Preview: AFC Leste

Toco e Tackle
Toco e Tackle
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11 min readAug 17, 2020

Após 19 anos de um monólogo dos Patriots na divisão, algo novo está por vir? Você descobre agora!

O objetivo desse texto é te mostrar como chegam cada um dos times para a temporada 2020/21, mas calma, não iremos enrolar tanto. Demos ênfase a jogadores que consideramos fundamentais e elencamos por exemplo no “draft” jogadores que serão de maior impacto para a franquia — pelo menos no papel. No fim, você encontrará a Questão-chave. Para os que querem acompanhar a NFL mais de perto, essa questão pode ajudá-lo a assistir os jogos mais ‘inteirado’ da situação de cada time. Aproveite a leitura:

New England Patriots

O início da Era pós-Brady

SAÍDAS

Free Agency: Phillip Dorsett (WR), Ted Karras (Center), Kyle Van Noy (LB), Jamie Collins (LB), Danny Shelton (DT), Tom Brady (QB)

Opt-out: Donta Hightower (DT), Patrick Chung (LB), Marqise Lee (WR), Matt LaCosse (TE), Brandon Bolden (RB), Marcus Cannon (OT), Najee Toran (OL), Danny Vitale (FB)

Trade: Duron Harmon (S/Lions)

Com certeza a maior e mais significativa baixa é o lendário Tom Brady, vencedor de 6 títulos com o uniforme patriota. Mas é interessante ressaltar o importante desfalque de jogadores de defesa como Hightower, Patrick Chung e Van Noy.

CHEGADAS

Free Agency: Brian Hoyer (QB), Marqise Lee (WR), Cam Newton (QB), Jordan Leggett (TE), Darius Kilgo (DT), Beau Allen (DT), Damiere Byrd (WR), Shilique Calhoun (Edge)

Trade: Michael Jackson (CB/Lions)

Draft: Kyle Dugger (S), Josh Uche (LB), Anfernee Jennings (LB), Devin Asiasi (TE), Dalton Keene (TE)

Leggett e Kilgo são adições recentes para suprir as baixas por opt-out. Já Cam Newton pode ser a cartada final dos Patriots antes de buscar a reconstrução pós Tom Brady.

ATAQUE

Será um ano de muito mais dúvidas do que certeza para New England. Primeiro ano da era pós-Tom Brady, 2020 colocará à prova a dinastia patriota, agora liderados por Cam Newton. O ex-quarterback do Carolina Panthers terá a ingrata missão de ser a nova estrela ofensiva e mostrar que pode recuperar o nível que o fez MVP em 2015, quando levou sua franquia ao Super Bowl.

O corpo de recebedores não deverá ajudar muito. Patriots segue sem um nome confiável como tigh end desde que Gronk saiu. Entre os wide receivers, Edelman ainda é o principal nome, Sanu precisa se consolidar como segunda opção e há, talvez, ainda a maior esperança dos Patriots para 2020: N’Keal Harry, segundo-anista, que foi escolha de primeira rodada em 2019.

DEFESA

Das poucas certezas que terá, uma dela é a força defensiva, principalmente na secundária. Se Donta Hightower será um complicado desfalque para a linha defensiva, Stephon Gilmore, o melhor jogador defensivo da NFL em 2019, é presença confirmada e garantia de uma secundária mais uma vez forte. O cornerback foi o jogador com mais interceptações na temporada passada (6) e também com mais passes defendidos (20).

Ainda é uma incógnita como será a resposta aos problemas apresentados contra o jogo corrido durante a temporada passada. A situação havia sido exposta em alguns jogos da temporada regular e foi a grande arma do Tennessee Titans no Divisional Round, onde os Patriots pararam no último playoff. Naquela ocasião Derrick Henry, running back rival, correu para 182 jardas em 34 tentativas.

QUESTÃO-CHAVE: Cam Newton conseguirá retomar o bom futebol, longe de lesões, e dar um futuro ao New England Patriots e à sua carreira?

A franquia de Boston se certificou de correr pouco risco: o contrato é curto e o valor é baixo. Portanto, pressão está nos braços (ou pernas) de Newton.

