Palpites da Rodada — Semana 14

Lesões começam a afetar a corrida pelos playoffs

TM Warning
ZONA FA
18 min readDec 10, 2016

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LET’S GET READY TO RUUUUUMBLEEEEEE!

Conforme o ano vai passando, nós vamos tendo uma visão mais clara do que cada time é capaz, e quais suas aspirações. Mas as vezes, quando finalmente estamos começando a ter uma imagem nítida do cenário que vai se desenhando na véspera da pós temporada, algum fator interfere e volta a chacoalhar a temporada.

O mais comum desses, e as vezes mais trágico, são as lesões. Em um jogo com mastodontes de 130 quilos correndo, pulando e caindo uns em cima dos outros, é muito fácil para algo dar errado e um jogador sofrer uma lesão. Um jogador caindo no lugar errado, na hora errada, pode romper um ligamento e encerrar a temporada de um jogador prematuramente. E, ultimamente, temos visto algumas lesões importantes afetando times que brigam diretamente pela pós temporada — lesões estas que podem afetar o equilíbrio da temporada como o conhecemos.

Rob Gronkowski está no IR depois de uma recorrente lesão nas costas. Earl Thomas fraturou a perna e deve ficar 6 meses fora. Essas foram provavelmente as duas mais divulgadas e mais sentidas, mas dificilmente são as únicas. Lesões de Desmond Trufant, Jason Pierre-Paul e Harrison Smith, para citar três, também ameaçam times fortes e podem mudar como os playoffs se desenhará nas retas finais.

Vamos dar uma passada pelas consequências dessas lesões, e o que significam para o resto da temporada.

Para quem não conhece, essa é minha coluna semanal onde eu dou meus palpites para todos os jogos da rodada. É um formato rápido e prático de falar um pouco sobre todos os jogos e times da semana, e abordar alguns assuntos relevantes sobre o momento da NFL, a rodada passada, algum jogador, ou coisa do tipo. E, para deixar mais divertido (ou seja, para eu errar e vocês rirem de mim), eu dou também meus palpites contra o spread, uma modalidade específica de apostas.

Para conhecer mais sobre o propósito dessa coluna, ver meus palpites para a rodada 1, ou então para entender o que diabos é essa tal de aposta contra o spread, você pode ler a minha coluna da semana passada. Para ver os palpites da rodada 2, o link é esse aqui. Para os palpites da semana 3, clique aqui. Para os da semana 4, clique aqui. Para os da semana 5,clique aqui. Para os da Semana 7, clique aqui. Para os palpites da Semana 8, clique aqui. Para os da Semana 9, clique aqui. Para os da Semana 11, clique aqui. Para os da Semana 12, clique aqui. Para os da Semana 13, clique aqui.

E para a semana 6, quando além dos palpites eu também distribuí alguns prêmios para o começo da temporada, você pode acessar clicando aqui.

E por falar em spread, essa é uma boa hora de lembrar que essa coluna NÃO é um guia de em quem ou como apostar, é só uma brincadeira que eu comecei a fazer mas minhas colunas para deixar os palpites mais divertidos.

E lembrem-se, o mais importante: eu não odeio seu time só por que apostei contra eles. Sério!

Dúvidas, comentários ou sugestões? Deixe nos comentários, nos mande pelas nossas redes sociais (Twitter ou Facebook) ou mande um email para canalzonafa@gmail.com!

Nota: Spreads seguindo o consenso de Vegas no momento que eu comecei a coluna.

Palpites da Semana 14 da NFL

(Time da casa em caixa alta)

Times de bye: Nenhum

Acabaram as folgas. Acabaram os descanso. 16 jogos até o fim do ano agora!

CHIEFS sobre Raiders
CHIEFS (-3) sobre Raiders

O Raiders, com a vitória sobre o Bills semana passada, enfim chegou ao topo da AFC, detentor da #1 Seed da conferência…

… e vai cair para a #5 e o Wild Card caso perca esse jogo domingo.

