Como é trabalhar como Front-End Developer, por Keit Oliveira

William Oliveira
Training Center
Published in
5 min readMay 30, 2017

Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Meu nome é Keit Oliveira, tenho 24 anos e à cerca de 5 trabalho como Web Developer ou Front-End Developer. Atualmente sou Lead Front-End Developer no HomeRefill e organizadora no Front In Sampa.

Essa facilmente poderia ser eu em um dia comum.

Como você conheceu a área de Front-End?

A primeira vez que ouvi sobre Front-End foi através do time no qual eu trabalhei em minha primeira agência em São Paulo e foi curioso como as coisas aconteceram, vou tentar resumir ao máximo:

O líder do time era o Renan Bulgueroni, amigo de longa data do Elvis (que por sinal, era amigo de longa data do dono da agência) e estava em época de Front In Sampa, o Elvis falou para o Renan que seria legal levar o time no evento e foi nisso que ouvi sobre o Front-End a primeira vez.

Algum tempo depois, o Elvis entrou para liderar o time e como ele sempre foi muito envolvido com a comunidade, foi impossível não ir na onda.

sair de uma linguagem de programação server-side para client-side não foi uma das tarefas mais fáceis para mim

Confesso que fui um pouco relutante no começo, eu já trabalhava com HTML e CSS mas o Front-End me assustava por conta do JavaScript, eu tinha muita afinidade com o PHP, comecei a desenvolver em PHP e sair de uma linguagem de programação server-side para client-side não foi uma das tarefas mais fáceis para mim.

Lembro até hoje de quando o Elvis me desafiou (digo, me obrigou) a desenvolver um script de cálculo de BTU de ar-condicionado em menos de 1 hora e sem reclamar mesmo eu nunca tendo desenvolvido algo em JavaScript. — rs. ­­Chorei por dentro.

Depois de algumas tretas (RISOS!), junto ao Elvis e ao Leandro Grillo, comecei a me envolver de verdade com a área, a estudar e buscar cursos, a ir em eventos, em encontros e a fazer amizades com pessoas ativas da comunidade. Quando percebi, eu já havia me tornado Front-End e nem doeu tanto.

Por que você escolheu ser Front-End?

­­Comecei minhas primeiras linhas de código por curiosidade no meu blog pessoal em uma época que era descolado ter música tocando ao acessar uma página ou mesmo ter qualquer coisa que se movimentasse. Não pretendia seguir na área.

Como foi o seu primeiro trampo?

Recebi a primeira proposta como desenvolvedora quando eu ainda morava na Praia Grande (SP) em uma pequena agência que funcionava na sala da casa do dono e até hoje eu não sei onde estava com a cabeça quando aceitei, rs.

Eu trabalhava em uma mesa de jantar compartilhada com outro rapaz, em um computador que quem nasceu nos anos 2000 jamais verá um igual funcionando. Eu fazia de tudo um pouco, desde conversar com o cliente sobre o projeto a desenvolver a arte, código e configurar o servidor.

Esboço de um dos meus primeiros projetos.

Na época, eu fazia o curso de Web Developer na Microcamp e graças ao Ronaldo Nunes, tive contato com boa parte do que eu precisava para trabalhar e o que eu não sabia, ia aprendendo conforme a necessidade.

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

Curiosidade, HTML, CSS, JavaScript e Inglês. Essa é a receita para a dominação do mundo, o resto é bônus.

Quais são os principais desafios da área?

A área é cheia de desafios, desde manter-se atualizado à equilibrar a vida pessoal com a profissional mas vou citar 2 outros não menos importantes.

O primeiro deles: nós mesmos.

Complicamos, reinventamos a roda todo santo dia, às vezes apenas para mostrar que nosso if é mais bem indentado que o já existente e ainda vamos negar até a morte que somos assim.

Às vezes perdemos tempo desenvolvendo algo quando há exatamente a mesma coisa ao nosso dispor, open, com uma comunidade ativa evoluindo e dando suporte para isso, apenas porque queremos algo para chamar de nosso.

O segundo deles: programação orientado a moda.

Seguindo a linha do primeiro desafio: agora mesmo há um indiano desenvolvendo a nova biblioteca do momento que você certamente irá querer usar em seus projetos em produção nos próximos dias.

Muitas vezes perdemos tempo quebrando a cabeça e desenvolvendo em cima de qualquer coisa cool do momento e esquecemos do principal, estudar e entender o core da coisa.

Acredito que um reflexo disso sejam por exemplo, vagas de Front-End Developer onde é necessário ter conhecimento em 30 bibliotecas JavaScript mas que não necessariamente exija que o profissional tenha domínio sobre a linguagem.

Quais são as principais recompensas da área?

Se o Front-End fosse um cara, seria O cara.

Deixamos de desenvolver apenas HTML e CSS em cima de table para desenvolver aplicações completas e com isso, passando de sobrinhos à profissionais desejados em qualquer empresa que preze pela qualidade de seus produtos.

É uma área jovem, descolada e boa parte do mercado entende isso, nos dando flexibilidade para trabalhar como, quando e onde quisermos. Às vezes até escolhemos o quanto ganhar.

Outra coisa sensacional é que temos uma comunidade grande e ativa, eventos (não se esqueçam de se inscrever para o Front In Sampa, rs), encontros e temos até mesmo nossa própria rede de vagas na área.

Você pensa em mudar de área?

Não mas meus planos de vida não incluem codar para sempre, Red Bull é caro.

Por que alguém deveria se tornar um Front-End Developer?

Se você está procurando emoção em sua vida, certamente o Front-End é para você.

Este foi um post sobre como é trabalhar como Front-End Developer, porém temos também sobre como é trabalhar como Consultor de TI, por André Baltieri, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Quality Analyst Engineer, por Úrsula Junque, Back-End Developer, por Giovanni Cruz, Full-Stack Developer, por Ana Eliza, Líder Técnico, por Elton Minetto, Front-End Developer, por Fernando Daciuk e muitos outros. Confere lá!

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William Oliveira
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Engenheiro de software frontend, escritor do livro O Universo da Programação (http://bit.ly/universo-da-programacao), periférico e bissexual