Dossiê Bolsonarismo: Uma visão marginal do governo Bolsonaro (até aqui)

Após praticamente a metade do (des)governo do atual ocupante do cargo da presidência, o que obtivemos até aqui?

Bruno Oliveira
Revista Marginália
14 min readNov 26, 2020

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A proposta aqui é um artigo de opinião, e indicar o sentimento que tive deste governo em diversos aspectos (pelo menos os que sinto mais afinidade em falar). E como estamos rumo ao final do ano, a ideia é referenciar outros autores desta revista ao longo do período — em tons de retrospectiva bienal. Atualizado pela última vez em 05/02/2021.

Bolsonarismo e o descaso com a vida, a democracia e a ciência

Sobre o bolsonarismo

O bolsonarismo se tornou uma nova ideologia. Ganhou forças sobre uma suposta luta contra uma outra ideologia, dita como dominante: o comunismo (risos). Puro delírio! A desigualdade que samba em nossas passarelas, talvez só perca para nosso conservadorismo. E se em algum momento achamos que estávamos nos tornando progressistas, de que a geração que cresceu ouvindo Cazuza, Legião Urbana, Mutantes e Tropicália, iria mudar mudar um mundo, as ruas mostraram o contrário. As urnas de 2018 só confirmaram o que já sabíamos mas relutamos em admitir. Claro, com uma ajudinha de informações falsas e algumas máscaras (que ainda não caíram para alguns).

A suposta “não-ideologia” ou o famoso minha bandeira é o Brasil, fez uma malta de brasileiros, que estavam cansados da chamada “velha política”, acreditar que tamanha falácia fosse verdadeira. Mas a verdade é mais dura: a não-ideologia é uma ideologia, como bem definiu o Gabriel, em um dos primeiros artigos desta revista. E se algo prega a existência de uma “não-ideologia” é porque, de certa forma, uma elite intelectual, política e econômica, não quer que tenham outras ideologias que ameacem o status-quo. E essa é a principal premissa do bolsonarismo: A elite acima de tudo, o status-quo acima de todos.

Tentando se desvencilhar das ditas velhas práticas, Bolsonaro transveste seu conservadorismo e sua defesa escancarada das elites através de um mote que já vem sendo usado há um tempo nos horários eleitorais: o da “Nova Política”. Mas nada como o tempo, um dia após o outro, para chegarmos a conclusão de que de novo, a política de Bolsonaro só tem os memes. Mesmo quem o apoiava em 2018, passou a ser amplamente criticado por sua base de gados. A lista vai de Sergio Moro, Joice Hasselman, Maitê Proença, Marcelo Madureira, …, a lista é extensa de arrependidos. Neste ponto, o bolsonarismo demonstra como características (i) não haver espaço para crítica (apenas o governo detém a verdade); (ii) qualquer reivindicação “da mais banal democracia” é caracterizada como uma investida contra à ordem e julgada de “comunismo” e por fim; (iii) a própria face desse Bolsonarismo é expulsa e escorraçada daquilo (e por aquilo) que com tanto fervor defendeu. Como é apresentado no texto Os burgueses fanáticos pela ordem e a representação do Bolsonarismo, da Marina.

Toda e qualquer reivindicação da mais elementar reforma financeira burguesa, do mais trivial liberalismo, do mais formal republicanismo, da mais banal democracia é simultaneamente punida como “atentado contra a sociedade” e estigmatizada como “socialismo”. Karl Marx, Brumário de Luis Bonaparte

Como outras ideologias, o bolsonarismo tem seus símbolos: pátria, família e propriedade. Sim, os mesmos do golpe e ditadura de 1964 — que não por acaso é frequentemente mencionada direta ou indiretamente (como os elogios a Ustra) em seus discursos. Tal como Bonaparte, Bolsonaro passa a ter seu dezoito brumário, como bem posto no texto do Leonardo. O bolsonarismo se ergueu apoiado por uma horda lumpesina — com o argumento que tudo é feito em nome de Deus e das “pessoas de bem”, mas é apenas uma licença moral para destilarem seus preconceitos, autoritarismos e ausência de qualquer moralidade ou humanidade.

