Preview: AFC Oeste
Divisão do atual campeão, franquias com grandes mudanças e dúvidas a serem respondidas principalmente pelos quarterbacks. Se liga!
O objetivo desse texto é te mostrar como chegam cada um dos times para a temporada 2020/21, mas calma, não iremos enrolar tanto. Demos ênfase a jogadores que consideramos fundamentais e elencamos por exemplo no “draft” jogadores que serão de maior impacto para a franquia — pelo menos no papel. No fim, você encontrará a Questão-chave. Para os que querem acompanhar a NFL mais de perto, essa questão pode ajudá-lo a assistir os jogos mais ‘inteirado’ da situação de cada time. Aproveite a leitura:
Los Angeles Chargers
Ataque reformulado e defesa reforçada
SAÍDAS
Free Agency: Philip Rivers (QB), Melvin Gordon III (RB), Adrian Phillips (S), Thomas Davis (LB)
Trade: Russell Okung (OT/Panthers)
O ataque de LA passou por uma verdadeira reformulação nesta offseason, Philip Rivers, o franchise quarterback da equipe partiu em busca de novos ares, Melvin Gordon, é outro que não está mais em Los Angeles, após fazer holdout na temporada passada, não chegou a um acordo com a direção e pediu as contas. Mudanças que serão sentidas de imediato e podem impactar nas pretensões dos Chargers.
CHEGADAS
Free Agency: Bryan Bulaga (OT), Chris Harris Jr (CB), Linval Joseph (DL), Nick Vigil (LB)
Trade: Trai Turner (G/Panthers)
Renovação: Hunter Henry (TE), Austin Ekeler (RB)
Draft: Justin Herbert (QB), Kenneth Murray (LB), Joshua Kelley (RB), Joe Reed (WR)
O setor que mais recebeu reforços foi a linha ofensiva, Bryan Bulaga e Trai Turner são bons nomes que levarão mais segurança para o quarterback, seja lá quem for. Herbert foi a primeira escolha dos Chargers no draft e chega para ser o futuro QB da franquia. Já no outro lado da bola, Kenneth Murray será um importante reforço para combater o jogo corrido, um dos maiores problemas da equipe em 2019.
ATAQUE
Sai Rivers, entra… ainda não sabemos quem. Tyrod Taylor deve ser o starter na semana 1, mas será que ele dará conta do trabalho? E por quanto tempo? Taylor servirá de “ponte” para Justin Herbert, que ainda se mostra muito cru para a NFL. Herbert tem um ótimo braço, mas não se desenvolveu como esperado em Oregon, tanto sua tomada de decisões quanto sua precisão em passes de curta distância precisam ser trabalhados.
Outra dúvida a ser respondida é como Austin Ekeler se sairá sendo o running back principal da equipe? A ausência de Gordon será algo positivo ou prejudicial para o desempenho de Ekeler? Ele até agora se mostrou um excelente RB recebendo passes, foram 993 jardas recebidas, além de 8 TDs em 2019, terminando em segundo entre os running backs, atrás apenas de Christian McCaffrey. Agora chegou a hora de Ekeler melhorar correndo com a bola, em 3 temporadas na liga, não passou da marca de 600 jardas em nenhuma.
Os Chargers tem uma boa dupla de recebedores em Keenan Allen e Mike Williams, ambos passaram das 1000 jardas aéreas em 2019. Allen é um dos melhores corredores de rota da NFL, é habilidoso na linha de scrimmage e faz seu melhor trabalho no nível intermediário (10–19 jardas). Se Hunter Henry se mantiver saudável, ele tem potencial para estar entre os cinco melhores tight ends da liga, foram 652 jardas e 5 TDs em 12 jogos na última temporada. A linha ofensiva tem sido um problema para os Chargers, para resolvê-lo trouxeram o right guard Trai Turner e o left tackle Bryan Bulaga que devem ter um impacto imediato.
DEFESA
Os Chargers ainda possuem uma das melhores duplas de pass rushers da NFL em Joey Bosa e Melvin Ingram. Eles combinaram para 18,5 sacks e 119 pressões totais na última temporada, em um ano com produção relativamente baixa de Ingram. O interior da linha tem sido um problema nas últimas temporadas, e eles esperam que Linval Joseph dê um upgrade nesse grupo, mesmo não sendo mais aquele dos tempos áureos de Nova York e Minnesota.
O corpo de linebackers dos Chargers que não foi muito bem em 2019 e tem sido o ponto fraco da defesa, recebe os acréscimos de Kenneth Murray (Oklahoma), que deve ser uma arma para cobrir os running backs (precisa apenas melhorar suas habilidades em cobertura de zona), e de Nick Vigil, ex-Bengals, um linebacker atlético e ágil para jogar pelos lados do campo. Na secundária, Chris Harris Jr se junta a Casey Hayward, Desmond King e Derwin James, para formar uma das melhores unidades da liga. Se as lesões não atrapalharem, a defesa dos Chargers será um pesadelo para qualquer adversário.
