Preview - AFC Norte

Toco e Tackle
Toco e Tackle
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12 min readAug 14, 2020

“O Norte se lembra”… bom, se você não se lembra do norte, pode deixar que o Toco e Tackle lembra. O que esperar dessa divisão? Você descobre agora!

O objetivo desse texto é te mostrar como chegam cada um dos times para a temporada 2020/21, mas calma, não iremos enrolar tanto. Demos ênfase a jogadores que consideramos fundamentais e elencamos por exemplo no “draft” jogadores que serão de maior impacto para a franquia — pelo menos no papel. No fim, você encontrará a Questão-chave. Para os que querem acompanhar a NFL mais de perto, essa questão pode ajudá-lo a assistir os jogos mais ‘inteirado’ da situação de cada time. Aproveite a leitura:

BALTIMORE RAVENS

A volta de uma temporada quase perfeita

SAÍDAS

Free Agency: Marshal Yanda (G), Michael Pierce (DT), Josh Bynes (ILB), Hayden Hurst (TE) e Seth Roberts (WR).

Option-out: Andre Smith (OT), De’Anthony Thomas (WR)

Sem dúvidas a maior perda e preocupação iminente foi a aposentadoria de Yanda, após 13 temporadas. Vamos ver como seu substituto se sairá (falarei mais abaixo). Pierce foi para Minnesota, Bynes assinou com os Bengals, Hurst e Roberts foram para os Falcons e Panthers respectivamente.

Nas option-out Smith 33, era o jogador de linha ofensiva mais velho da equipe e esperava-se que ele desse a Baltimore mais experiência. Thomas, 27, recebeu uma extensão contratual em 14 de março de um ano por $ 935.000 (apenas $ 25.000 garantidos)

E basicamente é isso…

CHEGADAS

Free Agency: D.J. Fluker (G) e Derek Wolfe (DE)

Trade:Calais Campbell (DE/Jaguars)

Draft: Patrick Queen (LB) e Malik Harrison (LB), Devin Duvernay (WR), J.K. Dobbins (RB)

Fluker é um right guard sólido, já acumula passagens pelo Chargers, Giants e Seahawks. Seu contrato é de um ano e chega para cobrir a ausência de Yanda.

Adições pesadas na defesa e draft pontual, mas vou comentar um pouco mais abaixo!

ATAQUE

No ataque-aéreo, em minha visão bem assimétrico..

Se o estilo de jogo meio vintage de só corridas, travou os adversários de Baltimore, o corpo de recebedores com excessão do TE Mark Andrews, parece ter sido apenas uma válvula de escape. Enfim, “Hollywood” Brown terá companhias e que bom! Devin Duvernay, produto do time de Texas Longhorns, escolha de terceira rodada, promete mais segurança nas recepções. Mas os incrédulos questionam…promete mesmo? Uma das coisas que estou mais intrigado para ver, é se esse corpo de recebedores terá maior protagonismo além de Marquise.

Por que correr é bom, mas não imagino Lamar se expondo com tanta frequência mais um ano… a defesa adversária não vai achar tão engraçadinho. Então aí está um produto promissor de Ohio State para dividir as carregadas com Mark Ingram. Mais um ano com recordes em corridas? Será que bate 3,296 jardas?

DEFESA

Vamos lá, se o gosto amargo de um time que doutrinou com corridas a temporada inteira foi ter sido eliminado por basicamente um homem que corre — Derrick Henry 30 corridas para 195 jds- os Ravens tinham claro qual lugar precisava de um upgrade:

No front seven, o DE Calais Campbell 5xPro-Bowl, contrato de dois anos US$25 milhões (na última sexta deu entrevista dizendo que considerava usar o option-out). E o DE Derek Wolfe de quase dois metros de altura farão uma pressão de dentro pra fora na linha defensiva.

Dito isso, somados ao já de casa, Big Baby-Brandon Williams as coisas podem ficar interessantes na trincheira defensiva.

No corpo de linebackers, tudo bem, o EDGE Matthew Judon recebeu a franchise tag, mas é preciso mais referência no segundo nível. Os Ravens ficaram em 21º lugar na liga com 37 sacks no ano passado.

Talvez não se lembre, mas da mesma forma que Henry passeou na defesa dos Ravens, teve um dado momento da temporada que os Browns conseguiram colocar 40 pontos contra Baltimore e advinha quem foi o destaque? Nick Chubb com 3 TDs. Bom, não a toa os corvos dobraram essa posição no draft:

Patrick Queen, produto de LSU, escolha de primeira rodada (pick 28) e Malik Harrison na terceira rodada, proveniente de Ohio State. Sem dúvidas, Queen será muito usado pelo “psicopata” em blitz Don Martindale.

