“Por que odeio Paulo Coelho?”, um experimento pioneiro em recepção literária (2009)

Sérgio Barcellos Ximenes
23 min readJun 12, 2020

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Este artigo saiu inicialmente como um post em dezembro de 2009, em blog pessoal já extinto.

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Talvez o mais interessante experimento brasileiro em recepção literária, do ponto de vista dos leitores, tenha sido realizado pelo escritor Paulo Coelho nas páginas do seu blog oficial (Paulo Coelho’s Blog) em novembro de 2009.

Paulo criou uma seção intitulada Por que odeio Paulo Coelho, incentivando leitores e não leitores a expressarem suas opiniões críticas. Posteriormente, no início de dezembro daquele ano, a seção foi deletada do blog.

Quando um dos participantes levantou a questão de uma possível contra-argumentação pelo escritor, Paulo esclareceu:

“my goal here is FAR FROM making a reflexion about myself on this page. It is just for people to express their anger.”

Tradução:

“Meu objetivo aqui não é DE MODO ALGUM fazer uma reflexão sobre mim mesmo nesta página. É somente deixar que as pessoas expressem sua raiva [contra mim].”

Havia, entretanto, uma agenda oculta, revelada pelo próprio autor em uma das réplicas aos comentários:

“This was just a provocation to the so called ‘critics’. If you could read all these comments, 99% say the same thing: “I did not read and I did not like”. (Paulo Coelho.)

Tradução:

“Esta foi apenas uma provocação aos assim-chamados ‘críticos’. Se você realmente ler todos esses comentários, 99% dizem o mesmo: ‘Não li e não gostei’.”

É o problema de toda crença: “Quem crê, nada além disso vê” (Copyright: eu, embora o pensamento não seja original).

O cérebro humano apresenta uma certa dificuldade em aceitar três aspectos essenciais da realidade: ela é dinâmica, complexa e diversificada.

A realidade é dinâmica porque existe no tempo. Mudamos pessoalmente, as situações mudam, a História se desenvolve de modo até surpreendente (quem previu o novo coronavírus?).

Negamos esse dinamismo da realidade quando supomos que alguém jamais poderá mudar psicologicamente, quando projetamos no futuro a continuidade irreversível de uma situação pessoal, ou quando “decretamos” o fim da História, dos mais variados modos (quantos se decepcionam com a luta política após mais um revés?).

A realidade é complexa porque um conjunto de causas e fatores sempre atuam para gerar os efeitos e as situações da vida. Nossa situação pessoal envolve um conjunto complexo de fatores e dimensões, assim como se dá nos problemas sociais, étnicos e políticos, entre outros.

Negamos essa complexidade quando deixamos de mapear os vários componentes de um problema pessoal, quando optamos pelo simplismo ao atribuir a existência de uma situação a uma só causa (“explicação” favorita dos comentaristas das redes sociais e dos autores da autoajuda), ou quando “entendemos” eventos históricos nos apegando a uma só dimensão supostamente determinante (vide o personalismo nas questões políticas).

A realidade é diversificada porque suas manifestações são múltiplas e, além disso, por ter natureza sistêmica: em um todo há várias partes com funções diferentes, e o resultado de sua interação é algo único (pense em “vida”, fenômeno que não se resume às partes de um organismo vivo). Além disso há sistemas dentro de sistemas (pense no corpo humano, um sistema vivo com seus sistemas orgânicos: cardiovascular, digestório, nervoso etc.) e várias dimensões de cada todo (no caso do ser humano, as dimensões histórica, geopolítica, política, social, psicológica, cognitiva, emocional, moral, espiritual, orgânica… e tantas outras).

Negamos essa diversidade quando pressupomos somente uma possibilidade humana em qualquer situação (exemplo: o uso atual e popular do “você” no início das frases declarativas), quando eliminamos implícita ou explicitamente a validade de pontos de vista diferentes em uma questão, ou quando desconsideramos os, às vezes, inúmeros componentes de um mesmo sistema (já pensou que, se alguém escrevesse um dicionário composto somente de nomes dos insetos, o livro teria mais de 1 milhão de verbetes?).

Eliminar o dinamismo, a complexidade e a diversidade no nosso pensamento conforta o cérebro e permite que ele consiga (rapidamente, a seu gosto) obter duas experiências de extremo valor (para ele): a sensação de compreensão e a sensação de controle.

O problema é esse: são sensações, sem nenhum equivalente externo.

É muito semelhante à situação da publicidade (a qual, obviamente, destina-se ao cérebro humano): o publicitário cuida em gerar no espectador a sensação de satisfação de alguma necessidade. Como se diz no meio: “As pessoas não compram produtos, mas experiências”. Então compre o produto, aceite o serviço, estimulado pela publicidade, e… Decepção, é claro.

