Sessão 01

Verdades ao Ventilador

Rafão Araujo
Berlim — Amor e Cinzas
7 min readJan 15, 2019

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Trilha aconselhada para leitura: Oliver Koletzki Boiler Room Berlin DJ Set

Áudio da Sessão

Como relatado na parte de introdução, a coterie dos personagens, o Hounde, se envolveram em mais problemas do que podem lidar. Acabaram entrando no caminho de uma das verdadeiras e poucas anciãs de Berlim pós queda da Camarilla. Olga tem se mantido escondida e pacata desde a morte de Gustav e Wilhelm, mas agora, o Hounde pisou em seu território, derramou sangue e é preciso fazê-los de exemplo.

Chega!

Após quase um mês em quarentena escondidos no Lady Elisabeth Hospital Real de Berlim, ninguém suporta mais o enclausuramento. Niklas, principalmente, quer sair e isso irrita Katharina. Os dois vivem uma relação de ódio e violência, sendo que a qualquer momento as coisas podem ser escalonadas e fugirem do controle.

Os dois se irritam. Niklas quer sair, precisa ver gente, acalmar sua besta. Katharina defende que não é momento de lazer. Por muito pouco não trocam tapas… Jörg tenta apaziguar a situação, Hayk segura Katharina e diz que irá com Niklas para ficar de olho em suas ações.

O clima acalma. Niklas e Hayk saem. Jörg e Hassan conversam sobre o cativo, onde Hassan defende que tudo isso vai se resolver dentro de poucas semanas ou meses, em breve terão suas vidas de volta. Como sempre. Ele é otimista, sendo pesadamente desmotivado por Jörg. O único que sabe que o prisioneiro é uma cópia do antigo Príncipe Wilhelm, bem, nem tão único assim, afinal Hayk já conseguiu lhe apertar e também ter a informação. Katharina que ouvia a conversa ao longe enquanto limpava suas armas para relaxar, capta que Jörg sabe de algo mais.

Hassan fala muito pouco, acha que essa discussão é perda de tempo. Decide sair pra ir ver seu filho Ommer, que não vê há quase dois meses.

A Estrada

Niklas leva Hayk em sua moto, seguem pelas estradas de Kopenik às margens do Rio Spree. Alta velocidade e ferocidade. Niklas precisa extravasar de algum modo. Enfim encontram um bom bar para que possam parar, mesmo com todas as possibilidades contrárias (Afinal, Niklas é um predador óbvio e Hayk um monstro entre os monstros), eles se misturam às pessoas, encontram um canto escuro, mantêm a Máscara e discutem sobre o momento que estão vivendo.

Enquanto Niklas fala sobre a pressão de levar os Hounde para um melhor momento, Hayk espera o melhor momento para lhe falar sobre a similaridade do cativo com o antigo Príncipe morto por Anarquista. Mesmo havendo muitos boatos errôneos sobre sua morte, Jörg afirmou para Hayk que presenciou a morte do antigo governador de Berlim Oriental, logo deixa de ser um boato.

Enfim, após horas de conversa, Hayk abre o jogo para Niklas, que surpreso pergunta há quanto tempo sabem disso. Hayk informa que desde o começo e tenta acalmá-lo, dizendo que Jörg esperava o momento ideal para contar a todos. Independente de quanto ou quem guardou segredos, Hayk tenta conscientizar Niklas de que Otto os envolveram em algo grande.

Finalizam afirmando que precisam conversar, todos juntos. Niklas ordena que Hayk não investigue nem meta o nariz onde não deve enquanto tudo não estiver resolvido. Uma ordem que será prontamente desobedecida na primeira oportunidade.

O Papo Reto

Katharina capta que Jörg está escondendo algo de Hassan, mas prefere esperar um melhor momento para aperta-lo. Assim que está sozinha com Jorg, começam a conversar e sem muito tempo a ser perdido Katharina aperta-o sobre o que ele sabe a mais do que o restante. Para a Gangrel, ter qualquer informação além de Niklas pode ser a carta necessária para conquistar suas ambição de convencer todos a abandonar Berlim.

Então, sem necessidade de se fazer de durão, Jörg coloca o que sabe na mesa. Informa que o prisioneiro é uma copia absoluta do Príncipe que ELE VIU ser despedaçado por uma turba de vampiros novos. Sob todos os rumores e invenções sobre a morte de Wilhelm, há sim um ato verdadeiro. E o homem que está lá embaixo, aquele humano em todos os sentidos, é uma copia do vampiros ancestral que Jörg presenciou ser morto.