Questão-chave: Os Chargers conseguirão ter um desempenho proporcional a qualidade de elenco que apresentam?
Uma das maiores decepções de 2019, com campanha 5–11, terminado em último na divisão, mesmo tendo um time nível playoffs no papel. Não se pode apenas colocar a culpa nas lesões, que vêm sendo recorrentes em LA, esse time mesmo sem um quarterback elite é capaz de brigar no mínimo por wild card. Se a defesa for tão dominante como se espera e o ataque for produtivo, Tyrod Taylor (ou Herbert) precisará apenas fazer o feijão com arroz. Os Chargers estão mais uma vez na briga pelos playoffs.
Denver Broncos
Enfim, dias melhores em Denver
SAÍDAS
Free agency: Chris Harris Jr. (CB), Connor McGovern ©, Derek Wolfe (DL)
Trade: Andy Janovich (FB/Browns)
Opt-Out: Ja’wuan James (OT)
Chris Harris deixa Denver depois de nove anos, um Super Bowl e quatro seleções para o Pro Bowl, já demonstrando o início de uma decadência, mas mesmo assim será uma perda sentida. McGovern talvez não fosse um primor de jogador, mas era o líder da linha ofensiva, e a troca de um center sempre impacta no início, leva tempo até criar química com os demais jogadores de ataque.
CHEGADAS
Free agency: Graham Glasgow (G), Melvin Gordon (RB), Nick Vannett (TE), Mark Barron (LB)
Trade: Jurrell Casey (DL/Titans), AJ Bouye (CB/Jaguars)
Franchise Tag: Justin Simmons (S)
Draft: Jerry Jeudy (WR), KJ Hamler (WR), Michael Ojemudia (CB), Lloyd Cushenberry ( C ), McTelvin Agim (DL)
Foi uma free agency atípica em Denver, o time priorizou reforçar o ataque ao invés da defesa como geralmente acontece. Gordon será mais uma opção no jogo corrido, Glasgow e Cushenberry trarão mais solidez a OL, e Jeudy e Hamler serão alvos talentosos para Lock. Na defesa, Bouye e Casey chegam a preço de banana, mesmo tendo um potencial enorme, a unidade volta a impressionar em 2020.
Ataque
Drew Lock teve um ótimo início na liga (4–1), mas ainda é muito cedo para se empolgar, veremos como ele se sairá agora começando a temporada como starter e jogando os 16 jogos. Lock precisa melhorar como passador e arriscar mais em seu jogo (passes longos). Mas os Broncos fizeram o que podiam. Muniram seu quarterback com boas armas e deram opções para que ele possa evoluir em sua segunda temporada na NFL. A mudança de coordenador ofensivo pode ajudar Lock, Pat Shurmur é um especialista evoluindo quarterbacks, a boa temporada de calouro de Daniel Jones no limitado time dos Giants e as proezas de Case Keenum, nos Vikings em 2017 (chegou a final de conferência) estão na conta de Shurmur.
Depois do jogo aéreo ser improdutivo em 2019, os Broncos usaram suas duas primeiras escolhas no Draft de 2020 em Jerry Jeudy e KJ Hamler. Jeudy é o melhor corredor de rotas do draft e será um ótimo complemento a Sutton, já Hamler, ainda tem alguns aspectos para melhorar, mas é muito veloz e será interessante vê-lo no slot. Courtland Sutton, que possui excelente tamanho e habilidade após a recepção, vem de ótima temporada com 1112 jardas recebidas e 6 TDs. Noah Fant mostrou sua habilidade em big plays como um novato, ganhando 562 jardas com média de 14,1 jardas por recepção, sua velocidade para posição de tight end é algo especial.
Os Broncos precisavam de um impulso depois de terminar em 28º lugar em pontos (17,6) e em jardas aéreas (194,7 jardas por jogo), e 30º em conversões de terceira descida (31,7%) na última temporada. Para melhorar essas estatísticas, os Broncos também adicionaram Melvin Gordon, um corredor mais físico, muito bom em terceiras descidas e recebendo passes, que vem de uma temporada decepcionante em LA (612 jardas e 8 TDs), mas com potencial incontestável. Denver draftou Lloyd Ceshenberry para ser o novo center da franquia, ainda no interior da OL, Risner e Glasgow (ex-Lions) são ótimos guards. O ponto fraco segue sendo o left tackle Garrit Bolles, que terá a última chance de se provar.