As respostas ao experimento de Paulo Coelho exemplificam de modo perfeito essas três características inerentes à realidade.

Ao contrário da afirmação do autor (“Se você realmente ler todos esses comentários, 99% dizem o mesmo: ‘Não li e não gostei’.”), os participantes revelaram o dinamismo de sua relação com as obras do Mago (as mudanças de avaliação no tempo), a complexidade dessa relação (as várias causas e fatores determinantes da avaliação) e a diversidade de reações às histórias (gerada pela subjetividade de cada leitor).

Abaixo, no espírito de uma compilação de citações, ou do copy-and-paste digital, apresento uma seleção dos comentários deixados naquela seção, tendo o cuidado de utilizar trechos apenas de quem afirmou ter lido alguma obra do autor.

Provavelmente, a maioria dos ex-leitores de Paulo Coelho não se sentiu estimulada a expressar sua opinião, e muitos leitores, ao perceberem o título “Por que odeio Paulo Coelho”, não se sentiram incluídos nessa categoria. Apesar disso, o número de respostas (743 no total) deu relevância à iniciativa.

Note-se que a frase-título da seção também se baseou em dois pressupostos falsos: “Por que (1) odeio (2) Paulo Coelho”.

De novo, nela percebemos a eliminação do dinamismo, da complexidade e da diversidade dos fatos: a visão estática da realidade (não há margem para mudanças na avaliação, no tempo), o simplismo (uma só reação possível, e extrema ―o ódio) e a unidade, ao invés da diversidade (a exclusividade da dimensão psicológica na relação leitor-autor).

Em termos do objetivo do autor (não falo aqui da agenda oculta), “Por que não gosto das histórias de Paulo Coelho” seria um título mais respeitoso à realidade.

Como se poderá perceber, o conteúdo dos comentários é rico, diversificado, e vai muito além do “não li e não gostei”. E serve como excelente amostra dos diversos aspectos da complexa relação dos leitores com a obra dos escritores famosos e de seus ídolos e (vá lá) eventuais desafetos literários.

Este foi o real valor da experiência, para quem gosta dos livros.

A experiência dos leitores é a verdadeira caixa-preta da literatura. Onze anos depois dessa iniciativa pioneira, os comentários em livrarias virtuais e as resenhas de blogueiros e booktubers permitiram abri-la, ainda que somente em parte e, às vezes, condicionadas por fatores deturpadores da relação direta leitor-autor: as resenhas de amigos, a relação promíscua com editoras, a manipulação dos comentários na Amazon, entre outros.

A transcrição dos comentários respeitou a redação original. Este autor organizou os comentários nas categorias apropriadas.

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Domínio precário do idioma

. […] e também achei que faltou revisão nos dois [O Alquimista e O Diário de um Mago], porque havia alguns erros de português que poderiam ter sido retirados do livro sem modificar seu estilo. (André Carvalho.)

. Paulo, li um único livro seu, O Diário de Um Mago, a única coisa que me aborreceu de verdade foram alguns erros de português, talvez faltasse ali, naquele momento e naquela edição, um trabalho mais apurado de revisão ortográfica. Agora que nossa língua mudou, tudo isso pouco importa. As ideias já não têm mais acento. (Vitor Lopes.)

Estilo pobre

. Achei [O Diário de um Mago] uma história banal, contada em um português ginasiano. (Joel Bueno.)

. A simplificação da linguagem que ele propõe, pra Arte é ruim. (Leandro.)

. Ah, e também não suporto as frases metafóricas que até uma criança de 8 anos diria: “Nem tudo na vida é de uma cor ou de outra. Olhem apenas o arco íris.” (Giselle Sissy.)

. Não te odeio mas acho seus livros fraquíssimos, um punhado de colagens de mitologias tradicionais cercadas de clichés e frases mal escritas. (Jaime Castro.)

. Li Diário de um mago, Veronika decide morrer e O Alquimista. Apesar das três leituras, não me agrada o estilo de escrita. É simples (como a literatura deve ser ― tenho uma certa aversão a Machado de Assis com suas descrições rebuscadíssimas), mas acho que falta estrutura de texto, de escrita. Essa é minha única crítica. É como um carro que dá soquinhos, fora de marcha, com combustível ruim. Não é suave, não tem fluidez. (Capretz.)

. […] comecei a ler um dos primeiros livros de Paulo Coelho e senti a falta de alguma coisa que me prendesse àquele texto, me encantasse. Não só O QUE ele dizia, mas COMO dizia; o artesanato da palavra. (Glaucia.)

