Fora da aliança por streaming, Apple segue movimento rumo aos esportes, mirando direitos da F1

Grupo formado para fazer lobby pelo setor não conta com players detentores das principais propriedades esportivas e que lideram corrida pelo corte do cabo

Eduardo Mendes
3 min readOct 3, 2023
(Tim Cook deu a bandeirada final no Grande Prêmio de F1 dos Estados Unidos no ano passado/Jim Watson/AFP via Getty Images)

Netflix , Paramount+ , Max da Warner Bros. Discovery , Peacock da Comcast e Disney são as gigantes que encabeçam a Streaming Innovation Alliance ( SIA ). O grupo formado por 17 empresas do setor se uniu com o objetivo de fazer lobby junto às entidades governamentais por uma regulamentação mais favorável ao streaming.

À medida que o cerco dos reguladores aumenta, os streamers querem garantir que não estejam sujeitos aos mesmos padrões legais direcionados para as redes sociais, conforme explicou o portal Axios, que trouxe a notícia com exclusividade na última semana.

Apesar de estar sendo chamada de uma coalizão unificada do setor, a aliança não conta com Apple, Amazon, YouTube do Google e Roku.

Em comum, as três empresas estão liderando a corrida para levar os esportes ao streaming. Justamente o segmento que ainda impede que parte da audiência corte o fio, e é apontado como aquele que será responsável por emplacar o formato nas transmissões dos eventos, e também ser o bote salva vidas da indústria.

Juntos, o grupo ostenta propriedades como Thursday Night Football da NFL, MLB e MLS.

“Embora não seja especificamente um empreendimento relacionado com esportes, a programação desportiva está entre as mais afetadas por esta aliança, dada a sua capacidade cada vez mais única de agregar audiências de massa”, avaliou o FOS.

Poucos dias depois da revelação sobre a SIA, a BusinessF1 noticiou que a Apple está movimentando-se para adquirir os direitos de mídia da F1. E esse interesse já teria um preço: US$ 2 bilhões/ano, equivalente a quase o dobro do que a entidade recebe atualmente pela venda dos direitos globais para TV.

A F1 também estaria disposta a oferecer 25% de exclusividade dos direitos em um eventual negócio.

Os atuais parceiros de transmissão variam de acordo com o país, conforme explicou o FOS. Alguns contratos expiram só daqui cinco anos.

Nos EUA, lugar que registra o maior crescimento de fãs da F1, a ESPN assinou, em 2022, um contrato de três anos que inclui a propriedade do streaming. Ela retransmite a cobertura da Sky Sports, sem veiculação de comerciais. O valor desembolsado seria entre US$ 75 milhões e US$ 90 milhões por ano.

Na última temporada, a audiência média da ESPN por corrida foi cerca de 1,2 milhão de telespectadores.

Há duas semanas, o Max, que compõe a aliança, anunciou que abrigará todo o portfólio esportivo da Warner Bros. Discovery.

A programação inclui os playoffs da MLB, além de jogos da NHL, NBA, MLS , basquete universitário e o popular programa Inside The NBA.

Na guerra para assegurar o maior número de propriedades esportivas no streaming, coalizão alguma pode ficar imune a uma implosão. Especialmente, quando a Apple não é sua aliada no grupo.

--

--

Eduardo Mendes

Advisor for Culture and Innovation | Co-Founder na The Block Point | Web3 & New Technologies | Strategy, Research & Content | Sports | Entertainment | Media