Karuanas: Arautos do Fundo do Rio.
Novos Kiths Changelings Amazônicos
Versão em Português-BR | Versión en Español
Por Alex Pina, Jessele Damasceno & Porakê Martins
“O Rio arrasta tudo para o Fundo, nada resiste à correnteza do tempo. Tudo acaba, tudo tem um fim. A flor mais bela, o amor mais intenso, a maior das alegrias… mas também a tristeza, a dor e o desespero. No fim resta apenas o fluxo, a mudança, a transformação. O Fundo é o início e o fim de todas as coisas, é para onde todos fluímos. Venha comigo e desvendaremos seus segredos.”
As planícies úmidas da região amazônica, entrecortada por rios e igarapés, com suas florestas imponentes e exuberante biodiversidade, sempre fascinou e instigou a imaginação humana, alimentando sonhos com a mesma intensidade das fartas chuvas que caem, quase continuamente, sobre toda região.
Tal fascínio, porém, sempre conviveu com os mistérios e os perigos ocultos pelas águas turvas dos rios da região e pela eterna penumbra sob as copas cerradas das árvores, reservando perigos e tesouros àqueles dispostos a desbravá-las. E em nenhum outro lugar da Amazônia, fascínios, mistérios, tesouros e perigos serão tão irresistivelmente tentadores, e potencialmente recompensadores, quanto àqueles ocultos no “Fundo”, as realidades além do Mundo Outonal.
Os Karuanas são a personificação e os senhores destes sonhos, alimentados por toda a mística e fascínio no qual está embebida a cultura ribeirinha amazônica, desde tempos imemoráveis. Eles são os forasteiros sedutores que emergem das águas para celebrar com os mortais e desaparecer na manhã seguinte, a bela mulher que emerge das águas turvas para convidar pescadores incautos para conhecerem os segredos do Fundo, o velho misterioso que aparece vez ou outra às margens do rio para distribuir sábios conselhos, os guias espirituais que orientam os pajés mortais sobre os mistérios do Fundo. Eles são aqueles que mais do que qualquer outro Povo Caapuã, não se contentar em explorar o Sonhar, mas mergulham ainda mais fundo nos domínios do Fundo, explorando também os domínios dos espíritos, os sonhos da própria terra.
Em um olhar meramente superficial, Karuanas compartilham muitas características com seus parentes Uivaras, aqueles conhecidos como “Encantados” pelos Kithain. Afinal, ambos são Kiths de Gallain nativos ligados aos ambientes naturais de água doce. Ledo engano. Pois, enquanto os “Encantados” se concentram em cultivar vínculo com os humanos, servindo como pontes entre a sociedade Caapuã e a sociedade mortal tendendo a ser empáticos, pacíficos e quase sempre confiáveis, atuando como diplomatas, emissários e pacificadores. Os Karuanas usufruem de uma ligação ainda mais profunda com a magia, os espíritos, o mundo espiritual e o próprio rio, até mesmo assumindo por herança a forma de algum representante da exótica fauna aquática da região. Além disso, Karuanas tendem a ser bem mais indiferentes com os mortais e incomparavelmente mais passionais, volúveis e belicosos.
Outros paralelos ainda são possíveis de serem traçados: em relação ao Sonhar de Gente (O Sonhar) e Sonhar da Terra (A Umbra), os Karuanas cumprem um papel análogo ao das Matintas (Lloronas), em relação às Terras sem Sonhos (O Mundo Inferior); já em relação à fauna e ao ambiente aquático, exercem funções semelhantes ao dos Caiporas e Curupiras nas várzeas e terra firme.
Esta gama de papéis e responsabilidades que os Karuanas são chamados a exercer angariou, para este Povo, ao longo do tempo, muito prestigio diante de toda a sociedade Caapuã, o que os cacifou a assumirem um papel de liderança durante a Guerra contra os Kithain do Império do Crepúsculo e culminou com a criação do Grande Conselho de Ewarë.
Aparência: Mesmo em seu aspecto moral, tendem a possuir uma beleza impressionante, muitas vezes personificando os mais belos traços indígenas, embora Karuanas capazes de sintetizar harmoniosamente traços característicos das mais diferentes etnias estejam longe de serem desconhecidos. Mas é em seu semblante feérico que a natureza sobrenatural de sua beleza se revela, como versões ainda mais idealizadas e aprimoradas de seus aspectos mortais, arrematados por pequenos e graciosos detalhes que denunciam sua essência feérica: orelhas ligeiramente pontiagudas; pele sedosa, desprovida de imperfeições e sutilmente reluzente; e íris que parecem cintilar com uma delicada luz pálida, como se duas pequenas luas cheias repousassem em seus olhos. Além disso, suas Formas Encantadas sempre representarão a versão mais perfeita, imponente e idealizada dos animais que representam.