. […] nao gosto dos seus livros por causa da falta de um dos elementos que me faz sentir prazer em ler, que eh a exploracao da rica capacidade de expressao da linguagem humana. (Hildeberto.)

Histórias pouco estimulantes

. […] as situaçoes são bobas, alguns trechos chegam a ser infantis ao estilo ‘Pollyana’, é tudo muito ‘ralo’… (Darkestsheevah.)

. Particularmente, não gosto do que você escreve. Acho fútil, cheio de clichês e enquadrado na velha fórmula do best-seller. Mas eu não gosto, porque não gosto de livros assim. (Dani.)

. Em retrospecto, O Alquimista, Nas margens do rio piedra sentei e chorei e Verônika decide morrer são todos livros que contam uma historinha e no final, moral da história: o tesouro, o laço de cabelo, viver intensamente. Histórias fictícias tentando retratar uma realidade subjetiva e no final a sentença, o clichê final. (Marcelo.)

. Eu assumo que eu gostei das obras, me prenderam bastante, mas eu entendi o porquê das pessoas falarem tanto: clicheísmo. Eu me senti como se você tivesse pego um assunto polêmico e escrito uma obra sobre ele que começa em um ponto, roda, roda, roda e não sai do mesmo ponto. As histórias são muito legais, mas não é nada de novo nem de extraordinário. (Maurizio.)

. Li vários dos teus livros e posso dizer que não são ruins, apenas simples, gostosos, como uma brisa matinal, com mensagens de vida e vitória. (Angel Cabeza.)

. Peguei ONZE MINUTOS emprestado,que me recomendaram como o melhor dele, e me decepcionei.Achei meio enredo de Novela das Seis. Meio fantasioso, brega. As prostitutas são hollywoodianas demais, água-com-açucar demais. Sessão da tarde. (Roberto Schultz.)

. Clichês que beiram a infantilidade, histórias confusas, conteúdo medíocre. Acho que lhe falta imaginação criativa, cultura real. (Alberto, sobre O Alquimista.)

O autor que sufoca o narrador

. E se você quer saber o porquê de EU não te apreciar enquanto escritor é o fato de que você ― ou essa personagem que você criou pra si ou pro público pra ser mais exata ― é maior que seus livros. Sempre. Você está SEMPRE em primeiro lugar. Mais que a narrativa, mais que a intenção, mais que as personagens, mais que o livro. SEMPRE. Você não se cansa de si mesmo NUNCA? (Luciana Gerbase.)

Ausência de recursos técnicos

. Infelizmente, Paulo Coelho ― o escritor ― não conta com nenhuma técnica narrativa capaz de conquistar os que vivem das letras. (Francisco.)

. Fico triste, triste mesmo, porque esperava ver aqui quem criticasse Paulo por sua “mediocridade literária” (que constatei) e por sua intensidade (que constatei, também), que resultam numa grande contradição. (Cassiel.)

Superficialidade do conteúdo

. Paulo, eu não o odeio. Só não gosto de seus livros. São todos superficiais, sem embasamento algum. (Ricardo Costa.)

. No tiene nada de original, nada de sabio, nada de inteligente y es predecible, obvio, rastrero y superficial. (Eduardo.)

. Li seu trabalho Verônica decide morrer e realmente achei leviano e banal. (Glauco.)

. O problema dos seus livros não é a temática. É a superficialidade com que você trata os temas. (Bira.)

. Comprei então Brida. Li até o final e apenas confirmei o esperado: seus livros são bôbos, não tem absolutamente nada de interessante. (Andréa.)

. Nós gostamos de livros que acrescente alguma reflexão pela perda de tempo lendo. Paulo nos dá a sensação de nada. Nada há pra refletir. Coisa pra quem tá desesperado sem dar rumo à própria vida. (Leandro.)

. Evidentemente quem chegou até aqui compondo obras calcadas basicamente em obviedades e lugares-comuns, a chamada literatura-adulação (escrever o que certas pessoas gostam ou necessitam ouvir), não fugiria disso nem mesmo diante de uma súbita abertura a críticas. (Marcelo Idiarte.)

. Li apenas um livro seu, O Alquista, e fiquei profundamente tentado a nunca mais ler outra obra sua. Achei profundo como um pires. (Morfetus.)

. No pouco que eu li do Paulo, pois eu penso que aquilo é perda de tempo, percebi que é para criancinhas. Contos da carochinha. Para pessoas que são desprovidas de discernimentos. (Gaspar Souza.)

