Alicantos, Mães D’ouro.

Releitura dos Kiths Oficiais de Bellatierra para o cenário de Ewarë.

Brasil In The Darkness
Brasil na escuridão
15 min readSep 18, 2021

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Por Porakê Martins, Alex Pina, Eros Rosado & Jessele Damasceno.

Versão em Português-BR | Versión en Español

Art by Keoma Calandrini

“Então você achou que poderia violar a terra e arrancar seus tesouros impunemente? O que você planejou roubar me pertence, assim como tudo que trouxe consigo, incluindo sua vida miserável.”

- Lady Aurélia de Eiluned, Marquesa das Marcas Rubras.

Historiadores kithain do Império do Crepúsculo traçaram a origem das Alicantos, como são popularmente conhecidas, até terras além dos limites do que hoje é o Brasil, nas quais elas tiveram um papel importante na ascensão e expansão dos antigos impérios andinos, bem como, estiveram presentes entre outras civilizações pré-colombianas por todo o subcontinente sul-americano. Elas são as filhas e filhos do Sol e nasceram para governar, para guiar e fazer prosperar a vida em sociedade e exigem ser reconhecidas e veneradas como tal.

E, por conta disso, a verdade pode ser vista nos olhos das integrantes deste Povo, entre aquelas que são capazes de sonhar com estes tempos antigos. Um olhar muitas vezes melancólico, especialmente notável quando observam as cidades nas quais vivem hoje, e a dura realidade com a qual tem que lidar todos os dias, enquanto recordam de toda a glória de seus antigos impérios, carregando consigo a mácula da voracidade, que eventualmente os conduziu à conquista de outros povos e à ruína. Imponentes e orgulhosas as Alicantos ainda buscam ocupar espaços de poder, e aspiram por reverência, embora nada se compare a grandeza que já possuíram.

Nascidas dos sonhos sobre o Sol, sobre a crença nativa em entidades solares (como Apu Inti, entre os Incas, e Guaraci, entre os povos indígenas do que viria a se tornar o Brasil), assim como os sonhos sonhos com o ouro e seu valor como representação do sagrado, estas fadas douradas tiveram grande papel no desenvolvimento dos povos nativos da América do Sul, compartilhando com eles seu conhecimento nato sobre os mistérios do sol e das estrelas, orientando-os sobre as particularidades das estações, da astronomia e da agricultura, bem como, em sua habilidade manufatureira como ourives e artesãs de excelência.

Elas clamam ter sido as responsáveis por ensinar aos povos andinos como mapear os céus e manufaturar metais, guiando-os na arte da forja e da metalurgia, de maneira a evitar, por aqui, a presença do ferro frio como materialização da banalidade, pelo menos, até que ele fosse trazido pelos invasores europeus. Sua habilidade para localizar e manufaturar metais e pedras preciosas são reconhecidas e valorizadas, justamente por serem capazes de produzir verdadeiras obras de arte a até itens mágicos poderoso, que não deixam nada a dever aos mais habilidosos membro dos kiths europeus, quando o tema é a manufatura quimérica.

E também tomaram para si a responsabilidade de assegurar uma extração regrada e correta das riquezas minerais sul-americanas, conforme seus próprios critérios e interesses, guiando mortais ou afastando-os de suas jazidas. As Alicantos conhecem e respeitam a natureza, regida pela justiça e benevolência do Sol, reconhecem a necessidade da vida em harmonia com o mundo natural e por isso defendem assiduamente até os dias de hoje o respeito aos seus ciclos.

Onde quer que reluzisse a grandeza das civilizações andinas, as Alicantos estavam lá, para guiar, garantir a prosperidade a seus protegidos e colecionar tesouros. Placas de ouro antigas, encontradas nas profundezas do Sonhar, revelaram aos estrangeiros que em seus tempos de glória, antes da banalidade e da fragmentação, quando seus poderes estavam no auge, os membros deste Povo eram capazes de conjuram o poder do Sol na palma de suas mãos, usando o ouro como foco de seu Glamour. Quando a colheita ia mal, estas fadas podiam favorecer os mortais, usando seus poderes solares para enverdecer as plantações e aumentar a produtividade de alimentos, a troco de ritos e oferendas. Contudo, com a chegada da banalidade trazida pelos caraíbas, sua capacidade de localizar e manufaturar o ouro foi tudo o que lhes restou de todo este poder após serem forçadas a recorrer ao expediente Changeling.

