Como Explorar o Brasil como Cenário em Vampiro A Máscara?

PARTE II: A PERSPECTIVA DOS 13 CLÃS

Brasil In The Darkness
Brasil na escuridão
4 min readApr 28, 2020

--

Escrito por: Porakê Martins

Na primeira parte dessa série de artigos sobre como adaptar o Brasil como cenário para suas crônicas de Vampiro, vimos como a América do Sul em geral, e o Brasil como parte dela, é apontado pelo cânone do jogo como uma região onde a fronteira entre as seitas é nebulosa e os interesses particulares dos Membros individuais costuma se sobrepor muito mais do que qualquer laço de fidelidade às seitas.

Além, disso, essa também é indicada como uma região perigosa, onde ainda há muito espaço para o selvagem e o desconhecido, um destino reservado aos cainitas menos ortodoxos, aos mais misteriosos, aos párias e fugitivos de toda a espécie que buscam se manter distantes dos domínios de anciões mais tradicionalistas e conservadores na Europa e EUA.

Embora o V20 tenha trazido muito mais relevância para o Brasil em particular (como você pode conferir AQUI) e essa tendência pareça ter sido mantida e até mesmo aprofundada pelo V5 (Como indicamos AQUI), essa tônica e inserção do país no quadro geral da América do Sul tem sido mantido.

Agora nos debruçaremos sobre como adaptar cada um dos treze clãs de Vampiro: A Máscara para o cenário nacional, partindo do panorama geral que o cânone estabelece mais especificamente para a cena cainita do Rio de Janeiro:

“Vampiros de todas as estirpes passam pelos caminhos tórridos do Rio, mas certos clãs são predominantes. Os Lasombra e Toreadores ainda dominam o Rio, conduzindo os assuntos da cidade (ou simplesmente existentes) com um estilo e elegância desconhecido para regiões mais estáveis. Brujah também andam aqui em abundância; alguns são descendentes de escravos ou remanescentes das noites de revolução, enquanto outros são atraídos pelos ritos de Santeria do Rio e pelos cultos de sangue subversivos. Malkavianos atravessam as ruas a noite, seus excessos são ignorados pelo rebanho que ri; Tremere deslizam pelas sombras, espiam e vendendo seus serviços; Setitas sibilava nos becos, oferecendo diversões para satisfazer todos os gostos; e até Assamitas podem ser encontrados aqui, como assassinos ou praticantes de capoeira (uma arte marcial brasileira).” (A World of Darkness Secnd Edition, pg. 36).

Este panorama, facilmente generalizado para todo o país, nos oferece uma ideia de quão caótica pode ser a sociedade cainita tupiniquim. É interessante notar como o cânone de vampiro valoriza a influência africana em nossa cultura, embora, lamentavelmente, muitos nem se deem conta do quanto ela é relevante para nós.

O Brasil viveu a grande parte de sua história (quase 400 anos dos pouco mais de cinco séculos que reconhecemos), sob o regime da escravidão, primeiramente indígena e logo em seguida dos africanos forçados a migrarem para cá, e também Brasil foi o último país do novo mundo a abolir formalmente a escravidão e aquele que, de longe, recebeu o maior volume de escravos trazidos do continente africano, tudo isso não poderia deixar de marcar profundamente nosso país, em especial, quando consideramos a perspectiva de criaturas imortais que, muitas delas, certamente surgiriam e seriam moldadas por uma sociedade que encarava como algo natural a completa submissão e objetificação de seres humanos. O que talvez também nos permitisse propor algum nível de relação entre a sociedade Cainita local e os exóticos Legados Laibon, revisados pelo V20 e mantidos pelo V5.

Na sociedade cainita a pesada herança da escravidão não seria menor nem menos desumana do que é em nossa própria sociedade. Chega a ser irônico (e até um tanto cômico) que nós mesmos muitas vezes não nos demos conta dessas peculiaridade histórica de nosso próprio país, quando até mesmo os autores gringos, apesar de seus inúmeros deslizes ao tratarem de questões antropológicas distantes de sua própria realidade, demonstrem essa sensibilidade.

Outra influencia notável no cenário Brasileiro seria a de linhagens nativas do continente Americano, como as linhagens setitas dos Tlacique, a linhagem Pisanob do Clã Giovanni e os Legados nativos inspirados no folclore local e no imaginário indígena introduzidas pelo V20, com o nome de Legados Afogados.

Vejamos agora as perspectivas de cada um dos treze clãs de Vampiro: A Máscara sobre o Brasil no contexto geral do cenário do jogo.

Os 13 Clãs

Banu Haqim (Assamitas)

Brujah

Gangrel

Giovanni

Lasombra

Malkavianos

Nosferatu

Ravnos

Seguidores de Set (Ministério)

Toreador

Tremere

Tzimisce

Ventrue

Linhagens Exóticas & Legados

A VISÃO DAS SEITAS | A PERSPECTIVA DOS CLÃS

________________________________

Curtiu essa série de artigos?

Que tal ficar ainda mais por dentro da evolução do cenário nacional ao longo das edições de Vampiro: A Máscara? É só clicar nos links abaixo!

Um vislumbre do Brasil segundo o V5

Principais trechos oficiais do V20 abordando o Brasil

O Baile de Sangue: América Latina em Vampiro A Máscara

--

--

Brasil In The Darkness
Brasil na escuridão

Fanpage brasileira do universo clássico de RPG de Mesa, Mundo das Trevas (World of Darkness).