Cópia (de outros autores ou de si mesmo)

. Porque ela [a personagem narradora de O Alquimista] começa dizendo: “O rapaz chamava-se Santiago”. Isso realmente não me pareceu conveniente porque, ressalvado juízo literário abalizado, houve indébita apropriação (escusada apenas por eventual desconhecimento) da fala do narrador de O velho e o mar, de Ernest Hemingway. Com efeito, nesta obra o narrador (também me pareceu descrição onisciente) começa, isso foi incrível para mim: “O velho chamava-se Santiago.”(31ª edição, Civilização Brasileira, 1989, página 9). (Walter Duarte.)

. MAS, POR QUE NÃO GOSTO DO QUE ELE ESCREVE?
PELA TOTAL E INSENSÍVEL FALTA DE ORIGINALIDADE.
CASTAÑEDA DEVE ESTAR SE MEXENDO NO TÚMULO COM ESSE PLÁGIO DESAVERGONHADO. (Luiza Lisboa.)

. A obra de Paulo Coelho é uma cópia eterna de suas próprias obras. Por favor, mais criatividade. Piegas. (Henrique.)

Defeitos variados

. No entanto, ele deveria ter mais cuidado com a gramática (afinal, ele é “imortal” da ABL), com as palavras (Em Verônika Decide Morrer, ele escreve: “Casamentos restritos a um monoteísmo forçado, onde o desejo sexual…”; a palavra correta é monogamia), com a geografia (em O Alquimista, seu personagem se propõe a ir de Tanger rumo ao poente, para chegar ao Cairo. Só que Cairo fica a leste de Tanger, ou seja rumo ao nascente: coisas de mago!), história (em Verônika Decide Morrer!, PC diz que “Então Scholes desenhou o teclado QWERT, um teclado que obrigava os datilógrafos a andarem devagar”. O teclado foi criado, a pedido de Scholes, por James Densmore, […]. (Inácio Stoffel.)

A relação da obra com a autoajuda

. Seus livros são como remédios. Você lê um (qualquer um), aprende com a mensagem, absorve todo o ensinamento (por alguns dias). Mas depois o “veneno da sociedade” entra em nossas veias de novo e o seu “remédio” já saiu do nosso corpo, e é ai que as pessoas te odeiam, pois a sua “CURA” foi apenas temporária e a esperança que tinham em você se vai e assim acham que é apenas um charlatão a procura de dinheiro, por que se sentem enganadas, como quando compramos um remédio que vem no rotulo escrito “Tome este remédio e nunca mais ira ter essa doença”. (Sérgio Augusto.)

. Li alguns livros do senhor e, em sua maioria, soaram mais como estórias cunhadas de livros de autoajuda. (Paulo.)

. [Por que odeio Paulo Coelho?] Porque depois de ler Paulo Coelho, você se sente um completo incompetente por não conseguir resolver seus problemas sozinhos e precisar de livros de autoajuda para se motivar. (Mayana.)

. não odeio você, somente não gosto de seus livros. li 2, O alquimista e O diário de um mago, recomendados por uma tia que te adora. achei a narrativa muito simples, e não gostei da maneira que conselhos de autoajuda eram misturados à história. (André Carvalho.)

. Uns 15 anos atrás minha tia emprestou para o meu pai um livro seu, se não me engano era O Alquimista. Eu peguei o livro e antes de começar a ler vi que ela tinha sublinhado com um lápis vários trechos em todo o livro.

Comecei a ler esses trechos e tinha umas frases que não vou lembrar mesmo, mas eram frases como “seja você mesmo e tudo se resolverá” ou “tudo é uma coisa só”, sei lá, eram umas coisas que para mim soavam meio óbvias e vazias. Na ocasião eu tinha uns 25 anos e cheguei a comentar com minha tia o que ela via em frases como essas. Li uns trinta trechos que ela tinha marcado e não consegui entender que grande verdade era essa que ela encontrava nesse tipo de frase. Graças a isso desisti de ler o livro. (Douglas.)

. Já li alguns dos seus livros, e de verdade, não consigo entender todo esse fanatismo que as pessoas tem. Sinceramente, eu vejo seus livros como um monte de coisas clichês. Frases prontas, que até fazem refletir, mas que são puro clichê. Eu sinto como se tivesse lendo um livro de auto ajuda (nas entrelinhas) e eu, de verdade, n suporto esse tipo de livro. (Thatiana Vasconcelos.)

. Não consegui ler nenhum de seus livros, é uma espécie de auta ajuda forçada e misticismo… (eudesou.)

. Após muito ler Paulo Coelho (e confesso que li todos os livros, com a exceção de 11 Minutos), confesso que há momentos em que P.Coelho acerta a mão, e momentos em que ele erra. Aqueles que acham que ele escreve ruim devem atentar para o fato de que seus livros são de autoajuda, e feitos para vender, não para ganhar louros da crítica e dos cursos de letras da universidade. (Felix Maranganha.)

