Uma memória feliz
É curioso vasculhar o cérebro em busca de uma memória feliz depois de 37 anos de vida. 37 anos e 25 dias, precisamente. Foram tantos acontecimentos, tantas memórias, tantas experiências.
Como escolher uma — e apenas uma — memória feliz?
Rapidamente passo a enumerar situações e classificá-las segundo o grau de felicidade que minha memória julga adequado. Na tentativa de, a partir dessa classificação, escolher uma para ser a pauta desse primeiro exercício de escrita.
Lembro da manhã ensolarada quando peguei as chaves do apartamento onde moro há menos de um ano. Mudar para esse apartamento, numa região central da cidade, sendo o tipo de apartamento que eu sempre sonhei em morar — imóvel antigo, sem elevador, parecido com os prédios que minha avó havia morado — foi um momento bastante feliz do meu último ano.
Senti o gostinho da vida adulta.
Não foi o momento mais feliz da minha vida, tão pouco um momento qualquer. Acredito que a felicidade é e não está em nossa vida.
Existem vários pequenos detalhes que compõem esse momento feliz simbolizado nessa manhã de sol das chaves do apartamento novo. Eu pensei até em começar a falar sobre isso aqui… sobre o que significava sentir esse gostinho da vida adulta — ainda mais quando se fala isso aos 37 anos e imagina-se que a vida adulta já seja alguma coisa bem real há algum tempo — sobre o que mais esse apartamento significa; sobre as manhãs tomando café na rede e a sensação cotidiana de ter ganho alguns pontos na barrinha de qualidade de vida; sobre ir de bicicleta pro trabalho; sobre estar tão perto da Av. Paulista; e sobre muitos outros etc e etc.
Entretanto, esse é apenas o primeiro texto de uma série de 30 que começa hoje e que foi proposto pelo Tales Gubes, através do Ninho de Escritores. E ele foi escrito depois de mais de seis horas de direção na estrada, quase nos últimos minutos desse dia 1o de maio, e na véspera de um dia de trabalho bastante especial.
Quem sabe um dia eu volte aqui pra falar sobre esse apartamento. Por hora, deixo vocês com a janela que conquistou meu olhar e contribuiu para esse momento feliz tomar corpo.
Até amanhã ❤
Desafio 30 dias de escrita — Ninho de Escritores
- esse devaneio faz parte da série 2018 de textos que me comprometi a compartilhar na jornada de Design da Vida. Se ainda não teve a oportunidade de ler os anteriores: Desenhando a minha bússola, Vestindo minhas orelhas de girafa, Jogabilidade e Letra por Letra; escolha um lugar gostoso e mergulhe comigo :)
- quer conhecer o meu #laboroflove — aquele projeto que conto com brilho nos olhos e sorriso na alma — vem ouvir o Baseado em Fatos Surreais, um podcast que conta histórias de outras mulheres, em primeira pessoa, com empatia, intimidade e leveza ❤
- ah, e não custa lembrar: gostou do texto? te fez pensar? clica nas palmas, compartilha com alguém que você acha que vai se beneficiar de alguma forma e me ajude na motivação para continuar na minha meta de 2018 ;)
