Mulher cadeirante em sua estação de trabalho

O que é a nova economia e como esse modelo afeta o futuro e os resultados da sua empresa

Pravy
7 min readNov 1, 2023

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Produtos embasados em tecnologia que entregam experiências orientadas para as pessoas que serão impactadas por elas: essa é a premissa básica da nova economia.

Para que isso aconteça, as empresas adotam modelos de negócio que usam tecnologia para impulsionar a inovação e tornar processos mais ágeis e eficientes. A automação das operações, o uso de dados e a virtualização dos negócios, quando utilizados de acordo com princípios sustentáveis, humanizados e focados nas necessidades das pessoas, viabilizam a entrada das empresas na chamada nova economia.

Conceito e como a nova economia surgiu

A necessidade de teorizar, entender e aplicar um conceito econômico que unisse a revolução tecnológica, processos inovadores, o empreendedorismo e a importância do foco no ser humano gerou a nova economia. A sustentabilidade, com o passar do tempo, ganhou espaço nessa equação, sendo também um fator que compõe o conceito.

Em um mundo que cada vez opera mais de forma on-line, as pessoas mudaram a maneira de agir, pensar, trabalhar e, principalmente, consumir. Assim, surgiram as redes sociais, o trabalho remoto, a globalização dos negócios e o consumo de produtos, tendo sua vitrine nos sites, apps e plataformas.

Onde se convive, se compra: essa premissa das redes sociais, que passaram de um ambiente de meras interações entre amigos e famílias para ambientes virtuais de consumo, é um dos pilares da nova economia. Com a força do on-line, a identidade do consumidor, que agora é um usuário, tem poder; então, para vender, é preciso centrar-se na pessoa e também em cumprir as expectativas que serão geradas pela jornada de compra desse usuário.

A nova economia ganhou mais destaque por causa da transformação digital e de todos os processos inovativos advindos dessa mudança. Porém, sua aparição data desde a década de 80. Em 1983, a revista Time publicou um artigo intitulado The New Economy (A Nova Economia), escrito pelo jornalista Charles P. Alexander. O texto já trazia à tona alguns fundamentos básicos do modelo, como agilidade e inovação. Neste trecho, Alexander usa a indústria do tabaco como exemplo:

“É uma economia de duas camadas marcada por mudanças rápidas e contrastes acentuados. Enquanto as indústrias tradicionais de fumo estão se recuperando da concorrência estrangeira, as empresas de alta tecnologia estão liderando o mundo em inovação.”

Treze anos depois, em dezembro de 1996, Michael J. Mandel escreveu um artigo sobre o mesmo tema para a revista BusinessWeek, chamado The Triumph of the New Economy, detalhando o recorde do mercado de ações estadunidense naquele ano e atribuindo esse êxito financeiro à nova economia.

Princípios e características

Com base em processos que evoluam e sejam inovadores, podemos dizer que a nova economia fia-se em princípios como:

  • investir com um olhar voltado ao que o mercado/usuário final requer;
  • flexibilidade nos processos, a fim de evitar gastos desnecessários, e foco em uma engrenagem que dê rapidez às equipes internas de desenvolvimento de produtos e serviços;
  • correção de erros desses processos e otimização da produção;
  • inovação constante como ferramenta para superar crises;
  • dinamicidade para evoluir constantemente e entregar produtos que visem ao êxito de mercado e à valorização da marca;
  • foco na gestão da inovação, dando às equipes os meios que necessitam para a produção do que é inovador, atento ao usuário, criativo e tecnológico.
Homem usando óculos de realidade virtual em um ambiente aberto

E, ao aplicarmos a nova economia na operação dos negócios, quais são as características inerentes a esse modelo? Vejamos o que explica Peter Liesch, especialista em Negócios Internacionais da Escola de Negócios de Queensland. Confira quais são essas sete características principais e também algumas citações do professor Liesch sobre elas:

1. Mais opções para produção

Não importa quais sejam seus processos de produção, as chances são de que os mesmos recursos existam em outros lugares. Saiba onde tais serviços estão localizados e quão acessíveis eles são. Você poderia terceirizar a produção e remodelar o seu negócio? Tenha em mente que, muitas vezes, há um conflito de escolha entre o desejo de controlar a produção e os interesses da eficiência. No entanto, a terceirização não é a única opção; existem formas alternativas de envolvimento econômico internacional, e mais serão criadas.

2. A oportunidade de criar novos mercados

A nova economia mundial oferece muitas oportunidades para mentes inteligentes. Hoje não costuma ser a falta de capital o que impede as pessoas de realizarem ideias. Os empreendedores têm o poder de criar novos mercados e, muitas vezes, isso requer pouco investimento.

3. Pequenas empresas podem pensar grande

O sucesso internacional não se limita mais às grandes empresas.

“As pequenas empresas podem ser tão internacionais quanto as grandes. Embora ainda tenhamos corporações multinacionais, haverá cada vez mais oportunidades para pequenas e médias empresas — o que é uma boa notícia para as economias locais, pois empregam mais pessoas.”

4. Igualdade das condições de concorrência

O efeito democratizante da nova economia mundial significa que as oportunidades não se limitam às da ciência e da tecnologia.