Embora possam vir a ser confundidos com Sidhes por Kithains desatentos, observadores perspicazes logo notarão que Karuanas costumam usar roupas muito simples, quando as usam, e têm predileção por colares, braceletes e outros adereços feitos de fibras e gemas vegetais, presas, garras e penas de animais com forte favor simbólico, no lugar das vestes elaboradas e das joias reluzentes dos nobres Kithain.
Estilo de Vida: Karuanas são seres fascinantes e temíveis, incrivelmente belos e igualmente implacáveis. Capazes de instigar os desejos mais ardentes por poder, conhecimento e luxúria, e ainda assim, quase sempre, distantes, insondáveis, imersos em seu próprio mundo, em seus próprios desejos, irremediavelmente presos a seus deveres como mediadores por excelência, entre o Mundo da Superfície e o Fundo.
Os membros deste Povo se sentem atraídos por profissões que os mantenham em contato com os rios e igarapés, como: pescadores, salva-vidas, instrutores de natação, donos ou operários de estaleiros, hidrógrafos, biólogos especializados em ecossistemas de água doce, pilotos ou tripulantes dos barcos que singram os rios da Amazônia.
Infantes são criaturinhas fascinantes e introspectivas, que vivem com a cabeça nas nuvens e o olhar distante, quase sempre imersos nos próprios pensamentos. Desde muito cedo buscam uma maior proximidade com o ambiente aquático, espontaneamente insistindo para que os pais ou responsáveis os matriculem em qualquer aula de natação quando não há ou igarapés acessíveis por perto, e, invariavelmente, se mostrarão nadadores habilidosos. Podem passar horas brincando sozinhos na água, mesmo que seja apenas dentro de uma velha bacia para roupas. E normalmente têm dificuldades para interagir com outras crianças da mesma idade, embora sejam capazes de impressionar os adultos com sacadas de uma sabedoria precoce. Porém, crianças capazes de romper a aura de estranheza e vencer a desconfiança de um Karuana Infante usufruirão de um vínculo incrivelmente forte com ele que perdurará toda sua vida, talvez ainda mais além, mesmo que tal vínculo, eventualmente, seja oculto por uma aparente indiferença.
Estouvados são os centros das atenções de todos em volta, vibrantes, passionais, ousados e cercados por amigos, amantes e admiradores. Festas em praias, clubes e piscinas são seu ambiente natural. Porém, poucos serão capazes de conhecer as reais intenções, inseguranças, anseios e temores de um Karuana Estouvado. Nesta fase eles tendem a aliviar o peso opressor de suas responsabilidades dando vazão a suas paixões sempre que possível, seja através de celebrações, do sexo, da prática de esportes radicais ou mesmo devorando livros ou compondo belas canções. Entretanto, raramente se ligam verdadeiramente a alguém fora de seu Grupo de Caça, por se sentirem oprimidos pelo peso de suas responsabilidades.
Rezingões são criaturas imponentes que emanam o poder e a sabedoria acumulados por muitas vidas. Nesta altura costumam estar completamente devotados à sua missão, como intermediadores entre o Fundo e a Superfície, e encontram especial conforto em poder instruir os mais jovens enquanto aguardam por reingressar em um novo ciclo de existência.
Karuanas que expressão seu aspecto Dia (Seelie) são criaturas comprometidas com seus deveres ancestrais, muitas vezes atormentadas pela culpa por não conseguirem resistir a suas paixões, o que por vezes as briga a se desviar de seu caminho e deixar, mesmo que temporariamente, seus deveres de lado temporariamente. Uma Karuana “do Dia” pode ir a uma festa para se divertir, após uma longa missão, para usufruir de uma única noite prazerosa na companhia de um mortal, em uma relação consensual, onde ambos estarão desde o início cientes que podem nunca mais voltar a se ver, embora a lembrança deste encontro permaneça vívida por toda uma vida, alimentando sonhos inspiradores.