. Os seus livros lembram os sucessivos e mediocres livros de autoajuda. (Vitor.)

Impossibilidade de chegar ao final da história

. […] tentei arduamente ler Brida e As Valkírias e nao passei dos primeiros capitulos… (Darkestsheevah.)

. Li (tentei ler) Diário de um Mago. […] Parei lá pela página 100. (Joel Bueno.)

. Odiar nao mesmo, mas gostar de ler os seus livros tbm nao. Ate tentei, parei nas primeiras paginas, dei risadas e pronto. (Fernanda.)

. Eu imaginava que, independente de qualquer coisa, você fosse bom autor. Mas o livro [Veronika decide morrer] é péssimo. Achei péssima ideia você se enfiar no meio da história… ser um personagem. Enfim, li mais da metade do livro, mas não consegui terminar (e olha que eu detesto não acabar de ler livros, me esforço pra terminar todos, mesmo os mais massantes) realmente não deu… e eu não sei até hoje o que aconteceu com a tal da Verônica. (Andréa.)

. Na verdade comprei um livro do Paulo Coelho, por curiosidade, não querendo botar-me de superior aos milhares de leitores que ele tem por todo o mundo. Comprei, mas não consegui ler nem metade, achei conversa chocha, pobre, superficial, sem criatividade! (Joa de Arievilo.)

. Não te odeio, apenas odeio seus livros, li 3. Tá bom, 2, o último eu não consegui terminar de ler, o último foi o Na Margem do Rio Pedra Sentei e Chorei, muito ruim, não faz meu estilo. (Klaus.)

. Minha prima foi para a Itália e me trouxe o livro no qual você conta o seu caminho por Santiago… Comecei a ler para praticar meu italiano, já faz 1 ano que ele está entocado na gaveta com o marcador de páginas na metade do segundo capítulo… É um verdadeiro sonífero com capa dura! E não tenho a mínima vontade de continuar lendo. (Leda.)

. Eu realmente tentei ler um ou dois dos seus livros, mas tendo lido antes deles obras de autores como Tolstoi, Camus, Huxley, Gabriel Garcia Marques, Tchekhov, Graciliano Ramos… etc, há que admitir-se que tentar ler um livro seu, é algo análogo a tortura chinesa. (Rubens.)

. Tentei ler um livro seu. Comecei por O Alquimista. Não consegui passar da metade. Achei simplista e não encontrei nenhum prazer na leitura. (Edmar.)

. Li O Alquimista e gostei, na época, mas ao tentar ler um outro livro seu não cheguei a ler metade. (Alberto.)

. ja tentei ler alguns livros dele mas não tem nem pé nem cabeça, nem meio e fim, enfim impossível de se ler e entender. (Dina.)

. Comecei lendo Veronika decide morrer, pois foi o título que mais me atraiu, eu gostei da história, mas faltou muita coisa, olha, terminei de ler sentindo NADA, não causou nenhuma sensação, emoção, tristeza, felicidade, simplismente NADA. Fui pra Maktub, começei lendo histórias aleatórias e nada também… já vi que não era hora de Paulo Coelho! Como sou teimosa, fui pra Brida e pimba, não consegui passar da página 15, esoterismo fácil e de tanta leitura fácil, chega a ficar cansativa. (Camila.)

. Até que já tentei ler alguma coisa sua, mas nunca consegui completar um parágrafo sequer. Nunca consegui entender nada do que voce escreve. (Avekrishna.)

. não se trata de ódio. um livro seu foi direto para o lixo. não conheço todos, porque comprei um lí 20 páginas, e foi para o lixo… (Brandão.)

. Li onze minutos e diário de um mago (esse não consegui terminar, confesso). (Cintia.)

. Li o Diário e o Alquimista, foram livros razoáveis, as Valkirias confeço que não consegui concluir (Mauricio.)

Frustração de expectativas

. Não odeio o autor, em si. Na verdade, nem o conheço para que possa ter argumentos que sustentem algum sentimento. Já a obra ― que tive o trabalho de ler para, diferente de muitos, criticar com posse de justificativas ―, para mim, não acrescentou nada. Pior ainda, me tirou algum tempo. (Francisco.)

. Os livros de Paulo Coelho se não existissem não fariam diferença nenhuma, totalmente fúteis , li onze minutos sentado no banheiro , foi o unico lugar onde o tempo tá perdido mesmo… (Xato.)

. Odeio os livros do paulo coelho, todos os que li considero como terpo perdido, sao muitos ruins, cretinos e mediocres. (Amélia.)

