“Foi ele, Géssica, foi o lixo que mandou as guria me bater”

Capítulo III — De longe todo rosto é o do carrasco

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Ilustração: Marcos Keller

23 de Novembro de 2016

Uma terceira e última colega de trabalho de Maiara depôs à polícia, Ivaneusa das Graças Soares. Para além dos relatos de uma alteração repentina de humor da vítima, que ficou cada vez mais agressiva, ela lembrou de episódios em que Maiara falava sozinha e gargalhava a esmo, tendo tudo começado pouco antes de uma revelação que surpreendeu a todos no restaurante em que trabalhavam: estava grávida. Em 27 de abril de 2016, Maiara publicou em seu Facebook uma foto frente ao espelho, na qual segura a barriga com a mão sobre uma camisola cinza, com a hashtag #NossofilhojaTeAmamosmuitoPedro❤. Assim, não só revelava ao mundo que carregava uma criança, mas já expunha o nome que o futuro ser humano viria a ter. As colegas de trabalho não souberam como reagir, tentando tirar mais informações de Maiara, que se manteve evasiva, serena e entorpecida, às vezes em transe. Pouco tempo depois, o assunto se esmoreceu.

Sua sanidade mental, entretanto, mantinha-se em cheque perante os colegas. Pois, com o esquecimento da gravidez, emergiu uma nova questão: por que diabos Maiara estava andando com uma boneca pelo shopping? Por alguns dias, ela foi vista caminhando, zumbificada, enquanto alisava as madeixas sintéticas da boneca que carregava no colo, chegando a ninar o brinquedo na frente da loja Ri Happy. Era como se não tivesse acordado da fantasia na qual já era mãe.

Então, de forma muito repentina, a Pituquinha se virou contra a chefia do restaurante e pediu demissão. Mais ou menos um mês antes, ela vendera seus 20 dias de férias, recebendo pouco mais de R$3500, com já atribuído salário. Assim, quando assinou a rescisão no sindicato, não ganhou mais nada, levando-a a um surto nervoso, pois acreditava ter sido injustiçada, uma vez que aquele dinheiro já havia se esvaído — não se sabe para onde.

A verdade é que o descontrole emocional de Maiara não era exclusividade do ambiente de trabalho. Havia mais de um ano que ela vinha agindo de formas pelo menos estranhas. Data-se que o ponto de start do desequilíbrio psicológico dela se deu com a notícia da morte violenta de seu ex-namorado, quase esposo e eterno carrasco, Luiz Eduardo Domingues. Ele faleceu após levar cinco tiros no peito, na frente de casa, no dia 11 de abril de 2015, em Biguaçu, município da Grande Florianópolis. Maiara só soube desse assassinato quatro dias depois, via messenger, por uma conhecida em comum.

O relacionamento deles havia acabado fazia dois anos, mas as memórias nunca a abandonaram. Sentiu mais alívio do que dor com a notícia. Fora que, por causa deste, a quem se referia como “lixo”, foi que se mudou para Gaspar em 2013, se afundou de vez nas drogas pesadas e fez um Facebook completamente novo, o qual usou apenas em 2014. E só assim, com cinco disparos no peito dele, que podia finalmente relaxar. Mas quem disse que conseguia?

Maiara e sua prima Géssica moravam juntas quando a turbulência se iniciou. Tinham uma relação boa, uma cozinhava para a outra, iam às festas juntas, eram quase irmãs, e sua maior divergência estava na proporção em que cada uma aguentava festejar, uma vez que Maiara não só era filha da noite, como boa parte da sua paleta de amizades surgiu em chácaras, raves e boates.

Foi breve o período de satisfação e paz pós-morte do Dudu, como era conhecido. Nos meses que se sucederam, surgiu em Maiara a sensação de estar sendo constantemente perseguida. Se perguntava quem seria o stalker, talvez alguém a mando de Dudu ou até mesmo o próprio, fingindo estar morto. E nem mesmo a música eletrônica e as luzes piscantes que sempre serviram como seu exílio do mundo de labor e desgraça puderam salvá-la do fantasma do ex-namorado abusivo que a puxava pelo pé onde quer que ela pisasse.