“Embora haja potencial para desenvolver coisas, também se trata de fazer um melhor uso das coisas, criando as coisas de uma maneira diferente e que possa dar às empresas uma vantagem competitiva. Da mesma forma, as economias desenvolvidas não são mais o bastião de todas as coisas inovadoras — ideias brilhantes podem vir de qualquer lugar do mundo.”

5. O networking é importante

O networking ajuda as empresas a conhecerem o mercado e a serem conhecidas dentro do mercado. As empresas precisam ter uma boa compreensão de seu networking, mas também dos periféricos, devido às interconexões para além de seu networking imediato.

6. A cultura não é uma restrição

“As empresas não precisam falar a mesma língua e fazer negócios da mesma maneira. Embora as diferenças culturais sejam mais uma barreira para as empresas de consumo do que para os setores de B2B, não está além de qualquer empresa superá-las. Os gestores não devem ser culturalmente cegos — mas da mesma forma, eles não devem estar culturalmente vinculados.”

7. Regionalização, não globalização

As conversas sobre globalização podem ser enganosas, pois as conexões entre empresas geralmente ocorrem em nível regional, e não global — por exemplo, empresas da União Europeia que negociam dentro desse grupo, ou companhias estadunidenses que fazem negócios nos acordos comerciais entre os países da América do Norte.

Pesquisas sobre o comportamento e os padrões comerciais das empresas da Fortune 500 revelam a regionalização na maioria dos setores da indústria. Tais conexões surgem por razões comerciais — acordos de livre comércio podem ser implementados mais tarde, mas apenas uma vez que as conexões iniciais tenham sido feitas pelas empresas.

"Velha" e nova economia

Como vimos, a nova economia rompe com uma estrutura antiga de negócios, ao unir inovação, tecnologia e experiência do cliente, e essas são as diferenças entre a nova economia e os modelos tradicionais anteriormente utilizados:

Tabela comparativa entre modelo de economia tradicional e nova economia
  • Portanto, o que é inovativo, embasado em tecnologia, desafiador, criativo, sustentável e focado no desejo do usuário, faz parte do modelo da nova tecnologia, que divide em quatro seus tipos de negócio:
  • Negócios sociais/de impacto: focam em uma gestão eficiente para gerar impactos positivos. Neles, a meta principal não é o lucro, mas sim a transformação social que pode ser gerada a partir do que é comercializado;
  • Negócios escaláveis: produzem em grande escala, gerando uma alta lucratividade. O crescimento exponencial é o principal objetivo a ser perseguido. Temos como exemplo clássico de negócios escaláveis as startups.
  • Negócios criativos: são os dos bens intangíveis, como os da área de entretenimento, que atendem aos desejos dos sócios e lucram com o que gostam. Aqui temos a presença dos empreendedores que espelham seu estilo de vida nos negócios.
  • Negócios inovadores corporativos: esses são os tipos de empresa cujos colaboradores praticam o empreendedorismo interno, utilizando recursos dos acionistas para desenvolver os produtos. Estes colaboradores também são chamados de intraempreendedores.

Os caminhos rumo à nova economia

Há três direcionamentos para as companhias que queiram otimizar a nova economia em seus negócios. Vejamos alguns exemplos no Brasil:

Empresas tradicionais que se reinventam

Aqui temos negócios já estabelecidos no mercado, mas que apostam na tecnologia para adentrar na nova economia. Podemos exemplificar com a Magazine Luiza, que, de varejista de eletrodomésticos com forte presença em pontos físicos, passou a consolidar suas vendas no comércio eletrônico. A transformação da rede de lojas, inclusive, foi um marco para os marketplaces brasileiros.

As startups e sua franca expansão

O fator que recentemente levou à expansão das startups no Brasil foi a maior disponibilidade de capital para estas empresas. 13 delas, hoje, valem mais de 1 bilhão de dólares, e o panorama no país continua positivo: os investimentos realizados por meio de fundos de VC — venture capital ou capital de risco — cresceram 40 vezes entre 2012 e 2019, totalizando 2,4 bilhões de dólares.

Grandes empresas, novos negócios

Companhias que em paralelo às principais atividades econômicas desenvolvem outras fontes de renda: este é o terceiro caminho possível da nova economia. Dois grandes players financeiros nacionais são exemplo disso — o Bradesco e seu banco digital Next, e a Caixa Seguros com a seguradora on-line Youse.

Estes dois negócios visam conquistar fatias de mercado como eles próprios, independente das “marcas-mãe” que os conceberam. Aqui, como no item anterior, há um aumento significativo das atividades de VC.

Como esse modelo afeta então o futuro e os resultados da sua empresa?

Considerando as mudanças no comportamento de consumo que foram vivenciadas nos últimos anos, os estudos e estatísticas sobre tendências e o futuro, e os casos de sucesso que já existem no mercado, podemos afirmar que a nova economia é a chave para o sucesso e a longevidade das empresas.

Aqui na Pravy, ajudamos lideranças visionárias a criar produtos e experiências digitais alinhados com o modelo da nova economia. Acompanhamos nossos clientes em cada etapa da transformação digital para garantir os resultados e construir um futuro regenerativo e sustentável para os negócios, as pessoas e o planeta. Fale conosco!

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