QUESTÃO-CHAVE: A linha defensiva vai fechar a casinha e o ataque aéreo vai deixar de ser acessório?

Esse time chegará com os dois pés na porta! Me lembra o Chiefs bem construído e com um então QB segundo anista que perdeu a final de Conferência para os Patriots na temporada 2018/19, os Ravens chegam para a temporada com a mesma base poderosa do ano passado em ataque e defesa, mas com potenciais aprimoramentos e unidades que merecem um pouco mais de atenção. Os Ravens contam com uma secundária de alto investimento, um ataque terrestre dominante, o kicker mais preciso da NFL, claro, Lamar Jackson MVP da Liga que por mais surpreendente e recordista que tenha sido, ainda não venceu em playoffs (19–3 na temporada regular, 0–2 nos playoffs).

CLEVELAND BROWNS

Mais uma chance para Baker Mayfield

SAÍDAS

Free Agency: Damarious Randall (S), Joe Schobert (LB), Greg Robinson (OT).

Option-out: Andrew Billings (DT), Drake Dorbeck (OT), Drew Forbes (OG), Colby Gossett (OG), Malcolm Pridgeon (OG).

Corte: TJ Carrie (CB)

A offseason não foi de grandes perdas para os Browns, mas a provavelmente mais sentido será a saída de Joe Schobert na agência livre. Schobert era uma peça importante no setor mais deficiente da equipe.

CHEGADAS

Free Agency: Case Keenum (QB), Jack Conklin (OT), Austin Hooper (TE), Karl Joseph (S), Andrew Billings (DT), Kevin Johnson (CB), Andrew Sendejo (S), Adrian Clayborn (Edge)

Trade: Andy Janovich (FB/Broncos).

Renovação: Kareem Hunt (RB)

Draft: Jedrick Wills Jr. (OT), Grant Delpit (S), Jordan Elliott (DT), Jacob Phillips (LB), Harrison Bryant (TE), Nick Harris (Center), Donovan People-Jones (WR).

O Cleveland Browns melhorou consideravelmente com as adições que teve. O destaque vai para toda a atenção que a linha ofensiva ganhou, com os ofensive tackle Jedrick Wills Jr. (Draft) e Jack Conklin (FA) chegando para reforçar a proteção de Baker Mayfield.

ATAQUE

Impossível falar da expectativa para o ataque de Cleveland sem falar de Baker Mayfield. Após uma temporada bastante abaixo do jovem QB, os Browns resolveram mudar: Kevin Stefanski, conhecido pelo bom ataque que montou nos Vikings, chegou. Além disso, vieram dois reforços importantes para a linha ofensiva. Do Draft, Wills Jr. e da agência livre, Conklin. Tudo para dar mais tempo e espaço para Mayfield no pocket e, assim, suas atuações alcançarem o alto sarrafo posto por ele mesmo em 2018.

O ataque do Browns é realmente bom. Odell Beckham Jr. teve sua pior temporada em 2019, quando sofreu com lesões e nada praticamente funcionou ofensivamente em Cleveland. Jarvis Landry, parceiro de Beckham Jr., é um recebedor bastante seguro em slots. Entre os corredores está Nick Chubb, que tem tudo para ser um dos melhores running backs da liga, e Kareem Hunt, uma boa segunda opção. Para tigh end, chegou Austin Hooper, capaz de receber passes e bloquear defensores. Com isso, Stefanski terá bons nomes em mãos e poderá montar um dos principais ataques da NFL em 2020.

DEFESA

Myles Garrett, dono da linha defensiva, está de contrato novo e, por algumas semanas, até chegou a ser o defensor mais bem pago da liga. Ele focado, longe de confusões, capacetadas e polêmicas pode levar a DL dos Browns ao auge em 2020. Em 2019, sackou o QB adversário 10 vezes em 10 jogos, o que rende uma média impressionante de 1 sack por partida.

O grande problema segue sendo o grupo de linebacker. Em 2019, foi uma das piores franquias na posição e, para 2020, pouca coisa mudou. Pelo contrário, Joe Schobert, titular em 2019 saiu e a reposição dependerá da evolução de jovens peças. Sione Takitaki e Mack Wilson, draftados em 2019, estão na linha de frente pela posição, mas o recém chegado do college Jacob Phillips também já poderá ter valiosas oportunidades. Para evoluí-los, haverá um novo coordenador defensivo: Joe Woods, que veio do San Francisco 49ers.