Embora sua origem esteja entre os povos andinos, nada as impediu de marcarem presença por toda a América do Sul, mesmo antes do período colonial, afinal, elas seguiram no rastro das conquistas do impérios andinos, reivindicando novos tesouros e territórios, através do comércio e da busca por novas riquezas, fossem tecnologias, artes, artefatos ou conhecimento, tudo se tornava parte de seus tesouros reivindicados e defendidos de forma impiedosa.

Ao assistirem à queda dos impérios andinos, tanto por conflitos internos quanto pelo avanço da colonização espanhola, muitas Alicantos foram forçadas a migrar para sobreviver, deixando para trás seu antigo lar e seguindo em direção ao Sol nascente, para as planícies mais ao leste do subcontinente Sul-americano. Esse processo as forjou como sobreviventes natas, com uma grande capacidade de adaptação, que pôde ser notada com a chegada da fragmentação e a intensificação das guerras contra os estrangeiros no atual território brasileiro, onde suas almas feéricas, calejadas por incontáveis batalhas, foram capazes de lidar com a mudança como nenhum outro Povo Gallain sul-americano, sempre se adaptando, como fosse necessário, para garantir sua própria sobrevivência, jamais permitindo que sua luz se extinguisse.

Por distintas razões estas Gallain se espalharam e se diferenciaram dos seus parentes que permaneceram em suas terras natais, refletindo seu contato com os sonhos dos diferentes povos que encontraram pelo caminho, em sua determinação por sobreviver. Assim, se tornaram conhecidas como as Mães D’ouro, entre os mortais brasileiros, marcando presença nas guerras dos povos nativos contra os colonizadores e changelings europeus e na defesa das riquezas minerais dessa terra.

Por aqui, nos territórios que viriam a formar o Império do Crepúsculo, ainda entre os povos indígenas, as Alicantos se ligaram a Guaraci, o espírito do Sol, mantendo para si os segredos da metalurgia por temerem a ameaça representada pelo ferro frio, embora ensinassem aos povos com os quais tiveram contato os conhecimentos sobre os ciclos da natureza e sobre as estrelas e sob como se orientar por meio delas. Reconstruíram para si um novo modo de vida. Afinal, como o Sol todas as manhãs, elas também foram capazes de se reerguer e se renovar. Deixando de lado a tradição patriarcal dos povos andinos, passaram a se organizar em moldes matriarcais. E agora, como Mães D’Ouro, buscavam defender as riquezas naturais que brotam destas terras que tomaram como suas, atuando como líderes e guias espirituais.

Durante a era colonial, as Mães D’Ouro se aliaram fortemente com os Curupiras e Boraros para proteger seus territórios das investidas dos bandeirantes, colonos de origem europeia que lançavam incursões por toda a América do Sul em busca de ouro, prata, predas preciosas e escravos indígenas. Em muitos casos, essa parceria foi quase simbiótica, já que ambos também estão ligados à terra, cada um a sua maneira. Muitas vezes os curupiras fincavam raízes sobre jazidas minerais, cultivando seus jardins florestais e atuando como sentinelas, enquanto os Boraros presentes entre os povos nativos lhe serviam de infantaria, diante de ameaças externas. E as próprias Mães D’Ouro atuavam como poderosas feiticeiras, estrategista e diplomatas, muitas vezes, longe dos domínios Karuanas a sombra da Grande Floresta, invocando o poder do sol para varrer os invasores, dando origem a muitas lendas que são interpretadas pelos mortais de hoje em dia como como explosões de bolsões de gases naturais subterrâneos e curiosos fenômenos meteorológicos.