Certa noite, no segundo semestre de 2015, Maiara decidiu ir à balada, mas não queria sair sem companhia. Chamou então Géssica, que por sua vez levou o então namorado, Rodrigo. Maiara estava inquieta, andando de um lado para o outro, além do normal de um baladeiro, enquanto o casal se manteve mais sossegado. Era difícil de acompanhar a prima.

“Maiara, fica aqui mais perto da gente”, Géssica reclamava, sempre infrutífera.

A noite foi passando e os dois ficavam cada vez mais preocupados, tinham que trabalhar na manhã seguinte, não dava para ficar até tarde. O difícil era convencer Maiara a ir embora junto. Tão árdua era a missão que eles só desistiram e se recostaram nuns pufes, assistindo aos passos dela, tentando garantir que se encontrava segura.

Géssica então se levantou para ir ao banheiro. Lá dentro, enquanto lavava as mãos, uma garota de cabelos escuros perguntou “tu não tá com aquela loirinha lá?”, para o que ela respondeu que sim.

A morena disse de volta: “Olha, ela tá lá brigando.”

Géssica correu para fora, em direção ao palco, e viu a prima toda suja de sangue, e arranhada no rosto. Na verdade, a maior parte do sangue vinha de um machucado que Maiara adquirira no dia anterior, ao cortar o dedão durante seu trabalho na cozinha do restaurante Premiatto. Mas a sujeira era tamanha que manchou até a sapatilha preta com ponta dourada que pegara emprestada da prima.

“Meu Deus, Maiara, o que foi que aconteceu?”, perguntou Géssica.

“Foi ele, Géssica, foi o lixo. Foi o lixo que mandou as guria me bater. Duas guria vieram pra cima de mim. Foi ele que mandou elas me bater!”

“Mas que lixo?”

“O Dudu!”, respondeu, fora de si. “Vamo pra casa agora, que não quero ficar mais aqui”, continuou.

Antes de ir embora, Géssica a levou ao banheiro e enrolou o dedo ferido em papel higiênico. Na volta, Maiara não emitiu um som sequer. “Quando chegamos em casa, ela só trocou a roupa, botou um pijama e foi dormir”, conta.

No dia seguinte, já no trabalho, o telefone de Géssica apitou com uma mensagem de Maiara. “Olha, Géssica, olha esse vídeo aqui!”. Na imagem, dançavam na balada da noite anterior um homem alto de boné branco ao lado de uma das garotas com quem Maiara brigou. A prima estranhou e perguntou o que havia demais naquele vídeo, sendo surpreendida com a resposta, “é o Dudu”. Certa de que era ele, ela fez questão de viralizar a mensagem por todo seu ciclo de amizades e familiares, mas ninguém comprava a história de que o mesmo teria fingido a própria morte.

Géssica se emociona ao lembrar dos últimos momentos com a prima. Imagem: Eduarda Hillebrandt

O episódio foi central na virada de 180º da sanidade mental de Maiara. Pois, dali em diante, ela passou a relatar aos amigos de diferentes ciclos que continuava com a sensação de estar sendo perseguida pelo ex, algo que não sustou de vez, nem mesmo nos últimos meses de vida. Nesse período final, em 2016, vizinhos a viam chorando ao telefone, reclamando com o vento, discutindo com a poeira; amigos encontravam dificuldade em manter uma conversa sem terminar em discussão e a cartela de romancinhos foi diminuindo até que, por alguns meses, Maiara, que sempre teve uma vida sexual ativa, se tornou uma pequena celibatária. As pessoas tinham dificuldade em entender como um relacionamento podia abalar tanto alguém, pois não foi o primeiro, nem o emocionalmente mais intenso, já que esse título era de Tiago, namorado de quando ela tinha 16 anos, sobre o qual se referia como sendo o amor de sua vida. Dudu era simplesmente o mais traumático.