QUESTÃO-CHAVE: Baker Mayfield vai finalmente deslanchar? O quarterback teve um início muito bom, de grande expectativa, mas teve uma temporada péssima em 2019. Agora, com o reforço da linha ofensiva, a expectativa em cima dele cresce.

PITTSBURGH STEELERS

Big Ben de volta, dias melhores?

SAÍDAS

Free Agency: Javon Hargrave (DT), Artie Burns (CB)

Option-out: nenhum

Sem grandes perdas para uma defesa que literalmente deu vida para o time na temporada passada — vou comentar mais abaixo. Tanto Hargrave como Burns, foram draftados pelos Steelers em 2016 e agora irão defender o Philadelphia Eagles e o Chicago Bears respectivamente.

CHEGADAS

Franchise-Tag: Bud Dupree (EDGE)

Free Agency: Derek Watt (FB), Eric Ebron (TE), Stefen Wisniewski (Guard/Center)

Draft: Chase Claypool (WR), Alex Highsmith (LB) , Anthony McFarland(RB), Kevin Dotson (G), Antoine Brooks Jr (S), Carlos Davis (DT).

Trade: Chris Wormley (DE)

Mais irmãos em ação. Watt chega dos Chargers com um contrato de 3 anos e 9,75 milhões, dos quais, 3,25 garantidos, para somar sua força de bloqueio no time de especialistas e até mover as correntes do ataque em algum momento. Também foi líder de tackles (19) nos times especiais em 2019. Os Steelers agora têm dois pares de irmãos na lista, com os irmãos Watt se juntando a Terrell e Trey Edmunds.

Outro fruto da free-agency, o veterano Eric Ebron chega para quem sabe dar significado a esta unidade ofensiva do time, ele teve uma temporada de 13-TD com o Indianapolis Colts em 2018, será que vinga?

Experiente e versátil, Wisniewski chega com um contrato de 2 anos e 2x campeão do SB com Eagles e Chiefs. Ele poderá ser bem utilizado seja como starter ou segunda opção.

ATAQUE

Pra não enrolar tanto no draft, a primeira escolha foi direcionada à um bom corredor de rotas, Claypool pode fazer dupla interessante com Juju e ser opção para Big Ben. E um rápido destaque para o RB de Maryland que chega para fazer uma leve pressão em James Conner e Benny Snell para que produzam mais e claro, revezar na rotação.

E por último, o curioso caso de times de mesma divisão que fazem trades… bom, Wormley é só o segundo jogador trocado entre a franquia de Baltimore e a de Pittsburgh na história! (OL Bernard Dafney foi o primeiro) Bom, ele também pode ser usado como defensive end ou defensive tackle. Em 39 jogos na carreira, Wormley soma 54 tackles, 2.5 sacks e sete passes defendidos.

DEFESA

Não pense que o recorde 8–8 na temporada passada foi algo de medíocre, é na verdade um grande mérito de Mike Tomlin. O Steelers lutaram/sofreram muito no ataque, terminando apenas em 27º em pontos marcados por jogo, sem seu titular Big Ben. A defesa por sua vez, mudou de patamar com Minkah Fitzpatrick (S). O safety ex-Dolphins permitiu que os talentos da elite dos Steelers brilhassem — Stephon Tuitt, Cameron Heyward, Bud Dupree, Devin Bush, Vince Williams e o finalista do DPOY T.J. Watt ajudou a equipe a terminar o ano em 5º lugar em pontos permitidos por jogo.

QUESTÃO-CHAVE: Não é errado ter dúvidas se em sua décima sétima temporada, o futuro Hall da Fama Big Ben conseguirá jogar em alto nível, mas a bem da verdade.. já muda de maneira óbvia um ataque que precisou ser levado por Mason Rudolph e Devlin Hodges. Sendo otimista, os Steelers voltarão aos playoffs e se na pior das hipóteses o ataque não encaixar, a defesa arrancará vitórias suficientes para mordiscar a pós-temporada.

TJ Watt(#90) foi nomeado MVP do Steelers 2019 e terminou a temporada com 14,5 sacks. Cam Heyward (#97) terminou outra campanha sólida com nove sacks. Fitzpatrick (#39) liderou a NFL em takeaways em 2019 cinco interceptações e três recuperações de fumble.

CINCINNATI BENGALS

Finalmente os Bengals terão um quarterback acima da média

SAÍDAS

Free Agency: Andrew Billings (DL), Darqueze Dennard (CB), Cordy Glenn (OT), Nick Vigil (LB), John Miller (G), B.W. Webb (CB), Tyler Eifert (TE), Dre Kirkpatrick (CB)

Opt-out: Josh Tupou (DL), Isaiah Prince (OL), Jordan Lucas (S)

Entre as perdas mais sentidas está o tight end Tyler Eifert, que apesar de estar em baixa nas últimas temporadas, era a melhor opção no setor que não recebeu reforços nesta offseason. Outra posição que vem reformulada para 2020 é a de cornerback, Darqueze Dennard e Dre Kirkpatrick já foram as referências da secundária de Cincy, mas 2019 foi para se esquecer.