Uma vitória do Chiefs levaria ambos os times a um empate em 10–3, e tendo vencido os dois jogos do confronto direto, isso é suficiente para colocar o Chiefs no topo da AFC West e na #2 seed. A diferença entre um bye na primeira rodada e uma vaga de Wild Card é brutal, e isso faz dessa partida uma das mais interessantes e valiosas da rodada.

Eu apostei no Chiefs por alguns motivos. Mando de campo, naturalmente, é um deles. Mas além disso, eu não acho que exista uma diferença significativa entre esses dois times: o Raiders tem naturalmente o melhor ataque, mas o ataque de Kansas City tem sido surpreendentemente bom esse ano também, e a defesa do Chiefs é bastante superior — especialmente agora que Justin Houston está de volta chutando traseiros.

Eu também acho que o Chiefs é o time ideal para aproveitar a maior fraqueza do Raiders, sua defesa terrestre: Spencer Ware está tendo um ano excelente, e o Chiefs está no seu melhor quando corre com a bola e trabalha o ataque aéreo a partir disso. É um time perfeito para controlar o relógio, dominar o interior da linha de scrimmage e colocar o Raiders contra a parede. Oakland tem poder de fogo para reagir, sem dúvida, mas a defesa do Chiefs tem parecido legitimamente assustadora desde a volta de Houston e ganha meu voto de confiança.

Steelers sobre BILLS
Steelers (-2) sobre BILLS

Não olhe agora, mas o Steelers está saudável e atingindo seu melhor jogo na hora certa. E embora o excelente trio Big Ben-Antonio Brown-LeVeon Bell seja o grande trunfo da equipe, a defesa de Pittsburgh está discretamente evoluindo ao longo do ano e agora chega nessa reta final como a oitava melhor da temporada em DVOA. Um ataque saudável do Steelers com uma defesa Top10 é uma mistura muito impressionante, e o time chega bem forte para essa reta final e possivelmente os playoffs.

Broncos sobre TITANS
Broncos (+1) sobre TITANS

Eu estou no ponto que não sei mais o que achar do Titans, um time que toda vez que recebe meu voto de confiança faz seu melhor para me decepcionar. Eles são bons, e e Marcus Mariota está jogando como uma estrela. Mas a defesa do Broncos é um matchup que me assusta: Tennessee ainda tem a mania de cometer turnovers custosos nas horas erradas, e é exatamente esse tipo de erro que a defesa do Broncos vive atrás para transformar em pontos. Se Von Miller e a fantástica linha de frente junto do pass rush de Denver for capaz de vencer o duelo contra a excelente linha ofensiva do Titans e colocar pressão em Mariota, esse já é meio caminho andado para uma vitória, pois é quando o jovem QB está mais vulnerável.

Esse é um bom teste para um time do Titans que eu acredito ser o melhor da AFC South, contra um adversário forte que parece bem colocado para aproveitar os seus erros. Será que o Titans vai conseguir fazer um jogo eficiente e inteligente,controlar os duelos chaves da partida, e evitar atirar no próprio pé? Eu não sei, e eles não mostraram muito nesse sentido até agora no ano — logo, minha aposta em Denver. E se forem mostrar, a hora é essa.

Redskins sobre EAGLES
Redskins (+1) sobre EAGLES

Eu estou oficialmente desistindo da minha teimosia e tirando meu voto de confiança para o Eagles. Eles são melhores do que parecem, é verdade, mas não sei se conseguem atingir seu melhor jogo com o tipo de atuação de QB que estão recebendo de Carson Wentz. E isso não é necessariamente culpa total de Wentz — seu elenco de apoio é muito fraco no momento — e não quer dizer nada sobre seu futuro, mas ele está jogando muito mal nesse momento e o Eagles está sentindo isso. Não vejo mais uma reviravolta acontecendo em 2016.