De junho a dezembro de 2013, ele controlava os passos de Maiara. Não a deixava usar roupas curtas, nem sair com as amigas. Acreditava que sua mulher deveria ficar trancada, na segurança do lar, sem guardar segredos dele. Se ela o desobedecesse, apanhava. Luiz Eduardo, com 33 anos, assaltante de carreira, dava a atenção que ela, com 19, descobriu que não queria. Tinha cinco autos de prisão em flagrante, um inquérito, um termo circunstanciado — e pouquíssima tolerância com a mulher que dizia amar.

Os amigos de Dudu entendiam que era só uma forma de protegê-la. No lugar dele, também teriam medo de que algo acontecesse com sua companheira. Acreditavam que era melhor cercá-la por completo do que deixar que as feras a atacassem — ou então que ela fugisse. Um deles, Jean Silva, certa vez acompanhou Dudu para buscar a jovem no trabalho, no fim do expediente, quando o amigo estava ainda sem documentos em mãos. Queria garantir que, do restaurante, ela voltava pra casa, e não outro lugar. Não viu problema naquela atitude. Achava compreensível, afinal, como não se preocupar? Ela está no ponto de ônibus, “é altas gata” e “safado por aí tem de monte”. Lembrando da cena, Jean enxergava ali amor verdadeiro. Se ele não a amasse, não teria se esforçado só pelo bem dela. E se ela não retribuísse, não teria ficado na casa com ele — não à toa, Maiara terminou com Dudu e foi embora pra Gaspar em fevereiro de 2013.

As amigas dela, por outro lado, se preocupavam com o ciúme descontrolado daquele homem. Como é o caso de Ana Paula Dantas, a qual conta que Luiz Eduardo bateu na porta da casa de sua mãe, Débora, no encalço da amada, que “havia desaparecido”. O padrasto de Ana Paula respondeu que não a viu, e Dudu saiu procurando por todas as amigas dela, já que Maiara havia saído de casa sem dar notícia. Ana Paula lembra dele como o cara grande e tatuado que sua amiga conheceu no El Fortin, em mais uma de suas muitas noites juntas. Só naquele dia que teve ideia do tamanho do problema que ele era para sua amiga.

Conversar pela internet era um privilégio que Maiara não desfrutava. Dudu controlava seu celular e estava sempre desconfiado do próximo pulo desnecessário, injusto e incompreensível da mulher amada. Numa das vezes, adicionou um sujeito no Facebook pela conta dela. Personificando-a, tentou puxar papinho, flertando com a mesma graça e sedução de um rochedo. Tudo pra provar um medo que só existia na sua cabeça.

Conduta errática de Luiz Eduardo Domingues, personificando Maiara em um de seus momentos de ciúme

Maiara decidiu que aquela seria a curva na sua longa estrada de relacionamentos mal-pensados. O fantasma de Eduardo a aterrorizava nas ruas em que ela jurava vê-lo também por lembrar daquele passado que ela jamais queria reviver, outra vez, com outro homem. Precisava que aquele que estivesse ao seu lado fosse, no mínimo, decente. E levou muito tempo até que alguém assim aparecesse.

No começo de março de 2016, apareceu. Tairone França dos Santos era o nome dele. Conheceram-se numa dessas raves em chácaras, e foi sintonia à primeira batida. Dali saíram juntos mais umas três vezes, ela na casa dele, ele na casa dela, e por fim juntos ao ar livre, num posto Ale, na marginal da BR-101. Nesta ocasião, Ilcilei se fez presente, num breve período de tempo. Tairone se viu numa sinuca de bico, estava entre idas e vindas com a namorada de longa data, Andréia, e de repente já conhecia a mãe dessa nova amante. Foi bom enquanto durou, o que não passou de três semanas.