E esse Jumanji que se transformou a política brasileira pós-Bolsonaro causa o pior sintoma apolítico possível: a falta de diálogo. E essa visão quase psicológica da política é abordada no texto “Notas sobre a psicologia do discurso fascista — ou simplesmente a impossibilidade do diálogo”, escrita pelo Alberto Luiz. “A cadela do fascismo sempre está no cio”.

E nessa linha autoritária de destruir reputações de quem o contrarie, Bolsonaro chama todo mundo de socialista e comunista — e se apodera de todo o espectro da direita política brasileira, como bem posto no texto do Danilo. E se os anos anteriores não foram bons economicamente para a população, passa a sustentar um discurso de ordem: só Bolsonaro pode colocar esse “caos” no lugar, esqueçam as conquistas que tivemos até então, precisamos voltar a um passado distópico e nostálgico que nunca existiu, mas que é vendido como glorioso e superior ao presente. A direita de Bolsonaro passa a ocupar diversos meios, começa a construir um aparato ideológico, se mostra presente nas redes sociais, nos círculos intelectuais e até no meio artístico. A direita se reinventa e passa a disputar os espaços de diálogos, e sufocá-los — começa a guerra cultural bolsonarista.

O início da Guerra Cultural — Sobre Ciência & Educação

Se o presente é de confronto, esquerda x direita, Lula x Bolsonaro, livre mercado x controle estatal, o futuro de Bolsonaro tem que ser uniforme. A criação de um futuro ditatorial passa pela formação das novas gerações, e por isso a pasta de Educação do governo Bolsonaro vem sendo um grande palco ideológico e de batalhas culturais. E o inimigo aqui já foi escolhido: de um lado a ignorância bolsonarista e do outro Paulo Freire, como colocado em texto do Leonardo. A pedagogia de Paulo Freire é uma ameaça ao Bolsonarismo porque é uma pedagogia libertadora, que confronta os velhos (e maus) costumes e empodera os oprimidos. Como não possuem argumentos sólidos contra a pedagogia de Paulo Freire, o bolsonarismo aposta no anti-intelectualismo — Paulo Freire é taxado de doutrinador marxista sem motivos e posto como inimigo da nação brasileira. A politica educacional de Bolsonaro passa a ser uma ode a ignorância.

E o anti-intelectualismo é um verdadeiro desmonte da ciência e da educação. E isso fica claro na ausência de projetos educacionais, no episódio que o então ministro Velez é duramente criticado em sessão da Câmara.

O sucessor de Velez, o intragável Weintraub se mostrou muito mais perigoso e disposto a destruir uma estrutura levantada por anos — e logo taxou as universidades públicas brasileiras como locais em que ocorrem balbúrdia. Tal como apresentado aos meus amigos esquerdistas, da Tayara, a balbúrdia é muito menos presente nas salas de aulas do que nos aviões presidenciais. A narrativa bolsonarista é uma tentativa de enfraquecer algumas das principais instituições que são obstáculos para imposição de sua ideologia. Se aproveitar da distância orgânica que as universidades estabeleceram do público em geral (e aí vale a mea-culpa e autocrítica) e apresentar ao público em geral uma realidade distorcida. A vida universitária brasileira não é um American Pie, muito menos um antro de ilegalidades — cabe aos universitários (formandos e formados) lutarem mais pela democratização desse espaço. Mas é mais fácil justificar cortes de gastos se a opinião pública for essa.

Resultado: os brasileiros estão na contramão do mundo e mesmo durante uma pandemia somos os que menos acreditam nos cientistas. O bolsonarismo parece estar vencendo a guerra pelo domínio da narrativa.