. Não preciso ler todos pra poder dizer se é ruim, lendo DIÁRIO DE UM MAGO, BRIDA, AS WALQUÍRIAS e O ALQUIMISTA, alem de folhear praticamente todos (parabens por disponibilizá-los online, garanto que isso nao tira a venda, apenas divulga melhors as obras) ja me foi suficiente pra emitir um julgamento: Lixo. (Leandro.)

. Nao gosto do seu trabalho (apesar de ter lido somente dois dos seus livros). (Flavia.)

. Eu particularmente simplesmente não gosto de suas obras. Já li 3 livros seus, em diferentes momentos da minha vida, e simplesmente não gosto do estilo de escrita e do conteúdo das obras. (Luciano Silveira.)

. Eu li apenas um livro seu, o By the River Pietra …, e achei cansativo e repetitivo mas gentil e até inspirante (AnaTy.)

. Te admiro por ser o escritor mais lido no mundo nos dias atuais, porém, tenho que ser sincera: Tuas obras não me agradam, com exceção das letras que compôs ao lado do mestre Raul. Acho teus livros cansativos, além de abordarem temas muito parecidos, resumidamente acho que são chatos! (Renata I. C.)

. Moro na Croacia e veja so!!! Ate na Croacia vc eh lido e adorado!! Ja li O diario de um bago, perdao, mago! Primeiro gostaria de dizer parabens por atirgir tamanho sucesso escrendo tamanha bobagem! (Victor.)

. Li dois ou tres dos seus livros, sinceramente nao gostei achei muito fraco, nao ruim, porem, as estorias sao “agua com acucar, feijao com arroz, cheesy”, sem graca e com certas caracteristicas que de um jeito ou de outro fazem seus leitores se identificarem com os personagens e com as situacoes escritas por vc. (Wagner.)

. Eu li alguns livros seus. Gosto quando você escreve pequenos contos, como MAKTUB. Porém, seus romances parecem que foram feitos para mulheres ou para políticos… por isso não me atraem. (Rodrigo.)

. Eu só consegui ler O Alquimista pq eu queria conhecer, já que muitos falavam e eu não queria tecer preconceitos. Além de que não tinha o que fazer, pq estava numa ilha passando férias. Eu jamais li outra coisa de Paulo Coelho […] (Ivy.)

. Li a primeira obra de Paulo aos dezessete anos, após ter lido inúmeros clássicos. O fiz sem preconceito, querendo entender o motivo da má fama de suas obras e o elevado número de livros vendidos. Achei péssimo, mas temi ser injusta, e li um segundo. Outro festival de horrores. Não me dei por satisfeita até ler o quarto livro, e perceber que as pessoas que o elogiavam, eram justamente as que nunca liam. (Andrea.)

. Paulão, já li algumas obras suas e confesso que não é meu tipo de leitura… (Emmanuel Carvalho.)

. […] achei a leitura das suas obras tao insonsa, nao me diz nada, nao me toca o coração de forma alguma… (Darkestsheevah.)

. Já li um livro seu (O diário de um mago), confesso que não gosto muito da sua “vertente literária”, […] (Luciano Paulo.)

. Em tempo: li vários livros do Paulo Coelho, não gosto de boa parte dos seus livros, mas não o odeio… Respeito o Paulo Coelho, mas ele não faz o tipo de literatura que me atrai. (Carla.)

. Ao contrário de muitos desse post, eu li seu livro (!) O Alquimista. Não gostei, não é o meu tipo de leitura. (Carlos Eduardo Saraiva.)

. Eu não o odeio, Paulo, até torço por ti. Apenas não gostei de Diario de um Mago e de O Alquimista e depois disso não li mais nada seu. (Rainor.)

. Li um bom número das suas obras, e, na boa, não me atraem. Um pseudo-mago que ganhou fama gratuitamente, porque os livros tem um roteiro péssimo, são tão clichês. Deprimente! (Bruna Alves.)

. São livros sem graça, maçantes, e essa história de misticismo é uma bobeira enorme. Com muito, mas muito custo mesmo, consegui terminar O Diário de um Mago. A cada página procurava algo que me estimulasse a ler a próxima, mas não encontrava. Só terminei porque não sou de deixar livros pela metade. Enfim, essa é a minha opinião: jamais lerei outro livro dele. (Renato.)

. Li o Alquimista e Brida. Terminei ambos com uma vaga sensação de que havia ali alguma lição muito importante a tirar. Pensei bastante no assunto e cheguei à seguinte conclusão: ou eu sou burro e não chego lá (hipótese não desprezável), ou o sucesso de Paulo Coelho vive exactamente dessa sensação meio indefinível de que estamos quase a atingir uma verdade que vai mudar a nossa vida… quem sabe com o próximo livro a gente consiga atingi-la.