CHEGADAS

Free agency: Mackensie Alexander (CB), Trae Waynes (CB), DJ Reader (DL), Von Bell (S)

Franchise tag: A.J. Green (WR)

Draft: Joe Burrow (QB), Tee Higgins (WR), Logan Wilson (LB), Akeem Davis-Gaither (LB), Khalid Kareem (DE), Hakeem Adeniji (OT), Markus Bailey (LB)

No draft as prioridades foram o ataque, onde os Bengals buscaram seu novo franchise QB, mais opções de recebedores para ele, e o grupo de linebackers, o grande ponto fraco da equipe. Na free agency, os esforços foram voltados para a secundária, com a chegada da dupla de corners de Minnesota, Trae Waynes e Mackensie Alexander e do safety Von Bell, ex-Saints.

ATAQUE

Desde 2011 Andy Dalton era o signal caller de Cincinnati, mas isso mudará em 2020. Dalton, para ser justo, sempre esteve na média dos quarterbacks da NFL, não era a razão do sofrimento dos torcedores, mas também não os fazia vibrar com grandes viradas ou vitórias em playoffs — neste período foram quatro aparições, quatro derrotas e em nenhuma delas os Bengals marcaram mais do que 13 pontos. Mas agora Cincinnati terá alguém acima da média, e esse alguém se chama Joe Burrow.

Claro que ele precisará de tempo para se firmar e transformar esse time em contender, mas o início dessa jornada é agora. Outro aspecto a ser observado é como se sairá Zac Taylor, o homem responsável por ajudar na adaptação de Burrow e levar esse time a dias melhores. Para auxiliar o prospecto de LSU, um dos mais versáteis corpo de recebedores da liga, AJ Green deve fazer sua última temporada vestindo laranja, mas sua experiência pode ser muito positiva para Burrow, Tyler Boyd vem de duas boas temporadas onde passou da marca de 1000 jardas aéreas, o recém chegado Tee Higgins é um ótimo alvo para a redzone e não podemos esquecer do veloz (e decepcionante) John Ross III.

Joe Mixon talvez seja um dos jogadores mais subestimados da NFL, mesmo não tendo muita ajuda dos companheiros, superou as 1000 jardas pelo segundo ano consecutivo (1137 jardas corridas e 5 TDs). O problema do ataque dos Bengals é a linha ofensiva, uma das piores da liga, principalmente o lado direito da linha. O left tackle escolha de primeiro round, Jonah Williams, terá uma segunda chance em sua temporada de estreia, depois de perder todo o 2019 com uma lesão no ombro e será responsável por proteger o lado cego de Burrow, pelo menos uma notícia boa para a unidade.

DEFESA

A linha defensiva do Bengals continua ancorada por Geno Atkins e Carlos Dunlap , dois dos melhores jogadores de Cincinnati na última década, e agora tem o acréscimo de DJ Reader, muito bom no run stop. Dunlap teve uma ótima temporada (um dos poucos jogadores da defesa), liderou o time em sacks (9.0) e tackles for loss (13), enquanto que Atkins teve sua pior temporada em estatísticas desde 2014.

Mas o mais preocupante é o grupo de linebackers, o pior da NFL nos últimos dois anos, e eles abordaram fortemente a posição no draft durante esse período. Em 2019 selecionaram Germaine Pratt e no último draft, recrutaram Logan Wilson e Akeem Davis-Gaither, porém esse grupo ainda é muito inexperiente e levará algum tempo para conseguir estabilidade.

QUESTÃO-CHAVE: Zac Taylor é o nome certo para desenvolver Burrow e comandar os Bengals no processo de reconstrução?

Zac Taylor não fez nada para merecer o cargo de HC em Cincinnati, em sua curta carreira na NFL, ele foi o treinador de quarterbacks nos Dolphins e nos Rams e teve um único ano como coordenador ofensivo em Miami. Em sua primeira temporada pelos Bengals não empolgou, mesmo com um time limitado poderia ter conquistado mais vitórias, agora terá mais uma chance, com um time bem melhor e com chances de incomodar os adversários.

NOSSA PREVISÃO PARA A CLASSIFICAÇÃO

1- Baltimore Ravens
2- Pittsburgh Steelers
3- Cleveland Browns
4- Cincinatti Bengals

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