Redução de quase 1 bilhão para o ensino superior em 2021 [Veja, 2020]

E todo esse negacionismo ficou escancarado no combate a Covid-19. Conforme artigo Esclarecendo a ineficácia da hidroxocloroquina no tratamento da Covid-19, o Brasil é a maior vítima de fake news sobre a pandemia do mundo. E mais, aqui no Brasil há desinformação que não existem em praticamente nenhum outro país: como são os casos do uso da hidroxocloroquina — o governo brasileiro é o único que ainda insiste em tratamento precoce sem comprovação científica ao invés de vacinas aprovadas por instituições respeitadas.

O sonho desse governo é a escola sem partido — uma educação sem liberdade e que não é libertadora. Como já exposto no texto Educação, liberdade e opressão, a educação só acontece quando todos podem aprender com a diferença. Todos aprendem mais quando todos aprendem com todos. Mas o bolsonarismo rejeita a premissa freiriana de que os homens se libertam em comunhão — o sonho do oprimido não deve se tornar o opressor. O bolsonarismo é avesso a esse processo permanente de libertação e elabora ideologias e diretrizes políticas transvestidas de tecnicismo: a escola sem partido seria ideal porque não “teria ideologia” — o que, como já falamos no começo desse texto, é uma grande falácia. A educação de qualidade é vista por Bolsonaro como uma educação apenas competente, gerar pensamento ético e político seria uma ameaça, quanto mais cidadãos apolíticos e incapazes de fazerem críticas a realidade melhor.

O quartel general da Guerra Cultural — o Gabinete do Ódio

Um dos episódios de maior repercussão nesses dois anos foi o pronunciamento com retórica nazista do então Secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim. A similaridade com o discurso de Goebbels, a semiótica da cena e o histórico fascista deste governo escancarou a narrativa nazista por trás do discurso (como apresentado no artigo “Novos capítulos da Guerra Cultural”). É o chamado dog whistle, a utilização de símbolos semióticos, para transmitir mensagens a grupos específicos (normalmente um sinal de apoio) sem provocar ou chamar a atenção da oposição ou de outros grupos (como um apito de cachorro, onde só os cães conseguem ouvir). Nesse episódio, o secretário não conseguiu ser tão discreto, então acabou sendo exonerado do cargo. Outros episódios como estes já ocorreram no governo, como no episódio do brinde com o leite — uma possível saudação para supremacistas brancos e neonazistas. Nessa guerrilha o bolsonarismo vai ampliando a Guerra Cultural.

O bolsonarismo parece ter sido tirado de uma das obras de George Orwell, tal como apresentado no artigo “Gabinete Orwelliano”: o objetivo passa a ser a manipulação da opinião pública e o revisionismo histórico. A liberdade de expressão passa a ser “crime de pensamento” — ao menos do pensamento que eles querem. E a polícia do pensamento bolsonarista é o Gabinete do Ódio, uma verdadeira máquina de moer reputações. Uma tentativa de ditar as regras da guerra cultural com alguns objetivos: (i) visão muito clara do que é ser brasileiro (identidade nacional) — um ser simples, moral, temente a Deus, “do bem”, e qualquer coisa diferente disto torna-se um inimigo da pátria (velha visão dos bárbaros); (ii) defender os clássicos e tradições como única forma de cultura — sem considerar contribuições históricas — a história é apenas alvo de revisionismo para relativizar fatos passados; (iii) as pessoas só podem criar o que o governo define como alta cultura, qualquer outra forma de arte subversiva é considerado baixa cultura e torna-se alvos de retaliação (velada ou não).