Já os Karuanas que expressam a seu aspecto Noite (Unseelie) tendem a se deixar reger por suas paixões, recorrendo a seu vínculo com o Fundo apenas para obter mais e mais poder e para não ter que prestar satisfações a ninguém e veem os mortais e outras criaturas como meras ferramentas para atingirem seus próprios fins. Neste caso teríamos um Karuana que seduz uma mortal comprometida, mesmo que para tanto precise recorrer às suas Artes, apenas para abandoná-la a própria sorte na manhã seguinte, talvez, com uma criança no ventre, da qual ele, nem sequer, se preocupará em tomar conhecimento.
Organização: Karuanas são líderes natos, apesar de sua conhecida personalidade intempestiva e passional. Eles costumam ocupar papéis de destaque em qualquer Anama Caapuã, onde seus conhecimentos sobre o Fundo e os espíritos são especialmente valorizados. É comum que ocupem assentos em Conselhos de Anciões Locais e podem ser líderes especialmente justos se forem sábios o suficiente para dar ouvidos a seus companheiros de Conselho, em especial, se tiverem um sábio Curupira ao seu lado, para contrapor seus rompantes mais exaltados.
No interior de seus próprios Grupos de Caça, embora não costumem se destacar como grandes guerreiros e tendam a confiar muito mais em suas Artes do que em suas mãos em situações de conflito, eles invariavelmente guiam seus companheiros em jornadas através do Fundo, este é considerado seu dever sagrado. Um Karuana que falha em manter seus companheiros seguros no Sonhar ou no Mundo Espiritual é considerado um incompetente. Um que retorne sozinho, abandonando seu Grupo de Caça para trás, certamente será tomado como uma desgraça para seu Povo e terá sérios problemas em se livrar desse estigma.
Espera-se que qualquer membro deste Povo seja capaz de lidar com quimeras e espíritos de todos os tipos e que possua um amplo conhecimento sobre as Artes e o Fundo. Caapuãs de outros Povos são ensinados a buscar por respostas para problemas de natureza mística ou espiritual junto ao Karuana mais próximo e só recorrerão aos Curupiras como uma segunda opção.
Toda essa cobrança e respeito também tende a tornar os Caapuãs bem mais tolerantes com a proverbial natureza volúvel e passional dos Karuanas. Desde que cumpram razoavelmente com seus deveres para com a comunidade Changeling local, eventuais rompantes, atitudes dramáticas, reações exageradas e até alguma indiferença em relação aos mortais, costumam ser tolerados. O que pode vir a se deteriorar uma relação doentia se não houverem laços de genuína amizade e apreço entre o Karuana em questão e os membros de sua Anama. Pois um Karuana que seja considerado útil pela comunidade local, protegendo os seus e apaziguando os espíritos, pode ver na “vista grossa” dos demais Caapuãs uma permissão para eventuais abusos, sobretudo, contra os mortais.
Poucos Kithain fora das fronteiras do Império do Crepúsculo já ouviram falar dos Karuanas. E mesmo diante de Kithain do Império, eles costumam ser vistos como uma suposta “Nobreza Caapuã”, como se fossem uma espécie “Sidhes caipiras especialmente afeitos aos banhos ao ar livre”. Karuanas sábios se valem da ignorância dos primeiros e escarnecem da tolice dos últimos. Embora haja cada vez mais, entre eles, aqueles que são seduzidos por essa ideia nova de “nobreza”, um conceito que os Caapuãs, em geral, desprezam como uma ferramenta de dominação e corrupção das antigas tradições.
A estreita relação dos Karuanas com os rios, igarapés e o reflexo espiritual da Amazônia faz com que sua presença seja especialmente rara fora dos limites de Ewarë. Alguns poucos Karuanas fixam sua residência nos rincões do Reino do Xaraés ou no Reino dos Cristais, algumas vezes adotando seus títulos de nobreza e os modos Kithain, para desgosto dos demais membros deste Povo.
A representante dos Karuanas no Grande Conselho de Ewarë é uma bela e altiva Síocháin conhecida apenas como Bartira, que aparenta ter por volta de 25 anos e exibe traços que refletem uma perfeita síntese de características indígenas e europeias, com longos cabelos castanhos encaracolados e pele bronzeada pelo Sol intenso dos Trópicos, e que, em sua Forma Encantada, assume a aparência de uma imponente fêmea de boto rosa.
