Como é trabalhar como Desenvolvedor de Software, por Matheus Marsiglio

William Oliveira
Training Center
Published in
5 min readMay 23, 2017

Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Meu nome é Matheus Marsiglio, sou de família gaúcha, criado entre cidades do Rio Grande do Sul e São Paulo, mas sou nascido em Recife, PE (choque). Não demorei 2 semestres na universidade para perceber que eu desistiria dela, nunca conclui um curso técnico ou superior e mal sei onde coloquei meu histórico escolar do ensino médio, que só terminei por terem me convencido de algum jeito que não me lembro como.

Aprendi a programar e a mexer com computadores com a necessidade de hackear o Wi-Fi de casa e de vizinhos pela quantidade de castigos, onde eu ficava sem internet por não fazer a lição de casa da escola. Cursei um tempo o curso de Mecatrônica do SENAI, onde aprendi mais ainda sobre programação e mais um monte de coisa interessante que uso até hoje. Me perguntem pessoalmente como burlei uma prova de eletrônica em prol de minha turma por ninguém ter conseguido entender a matéria. É uma boa história.

Trabalho como desenvolvedor há 7 anos, já mexi com Flash, já codei no Dreamweaver e conquistei o sonho do editor próprio perdendo horas configurando um .vimrc para amar meu VIM como amo hoje. Atualmente eu trabalho basicamente como desenvolvedor usando Javascript e estudo outras linguagens por diversão.

Como você conheceu a área?

Eu não a conheci, ela me conheceu. Eu precisava trabalhar, sabia programar, sabia mexer no Photoshop (mas se me perguntar pessoalmente eu nego) e dentre os lugares que eu passei, me colocava de prontidão a ser o “menino do computador”. Acabei entrando de forma sutil e divertida na área, identificando-me e ficando.

Um belo dia chegaram pra mim e falaram: “Você que é o front end aqui, né?”

Eu respondi “acho que sim” e desde então eu sou.

Como foi o seu primeiro trampo?

Entrei aos 16 anos para ser estagiário numa empresa de iluminação em Caxias do Sul. Fazia de tudo, ajudava no showroom, na fábrica, na produção, operação, escritório e até em inspirações com o dono da empresa, vi nele um mentor que eu precisava naquele momento da vida. Me colocava a frente para colocar luminárias em fotos das casas dos clientes pelo Photoshop, ajudei na construção do site, montava planilhas com números mirabolantes sobre otimizar o sistema de estoque e como poderia funcionar o controle de estoque usando algumas coisinhas (nada de React naquela época). Eu me sentia o máximo podendo ajudar em tantas decisões. Foi ali que decidi que o que eu queria para minha vida era resolver problemas. Programação foi como estou resolvendo-os, atualmente. Inclusive mandarei essa entrevista para os donos dessa empresa agradecendo o aprendizado. Oi Aurélio.

Foi ali que decidi que o que eu queria para minha vida era resolver problemas

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

Todo mundo cita um monte de tecnologia, creio que não preciso repetir as mesmas informações. O que eu qualifico como algo bom para isso, além de saber programar e bla bla bla, é querer resolver problemas com pessoas incríveis e fazer um bom café. Nunca esqueça do café.

Se uma pessoa sente o prazer de resolver um problema, ela vai resolver e usar o que ela teve de melhor ao alcance dela para resolvê-lo. Não vai ser o React ou o Angular. Vai ser a solução.

Quais são os principais desafios da área?

O maior desafio dessa área é querer ser melhor sempre. Se você usa como tecnologias Javascript, CSS, HTML, VIM, Sublime, GIT, Node eu me pergunto por quê você não gostaria de ser o melhor que você pode e aprender mais e mais sobre todas elas todos os dias da sua vida.

Agora falando sobre o que é mais trabalhoso e o que pode dar de mais errado, é planejamento. Falhe aqui e vai falhar em todo o resto. Mas se usa planejamento no seu dia a dia e não quer melhorar e aprender mais sobre isso, a falha é maior ainda.

Quais são as principais recompensas da área?

Particularmente, com uma área crescendo tanto e tendo tanta visibilidade, a própria visibilidade e a oportunidade de fazer a diferença de alguma forma, seja ajudando alguém, criando um meetup que faça sucesso ou não, dando mentoria, sendo o ídolo dos seus amigos e tendo amigos que você é fã também e pode se inspirar.

Financeiramente falando, desenvolvedores estão muito valorizados ao redor do mundo, estamos num momento de ouro do desenvolvimento e devemos aproveitar isso para dar 100% de trabalho duro para melhorar ainda mais. — E agora estou me sentindo o Tio Sam no cartaz “I want you for U.S. Army”.

Você pensa em mudar de área?

Não sei se mudar de área é algo que se aplica a mim, não acho que eu sou um desenvolvedor apenas, meu compromisso comigo mesmo sempre foi “resolver problemas”. Como estarei fazendo pode ser com código, com comida, por exemplo, ou com ambos não me importa tanto quanto estar por aí fazendo alguma diferença em algo. E também o futuro é um zoeirinho, nunca se sabe o que esperar dele.

Por que alguém deveria se tornar um desenvolvedor?

Eu realmente não sei por que eu deveria te convencer a se tornar um desenvolvedor, mas o que eu posso te dizer, como alguém que ama desafios e problemas, eis uma área que tem de monte.

E sobre isso, eu queria terminar com um vídeo que talvez nesse momento te pareça tosco, mas há 5 anos atrás quando ele foi lançado, me fez criar um desejo maior de fazer apenas o que eu realmente gosto e me perguntar por que estou fazendo aquilo.

Este foi um post sobre como é trabalhar como Software Developer, porém temos também sobre como é trabalhar como Consultor de TI, por André Baltieri, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Analista de Qualidade, por Érik Patekoski, Full-Stack Developer, por Ana Eliza, Front-End Developer, por Fernando Daciuk, Desenvolvedor Front-End, por Felipe Fialho, Back-End Developer, por Giovanni Cruz, Líder Técnico, por Elton Minetto e muitos outros. Confere lá!

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William Oliveira
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Engenheiro de software frontend, escritor do livro O Universo da Programação (http://bit.ly/universo-da-programacao), periférico e bissexual