Para a opinião pública, dizer o que eles querem ouvir, sem que isso fosse necessariamente verdadeiro ou benéfico, e por isso teria que tirar os trabalhadores das fontes de contato real com a realidade e a verdade. Reverter episódios negativos, uma máquina de transformar limões políticos em limonada eleitoral — que utiliza os francos escuros da Internet, para se esconderem e emergir apenas ao tocar do berrante. As características dessa polícia do pensamento pode ser visto no artigo “Gabinete do ódio — Steve Bannon e a guerra híbrida bolsonarista”. O Gabinete fornece recursos (fake news, memes e conteúdos ofensivos/ideológicos) para aliados e desinformação para os inimigos.

O bolsonarismo tenta se apoderar da identidade nacional, fazer uso das cores da bandeira, da pátria, do suposto povo brasileiro ideal. Por isso não é surpresa quando Weintraub diz que odeia o termo “povos indígenas ou que Damares tenha preocupação com crianças quilombolas que nascem e crescem com “valores diferentes. O discurso sempre se dá do ponto de vista moral e religioso, o que é conveniente para fugir de assuntos mais programáticos, como saúde, educação e economia — o que evidencia uma ausência de visão de país, ou a ocultação de uma visão obscura que ainda não deu as caras no governo (ou talvez já tenha se tornado explícita demais).

Acho que se Bolsonaro estivesse lendo este artigo, a cara seria esta (sem a máscara, claro) [Foto: Exame]

As armas da guerra: Fake News

Além da guerra cultural, o governo Bolsonaro também se demonstra presente na Guerra da Informação. Nela, democracia é um obstáculo, e a palavra do dia é demagogia. Como já abordado no artigo “Guerra da informação: Demagogia x Democracia”, a demagogia é a corrupção contra a democracia, o uso de retórica apelativa através de poderes políticos. E nesse governo, há o abuso do uso excessivo de informação, na maioria das vezes mentirosa, para desconectar as pessoas da realidade — informação e contrainformação, uma verdadeira guerra híbrida. Uma guerra que não é feita mais nas trincheiras, ou com armas de fogo, mas como palavras, posts em redes sociais e narrativas bem sucedidas.

E controle midiático passa a ser a chave desse governo para controlar as narrativas — e talvez assim controlar a realidade. No texto “Controle de narrativas e política: ‘Mera Coincidência’?”, do Nassor, há uma explicação sobre o poder das “grandes narrativas” sobre o público. No geral, todos nós acabamos vivemos em um mundo gerado por imagem das nossas cabeças, a realidade como a entendemos é baseada nas experiências e interpretações que vamos construindo ao longo do tempo. Sabendo disso, o que Bolsonaro faz, é chamar atenção para alguns assuntos em detrimento de outros, sabe aqueles tweets absurdos que todo mundo começa a discutir e esquece de algum outro assunto relevante (tipo o Golden Shower)? O bolsonarismo é cheio das bombas de fumaças, da construção de pautas que lhe interessam e do sequestro de narrativas. Principalmente por atacar a mídia tradicional, e transformar apenas suas redes sociais, um espaço quase que só frequentado pela bolha, como arauto oficial do governo.

Além do controle de mídia, a principal tática utilizada por Bolsonaro até agora são as fake news. No texto “Fake News e o Totalitarismo”, é feito uma conexão sobre como o governo produz essas notícias falsas e como isso o conduz a ser um governo totalitário (se não agora, talvez em um futuro não tão distante). E para entender essa relação, é necessário que o totalitarismo precisa controlar, entre outras variáveis o tempo — e aí entra a figura do revisionismo histórico. Apresentar novas versões do golpe de 64, das torturas que ocorreram no período, são só algumas das pimentas que o governa coloca nas redes todos os dias, de pouquinho em pouquinho. O objetivo não é necessariamente mudar a mente das pessoas no presente, mas causar dúvida e fazer as próximas gerações pensarem diferente do passado. É o abuso da ciberutopia, apesar das pessoas terem acesso facilitado a mais informações, elas parecem ter acesso mais restrito ao conhecimento. Somos alvos cada vez mais vulneráveis da pós-verdade, somos cada vez mais incapazes de distinguir o que realmente é real, daquilo que realmente nos convém.

