Editorial #05

Política, memória, arte, acessibilidade, Julia Katharine e Rogério Sganzerla: saiba tudo sobre a quinta edição do Curta Curtas

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Cena do filme Guaxuma (2018), de Nora Normande

A quinta edição do Curta Curtas chega chegando, sambando e dançando, fazendo um bole-bole gostoso com o passado, pensando sobre questões pertinentes do nosso presente e cravando reflexões sobre filmes que nos ajudam a pensar no futuro que queremos para nós — tudo isso tendo, como sempre, curtas-metragens como ponto de partida.

Começando lá atrás, revisitamos a obra do eterno Rogério Sganzerla, prestando uma homenagem à sua filmografia de curtas no Top 5 especial desta edição. É impressionante pensar como ele, na década de setenta, já antecipava questões formais acerca dos gêneros do cinema e refletia sobre as possibilidades da arte e do país enquanto nação.

Falar sobre as possibilidades que os curtas-metragens carregam é falar sobre as possibilidades do cinema. Os filmes que são alvos das críticas dessa semana são filmes que impressionam visual e tematicamente, propondo olhares sobre questões sociais (Linha., Vidas Cinzas), expondo ideias sobre afetos e humanidades e discorrendo a respeito da memória e da vida (Guida, Guaxuma, Mauro, Fim). Todas as seis novas críticas que publicamos demonstram como o cinema pode maravilhar e como o cinema de curta-metragem pode impressionar por sua beleza e contribuir para a ampliação de debates sérios sobre raça, violência e gênero.

Nesse sentido, a conversa que tivemos com a cineasta Julia Katharine na nossa seção 3x4 contribui para as discussões sobre inclusão e sobre a importância de se ter uma variedade de olhares ao se fazer e ao se consumir cinema.

Inclusão também é o mote do nosso Plano Detalhe da vez, que tenciona discutir a questão da acessibilidade em curtas-metragens para pessoas cegas e surdas — afinal, a arte deveria ser acessível e possível a todos.

Sejam bem-vindos e bem-vindas a nossa quinta edição. Aproveitem sem moderação.

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Thiago Dantas
curta curtas :: curtindo curtas, curtindo cinema

Uma espécie de Macabéa, só que mais trouxa. 31 anos, paulistano, comunicólogo e professor.