Do outro lado, o Redskins colocou seu QB, Kirk Cousins, em uma situação oposta a de Wentz: poucos QBs contam com um elenco de apoio melhor. Sua linha ofensiva é uma das cinco melhores da temporada, seu jogo terrestre é o quinto melhor da NFL e tem média de 4.7 jardas por corrida, e seu grupo de recebedores é um dos melhores da liga. Não a toa o time conta com o sexto melhor ataque da liga — eles estão sendo excelentes em todas as áreas ofensivas possível.

Mas existe uma dúvida nessa equação, que é a saúde do Tight End Jordan Reed. Apesar do grupo de recebedores ser muito bom e profundo, Reed ainda é o melhor jogador desse ataque e sua presença é algo que abre o jogo para todo o resto da equipe, especialmente na end zone, um dos grandes pontos fracos de Washington. No momento, Reed — que perdeu o último jogo com uma lesão no ombro — é dúvida para o jogo de domingo, mas não parece preocupar para o resto do ano. Ainda assim, vindo de duas derrotas seguidas e a 6–5–1, a margem de manobra do Redskins agora é mínima, e mais um jogo perdido por Reed (contra uma boa defesa do Eagles) pode ser suficiente para colocar o time de vez fora da briga pelos playoffs.

DOLPHINS sobre Cardinals
DOLPHINS (-1) sobre Cardinals

O Dolphins vem de talvez sua pior derrota e atuação da temporada, enquanto Arizona vem de sua vitória mais impressionante. O que torna esse jogo um pouco confuso e até passível de uma overreaction — Miami foi consideravelmente melhor que Arizona nas 12 semanas anteriores. O quanto devemos deixar esse jogo único influenciar nosso pensamento e nossa análise?

É uma resposta difícil. Eu vou dar o voto de confiança para as 12 semanas anteriores ao invés da última, e confiar que um Miami que joga em casa e ainda sonha com uma vaga nos playoffs vá conseguir se recuperar de uma péssima semana contra um adversário que não inspira confiança. Até porque é a última chance de Miami: sua derrota para Baltimore colocou suas chances de pós temporada em apenas 10%. Uma derrota aqui e o Dolphins muito provavelmente vai prolongar sua seca de playoffs: seria o oitavo ano seguido sem ir à pós temporada.

Vikings sobre JAGUARS
Vikings (-3.5) sobre JAGUARS

Blake Bortles, que tem uma pick six a menos que Tom Brady nas respectivas carreiras, contra a defesa do Vikings? Só ganhando 3.5 pontos?! Estou dentro!

Eu posso garantir que Blake Bortles não é o que tira o sono de Mike Zimmer. Mas a situação de Minnesota é delicada: empatados com Green Bay a 6–6 e dois jogos inteiros atrás do Lions (que ainda tem a vantagem do desempate sobre Minny), o Vikings precisa de uma combinação bastante difícil de resultados para vencer a divisão (Wild Card não é tão difícil quanto isso, mas ainda está atrás de Redskins e Tampa Bay nessa corrida). Mas, com uma tabela que ainda inclui jogos contra Jaguars, Colts e Bears, Minnesota pelo menos tem condições de fazer a sua parte do trabalho.

Mas a notícia que o time recebeu essa semana foi um banho de água fria: diagnosticado com uma torção de grau 3 no tornozelo, Harrison Smith — um dos melhores safeties da NFL — deve perder o resto da temporada. A última lesão em meio a uma temporada totalmente devastada por várias delas: Teddy Bridgewater, Adrian Peterson, Shariff Floyd, Andre Smith, Matt Kalil, Steffon Diggs, entre outros.

A notícia não poderia vir em pior momento para um time do Vikings em queda livre. Seu ataque é absolutamente atroz: é o oitavo pior da NFL em DVOA, seu ataque terrestre é o pior da liga (3.0 Y/A) e Sam Bradford agora tem o quarto pior QBR da temporada. Se o Vikings quer vencer mesmo os times ruins no seu caminho, vai precisar fazer isso com a defesa, que tem sido sem dúvida sua grande força e esperança o ano todo.