O alvo está na mira: Democracia em perigo

Se as guerras culturais e informacionais bolsonaristas miram na democracia brasileira, e o aproximam de um governo totalitário, um grande número de pessoas gostam de dar a ele um grande rótulo: o de governo fascista. O texto “Fascismo à brasileira”, do Leonardo, faz um detalhamento interessante das características fascistas desse governo e como ele se torna uma ameaça cada vez mais perigosa a nossa democracia. O governo Bolsonaro é constituído de uma burguesia que se ergue a partir da mobilização do lumpemproletariado e da pequena-burguesia em torno de um líder carismático (cof cof) e popular, mas sob o comando do grande capital monopolista (boi, bala e bíblia, e uma certa participação do mercado da Faria Lima). Ainda que não haja militarização clássica (embora boa parte dos ministros do governo sejam militares), os discursos são violentos e há este anti-intelectualismo que não premia o diferente e reforça o negacionismo. O fascismo à brasileira é portanto “liberal na economia e conservador nos costumes”, avessos aos progressos que ameacem o status-quo. Democracia só pra quem investiu no fascismo.

E se distopia parece coisa de série da Netflix, o Brasil nunca pareceu tão Black Mirror. No conto de ficção (ou talvez não) “Porcos gostam de lama, e a terra é redonda”, do Gabriel, haverá um dia que seremos ridicularizados (e provavelmente apanharemos) por falarmos o óbvio. Tudo o que for diferente e não agradar os canais oficiais e autoritários não poderá ser considerado verdadeiro, não importa o que o justifique. Ninguém mas vai ficar insatisfeito, até porque os últimos insatisfeitos não estarão mais entre nós. Daria uma bela mini série da globo (ou talvez uma pequena visão em uma bola de cristal mais próxima de você).

E não adianta apenas culpar o povo por votar errado. Como disse a Nathália, no texto “O Povo é Burro! Não sabe votar”, o “povo” não é uma entidade sobrenatural alheia a mim ou a você, transferir a responsabilidade para um ser divino não resolve o problema, precisamos do sentimento de pertencimento e entender que todos temos nossa parcela de culpa e nossa responsabilidade por resolver esse problema. Não desistam, como diria Carlos Drummond, precisamos ir juntos, “de mãos dadas”.

Esse texto e só um recorte de alguns dos principais aspectos do governo Bolsonaro, baseado em alguns dos artigos já publicados por esta revista. Mas há diversas outras questões, como o meio ambiente, combate ao coronavírus e os diretos de minorias (como os indígenas), corrupção e laranjais, política externa desastrosa (bye Trump), entre outros assuntos, que são a marca desse governo que acabaram não sendo abordados aqui. Se colocarmos tudo o que compõe esse desgoverno, criaríamos um artigo infinito. Como diria o Meteoro, o governo Bolsonaro é aquele típico governo fio-dental: não cobre a saúde, não cobre a educação, não cobre a segurança, só cobre o c*. É a síntese do Brasil feita pelo The Economist: “a economia é um desastre, as finanças públicas estão sob pressão e a política está totalmente podre”. E aproveitando a deixa: Jair Bolsonaro, porque sua esposa Michele recebeu 89 mil reais de Fabrício Queiroz?

Até o Detonautas fez um registro histórico de um dos casos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro (Detonautas — Micheque)

Talvez o Bolsonarismo esteja com os dias contados, basta ver o enfraquecimento do poder do atual presidente na recomendação de candidaturas nas eleições municipais em 2020 — como conta o texto “Quem anda com porco, farelo come!”, do Alberto Luiz. A esperança é a última que morre.

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Bruno Oliveira
Revista Marginália

Auditor, escritor, leitor e flanador. Mestrando em TI, tropecei na bolsa de valores. Acredito nas estrelas, não nos astros. Resenho pessoas e o tempo presente.