Março acabava e levava junto a relação. Ela não aceitou bem.

16 de novembro de 2016

Tairone estava relutante em encontrar Maiara. Ela vinha insistindo há um tempo, mensagem após mensagem no Whatsapp e no Facebook. Ele achou que seria suficiente dizer que tinha voltado com sua ex-namorada, que não ia rolar mais, e que a vida segue. Por um tempo, foi. Até que um dia, seu inbox recebeu uma solicitação de mensagem. Ela mesma, mas em outro perfil no Facebook — um sem amigos adicionados, mas com 116 fotos de si, publicadas entre 27 de outubro, quando foi criado, e 15 de novembro. Não parecia mais a mesma pessoa.

Aceitou se encontrar com Maiara porque aquele era mais um ponto baixo na sua relação com Andréia. Além de que, também precisava de algumas respostas. No final do expediente daquela quarta-feira, às 18h, na loja de materiais de construção Bela Obra, em Palhoça, tomou um ônibus rumo à Fazenda Max.

Uma hora depois, encontraram-se no local combinado, na loja de conveniências do Posto Ale. Tairone tem um metro e sessenta e cinco, cabelo castanho desenhado num topete, e as laterais raspadas. Bigode ralo e um chumaço de pêlos no queixo, que formava uma ponta no rosto roliço. Não era exatamente gordo, mas nem por isso exatamente forte — parrudo, talvez. Não estava muito diferente do cara que Maiara conheceu no começo do ano. Talvez a única diferença fosse que ela nunca o vira assim: final do expediente, com a mistura de suor e ferro no corpo de trabalhador braçal no setor de serrarias.

Já Maiara se encontrava quase como sempre: maquiada, perfumada e — para a surpresa de Tairone — magra como não deveria estar. Cumprimentaram-se, e ela se inclinou propondo um beijo, que acertou na trave e logo se tornou outro tipo de proposta:

“Tenho um beck pra botar pra nós. Vamos ali, mais pro cantinho? Ficar mais de boa…”

Seguiram pela rua, cem metros adiante. A curva da estrada dava para um galpão ao lado da fábrica da Gerdau, que àquela hora cobria toda a iluminação oriunda da rodovia e do posto. E um muro de pedra, entre o pátio e a continuidade da rua, barrava qualquer luz dos postes seguintes. Para Maiara, aquele canto escuro era propício para fumar um. Para ele, talvez não fosse possível botar tudo a limpo e sentar ali sem tomar más decisões no meio do caminho.

Acenderam o baseado. Ela deu uma bola, antes de passar para Tairone:

“E aí, como você tá?”

“Tô de boa. E você, como que tá?”

“Suave. Procurando emprego, o outro lá não dava mais. Mó rocha.”

“Sei. Cê não tinha umas paradas pra conversar comigo?”

“Não. Só queria te ver.”

“E aquela conversa de que você tava grávida?”

“Não estou.”

Silêncio.

Tairone lembrava bem do impacto da notícia: ela havia publicado várias fotos no Facebook de sua suposta gravidez. Numa delas, em 2 de maio de 2016, a mão na barriga levemente saliente, curvilínea. Nos comentários, as amigas a chamavam de “Mamãe do Ano”. O papai, só os dois sabiam quem era, e aquela informação se descortinou via inbox. Ele duvidava, incrédulo. Mas, ainda por mensagem, Maiara perguntou se queria “ajuda pra lembrar”.

Maiara exibindo a gravidez no Facebook. (Imagem: Arquivo Pessoal)

Naquele momento, cara a cara, perdeu a ousadia que tinha por detrás das telas. Ali havia uma menina chorosa, que queria de volta o carinho do cara que melhor a tratou desde o Dudu.

“A menstruação atrasou, foi isso.”