Mas a lesão de Smith torna isso bastante mais difícil. O melhor jogador dessa defesa, Smith tem uma versatilidade que é peça chave em tudo que o Vikings faz defensivamente. Ele é um dos melhores DBs da NFL indo para blitz, ele pode jogar mais profundo na cobertura e proteger as costas dos CBs, e é um monstro contra a corrida quando se aproxima da linha de scrimmage.

Essa capacidade de fazer de tudo um pouco, e tudo bem faz com que ele seja uma arma importantíssima: Mike Zimmer pode movê-lo pela defesa assumindo diferentes funções conforme a necessidade, o que não só ajuda a mascarar as chamadas defensivas como também pode liberar o resto da equipe para executar outras funções. Sem Smith, esse é um elemento que desaparece do time: ninguém é capaz de entrar no seu lugar e oferecer essa versatilidade, o que significa que a defesa do Vikings perde uma das suas principais características na defesa. É uma perda considerável para uma defesa que tem uma pressão enorme nas costas para carregar o time aos playoffs, e embora o Vikings ainda esteja bem vivo com essa tabela pela frente, as esperanças da equipe acabam de sofrer um golpe muito sério sem seu melhor jogador.

COLTS sobre Texans
COLTS (-6) sobre Texans

Colts, Titans e Texans estão todos 6–6 e empatados no topo da divisão atualmente e, embora seja totalmente nivelada por baixo, pelo menos é um ponto interessante para essa reta final da temporada.

Minha convicção é que o Titans é o melhor desses times, mas com tanta inconsistência, é difícil também não dar um voto de confiança para o time que tem o melhor quarterback da divisao, e esse é o Colts. Porque o que Andrew Luck tem feito com mais um time muito fraco essa temporada é de se aplaudir: 64%, 8.0 Y/A, 23 TDs contra 8 INTs, 7th em QBR. Apesar do ocasional erro e ocasional imprudência, Luck diminuiu seus turnovers e está cometendo muito menos erros não forçados, e está sendo capaz de conduzir com perfeição um ataque muito limitado. Enquanto Luck continuar saudável e no comando desse ataque, o Colts pode sonhar. E se o Colts conseguir essa arrancada final rumo aos playoffs, vai ser muito difícil argumentar que Luck não merece estar lá no alto da discussão pelo prêmio de MVP.

PANTHERS sobre Chargers
PANTHERS (-1) sobre Chargers

Falando em times que sofreram demais com lesões, eis a lista de jogadores machucados do Chargers: Danny Woodhead, Keenan Allen, Brandon Mebane, anti Teo, Tyler Johnstone, Dexter McCluster, Steve Johnson… e esses são apenas os mais conhecidos que estão atualmente no IR (tem outros NOVE de menor expressão lá também). E isso sem considerar pilares importantes como Jason Verrett, Brandon Flowers ou Jatavis Brown, que também perderam tempo com lesões menores.

Então esses dois times só estão esperando o ano acabar de uma vez. O Panthers talvez ainda esteja tentando salvar a dignidade, dadas as expectativas (e especialmente depois do último SNF), motivo esse pelo qual voto neles para vencer, enquanto o Chargers está mais preocupado com sua provável mudança para Los Angeles em 2017. Não vai ser um jogo alto na minha lista de prioridades.

Bengals sobre BROWNS
Bengals (-5.5) sobre BROWNS

Outro jogo entre dois times que dificilmente brigam por alguma coisa. O Bengals ainda tem chances matemáticas de playoffs, mas está 2.5 jogos atrás dos líderes da AFC North (embora, para ser justo, com confronto direto contra ambos) e 3.5 jogos atrás do WC da AFC. O time precisa de um milagre para classificar, e sem o machucado AJ Green — um dos 5 melhores WRs da NFL e o pilar do seu ataque — isso parece ter chances pelo menos remotíssimas.