Claro que posso estar completamente errado e nenhuma das hipóteses estar correcta. Mas como tenho a mania de seguir os meus raciocínios, decidi que não valia a pena ler mais livros de Paulo Coelho. (Jorge Coelho.)

. Nao é que eu te odeie, mas acho vc ruizinho pra caramba como escritor. O Alquimista foi um dos piores livros que ja li… Escrito muito mal, cheio de frases de filosofia de almanaque. (Mage.)

. Li os livros O Alquimista e o O Demônio e a Srta. Prym. Acredito que as traduções dos livros de Paulo possam ser melhores do que os originais. (Marilia.)

. LI APENAS UM LIVRO DELE ATÉ O FINAL, CONFESSO QUE FOI UM ESFORÇO. (Luiza Lisboa.)

Mudança de avaliação com o tempo

. Como eu contava apenas entre 12 e 14 anos, decidi ler novamente o primeiro [O Diário de um Mago], com 20 anos. Não sei bem se fui influenciada por todas as críticas que já havia lido a seu respeito, mas achei um livro tão pobre, tão carente em tantos aspectos… (Giselle Sissy.)

. confesso que a minha consciencia se expandiu depois da leitura de 11 minutos, livro o qual me recordo ser o primeiro de minha caminhada literária aos 14 anos. porém, apesar da completude que na época sua obra me proporcionou, posteriormente não consegui ler mais nenhum livro seu sem evidenciar alguma crítica detro de mim frente suas palvaras. (“Eu”.)

. Existe uma regrinha chamada “regra dos 15 anos”. Vc n pode rever um filme que tenha assistido e achado o máximo antes dos 15 anos: vc corre o sério risco de descobrir que era melhor na sua memória. Acho que o mesmo vale pros livros. Comecei a ler seus livros um pouco cedo e então quando fui ler de novo um pouco mais velha descobri que alguns não eram O MÁXIMO como eu achava antes. (Patrícia Matos.)

. Li vários de seus livros durante minha adolescência […]
Muito sedutor!

Contudo, a adolescência se foi e todo o entusiasmo e curiosidade pelos seus livros com ela. Talvez seu livros sejam para crianças, não sei. (Marcelo.)

. Li dois de seus livros quando tinha menos de 15 anos de idade, e digo que na época eles até me fascinaram um pouco, mas mais tarde percebi que se tratava de ficção barata, de muita enrolação e auto adoração. (Victor.)

. Comecei a ler os seus livros na minha adolescência. Depois que li o primeiro que não me lembro a ordem, aguardava anciosamente quando sairia o próximo. Os livros foram: Brida, O Alquimista, O Diário de Um Mago e quando saiu As Valkirias não consegui terminar de ler. Depois de certo tempo comprei o Maktub, mais uma vez não consegui. Livro você compra, tenta ler, depois de algum tempo volta naquele que ficou e vê se consegue. Pra mim é assim e os seus nunca mais consegui ler. Na época achava o máximo, mas agora pra mim, é um monte de besteira. (Beatrice Campos.)

. Já li quase todos os seus livros. Sim, devo assumir que foram durante a época da adolescência. Hoje não leio mais, porque acho uma obra fraca, mas na época da adolescência curtia demais!!! (Catarina Franco.)

. Quando li o Diário de Um Mago eu tinha uns 15 anos; gostei (hj já não leria porque, sem discutir “qualidade” de literatura [questão subjetiva no mais das vezes e que sequer atributos pessoais tenho para discutir], a estória em si agora não me nutre mais, porque alimento — perdão — “ralo”]. (Jota Jr.)

. Lí seus alguns de seus livros quando tinha por volta dos 17 anos e gostei da leitura. Depois desta época não li nenhum outro livro seu, hoje estou com 22 anos. (Danilo Curti.)

. Como eu disse anteriormente, fui seu leitor até determinado momento, quando por questões de foro íntimo, deixei de sê-lo. (Sergio Montes da Fonseca.)

. Hoje não leio mas suas obras, não me faz falta, porém ela preenche o espaço de muita gente que gosta de ler sua obra,… (Marcos Soares.)

. Li todos!!! Na época achava o máximo, estava “na moda”. Hoje vejo que realmente “eu odeio Paulo Coelho!!!!”

Acho tudo muito vazio e , principalmente recheado de mentiras, magias, forças ocultas, essas coisas que trazem uma sensação de respostas, mas que na verdade, só gera angústia e mais solidão. Enfim, é isso, acho tudo bem vazio! (Alessandra.)