Entre os Kithain da Capitania do Rio Negro, se diz que Bartira nasceu em Manaus, fruto do amor inusitado entre um naturalista francês e a filha de um pescador local, em algum momento na metade do século XX. Assim, se não fosse uma Síocháin, ela já teria passado dos 70 anos. Seja ou não verdade, o fato é que ela percorre as vilas ribeirinhas nas margens da Bacia do Rio Negro, como uma agente de saúde, atuando junto às comunidades locais, e permanecendo em cada pequena vila ou aldeia apenas por tempo suficiente para que os habitantes locais não se incomodem com a falta de rugas em sua face. Atualmente ela reivindica para sua Anama um extenso território que se estende desde a altura do Canal do Cassiquiare, que liga as bacias hidrográficas do Rio Orinoco e do Rio Amazonas, próximo à fronteira entre Colômbia e Venezuela, até a cidade brasileira de São Gabriel da Cachoeira, mais de oitocentos e cinquenta quilômetros a oeste de Manaus.
Características: Karuanas tendem a priorizar atributos Sociais e Mentais em detrimento dos Físicos. E valorizam Talentos como Esportes (principalmente para nadar), Empatia, Intimidação, Liderança, Tino e Persuasão; além de Perícias como Ofícios e Performance; e Conhecimentos como Enigmas, Gramática Mágica e Tradição Oral, para melhor cumprir seus deveres sagrados. Eles também costumam adquirir níveis dos Antecedentes: Posses, Lembranças, Quimera, Vínculo Espiritual e Aliados Espirituais.
Artes: Como todos os demais Caapuã, Karuanas têm acesso livre às Artes: Andanças, Chicana, Prestidigitação e Princípio. Mas, tendem a ter preferência por artes mais exóticas e costumam barganhar com os membros de outros Povos o conhecimento de suas Artes secretas em troca de favores especiais, por pura sede de conhecimento (ou de poder). Além disso, os Membros deste Povo guardam como seus próprios segredos o conhecimento de duas Artes em particular: O Dom da Yara (Summer), que compartilham com seus parentes Uiaras e costumam usar para ajuda-los a dar vazão a suas paixões e diminuir um pouco o peso da Banalidade; e O Poder de Tupã (Skycraft), que mantêm como um como um trunfo exclusivo, se orgulhando de dizer que, assim como águas tranquilas refletem a “verdade do Mundo”, como um espelho, e uma chuva agradável presenteia a terra com sua generosidade, ela também demonstra seu lado implacável, quando cai como tempestade, moldando o solo e as rochas mais duras e prenunciando o poder destrutivo dos raios.
Afinidade: Fada.
Euforia: Karuanas desfrutam da euforia acumulando conhecimentos sobre Artes e o Fundo. Eles também apreciam mergulhar nas águas correntes de um Rio ou Igarapé que ainda não estejam tomados pela poluição.
Desencadear: O vento forte e frio que precede uma tempestade, relâmpagos, trovões ou o doce som de água corrente, de cachoeiras ou da chuva caindo em uma manhã de Sol são manifestações comuns quanto um Karuana deixa fluir seu poder.
Beleza Encantadora (Herança): Como o próprio rio que abre caminho entre as matas, com suas águas turvas e repletas de segredos, Karuanas são tão encantadores quanto enigmáticos. Sua aparência fascina Mortais e Changeling na mesma medida, e oculta as reais intenções de seu coração. Tal beleza pode ser perigosamente enganadora para quem não está familiarizado com o Karuana e se deixa impressionar por seus encantos, qualquer um que tente usar o Talento Empatia, ou mesmo meios sobrenaturais, para sondar a verdade no coração de um dos membros deste Povo recebe uma penalidade de +2 na dificuldade de seus testes. Adicionalmente, eles recebem dois níveis adicionais de Aparência em seu semblante feérico, mesmo que isso eleve o Atributo acima de 5.
Forma Encantada (Herança): Cada Karuana pode assumir a forma de um animal ligado ao Rio mediante o gasto de um ponto de Glamour. Voltar a forma original, no entanto, não requer gastos adicionais. Nos dois casos a mudança só pode ser realizada enquanto o Karuana não estiver sendo observado. Botos, sucuris, pirarucus, jacarés, poraquês, arraias, tartarugas de água doce e rãs são algumas das Formas Encantadas mais populares entre os membros deste Povo. Esta forma simboliza o vínculo inato e a familiaridade dos Karuanas com a água doce e as criaturas ligadas ao Fundo. Uma vez que a espécie do animal que o personagem assume tenha sido escolhida, ela jamais poderá ser mudada. O Narrador tem a palavra final sobre os tipos de animais que são ou não apropriados para este fim.