Já o Browns joga principalmente para evitar o 0–16, o que seria até certo ponto injusto — apesar de tudo, o time não é tão ruim assim, e possivelmente é até melhor que outros times como 49ers e Jets. Por outro lado, uma campanha de 0–16 garantiria a primeira escolha do Draft, algo importante para o plano de desenvolvimento do Browns. Acho que nesse momento o orgulho fala mais alto pra evitar um vexame, mas não sei quantas forças — ou interesse — resta ao Browns para vencer esse jogo.

LIONS sobre Bears
Bears (+8) sobre LIONS

Embora não de para apostar no Bears em Detroit contra um embalado Lions, a verdade é que o Bears tem sido discretamente competitivo desde que colocou Matt Barkley de QB titular, incluindo uma vitória semana passada contra um time reconhecidamente péssimo de San Francisco. Não é suficiente para apostar numa vitória, mas dada a tendência do Lions de ganhar só jogos apertados e a ótima forma de Jordan Howard (que vai explorar uma fraquíssima defesa do Lions), é suficiente para eu apostar num backdoor cover.

49ERS sobre Jets
49ERS (-2.5) sobre Jets

Não vou gastar mais palavras do que o necessário aqui. Ambos os times fedem. Se os dois pudessem perder, era o que aconteceria. Mas não podem. Infelizmente.

BUCCANEERS sobre Saints
BUCCANEERS (-2.5) sobre Saints

O Bucs é oficialmente um time curioso. Talvez não bom, mas curioso, e a 7–5 agora está não só empatado com o Falcons no topo da divisão como está em boa posição para brigar por uma vaga de Wild Card. E o Saints, que está praticamente fora do páreo mas ainda sonha, é o adversário mais importante para Tampa Bay: são dois jogos contra New Orleans, ensanduichando um jogo fora de casa contra o Cowboys. Tampa tem que ganhar pelo menos um desses dois jogos se quer continuar sonhando com os playoffs, e em casa vai ser sua melhor chance — até porque, caso o Saints vença domingo, tem boas chances dos times chegarem ambos 7–7 no jogo de “volta”. O time virá babando para cima de Brees e do Saints, e depois de oito anos sem ir aos playoffs, essa é uma chance que o Bucs não pode deixar escapar.

Falcons sobre RAMS
Falcons (-6) sobre RAMS

Os quatro jogos restantes do calendário do Falcons: Rams, 49ers, Panthers e Saints. É difícil imaginar o Falcons ficando de fora da pós temporada com essa tabela pela frente, especialmente se o ataque continuar sendo explosivo como sempre. É só fazer o dever de casa que a vaga nos playoffs deve ser uma realidade.

O problema para o Falcons é que, chegando nos playoffs, as deficiências dos times costumam ser mais expostas, e hoje o Falcons tem um gigantesco problema: sua defesa.

Depois de 13 rodadas, o Falcons tem a quinta pior defesa da NFL em DVOA, e infelizmente essa é uma escada que só desce: semana passada foi anunciado que Desmond Trufant, um dos melhores (e mais underrateds) cornerbacks da NFL e melhor defensor da franquia, fará uma cirurgia no peitoral e perderá o resto da temporada.

E essa é daquelas perdas que não só são enormes do ponto de vista da qualidade, mas também do tático. Perder um defensor do calibre de Trufant sempre vai doer, mas a forma como o Falcons o utilizava que fará doer ainda mais. Sabendo que a defesa era fraca e muito limitada, muitas vezes o plano de jogo do Falcons envolvia usar Trufant para marcar no mano a mano ou mesmo cobrir sozinho uma zona inteira do campo, de forma a liberar o resto dos companheiros mais limitados. Isso as vezes fazia com que Trufant fosse sobrecarregado e cedesse passes com mais frequência que outros CBs de elite, mas tinha um enorme impacto na defesa, já que reduzia os espaços em todas as outras áreas do campo. Era uma das formas que o Falcons encontrava para minimizar o estrago, e que agora sumiu. Ou seja, você perde a produção individual de Trufant E todo o efeito coletivo que esse tipo de estratégia (que não será possível sem ele) produzia.