Defesa
No interior da linha defensiva, Shelby Harris e Mike Purcell se saíram bem na última temporada, e agora Jurrell Casey, que tem sido um dos jogadores mais consistentes na última década, junta-se a eles. Casey ajudará muito no run stop, uma das fraquezas dessa defesa em 2019. Nas extremidades temos nada mais nada menos do que Von Miller e Bradley Chubb. Miller vem de sua pior temporada (completa) da carreira, com 8 sacks, sofrendo muito contra a marcação dupla. Chubb, que se lesionou em 2019, precisa se manter saudável e voltar a jogar em alto nível como no seu ano de calouro, onde atingiu 12 sacks.
O setor menos talentoso da defesa, são os linebackers. Todd Davis e Alexander Johnson tiveram boa produção na temporada passada, principalmente contra o jogo corrido, mas o grupo não possui profundidade. Na secundária, AJ Bouye chega para ser o substituto de Chris Harris, Bryce Callahan precisa se manter saudável para preencher a outra vaga. A dupla de safeties é uma das melhores da liga, Justin Simmons e Kareem Jackson se complementam muito bem. Simmons foi um safety de elite na última temporada (4 int e 15 PDs) e errou apenas quatro tackles. Nas duas vitórias mais impressionantes dos Broncos — contra Chargers e Texans- Jackson foi o melhor jogador em campo. Vic Fangio deve deixar sua marca na defesa nessa temporada, o potencial da unidade é enorme.
Questão-chave: Drew Lock é o novo franchise quarterback de Denver?
Essa é a temporada onde Lock mostrará o que é capaz, as peças necessárias ele tem, agora é por sua conta. Ele não precisa (e nem vai) ser o novo Peyton Manning, basta ser melhor do que os QBs que passaram pelo Colorado nos últimos anos, e levar o time novamente para a pós-temporada. Há muita responsabilidade em suas costas, veremos como Lock lidará com isso, o sucesso de Denver está em suas mãos.
Kansas City Chiefs
Em busca do bicampeonato
CHEGADAS
Free agency: Rick Seals-Jones (TE), Mike Remmers (OT).
Draft: Clyde Edwards-Helaire (RB), Willie Gay Jr. (LB), Lucas Niang (OT), L’Jarius Sneed (S), Mike Danna (DE)
Olhos bem abertos em Edwards-Helaire e Gay Jr., que, dada a provável dificuldade que o Kansas City Chiefs terá nas duas posição, podem ganhar bastante espaço e protagonismo.
SAÍDAS
Free agency: Kendall Fuller (CB), Emmanuel Ogbah (Edge), LeSean McCoy (RB), Reggie Ragland (LB)
Opt-out: Laurent Duvernay-Tardif (OT), Damien Williams (RB), Lucas Niang (OT).
O Chiefs perdeu os seus dois principais corredores de 2019. Sabe-se que o jogo terrestre não é a arma principal de Mahomes, mas, principalmente Damien Williams, pode fazer falta no ataque.
ATAQUE
De contrato renovado — e muito bem renovado — Patrick Mahomes está garantido em Kansas City por mais DOZE anos. Ou seja, não é surpresa para ninguém que o ataque da franquia deve passar pelas suas mãos. E não é para menos: Mahomes foi MVP em 2018 e campeão em 2019, liderando o time a uma virada memorável após começar perdendo para o 49ers. Tudo isso é assustador levando em consideração que ele vai recém para sua terceira temporada e ainda pode se tornar um QB mais completo. O grupo de wide receivers segue o mesmo: Tyreek Hill como primeira opção e Sammy Watkins logo atrás. Além deles, é claro, o excelente tigh end Travis Kelce, o jogador com mais jardas em recepção da posição em 2019 e 4º no geral, que agora ganhou mais um candidato a backup: Seals-Jones chegou na agência livre.
A grande incógnita desse ataque são os corredores. Os dois principais jogadores do time na função ano passado não estarão disponíveis em 2020: Damien Williams optou por não jogar por conta do Coronavírus e LeSean McCoy saiu após o vencimento do contrato. Com isso, a disputa ficará entre os remanescentes Darrel Williams e Darwin Thompson e o novato Clyde Edwards-Helaire. Helaire foi uma escolha do Chiefs pela contribuição em duas vias: no jogo corrido e no jogo aéreo. Por LSU em 2019, foram 215 corridas e 55 recepções. De qualquer maneira, o jogo corrido está longe de ser uma arma muito utilizada pelo time do Kansas, sendo o 27º na liga em tentativas na última temporada. Por fim, a linha ofensiva não é das melhores e a melhor adição (Niang, via draft) deu opt-out. O grande destaque, portanto, é o right tackle Mitchell Schwartz, que jogou muito bem principalmente na pós-temporada, cedendo apenas uma pressão aos adversários durante todo período. Para completar, o right guard Laurent Duvernay-Tardif foi outro a desistir da temporada.
