido, fluorescente, cinematográfico maximalismo”. Não poderia descrever mais acuradamente.

Outros bons discos eletrônicos/experimentais de 2022 (sem ordem):
Punkt, Faust
Magic Pony Ride, µ-Ziq
The New Four Seasons — Vivaldi Recomposed, Max Richter
Deus Arrakis, Klaus Schulze
4 Hands, Tim Story & Roedelius
Staretz, Guizado
Reset, Panda Bear
Play Terry Riley In C, The Young Gods
Sons Of, Sam Prekop
Raum, Tangerine Dream
Cherry, Daphni
[[M-II]] LT’s Post-studies, Vitor Araújo
The Turning Year, Roger Eno
Hotel Para.Lel, Fennesz

O DISCO DE JAZZ DE 2022: ‘Every Note Is True’, Ethan Iverson

Sou fã do pianista desde os tempos do The Bad Plus. Em 2022, ele gravou seu primeiro trabalho pela Blue Note, o mais lendário dos selos jazzísticos. O resultado é adequadamente cool.

Outros bons discos de jazz de 2022 (sem ordem):
Historic Music Past Tense Future, Peter Brötzmann, Millford Graves & William Parker
Gold, Alabaster DePlume
In These Times, Makaya McCraven

E lá vai a playlist. São 126 faixas, tiradas desses discos aí e de outros. Ouça no shuffle.

--

--

Marco Antonio Barbosa
Telhado de Vidro

Dono do medium.com/telhado-de-vidro. Escrevo coisas que ninguém lê, desde 1996 (Jornal do Brasil, Extra, Rock Press, Cliquemusic, Gula, Scream & Yell, Veja Rio)