A Arte da Aprendizagem Autodirigida — Blake Boles
Tradução de Alex Bretas
Acesse o texto preliminar e o sumário do livro traduzidos clicando aqui. Veja abaixo os links para os capítulos anteriores:
- Introdução
- Aprendizes e Aprendizagem: 1. A Menina que Navegou o Mundo
- Aprendizes e Aprendizagem: 2. O que Aprendizes Autodirigidos Fazem
- Aprendizes e Aprendizagem: 3. O que Aprendizes Autodirigidos Não Fazem
- Aprendizes e Aprendizagem: 4. Aprendizagem Consentida
- Motivação: 5. Autonomia, Maestria e Propósito
- Motivação: 6. Disciplina, dissecada
- Motivação: 7. Prisões e Chaves
- Motivação: 8. Não Vá com a Primeira Resposta Certa
- Aprendizagem online: 9. Googlando Tudo
10. Enviando E-mails para Estranhos
Jonah Meyer, um adolescente de 15 anos, começou a ler um livro de ciências bastante popular — um caótico panorama da ciência moderna — e se tornou profundamente interessado em química.
Para sanar sua curiosidade, Jonah pegou outros livros de ciência para ler e iniciou algumas aulas online sobre química. Ele até começou a utilizar um livro-texto do ensino médio, mas só isso não foi suficiente. Ele continuou procurando até que, pouco tempo depois, encontrou algo que parecia perfeito: um curso de introdução de química para calouros na Universidade de Massachusetts em Amherst, próximo de onde morava.
Por ter apenas 15 anos, Jonah sabia que seria difícil (se não impossível) matricular-se como aluno regular no curso. Então, ao invés disso, ele pesquisou no Google o nome do professor, encontrou seu endereço de e-mail e escreveu uma mensagem que resumidamente dizia: “Oi, meu nome é Jonah. Tenho 15 anos e estou realmente interessado em química. Queria muito assistir suas aulas. Seria possível?”.
O professor ficou encantado ao saber de um potencial aluno que de fato tinha interesse em química — e não que ia às aulas por obrigação — e disse a Jonah para ir ao primeiro dia de aula.
Jonah e o professor de química fizeram um combinado e, ao longo do semestre, Jonah frequentou todas as aulas, concluiu todos os trabalhos, fez todas as provas e foi aprovado no curso. O professor não poderia oferecer a ele os créditos oficiais de sua disciplina, mas escreveu uma carta de recomendação, permitindo a Jonah ser dispensado do curso de introdução de química se mais tarde ele decidisse entrar na Universidade de Massachusetts.
Minha parte favorita dessa história é que Jonah foi desescolarizado no final do ensino fundamental. O curso de química na universidade foi a primeira vez que ele pisou numa sala de aula em três anos. Mesmo assim, ele criou uma experiência de aprendizagem poderosa para si, e tudo começou com um e-mail corajoso para um estranho.
Se você pode pesquisar alguém no Google hoje, existe uma boa chance de que você também possa descobrir seu endereço de e-mail. Então, com apenas um pequeno investimento de tempo e criatividade, você consegue escrever uma mensagem curta e direta, como Jonah fez. Tenha em mente os princípios básicos a seguir para que seu primeiro e-mail tenha as melhores chances de sucesso:
- Seja breve. De 4 a 6 frases está de bom tamanho para um e-mail de apresentação.
- Use formatação para dar clareza. Quebre parágrafos maiores em pedaços menores de uma ou duas frases cada, e use um pouco de negrito e/ou itálico para destacar as partes mais importantes.
- Faça um pedido claro e plausível. Você quer que essa pessoa leia algo que você escreveu e te dê feedback? Quer que ela esteja presente no seu evento? Que ela te dê alguma informação? Te apresente para uma outra pessoa? Seja direto e específico, evite pedidos ambíguos como “me ajude por favor” ou “quero aprender com você”, e minimize o tempo de leitura para seu destinatário.
- Prove que você é sério. Em outras palavras, mostre para a pessoa que ela não estará perdendo o tempo dela com você. De forma sintética, apresente alguns de seus indicadores de credibilidade (experiências prévias, conquistas educacionais) e a história por trás de seu pedido. E sempre peça a alguém para revisar e dar feedback a respeito do seu e-mail antes de clicar no botão Enviar.