Buffalo Bills

Chegou a hora dos Bills

SAÍDAS

Free Agency: Shaq Lawson (EDGE), Lorenzo Alexander (EDGE) aposentou-se, Kevin Johnson (CB), Jordan Phillips (DL)

Opt-out: Star Lotulelei (LB)

O setor onde os Bills mais sofreram baixas foi no pass rush, três jogadores saíram, entre eles Shaq Lawson e Jordan Phillips, que combinaram para 16 sacks na última temporada. Outra ausência sentida será Lorenzo Alexander, o jogador de 36 anos anunciou sua aposentadoria, mesmo que já não estivesse em seus melhores dias, era uma liderança importante na defesa de Buffalo.

CHEGADAS

Free Agency: Mario Addison (EDGE), Quinton Jefferson (DL), Josh Norman (CB), A.J. Klein (LB)

Renovação: Vernon Butler (DL), Quinton Spain (G)

Trade: Stefon Diggs (WR/Vikings)

Draft: A.J. Epenesa (DE), Zack Moss (RB), Gabriel Davis (WR), Jake Fromm (QB), Tyler Bass (K)

Seja através da free agency ou do draft, os Bills buscaram repor as perdas que sofreram em seu front seven, as adições de Mario Addison e AJ Klein mantém a defesa em patamar elevado. Mas o maior reforço de todos, sem dúvida é Stefon Diggs, que chega para ser o principal alvo de Josh Allen e trazer mais opções para o ataque da equipe de Nova York.

ATAQUE

Os Bills estão prontos para finalmente dar o passo além, ganhar a divisão e por que não, um jogo em playoffs. Porém para isso acontecer, Josh Allen precisará ser mais consistente e preciso, o quarterback fruto da Universidade de Wyoming tem se saído muito bem com as pernas, foram 1141 jardas e 17 TDs terrestres em 2 temporadas, mas como passador Allen ainda está devendo. Sua missão será facilitada graças a grande defesa de Buffalo, se Allen produzir na média, já vencerão a maioria dos jogos, mas é nos duelos contra as equipes contenders ao título, que Allen precisa mostrar seu valor.

Pensando nisso, os Bills muniram seu quarterback com mais opções, Stefon Diggs chega para dar mais talento a um grupo de recebedores interessante. Diggs é excelente correndo rotas e será o alvo de segurança de Allen quando o caldo engrossar durante a temporada, John Brown é um ótimo complemento ao braço forte de Allen, estendendo o campo, e para completar o experiente Cole Beasley, muito acionado em bolas de curta e média distância.

O jogo corrido foi rejuvenescido, o segundanista Devin Singletary (que terminou a temporada em alta) puxa a fila de running backs, que ainda conta com o rookie Zack Moss, um jogador mais físico para conseguir avanços curtos. A linha ofensiva se manteve a mesma, é sólida e faz um ótimo trabalho abrindo espaços para corridas, ainda mais importante quando se tem um quarterback móvel como Josh Allen.

DEFESA

Desde que Sean McDermott assumiu o comando dos Bills em 2017, a equipe subiu de patamar. A seca de playoffs que durava 17 anos teve fim em seu primeiro ano como head coach, e o feito se repetiu em 2019, os bons resultados garantiram a extensão de seu contrato até 2025. O ponto chave das boas campanhas dos Bills é a defesa, uma das melhores da liga (3ª em jardas cedidas e 2ª em pontos permitidos em 2019). Apesar da linha defensiva não contar com nenhuma estrela, jogadores como Vernon Butler, Jerry Hughes e Ed Oliver se mostraram muito consistentes, tornando a defesa umas 10 melhores contra o jogo corrido.

O grupo de linebackers foi renovado nos últimos três anos, com Tremaine Edmunds e Matt Milano devendo fazer mais uma boa temporada em 2020, e ainda tem o reforço de AJ Klein (ex-Saints) que chega para dar mais opções ao setor. Mas o ponto forte desta defesa é a secundária, comandada pelo Pro Bowler Tre’Davious White (6 interceptações e 17 passes defendidos em 2019), ainda conta com a ótima dupla de safeties Micah Hyde e Jordan Poyer, e o reforço de Josh Norman. Se mantiver o elevado desempenho da temporada passada, pode ser considerada a melhor secundária da NFL.

QUESTÃO-CHAVE: Josh Allen conseguirá ser o quarterback que esse time precisa para finalmente ter sucesso?

Como mencionado, os Bills construíram o seu ataque em torno da escolha de primeira rodada de 2018, dando proteção e armas para que Allen possa fazer o seu trabalho. O quarterback evoluiu em sua segunda temporada, mas precisa continuar este processo. Hora de brigar frente a frente com os grandes, e quem não se impõe, acaba sendo dominado.

