Neurose psicossomática

Auto-análise psicanalítica.

Palhaço Diógenes
Sociedade dos Filósofos Bêbados
2 min readApr 28, 2018

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As vezes acordo falando sozinho, apavorado, com as pupilas dilatadas, me sentindo uma presa que foge para boca do predador já saciado. Isso, por que quando em repouso sou colocado em perspectiva: meu EU questiona a minha capacidade.

Em sonhos perco a memória, me torno incapaz. Me apavora não conseguir me recordar de algo, nos sonhos tento me lembrar de algo que se quer ocorreu, de detalhes que se quer foram vivenciados em vigília. Como se recordar de algo não percebido, não afetado e nem construído ou sublimado? Seria a mente capaz de buscar pelo que não existe? Um vácuo. A perturbação dos mnemônicos herméticos em um vácuo mental me transtorna.

Como poderia meu inconsciente demandar informações inexistentes? Seria isso um prelúdio de uma neurose? A doença de um ser lúdico que se perdeu em seu mundo lunático: o homem que vive uma dualidade de idéias, que se convence da dicotomia mundana — do físico e do metafísico, do prazer e do onírico — acaba por ser perder em suas taxonomias, um desarranjo dos significados e significantes.

Poxa, que futuro incerto para uma mente que devaga entre o psicóide e o consciente, as vezes penso ser um conflito angustiante de dois objetivos claros: um do EU e o outro também do EU, mas seria possível existir uma esquizofrenia de ego? Ou o sonho seria produto de uma punição? Mas o que deixo de fazer, ou me esquecer a ponto de me punir em sonho?

Enfim, sem ar, afogado em desespero e perturbado me indago: seria tudo isso realidade ou imaginação? A que ponto chega a loucura e sua depravação psíquica?

Chega de psicanálise por hoje…

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Palhaço Diógenes
Sociedade dos Filósofos Bêbados

Não quero ser introjetado em outrem, não me importo para que outros não me importem. Prefiro ser único: sujo, devasso, errante, eloquente, vil, ímpar, negado.