“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”

Duarte da Costa
Rio Paisagem Sonora
2 min readNov 30, 2018

O Rio é de beleza e de música. Não é à toa que grandes nomes usaram a cidade maravilhosa como inspiração para compor suas canções. Garota de Ipanema de Tom Jobim, um clássico da Bossa Nova, é o maior exemplo disso. “A caminho do mar (…) do sol de Ipanema”, referência a praia tão famosa do rio, assim como, da bela jovem que caminha, que frequenta, que tem um doce balança, que encanta e que causa amor.

A cidade ganha corpo, sensualidade, formas, samba, funk… se mistura e se torna o Rio de braços abertos. Talvez, com tiros, roubos, correria, filas, trânsito, mas nada que faça a beleza desaparecer. “De sol, do céu, do mar”, é “águas de março” é “corpo molhado e sorrisos talhados”, “isso é o Rio de Janeiro”, como nos canta Marcelo D2.

Mas “o meu lugar é caminho de Ogum e Iansã, lá tem samba até amanhã, um ginga em cada andar” é Madureira, que transborda uma vasta cultura tradicional, que “tem mil coisas pra gente dizer, difícil é saber terminar”. Arlindo Cruz do samba e do pagode, cantor e compositor que fez de Madureira o enredo dos bares; da cerveja; da gelada.

E por falar de gelada, é Zeca Pagodinho também, que descobriu “que te ama demais”, descobriu também, que “em você minha paz, a vida. Verdade”, só que “ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias à hora de partida”, como assim Beth Carvalho? “deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar”.

De Elis a Anitta, do Lema ao Pontal “não há nada igual, sem contar com Calabouço, Flamengo, Botafogo, Urca, Praia Vermelha”. O Rio é do samba, resistência e reinvenção, é no tambor, é gestação, é ouvir, é mexer. Um ritmo fora do ritmo.

O trabalho é da Faculdade Facha, da turma de Novas Tecnologias em Jornalismo. Dentro de uma conversa de ritmos durantes as aulas, saíram as ideias e histórias mais variadas dos bairros que nasceram e cresceram sendo narrados pelas músicas.

Da Praça São Salvador, palco das festas que dividem os bairros da zona sul, de Ipanema que é antiga nos “cantares” musicais — que se torna rica — , lugar dos bons bares, ao Arpoador da beleza natural, da privilegiada vista. É… esse é um pouco das nossas paisagens sonoras.

Blocos… os blocos também estão aí, e não são aqueles da zona Sul. É Ramos, é Cacique de Ramos da Beth Carvalho. É madureira, mercado, “popularzão”. Mas também é baile, baile da gaiola: “Baile da penha sempre lotado, todo sabadão eu tenho que partir”.

É isso. Rio é música. Rio Paisagem Sonora.

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