Miami Dolphins

O início de uma nova era em Miami

SAÍDAS

Free Agency: Reshad Jones (S), Taco Charlton (EDGE)

Opt-out: Albert Wilson (WR) e Allen Hurns (WR)

Os Dolphins não tiveram nenhuma perda significativa. Taco Charlton, até liderou o time em sacks, com um total de 5 (nada impressionante), mas foi cortado para abrir mais espaço no salary cap. As baixas inesperadas no corpo de recebedores podem dificultar a adaptação e evolução de Tua, mas nenhum deles era a grande estrela do ataque.

CHEGADAS

Free Agency: Ereck Flowers (G), Byron Jones (CB), Jordan Howard (RB), Shaq Lawson (EDGE), Kyle Van Noy (EDGE), Emmanuel Ogbah (EDGE), Ted Karras( C ), Adrian Colbert (S)

Trade: Matt Breida (RB/49ers)

Draft: Tua Tagovailoa (QB), Austin Jackson (OT), Noah Igbinoghene (CB), Robert Hunt (G), Raekwon Davis (DT), Curtis Weaver (DE)

Os Dolphins foram a feira e voltaram com as sacolas cheias. O maior destaque fica para a defesa, Byron Jones (ex-Cowboys) era o melhor nome de secundária disponível nessa free agency e o pass rush, uma das maiores fragilidades de Miami em 2019, recebeu três reforços. O experiente Van Noy, peça chave na defesa dos Patriots, Shaq Lawson, que vem de boa temporada em Buffalo (6.5 sacks), além de Emmanuel Ogbah, que chega para a rotação.

ATAQUE

O “Tank for Tua” deu certo, talvez não tenha sido do jeito esperado, mas o resultado foi o mesmo. Contudo, o titular na semana 1 deve ser Ryan Fitzpatrick, e acredite, essa é a decisão correta. Fitzmagic terminou bem a temporada, sendo inclusive um dos poucos pontos positivos do ataque dos Dolphins, aliado a este fato, temos a lesão no quadril que tirou Tua da reta final no College e uma intertemporada atípica onde os calouros não terão tantas chances de se entrosar com os demais companheiros. A hora de Tua vai chegar, e cabe a Brian Flores decidir o melhor momento para a nova estrela de Miami assumir as rédeas da franquia.

O jogo terrestre talvez seja o ponto chave para uma boa campanha dos Dolphins. Em 2019, Fitzpatrick liderou a equipe em jardas corridas com incríveis 243 jardas, somados todos os running backs do time combinaram para 829 jardas totais, muito menos do que Lamar Jackson obteve, para se ter ideia. Para resolver este problema, chegaram Jordan Howard e Matt Breida, o primeiro, mais físico e uma boa arma na redzone, já o segundo, é muito bom recebendo passes e ganhando jardas após o primeiro contato (2.4 jardas por jogada, a segunda melhor marca entre os RBs).

O ataque aéreo precisará contar com DeVante Parker inspirado mais uma vez. Veremos se ele conseguirá manter o alto rendimento após sua temporada de breakout (1200 jardas, 9 TDs), ainda mais agora sem o apoio de Wilson e Hurns, que seriam dois nomes importantes para dividir os alvos com o WR1. O tight end Mike Gesicki ganhará ainda mais importância no contexto atual. A linha ofensiva que foi uma das piores no ano passado, vem quase toda reformulada, e será mais uma incógnita em Miami, mas convenhamos que não há como ser pior do que foi em 2019.

DEFESA

O que dizer da defesa dos Dolphins? Os números falam por si: pior defesa em pontos sofridos, 30ª defesa em jardas permitidas, e o pior pass rush da liga com apenas 23 sacks em 2019. Espera-se que os recém chegados, Shaq Lawson e Kyle Van Noy, apliquem alguma pressão. Dos que já estavam na Flórida, o segundanista Christian Wilkins, que já mostrou ter talento, precisa evoluir e se tornar a grande ameaça que se espera dele, enquanto que uma das poucas surpresas positivas da unidade, Raekwon McMillan, que se mostrou muito bom contra o jogo corrido, deve continuar com o seu bom trabalho.