Não houve Povo mais determinado a lutar do que as Mães D’Ouro, afinal os raios do Sol não se curvam para nada nem ninguém. Mas, com o avanço da banalidade, se viram forçadas a mudar de estratégia, chegando à conclusão de que, diante da ameaça da chegada do “Longo Inverno”, ao qual se referem como “A Noite sem Estrelas”, valia mais a pena ter os Kithain como aliados, do que como inimigos. Tal mudança de postura ainda é considerada uma traição por muitos Povos Caapuãs, o que os fez relembrar, e ressaltar sempre que possível, a origem “estrangeira” das Mãe D’Ouro, apesar dos séculos de convivência e luta ombro-a-ombro.

Felizmente, suas habilidades como artífices, muito valorizada pelos Kithain, e sua experiência prévia com os grandes centros urbanos e com a nobreza andina, tornou especialmente fácil sua adaptação aos modos vigentes entre os Kithain.

Aparência: Sua característica mais marcante é a de possuírem uma pele metálica, quase sempre dourada, com feições delicadas como as de uma ave e asas feitas de metal reluzentes como sol, marcada pela presença de adornos compostos por pedras preciosas e outros metais, embora sejam incapazes de voar sem o uso de magia. Apesar desse fato, suas asas são amplamente usadas em demonstrações de poder, beleza e imponência, fazendo parte de seus rituais de cortejo, reverência, dominância ou intimidação.

De um modo geral, estão sempre rodeadas de acessórios dourados e reluzentes, verdadeiras obras de arte que elas mesmas podem produzir em seu tempo livre. Suas roupas elegantes costumam transmitir respeito e graça, sempre de acordo com a cultura na qual estão inseridos.

Estilo de Vida: Mães D’Ouro são criaturas orgulhosas e tendem a ser possessivas, principalmente no que diz respeito aos seus tesouros. Gostam de ter controle sob o rumo das coisas, ser centro de seu mundo e de serem reverenciadas como tal. Elas caminham sempre em direção ao topo, à vitória e para tal são persistentes, obstinadas e ambiciosas, sempre na procura da aquisição de poder pessoal. E como poderiam ser diferentes, sendo elas descendentes do próprio Sol?

Muitas delas buscam por cargos que lhes forneçam poder, privilégios e status como em ramos políticos, empresariais e do direito. Gostam de usar suas posições de poder para definir os rumos da sociedade mortal, conforme sua natureza que busca honestamente a prosperidade e ascensão. Podem facilmente se inserir no empresariado dos ramos das energias renováveis, mineração e sustentabilidade, lutando contra o sistema, ainda que inseridos e limitados por ele. Devido sua fragilidade, costumam ter muitas conexões com a cena local da mineração e da joalheria, presentes por todo o território brasileiro, sobretudo, nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste, em especial, nos territórios reclamados pelo Reino dos Cristais. Embora, devido a uma antiga rivalidade com os Karuanas, sua presença seja rara dentro dos limites de Ewarë.

Também é possível encontrar Mães D’Ouro liderando movimentos de ativistas em prol da demarcação e preservação de terras indígenas, contra o garimpo ilegal e o desmatamento, independentemente de suas origens. Podem, ainda, se tornar grandes colecionadores de arte, bem como artistas trabalhando com escultura e modelagem. A confecção de joias é uma prática recorrente, logo a joalheria ocupa posição de destaque entre suas opções profissionais. Como hobbies costumam se dedicar a execuções artísticas, visitas a cavernas, cidades históricas e sítios arqueológicos.

Não importa qual meio escolham viver, estão sempre organizadas para proteger umas às outras. O fato é que eles nunca deixarão de governar e buscar trazer a prosperidade e a riqueza, elas sabem que para isso acontecer de fato, não é possível se afastar da natureza e seus ciclos, como uma flor não pode desabrochar sem a luz do sol.

Suas Infantes são aquelas crianças reluzentes que querem sempre ser o centro de suas brincadeiras, que gostam de estar no comando e definir e redefinir as regras se isso for coloca-las em posições favoráveis. Costumam ser responsáveis e dedicadas às suas atividades e podem ficar verdadeiramente enfezadas se alguém não valorizar seus esforços, por mais pequenos que pareçam. O orgulho de ver, por exemplo, os brinquedos arrumados e a conquista do respeito e reconhecimento por parte de seus responsáveis são a verdadeira delícia para elas. Também são aquelas crianças que gostam de colecionar objetos por mais sem valor que pareçam diante dos olhos mortais, mas que adoram ter os melhores brinquedos.