DEFESA
Diferentemente do ataque, a defesa não enche os olhos. A linha defensiva é o melhor setor defensivo da equipe e isso muito se deve a Chris Jones, que teve seu contrato renovado há poucos dias, e Frank Clark. Clark não teve um 2019 tão bom assim, mas por ter sido tão importante em Seattle até 2018, ainda se tem muita expectativa no Edge. Se por um lado a DL tem bons nomes, a posição de linebacker ainda é um dos grandes problemas do time. Damien Wilson e Anthony Hitchens devem seguir como os titulares, embora não passem muita confiança ao torcedor. A grande esperança de upgrade no setor vem do Draft, Willie Gay Jr. chegou na segunda rodada e, com seu atleticismo, pode já assumir uma vaga importante no time principal.
A secundária também tem problemas, principalmente nos corners. Em jogos da temporada regular, como contra o Tennessee Titans, a franquia sofreu muito contra o jogo corrido, que se tornou um calcanhar de Aquiles. Bashaud Breeland não jogará os primeiros 4 jogos em função de uma suspensão. Com isso, é esperado que Rashad Fenton, o qual participou de 246 snaps em 2019, assuma a posição no período e faça dupla com Charvarius Ward. Já a dupla de safeties do Chiefs pode ser bastante interessante. Tyrann Mathieu liderou a franquia em passes defendidos e se destacou bastante como um playmaker, ao lado dele Juan Thornhill teve uma temporada muito boa como rookie, mesmo que uma lesão o tenha tirado dos playoffs.
QUESTÃO-CHAVE: A defesa conseguirá dar mais segurança para o ataque?
Em 2019, o Kansas City Chiefs foi apenas a 16ª equipe com menos jardas cedidas por ataque (5.4). Talvez para um time que tenha Patrick Mahomes e um ataque espetacular já seja suficiente, mas um pouco mais de estabilidade e segurança não faz mal a ninguém.
Las Vegas Raiders
SAÍDAS
Free Agency:
Opt-out: DJ Killings (CB), Ukeme Eligwe (LB), Jeremiah Valoaga (DE)
Trade:
CHEGADAS
Free Agency: Damarious Randall (S), Cory Littleton (LB), Marcus Mariota (QB), Jason Witten (TE), Nelson Agholor (WR), Kyle Wilber (LB), Chris Smith (DE), Sharif Finch (DE), Nick Kwiatkoski (LB)
Draft: Henry Ruggs III (WR), Damon Arnette (CB), Lynn Bowden Jr. (RB), Bryan Edwards (WR), Tanner Muse (LB), John Simpson (G), Amik Robertson (CB),
ATAQUE
O head-coach Jon Gruden terá pela primeira vez (pelo menos no papel) um ataque que pode escolher as peças principais.
Trent Brown (RT) indo para sua segunda temporada nos Raiders, se mostrou um tackle seguro para os Raiders, junto com Richie Incognito (LG) que embora tenha alguns problemas extra-campo, juntos tornaram a linha ofensiva digna de respeito.
Outra importante peça de quem se espera muitas carregas é o running back Josh Jacobs após ter registrado 1150 jardas terrestres no seu ano de estreia.
O tight end Darren Waller e o slot receiver novato Hunter Renfrow se mostraram gratas surpresas para Carr na temporada passada e virão com mais protagonismo em 2020.
Somado aos que já estavam “dando” certo, chega via draft Ruggs, receiver explosivo e atlético… aquilo que faltava para os Raiders.
DEFESA
Com peças bem promissoras como Maxx Crosby (DE) e Clein Ferrel (DE), os Raiders aproveitaram a free agency para colocar mais talento no time, especialmente no corpo de linebackers.
Bem encaminhada a solução para os LBs, ao selecionar, na minha visão o melhor disponível na free agency: o veterano ex-Rams, Cory Littleton, com defensor mais interno e experiente, poderá comandar a secundária de Las Vegas. Outro LB, agora vindo dos Bears: Nick Kwiatkoski.
QUESTÃO-CHAVE: De casa nova, cidade nova e nome novo, o Las Vegas Raiders mantém o quarterback Derek Carr como titular para sua sétima temporada. Porém, em na divisão do atual campeão do Super Bowl e de outros times que elevaram o nível, a questão principal é se as peças colocadas em torno do veterano Carr, surtirão o efeito de uma chegada aos playoffs.
NOSSA PREVISÃO PARA A CLASSIFICAÇÃO
1- Kansas City Chiefs
2- Denver Broncos
3- Los Angeles Chargers
4- Las Vegas Raiders