Na secundária está o ponto forte de Miami, Byron Jones se junta a Xavier Howard e formarão uma dupla de cornerbacks interessante, para completar o setor, o duo de safeties Eric Rowe e Bobby McCain, também passa segurança e deverão dar trabalho para os recebedores adversários. Ainda falta profundidade para a defesa, mas o time titular é bom.

QUESTÃO-CHAVE: O jogo corrido conseguirá ser minimamente decente e facilitar o trabalho de seu quarterback?

Mais importante do que a disputa pela titularidade na posição de quarterback, será o desempenho dos running backs, se o ataque terrestre não encaixar, esse já limitado grupo de recebedores ficará sobrecarregado e teremos um flashback do que foi 2019 em Miami, e não será nada bom.

Imagem por: SI.com

NEW YORK JETS

Um rumo para a franquia, pelo menos na direção do time

SAÍDAS

Free-Agengy: Robby Anderson (WR)

Option-out: CJ Mosley (LB), Leo Koloamatangi ( C ), Josh Doctson (WR)

Trade: Jamal Adams (S) — Seahawks

Duas perdas bem sentidas, os Jets esperavam o retorno de Mosley após sua lesão na temporada passada, porém optou por ficar fora da temporada 2020 por questões de saúde familiar. A estrela insatisfeita, Adams foi trocado para o Seahawks, o que deixa um hiato bem grande na secundária dos Jets, mas ao receberem em troca, Bradley McDouglas (S), mais escolha de primeira e terceira rodada em 2021 e outra de primeira rodada em 2022, fica claro que o front-office está juntando cartas importantes para a tão sonhada reestruturação.

CHEGADAS

Free-Agency: Joe Flaco (QB), Connor McGovern (C/G), George Fant (OT), Alex Lewis (G), James Burgess Jr. (LB)

Trade: Bradley McDouglas (S),

Draft: Mekhi Becton (OT pick#11), Denzel Mins (WR pick#59), Ashtyn Davis (S pick#68), Jabari Zuniga (DE), Perine Lamical (RB), James Morgan (QB), Cameron Clark (OT), Bryce Hall (CB), Braden Mann (P)

O ex-MVP do SuperBowl obviamente não está no seus dias de glória, mas o contrato de um ano dado para Flacco é de baixo risco para os Jets e pode ser um guru para Darnold.

A linha ofensiva do New York Jets foi uma das piores unidades da NFL no ano passado. Ela permitiu 52 sacks em cima dos seus QBs e, além disso, registrou a pior média da liga em jardas por corrida, com 3,3 jardas por tentativa, então a adição de McGovern, Fant e Lewis, faz muito sentido.

No draft os Jets fizeram seu trabalho de casa. A dobra na posição de offensive tackle mostra claramente a necessidade de proteger Sam Darnold.

Denzel Mins é muito forte e bom corredor de rotas, com a saída de Anderson para os Panthers e a falta de um receiver elite, usaram sua segunda escolha para direcionar essa posição.

Na verdade meu destaque para um Jets mais organizado ainda que não tão competitivo. O safety McDouglas é consistente mas sua chegada junto com o pacote de escolhas no draft, premia muito mais o general manager Joe Douglas.

QUESTÃO-CHAVE: Existem muitos buracos para serem tapados — wide receivers, linebackers e offensive linemans — questões a serem respondidas: Sam Darnold renderá? Joe Flacco veio para ser um backup. Le’Veon Bell vai jogar no seu melhor estilo Pittsburgh Steelers? Essa equipe tem potencial para ser mais competitiva na divisão?

Sim, mas ao meu ver ainda não para esse ano. Minha expectativa é por aquilo que a gerência do time vem fazendo, mesmo após perderem dois pilares da defesa, entram em uma temporada sem Adams que minava a imagem do time, que fez o que podia para sair, mas agora, com a oportunidade, eu diria com a “faca” ainda que sem o queijo, de dar uma identidade para essa franquia, ou no mínimo sair do marasmo.

Contratado em junho de 2019, o GM Joe Douglas fui um dos responsáveis do front-office pelo campeonato dos Eagles em 2018.

NOSSA PREVISÃO PARA A CLASSIFICAÇÃO

1- Buffalo Bills
2- New England Patriots
3- Miami Dolphins
4- New York Jets

Confira todas as previews:

AFC NORTE

AFC SUL

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NFC NORTE (em breve)

NFC SUL

NFC LESTE (em breve)

NFC OESTE

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