. Admito que durante um bom tempo fui apaixonado por seus livros e foi uma época brilhante, e por isso tenho motivos para te agradecer. Mas confesso também que quando percebi que as coisas não aconteciam para mim assim como estavam em seus livros, eu ficava triste e revoltado por alguém ter supostamente me enganado, e esse alguém era você.

Entendo que a culpa era só minha, enfim, eu que sou o leitor e não sou obrigado a ler e acreditar em algo que não queira. E também reconheço que esse comportamento era imaturo, e que já não faz mais parte da minha pessoa. (Marco.)

Desencanto com as obras seguintes

. Nao gosto dos seus livros, nao, mesmo tendo lido 5 deles…Alias, ate gostei do Alquimista e do Diario de um Mago, mas os seguintes nao me atrairam (Susan.)

. já li muitos livros seus e decidi parar após Na margem do rio piedra…. (Casimira.)

. Eu gostava muito dos seus livros e chegava a esperara ansiosa pelo próxima publicação. No entanto, as coisas mudaram e eu já não consigo ler os seus livros mais recentes. Me perdoe, mas eles estão muito ruins. Eu simplesmente parei de comprar e de tentar ler. (Sol.)

. Não odeio Paulo. Mas odeio o fato de eu ter gostado muito do primeiros livros que li, e tentar continuar lendo outros que não mais me agradadam. Algumas obras me passam desapercebidas, como se não as tivesse lido e outras eu não consegui nem terminar. Fui eu que mudei? Paulo mudou? Ou Paulo não mudou? (Andz.)

. Li quase todos os seus livros…..gostava muito …mas mudou de estilo… começou a escrever coisas que não me interessam mais…. (Tania.)

. a) Alquimista é um livro bem fraquinho, mas para iniciantes na leitura pode ser excelente; Diário de um Mago é muito bom; Brida é bom, mas dirigido mais para as mulheres; Valkirias gostei da parte autobiográfica; Os seguintes não consegui terminar, são realmente chatos, PC perdeu a mão; […] (Golan Trevise.)

. Li Alquimista, Caminho de Santiago, gostei. Suscitam muitas questões, e me bastaram, tentei ler outros, mas francamente cansavam em pouco tempo ― um problema de gosto particular, nada contra, talves em outro momento sejam de gosto ―, fico com o pensamento geral dos dois primeiros, eles inspiram “viagens” particulares. (Cris.)

. eu sempre fui uma leitora assidua de seus livros, vim pra holanda, mas, continuo fazendo questao de ler as traducoes… mas, na minha opiniao, seus dois ultimos livros poderiam ser melhores, o ultimo entao! faltou conclusao, razao, nao sei explicar, mas, acho q vc deveria ter umas ferias… talvez descansado vc volte a escrever os maravilhosos livros q so vc sabe escrever… (Bárbara.)

. não lhe odeio, li mas não leio. (Delfo.)

Leitura que não deixa lembranças

. I’ve read just one book of yours (The alquimist) a long time ago, and I really don’t remember what it talks about or the way you tell the story. (Filipe.)

Tradução: Só li um de seus livros (O Alquimista) há muito tempo, e eu realmente não lembro do tema e do modo como você conta a história.

. Já lí alguns livros seus. Não me pergunte o nome, acho que diário de um mago e alquimista, mais algum… bem não sei o nome. (Laura Souza.)

. […] O demônio e a srta. Prym. Esse último que li me decepcionou um pouco, aliás muito, um livro sem absolutamente nada de interessante, sequer me lembro da estória. (Gi.)

. Não sou sua leitora assídua, mas já li um ou dois livros seus, nem sei direito quais deles, … (Solange Corbo.)

. O único livro que eu gostei foi o alquimista ― isso porque é totalmente fictício ― mas não marcou porque não lembro da historia… só lembro que o sr. P. Coelho disse que podia virar vento ou coisa parecida… (Marcia Maria de Andrade.)

. Não suporto tuas obras, o único livro teu que li me decepcionei.
Na Margem do Rio Piedra eu sentei e chorei. Fala de que mesmo? (Graças Pereira.)

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. Página original, excluída do blog do autor: http://paulocoelhoblog.com/2009/11/19/por-que-odeio-paulo-coelho-why-i-hate-paulo-coelho/

A Waybay Machine (chamada “memória da internet”) do site Archive.org possui uma cópia da iniciativa, com o registro de 743 respostas de leitores.

https://web.archive.org/web/20091122093259/http://paulocoelhoblog.com/2009/11/19/por-que-odeio-paulo-coelho-why-i-hate-paulo-coelho/

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Sérgio Barcellos Ximenes

Escritor. Pesquisador independente. Focos: história da literatura brasileira e do futebol, escravidão e técnica literária.