Bênção do Rio (Herança): Karuanas jamais falham critico em testes envolvendo Natação ou Gramática Mágica. Eles também possuem a capacidade e respirar sob as águas sem qualquer custo e, mediante o gasto de um ponto de Glamour, podem estender essa habilidade a qualquer pessoa (mortal, prodígio ou changeling) com o qual mantenham contato físico e enquanto mantiverem este contato, pela duração máxima de uma cena.
Ligado ao Rio (fragilidade): Um Karuana deve mergulhar em água corrente pelo menos a cada 72 horas ou começa a se deteriorar. Por cada dia inteiro depois disso que seja mantido longe de rios, riachos ou igarapés, o personagem perderá 1 ponto em um de seus Atributos Físicos (a escolha do jogador). Se um desses Atributos chegar a zero, ele se tornará incapaz de se mover. Se outro dia completo se passar além desse ponto, ele entrará em coma e dentro de mais 24 horas, estará morto.
Volúvel como a Maré (fragilidade): Karuanas são criaturas passionais, orgulhosas e volúveis, que também possuem um lado sombrio. Eles se ofendem com relativa facilidade e sua ira pode ser terrível, embora sua natureza fluída e mutável também faça com que se esqueçam rapidamente de tais ofensas e não permita que o rancor faça morada em seus corações. Caso sintam-se desprezados ou insultados, Karuanas devem fazer um teste de Força de Vontade. A dificuldade inicial neste teste é sempre 6, mas cada semana na qual o personagem não for capaz de reservar pelo menos dois dias para relaxar e dar vazão a suas paixões mundanas em terra firme (o que pode variar de interações intimas com os mortais até se dedicar a leitura de um bom livro), essa dificuldade aumenta em um ponto, até o máximo de 10. Por mais prazeroso que seja, o tempo passado sob as águas não conta para este fim. Eles precisam equilibrar suas vidas entre as águas e a terra firme.
Uma falha significa que o Karuana deve retribuir a ofensa imediatamente, tornando o ofensor alvo de alguma zombaria, ameaça ou outra provocação, e impossibilitando que o personagem coopere com ele pelo restante da cena. Uma falha crítica significa que a ira nublou completamente a razão do personagem, que se sentirá impelido a ferir o ofensor com os meios mais efetivos à mão, independente de quem ele seja. É muito comum que Karuanas se arrependam de tais atos imediatamente após cometê-los, o que pode ser um poderoso gatilho para a Banalidade. No entanto, é possível gastar um ponto de Força de Vontade para negar uma falha neste teste, mesmo uma falha crítica.
Pontos de Vista
Uma Karuana Estouvada com olhos misteriosos e imersa nos próprios pensamentos profere suas sentenças sobre seus Parentes Caapuã:
ALICANTOS: Toda Família tem seus parentes problemáticos, mas nenhum deles se compara a estes tolos.
BOIÚNAS (Sachamamas): O conhecimento brota de seus lábios, como água límpida em uma nascente. E nós temos sede.
BORAROS: Flechas e bordunas também têm seu papel, mas apenas quando estão apontadas na direção correta.
CAIPORAS: Os animais da floresta reconhece seu valor e nós, que nadamos com eles, não poderíamos fazer diferente.
CURUPIRAS: Anfitriões rabugentos e Parentes sábios, ninguém é perfeito, afinal. Mantenha-os por perto.
MAPINGUARIS: Sim, não são nenhum colírio para os olhos, mas só os tolos se deixam enganar pelas aparências.
MATINTAS (Lloronas): Entre lágrimas e pesares firmamos um pacto. Nós mergulhamos no Fundo, explorando as Terras dos Sonhos; elas visitam as Terras sem Sonhos. Nós lideramos, elas aconselham. Nós as protegemos e elas mantêm os mortos inquietos aplacados.
UIARAS (Encantados): Com eles também temos um bom acordo, celebrado sob as águas. Eles cuidam dos mortais, nós dos espíritos. Eles carregam nossas palavras e é a nós que eles vem quando a coisa fica feia.
EBORÁS: Aliados sábios, amigos valorosos e inimigos terríveis.
KITHAIN: Intrometidos, arrogantes e mal-educados. Felizmente estamos aqui para lhes indicar o caminho de volta.
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