20h30 e o celular dele vibrou. Era Andreia avisando que estava saindo da academia. Hora de ir. Maiara insistia que ficasse. Tairone pensava que era porque “ela se sentia bem e confortável comigo”. Mas não era só por isso que ela queria sua companhia. “Ela tinha medo de alguma coisa.” Para acalmá-la, acompanhou-a até o cruzamento da Rua das Embaúbas com a Viviana Guanabara, na qual, não sabia, ficava a atual casa dela.

“Tu segue, que eu vou ficar.”

“Não,” ele insistiu. “Eu te levo em casa.”

“Não, não. Tu segue. Eu vou ficar.”

Ali se despediram, desejando o melhor um para o outro. Para aí, então, Tairone ir para o ponto de ônibus na marginal da BR-101, enquanto Maiara acenava. Ele não viu se ela entrou em casa, nem contou pra ninguém o que aconteceu naquela noite. Muito menos que, “não vou mentir, uns beijinhos a gente trocou”.

Oficialmente, Tairone foi a última pessoa que conversou com Maiara.

18 de novembro de 2016

Após ouvir o depoimento de Ilcilei sobre o casinho de Maiara que ela conhecera meses antes, num encontro efêmero num posto de gasolina, o delegado convocou Tairone para uma conversa na segunda-feira seguinte. Os 10 anos de Galeno na corporação o ensinaram que se há o namorado, ele geralmente é o principal suspeito.

O serralheiro ficou nervoso ao se tocar de que, provavelmente, fora a última pessoa a falar com Maiara e pensou em esclarecer isso na mesma hora. Respondeu ao telefonista da delegacia que já estava saindo do trabalho e fazia questão de conversar o quanto antes. Correu as ruas de São José e sentou-se cara a cara com Galeno e sua trupe de policiais. Mas antes, esperou, esperou e esperou, por longos minutos, enquanto, segundo ele, um policial mais velho o pressionava. “O cara tava um veneno, um veneno! Se coçava com a pistola e tudo mais”, conta.

“Fala a verdade, anda, fala a verdade”, dizia o policial.

“Não fiz nada, não fiz nada”, repetia o mantra.

“Fala a verdade, pô.”

“Não fiz nada.”

Lentamente, Tairone repensava sobre o que diria quando o delegado de fato o chamasse; sentia-se incriminado pela sua própria existência como ex-affair de Maiara. Talvez por isso, já no começo do interrogatório, frente a frente com Galeno e seu escrivão, Felipe Marisquirena Duarte, mentiu:

“Já faz uns três meses que eu vi ela”. Na sua mente, perguntava-se como vou explicar para ele que focinho de porco não é tomada.

“A gente sabe que não é verdade”, redarguiu Galeno.

“Tô falando a verdade, ô.”

Ilustração: Marcos Keller

Mas Galeno não precisou de muito para quebrar Tairone e fazê-lo admitir que a vira horas antes do crime. E ele não devia, mas temia — e tremia. Àquela altura, o nariz do porco poderia muito bem conduzir eletricidade, pois o rapaz se tornou o principal suspeito da polícia, que contava basicamente com a contradição como maior evidência de um comportamento suspeito. E quem não gostou nem um pouco desse depoimento foi sua advogada já constituída em outro caso — o da guarda de seu filho — Miryan Deyse Zacchi, que o confrontou sobre não tê-la chamado assim que foi convocado à delegacia.

“Oh, dotôra Miryan, quem não deve não teme!”, respondeu o cliente.

E nessa história, pelos cinco meses que sucederam os fatos, quem ficou devendo foi a polícia, que parou de dar satisfações à família, em especial à Márcia, que conduziu o acompanhamento do caso em nome da mãe de Maiara, Ilcilei.

Começava então uma nova fase na família: a da espera angustiante.

Autores: Gabriel D. Lourenço & Matheus de Moura

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Gabriel D. Lourenço
Não Há Respostas Quando Morre Uma Pobre

Jornalista. Escritor. Co-fundador do NEURA Magazine e Não Há Respostas Quando Morre Uma Pobre. Encrenqueiro profissional.