As Estouvadas são fadas brilhantes que costumam se dedicar às suas atividades mortais e feéricas com grande empenho. São aquelas changelings que equilibram muito bem a vida mortal e a feérica, visando ser o melhor da turma e conquistar a admiração dos professores ao mesmo tempo que é nomeado, para começar, como cavaleira(o) ou vidente fiel à sua corte local, desenvolvendo seus talentos mágicos com graça e dedicação. Costumam desde cedo ocupar espaços de importância e renome e a desenvolver seu próprio senso de estilo e graça ao passo que amadurecem tanto em personalidade quanto em sonho. São verdadeiros prodígios que ofuscam todos ao seu redor.

As Rezingonas são aquelas Mães D’Ouro que aprenderam a lidar com a sociedade changeling e mortal em todas as suas nuances, fazendo da sua luz apenas o uma consequência de seu poder, em todas as suas formas. São capazes de compreender os Kithain e os Caapuãs e, até mesmo, os Eborás, eventualmente. Brilhando acima de todos com sua luz e sabedoria estas fadas são verdadeiras lumiares de suas comunidades, tanto na corte feérica, quanto na sociedade mortal. A essa altura da vida já fizeram seu nome e adoram o reconhecimento que conquistaram, sobretudo quando são procuradas por favores e orientações, quando não estão ocupadas com seus próprios negociosos, mortais ou feéricos.

Seja Seelie ou Unseelie, os membros deste Gallain usam suas posições de destaque dentro da sociedade mortal e changeling para mover ações, como verdadeiras líderes, quanto à necessidade de se proteger o meio ambiente, realizar a demarcação das terras indígenas e combater o garimpo ilegal e desordenado, tal qual ir rumo aos seus espaços de poder nas distintas sociedades. É a preferência por governar ou incinerar aqueles que cruzam o caminho de seus objetivos que faz a diferença entre ser Seelie e Unseelie, porque no final, sejam dominadas pelo aspecto do Dia ou da Noite estas changelings não deixarão nada entrar em seu caminho. Enquanto seu lado Seelie muitas vezes busca combater os grandes empresariados ruralistas em jogos econômicos, seu lado Unseelie não se importaria tanto em fulminar peões incautos que sejam pegos próximos às suas jazidas preciosas e guarnecidas.

Símbolo do Povo Alicanto.

Organização: Membros deste Povo, como um todo, abraçam o nome Mães D’Ouro, independente do gênero. São conhecidas assim no território brasileiro por uma razão, formam entre si uma sociedade matriarcal, na qual as mulheres mais velhas e experientes são reconhecidas e respeitadas por todos como sacerdotisas e porta-vozes das entidades solares, sendo fervorosas opositoras do culto patriarcal à Jurupari. Mães D’Ouro muitas vezes são vistas como um grupo a parte, tanto pelos Kithain, quanto pelos Caapuãs, justamente por ter uma estrutura interna própria e muito bem definida, herança de seu passado. Possuem ritos, datas e festividades particulares vinculando seus elos com as entidades solares e as estruturas de sua sociedade própria, tal como os tragoi dos Sátiros.

Em meio a sociedade Kithain costumam buscar por títulos de destaque, uma vez que a busca por status costuma fazer parte de seus hábitos, o que pode colacá-las em rota de colisão com alguns Sidhes mais tradicionalistas. Afinal, elas já atuavam como governantes e líderes religiosas no passado e isso não se perdeu. Geralmente são vistas como ótimas pontes para a sociedade mortal, já que costumam ter muita influência na mesma, muitas vezes compondo a elite brasileira.

Algumas se destacam desde cedo como Amazonas ou Cavaleiros, sempre fieis e orgulhosas, se dedicando às artes do corpo e do combate, se fortalecendo e se tornando sentinelas dedicadas a proteger as jazidas as quais forem confiados por seus líderes. Há aquelas que seguem como artesãs e artistas, produzindo arte com metais, performances lindas e únicas nas quais podem exibir suas asas e dessa forma inspirando o amor cortês, e outras formas de cortejo, entre os integrantes da corte, sempre favorecendo outras Mães D’Ouro, sendo excelentes aliadas nos jogos da corte Kithain.