O ponto fraco do Falcons acabou de ficar consideravelmente maior no pior momento possível, e a sorte do time é que Matt Ryan ainda comanda o ataque #1 da NFL.

Seahawks sobre PACKERS
Seahawks (-3) sobre PACKERS

Se você for fazer uma lista de “melhores defensores” da NFL, e colocar alguns nomes na frente de Earl Thomas, eu posso aceitar. Afinal, a NFL está cheia de grandes defensores: Khalil Mack, Aaron Donald, Von Miller, e por ai vai. Mas se você for fazer uma lista dos “Defensores mais importantes” da NFL e Thomas não for #1 ou #2 na lista lista, nós teremos um problema.

Thomas é o pilar em cima da qual a fantástica defesa de Seattle é construída. Claro que a defesa é o que é por causa da enorme quantidade de talento que tem, com jogadores de altíssimo nível em todas as posições, mas a presença de Thomas é o que coloca essa defesa dois degraus acima e permite que todas as outras peças se encaixem perfeitamente. Earl Thomas, com seu alcance ilimitado, é capaz de patrulhar praticamente toda a parte de trás da defesa de Seattle, de lado a lado. Na defesa Cover 3 padrão de Seattle, ele é praticamente capaz de sozinho patrulhar TODA a área de fundo do campo, o que permite aos CBs do time jogarem muito mais próximos da linha de scrimmage, onde são mais dominantes. Sua “patrulha” no “campo externo” é um fruto tanto de sua capacidade física quanto da sua inteligência em ler, reagir e se posicionar à perfeição no fundo da defesa, e ajuda a minimizar a falta de velocidade de jogadores como Sherman e Chancellor, e permitir que ambos possam se focar nas suas muitas forças sem se preocupar com essa deficiência.

Tirando Thomas da defesa, a parte tática para de agir a favor de Seattle. Você não tem mais ninguém cobrindo as falhas de todo mundo nas costas, então todo mundo precisa recuar mais, cobrir uma área maior nas costas, e se distanciar da linha de scrimmage — exatamente o OPOSTO do que você quer esses jogadores fazendo, especialmente Sherman e Chancellor. É quando Seattle começa a apresentar um alvo a ser explorado na defesa, as bolas longas. Claro que Seattle ainda tem muito talento para produzir bem na defesa, isso é o que acontece quando se tem tantos jogadores de alto nível assim, mas a presença de Thomas é a diferença entre ter uma defesa boa e uma histórica. E, nas vésperas dos playoffs e com um ataque bastante irregular na temporada, a última coisa que o Seahawks quer é ver sua grande força e trunfo como equipe perder força, com a saída do seu jogador mais importante.

Cowboys sobre GIANTS
Cowboys (-3) sobre GIANTS

Um dos subplots mais esquecidos da temporada foi o ressurgimento de Jason Pierre-Paul como um jogador de elite depois do bizarro acidente com fogos de artifício que lhe custou alguns dedos e parte da mão. Paul vinha sendo um excelente jogador tanto na pressão como na defesa terrestre, e vinha sendo uma das principais forças por trás da transformação da defesa do Giants de uma das piores de 2015 para uma das melhores de 2016.

Mas uma lesão na perna vai tirar Paul do resto da temporada regular e possivelmente dos playoffs. Uma pena não só pela sua produção que um sólido 8–3 Giants vai perder, mas também pela história da sua recuperação impressionante. O Giants tem boa versatilidade na sua linha de frente, então acho que o time pode sobreviver sem ele no momento, mas o Giants sabe perfeitamente como um pass rush dominante pode fazer diferença nos playoffs, e agora o teto desse time fica consideravelmente menor sem Paul.