Katharine, sem saber o que fazer, soca a mesa e se vê enredada numa trama política complexa envolvendo toda Berlim e a Camarilla, algo que nunca gostaria de participar. Novamente, ela culpa Niklas por tê-los trazido para cá. Jörg defende que não é mais momento de discutirem sobre quem é a culpa e sim que, precisam encontrar um modo de sobreviver. Olga estão no encalço de todos. Otto é único que está ajudando. O que vão fazer?

Os dois conversam por várias horas enquanto Katharina limpa as armas. Jörg defende principalmente que devem manter segredo de Hassan, pois sua antipatia com a Camarilla, pode fazê-lo tomar uma atitude idiota. Tudo que não precisam. Mal sabendo eles que estavam sendo ouvidos…

A Visita

Hassan atravessa Kopenik rumo à Lichtenberg, onde sempre morou seu sogro e onde hoje mora seu filho. Após uma hora em transporte público, o modo mais rápido e seguro para um vampiro se mover em Berlim, chega aos pequenos prédios populares onde moram todo o tipo de gente. Uma verdadeira mistura cosmopolita. Há muitos imigrantes que chegaram com o ápice do crescimento industrial, há também muitos nacionalistas que não querem abandonar o bairro e entregá-lo para os estrangeiros. Uma distopia confusa e complexa.

Seguindo pelas calçadas movimentadas, atravessando as ruas lotas de carros e bicicletas, Hassan chega até seu destino. Do outro lado da rua, escondido e protegido pela sombra, ele observa ao longe seu filho Omer. Seu corpo estremesse de saudades do tempo onde ainda era vivo e tinha-o como amigo. Então, de uma hora para a outra Hassan sumiu e deixou um enorme vazio para trás. Até hoje Omer ainda se pergunta “porque meu pai me abandonou?”. Sem perceber, Hassan é notado pelo seu sogro Tobbias, que o observa de andares superiores, entre as cortinas.

Após vigia-lo pelo tempo necessário, Hassan vai embora. Momentos depois é emboscado e lançado dentro de um corredor de serviço. Dois homens, cara de bandidos armênios, falaram em um alemão arrastado “vá e nunca mais volte aqui. Para seu filho você está morto. Que continue assim” enquanto seguram um revólver na cintura.

Hassan franze sua cara, evocando sua besta para falar por si e com feições e aparência bestiais informa aos homens que nem eles, nem Tobias, nem ninguém poderão lhe afastar do seu filho. Ele ordena que eles levem esse recado ao mandante. Eles saem correndo, tropeçando nos sacos de lixo, com a certeza de nunca mais cruzarem o caminho de Hassan novamente.

Ele decide voltar para seu refúgio em Kopenik. Entrando pelos corredores escuros do hospital abandonado, ouve Jörg falar com Katharina sobre a necessidade de mantê-lo fora. Então inicia um papo com os três.

Carta na Mesa

Enfim Hassan chega e pergunta sobre o que estão falando que envolve seu nome. Jörg não é um cara de mentir, odeio falsidades e hipocrisias, então coloca as cartas na mesa. Hassan, que acreditava que o problema seria rapidamente, e até facilmente, resolvido percebe que está não apenas com um, mas com os dois pés dentro da Jyhad vampirica. Tudo que não queria para seu futuro.

Então, Hassan e Katharina entram em uma discussão, onde cada um defende e ofende de modo igual. Apontando falhas, usando seus relacionamentos como munição para palavras vorazes. Mas com a velocidade que se inicia, se encerra. Apenas com silêncio e rancor.

Não demora muito e Niklas e Hayk chegam. Com o olhar, Jörg percebe que Hayk falou para Niklas sobre o segredo do cativo. Não é de se espantar, incrível foi esse segredo ter durado mais de um mês.

Todos estão na mesma sala. Um ventilador gira vagarosamente nesse verão de Berlim. Uma televisão antiga transmite uma programação qualquer para os madrugadores. Há armas, copos e cinzeiros em cima da mesa. Pouca felicidade, muita preocupação. Cada um em seu canto, escondido e encolhido como animais acoados. Então, o silêncio é rompido quando Niklas diz:

“Todos sabem que está lá embaixo ok?
Não vamos foder nosso esquema com Otto”

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