Aquelas poucas que remanesceram ou retornam para viver entre os Caapuãs tentam recuperar a confiança que sua história recente lhes tirou. Lidando com a rivalidade que mantém com Karuanas pelo papel de liderança e relembrando seus aliados do poder de sua antiga aliança com os demais Povos Caapuã e buscando usar suas habilidade e influência para recuperar sua confiança. Quando conquistam o espaço como Anciãs, costumam estar empenhadas em combater o garimpo que ameaça os povos originários e a constante e intensificada exploração dos recursos naturais que destrói o meio-ambiente e afeta seus ciclos. É nesse aspecto que costumam apoiar e liderar Boraros, Caiporas e Curupiras. Costumam usar suas posições de poder dentro da sociedade mortal, inspirando sonhadores no ativismo ligado ao meio ambiente e das populações do campo, da floresta e dos rios. Podendo sabotar a ação de empresas que praticam ações ilegais.

Quando em meio a Grupos de Caça, se ocupam dos cargos de liderança, se desenvolvendo enquanto feiticeiras piromantes poderosas ou guerreiras letais na arte do combate. Guarnecem as poucas terras ricas em minérios ainda não descobertas e defendem aquelas que já são do conhecimento da sociedade mortal e estão em processo de destruição.

Características: As Mães D’Ouro são todas de personalidade forte, imponentes e orgulhosas, sempre buscam ocupar posições de destaque, com status alto e grande importância. Por conta disso buscam priorizar atributos sociais, deixando os mentais em segundo plano, para só depois favorecer os atributos físicos. No caso dos membros masculinos, os atributos de segundo e terceiro plano se invertem mantendo os atributos sociais em primeiro e priorizando os atributos físicos em segundo plano, deixando os mentais para o terceiro. Dentre os talentos temos Empatia, Expressão, Intimidação, Persuasão e Lábia; nas perícias se destacam Ofícios para aqueles que se voltam para as artes visuais, Liderança e Etiqueta; enquanto que em conhecimentos se destacam Direito, Linguística, Cultura e Política.

Artes: Como estão inseridos já a algum tempo na sociedade Kithain, eles têm acesso às artes comuns entre eles. Cultivando especial interesse por Andanças, uma vez que se ressentem por não poderem usar suas asas para voar, entre elas o poder de voo concedido por esta arte é especialmente valorizado e visto como sinal de distinção, servindo para aproximá-las ainda mais do Sol, de seu culto e simbolismo. Embora tenham perdido muitos dos segredos de sua antiga magia solar, nem tudo se esvaiu, e elas ainda guardam alguns truques na manga na forma de uma Arte que chamam de Chama de Guaraci (Pyretics), capaz de iluminar a escuridão da noite, revelar e afastar perigos, purificar e que pode, até mesmo, reacender a chama da vida recém apagada naqueles que se foram. Elas guardam, ainda, mesmo antes da chegada dos colonizadores europeus, o segredo de uma outra Arte antiga, que têm em comum com alguns Kithain e que é terminantemente proibida e desprezada entre os Caapuãs, conhecida entre elas como Imponência (Sovering), afinal só há um Sol e enquanto ele brilhar, todas as outras luzes serão ofuscadas. Por fim, há relatos de algumas Mães D’Ouros capazes de dominar o Poder de Tupã (Skycraft), talvez oriundo de barganhas com Karuanas ou talvez como memórias ou reflexos dos poderes do Sol, o fato é que isso chegou a reforçar sua lenda entre os seres humanos.

Afinidade: Acessório.

Euforia: Localizar e buscar pela a aquisição de novos tesouros como joias, obras de artes e etc. produzir novos artefatos a partir do exercício de sua habilidade com o ouro são formas de Euforia para as Mães D’Ouro. Porém, a conquista de espaços de poder, a reverência em espaços ritualísticos e eventos de grande simbolismo, assim como em espetáculos de dança na corte Kithain.