PATRIOTS sobre Ravens
PATRIOTS (-7) sobre Ravens

A lesão de Rob Gronkowski, que vai perder o resto da temporada com uma cirurgia nas costas, é do tipo mais trágico possível: não só aconteceu com um fantástico jogador e enfraquece um dos melhores times da liga, mas é o tipo de lesão que pode até afetar o resto da carreira de um jogador, seja através de uma aposentadoria precoce ou de um rápido declínio… e para piorar, aconteceu em um dos jogadores mais divertidos que eu já vi na vida.

Cirurgia nas costas não é novidade para Gronkowski — na verdade é a terceira, sendo que a primeira delas custou a Gronk um ano de College e foi a causa da sua queda no Draft para a segunda rodada. Mais uma, que vai precisar de uma cirurgia de hérnia, pode ter consequências sérias para seu futuro, e por mais triste que isso seja, é válido perguntar se Gronk vai conseguir se recuperar de mais uma lesão.

Mas além disso, o Patriots tem agora que se preparar para vida sem talvez seu melhor jogador ainda para essa temporada. Na sua excelente coluna a respeito, o genial Bill Barnwell nos brindou com a seguinte estatística:

Tom Brady desde 2010 com Gronkowski: 65.6%, 7.9 Y/A, 4.8 TD/INT Ratio, 104.8 Rating.

Tom Brady desde 2010 sem Gronkowski: 57.7%, 6.5 Y/A, 2.5 TD/INT Ratio, 84.7 Rating.

Aikes! É verdade que o Patriots hoje no papel está mais preparado para lidar com a ausência de Gronk por causa da presença de Martellus Bennett como TE reserva, então é razoável supor que a queda esse ano sem Gronk não será assim tão brutal.

Mas mesmo assim, além do fato de que Bennett está lidando com suas próprias lesões no momento, é verdade que Bennett não chega perto de ser o que Gronk é quando saudável. Gronk é um pesado de matchup: rápido demais para linebackers, grande demais para cornerbacks, grande e rápido demais para safeties. E a grande característica de New England no ataque é sua incrível capacidade de explorar missmatches: junte isso com um missmatch ambulante em Gronkowski, e você tem um playground praticamente ilimitado em cima do qual criar jogadas e planos de jogo.

Bennett é capaz de entrar no papel de Gronk, correr as mesmas rotas e oferecer um bom alvo no jogo aéreo, e isso vai manter o ataque perigoso. Mas ele não consegue ter a mesma dominação de Gronk, não vai forçar tantos ajustes nem defesas saindo do seu plano de jogo original só para contê-lo, e não vai abrir os espaços para o resto do time que Gronkowski é capaz. E em um momento em que a defesa do Patriots está mostrando bastante fragilidade, perder sua principal arma ofensiva nas vésperas dos playoffs é um golpe duríssimo para um time que está mais do que pronto para continuar vencendo Super Bowls no curto prazo. Ainda é incerto o quanto o Pats vai cair sem Gronk, mas não é difícil ver que o Patriots de hoje é um time bem menos perigoso do que era duas semanas atrás.

(Em tempo: Gronkowski teve uma hérnia de disco grave que já tinha levado a duas cirurgias na sua carreira… E ENTROU EM CAMPO CONTRA O JETS ASSIM?! Eu não sei se fico mais impressionado com sua capacidade física ou com a irresponsabilidade absurda de New England em fazer isso com um dos seus ativos mais valioso).

#ForçaChape

Record Semana 13: 8–7
Record
Semana 13(Spread): 6–9

Record 2016: 112–78–2
Record 2016 (Spread): 86–100–6

Fontes: Pro-Football Reference; Pro Football Focus; Football Outsiders; NFL.com; ESPN Stats.

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Blog brasileiro sobre esportes americanos. Economista de formação. Sabermetrista por paixão. Opiniões pra toda ocasião. Irritante. Às vezes sai algo que presta.