Editorial #2

O lugar do curta-metragem no cinema brasileiro, Jorge Furtado, Giovanna Muzel e filmes diversos: eis aqui a segunda semana do Curta Curtas

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Antônio Fagundes em cena do filme “Barbosa” (1988), de Jorge Furtado
Antônio Fagundes em cena do filme Barbosa (1988), de Jorge Furtado — filme este que passou nos cinemas graças à “Lei do Curta”

Olá, você. Tudo bem?

É com imensa alegria que escrevo este editorial na segunda semana de vida do Curta Curtas!

Na semana passada, na estreia do projeto, convidamos Katia Mesel, cineasta experiente com cinquenta anos de estrada, para conversar conosco. O bate-papo, pra lá de produtivo, trouxe questões muito pertinentes sobre a autopercepção de Katia a respeito de seu trabalho, sobre as dificuldades de se fazer cinema no Brasil, sobre a democratização do acesso a filmes de curta-metragem e sobre, entre outras coisas, os preconceitos enfrentados quando uma mulher ousa continuar fazendo depois de tanto tempo.

Se as reflexões de Mesel somadas à variedade de críticas de filmes muito diferentes entre si (tanto nas temáticas como também na estética adotada por eles) nos ajudaram a compreender, de certa maneira, como foi e como é fazer cinema em terra brasilis, o mosaico de conteúdo que trouxemos nessa segunda semana do Curta Curtas amplia alguns pensamentos e apresenta novas questões e pontos de vista a respeito do fazer (e do próprio) cinema de curta-metragem brasileiro.

O Plano Detalhe desta semana, por exemplo, discorre sobre a medida institucionalizada que obrigava os cinemas a exibirem curtas-metragens antes dos longas de sua programação, nos anos 1970/80 (não é absurdo que uma prática comum em outro tempo foi abolida e esquecida, salvo raras exceções, nos últimos trinta anos?). E o Top 5 da vez, em homenagem a Jorge Furtado, seleciona cinco títulos da filmografia do diretor de Ilha das Flores (1989) que representam o que há de mais característico em sua filmografia. Há comédia, momentos dramáticos e comentários sociais em abundância.

Além disso, há na seção 3x4 uma entrevista com Giovanna Muzel, cineasta da nova geração, responsável pelo curta Só Sei Que Foi Assim, que nos conta sobre a sua arte, suas experiências formativas e, claro, como não poderia deixar de ser, sobre como tornar curtas-metragens mais acessíveis ao grande público.

Convido você a vir conosco e aproveitar tudo o que preparamos. Espero que a experiência seja prazerosa e divertida na mesma medida em que foi prazeroso e divertido produzir tudo isso.

Leia tudo em: www.curtacurtas.com

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Thiago Dantas
curta curtas :: curtindo curtas, curtindo cinema

Uma espécie de Macabéa, só que mais trouxa. 31 anos, paulistano, comunicólogo e professor.