Desencadear: Seu desencadear é como o calor do Sol do meio dia tocando a pele, chegando a arder levemente; é uma luz que se emana de suas asas e de seu peito, causando incomodo a aqueles que olham diretamente, fazendo a noite parecer dia. Os objetos feitos de ouro que seguram e/ou adornam seus corpos se tornam luminosos e incandescentes, como uma fagulha do seu poder ancestral perdido. Os sons dos pássaros mais diversos podem ser ouvidos, como se estivessem em meio a uma revoada e o cheiro de terra pode ser sentido com clareza.

Farejar Tesouros (Herança): Todas as Mães D’Ouro ganham um ponto de Percepção, mesmo que isso eleve o Atributo acima de 5. Além disso, a Alicanto pode rastrear pedras preciosas, metais valiosos e até itens mágicos pelo cheiro com um teste de Percepção + Tino. A dificuldade de tais testes devem ser baseados na quantidade de material e no quanto o rastro é antigo. Elas não podem falhar crítico em testes de Tino.

Artesãs Primorosas (Herança): Mães D’Ouro gostam de trabalhos manuais e têm um talento especial para criar itens de poder. Assim, elas são capazes de forjar tesouros e maravilhas com certa facilidade. Elas recebem -2 na dificuldade de todos os testes relacionado à criação de itens mágicos, e isso leva metade do tempo e apenas dois terços dos materiais que normalmente custariam. Elas também não podem falhar crítico em testes de Ofícios.

Febre do Ouro (Fragilidade): Mães D’Ouro são acumuladoras natas amaldiçoadas com uma voracidade e ganância sobrenatural em relação a tesouros. Elas que não titubeiam em reivindicar a posse de itens valiosos quando acham de os merecem mais do que seus proprietários atuais. Elas devem ter sucesso em um teste de Força de Vontade (dificuldade 7) para recusar uma boa oferta, ou para resistir a comprar algo que consideram valioso, ou simplesmente pegar um item precioso que elas acham que deveria ser delas. Além disso, elas precisam se alimentar com metal ou pedras preciosas pelo menos uma vez por semana; quanto mais valioso o material, menor a quantidade que elas precisam consumir. Deixar de fazer isso significa que elas não poderão recuperar sua Força de Vontade até que possam voltar a consumir esse tipo de material.

Estereótipos

Lady Aurélia, Marquesa da Marcas Rubras, instrui seus convidados kithain sobre os Povos da Nação Caapuã:

BORAROS: Guerreiros tão determinados quanto Trolls e quase tão grosseiros quanto um redcap.

BOIÚNAS (Sachamamas): Relíquias de um passado grandioso, que não temos tempo para lamentar.

CAIPORAS: Imagine um Pooka confiável e especialmente selvagem e arrogante e terá uma boa ideia do que esperar de um Caipora.

CURUPIRAS: Agora pense em um Boggan de compleição bem mais atlética e com uma especial predileção por jardinagem e longas caminhadas e terá alguma noção de um Curupira.

KARUANAS: Quase tão presunçosos quanto Sidhes, porém, muito mais perigosos.

MAPINGUARI: Um Troll pouco atraente e mal-humorado em um dia especialmente ruim chega perto do que você verá quando encarar um Mapinguari.

MATINTAS (Lloronas): Elas estão para a Lua, como nós estamos para o Sol, e as honramos por isso.

UIARAS (Encantados): Se você consegue imaginar um Sidhe com a alma de um Sátiro e com alguma humildade e sabedoria, terá uma boa imagem do que é um Uiara.

EBORÁS: Terreiros e templos de religiões de matriz africana são fontes inequívocas de Glamour, nada mais natural que alguém explore estes recursos e zele por eles.

KITHAIN: Há quem estranhe nossa aliança com os Kithain. Para nós é apenas natural lidar com o diferente e nos adaptar às mudanças.

| ALICANTO | BORARO | BOIÚNA | CAIPORA | CURUPIRA |

| KARUANA | MAPINGUARI | MATINTA | UIARA |

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Então conheça mais detalhes de nossa proposta de cenário alternativo o jogo no link abaixo:

Ewarë, o “Reino” Encantado da Amazônia.

A Nação Caapuã: Herdeiros dos Sonhos Nativos.

Cosmovisão Caapuã

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Fanpage brasileira do universo clássico de RPG de Mesa, Mundo das Trevas (World of Darkness).