(Parte 8) Comentário sobre “A Grande Liberação através de Escutar no Bardo” por Chögyam Trungpa Rinpoche (Tradução)

Tradução do comentário de Chögyam Trungpa sobre “The Great Liberation through Hearing in the Bardo”. Texto em inglês copiado do livro “The Tibetan Book of the Dead” de Francesca Fremantle e Chögyam Trungpa.

zhiOmn Ormando
zhiomn — traduções
4 min readSep 19, 2018

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O Reino dos Deuses — The Realm of the Gods

O estágio final é o reino dos deuses, deva-loka. Novamente, quando a pessoa acorda da luminosidade ou sai dela, há um tipo de prazer inesperado, e a pessoa quer manter este prazer. Ao invés de dissolver completamente na base neutra a pessoa de repente começa a perceber a sua própria individualidade, e individualidade traz um senso de responsabilidade, de manter a si mesmo. Este manter a si mesmo é o estado de samadhi, perpetuamente vivendo em um estado de absorção e paz; isto é o reino dos deuses, que é conhecido como o reino do orgulho. Orgulho num sentido de construir o próprio corpo centralizado, preservar a própria saúde; em outras palavras, é intoxicação com a existência do ego. Você começa a se sentir grato por ter uma confirmação de que você ‘é’ alguma coisa afinal de contas, ao invés da luminosidade que é terra de ninguém. E porque você ‘é’ alguma coisa, você tem que se manter, o que traz um estado natural de conforto e prazer, completa absorção em si mesmo.

The final stage is the realm of the gods, devaloka. Again, when the person awakes from or steps out of the luminosity, there is some kind of unexpected pleasure, and one wants to maintain that pleasure. Instead of completely dissolving into neutral ground one suddenly begins to realize one’s individuality, and individuality brings a sense of responsibility, of maintaining oneself. That maintaining oneself is the state of samādhi, perpetually living in a state of absorption and peace; it is the realm of the gods, which is known as the realm of pride. Pride in the sense of building one’s own centralized body, preserving one’s own health; in other words, it is intoxication with the existence of ego. You begin to feel thankful to have such confirmation that you are something after all, instead of the luminosity which is no man’s land. And because you are something, you have to maintain yourself, which brings a natural state of comfort and pleasure, complete absorption into oneself.

Estes seis reinos do mundo são a fonte do tema completo de viver no samsara, e também de entrar no reino do darmakaya. Isso vai nos ajudar a entender o significado das visões que são descritas no livro sobre o bardo do vir a ser, que é outro tipo de mundo. Há um confronto destes dois mundo: a experiência dos seis reinos a partir do ponto de vista do ego, e a partir do ponto de vista de transcender o ego. Estas visões poderiam ser vistas como expressões de energia neutra, em vez de serem vistas como deuses para te salvarem do samsara ou demônios para te assombrar.

These six realms of the world are the source of the whole theme of living in saṃsāra, and also of stepping into the dharmakāya realm. This will help us to understand the significance of the visions described in the book of the bardo of becoming, which is another kind of world. There is a confrontation of these two worlds: the experience of the six realms from the point of view of ego, and from the point of view of transcending ego. These visions could be seen as expressions of neutral energy, rather than as gods to save you from saṃsāra or demons to haunt you.

Este é o oitavo tópico do comentário de Chögyam Trungpa sobre “A Grande Liberação através de Escutar no Bardo” de Karma Lingpa

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